quinta-feira, 22 de setembro de 2016

LAMPIÃO PENSANTE

LAMPIÃO PENSANTE
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.578

   Já foram cantadas e decantadas as estratégias militares do chefe de bando Lampião. Havia planos traçados e improvisos para todas as situações de guerra e de calmarias. Como comandante da caterva, notamos o pensamento militar no embornal único do aprendido e do original. É que os comandados eram mais levados pela obediência, pois ninguém possuía o tutano estrategista da liderança. Iniciando pelo próprios irmãos que davam mais dor de cabeça de que soluções, até os mais temidos chefes de grupos em que o bando se dividia. É certo que a jararaca velha, Antônio Ferreira, tinha lá seus hábitos de atacar o inimigo pela retaguarda, mas quase somente isto.
    Entre todos os truques narrados por autores e fora dos livros, dois nos chamaram a atenção, quando hoje falaremos apenas em um deles. Às vezes Lampião pretendia descansar de tantas perseguições, andanças, fugas e tiroteios, bem como sarar de ferimentos. Nessas ocasiões o homem simplesmente desaparecia do cenário, se encantava, se envultava... Sumia. "Cadê Virgulino?" Indagavam todos. As respostas quase sempre era de que o bandoleiro havia morrido tuberculoso ou que havia deixado o sertão e partira para o Sul.
   Quando Lampião resolvia assim fazer, escolhia um lugar de difícil acesso ou uma fazenda grande de coiteiro de confiança, cujas notícias somente entravam e nada saia. O isolamento variava entre quinze dias a três meses. Segundo nos contou um matuto, o bandido querendo descansar mandou sumir todos os rastros e acampou no raso de caatinga do município de Canapi, próximo do hoje povoado e entroncamento Carié, Alagoas. Perto havia uma estrada carroçável. O chefe distribuiu alguns cabras ao longo do trecho com algumas instruções. Quando algum passante apontava na estrada, o primeiro cabra escondido gemia como um desesperado. O passante arrepiava o cabelo e não havia cavalo no mundo que acompanhasse de perto sua carreira. Adiante, os outros cangaceiros repetiam a presepada. Logo, logo, correu o boato de mal-assombro e ninguém mais ousou transitar por ali, enquanto Lampião descansava das suas sinistras manobras em ações de guerra.



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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A PRIMAVERA

PRIMAVERA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.577
        
QUADRO DE CARL LARSSON.
   Vem chegando a nossa primavera. E quando falamos nossa, estamos nos referindo a primavera austral, ou seja, a do Hemisfério Sul. Por aqui, a estação tem início em 23 de setembro e termina em 21 de dezembro quando se inicia o verão.
   Muitos estudos das estações do ano são interessantes, mas dificilmente professores de Geografia do Curso Médio, enveredam por determinados temas referentes a Astronomia. Movimentos do Sol, da Lua, dos planetas, cometas, marés, correntes marinhas e as periferias desses caminhos, quase sempre viram fantasmas das programações didáticas, saltados como brincadeiras de pular corda.
   Para o rigor popular nordestino somente possuímos duas estações: verão e inverno. Época de verão, estio longo ou muito longo, sujeito às secas e às trovoadas. Tempo de inverno, chuvas fracas ou fortes muitas vezes seguidas de enchentes arrasadoras.
    Na verdade, se observarmos bem, a primavera chega em todos os lugares, do litoral ao sertão, mostrando-se mais à vontade onde predominam os vegetais nativos. A Floresta Tropical resumida em reservas, recebe docemente e mostra a influência da temperatura amena. A vegetação de praia, mesmo com suas pequenas flores, pisadas pelos transeuntes glorifica o universo e são apontadas pelos mais atentos. Assim é o mangue, o agreste e a caatinga. É costume se falar sobre o início da primavera sertaneja, pelos próprios habitantes como: "Vai iniciar o verãozão!". De fato, a falta d'água no semiárido começa até mesmo no fim do inverno pegando a primavera e puxando na linha até o inverno do ano seguinte. Mesmo com a falta d'água, a Natureza não deixa de mostrar os sinais da estação nos arbustos, árvores, arvoretas, cactáceas e mato rasteiro. Tudo depende do modo de olhar os campos, assim como o modo de se olhar a vida. 
    Cada florzinha formando os coloridos com outras flores, vai tentando amenizar os espinhos que nos furam os pés. A Craibeira, o Pau d'Arco, o Pereiro, mostram de longe o que recusamos a ver de perto. E vamos seguindo a nossa vida, muitas e muitas vezes avistando somente os garranchos queimados pela inclemência. Por que os garranchos são aquilos que carregamos e queremos ver. Nossa amarguras se perdem nas belezas discretas das pequenas flores que cercam o lajeiro ou nas flores brancas e compridas que cobrem os espinheiros. Cada um de nós transporta dentro de si a paisagem proscrita de qualquer uma das estações. A escolha é nossa.








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domingo, 18 de setembro de 2016

VOLTANDO A NEGROS EM SANTANA

VOLTANDO A NEGROS EM SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.576

  
 Após o trabalho apresentado vê-se que a contribuição afro em Santana do Ipanema, não foi exuberante como na zona canavieira do estado. Mesmo assim foi relevante dentro do aspecto social, apesar do menor número de indivíduos que aqui conviveram.
   Enriqueceu sim, a área sertaneja em todos os seus aspectos como as lendas tão bem apresentadas pela tradição, primordialmente na literatura de cordel, do repente da viola, nas histórias das noites de lua, nas ações briguentas do sertão e... Mesmo nas comidas, no pacifismo e no canto lamentoso e apaixonante que fizeram colorir o sertão monótono e tristonho. No surgimento do mulato, o município produziu sua aquarela, surgindo romances de verdade e romances de sonhos no papel rabiscado dos escritores da época, contando as gostosuras de longos momentos de amor.
   Não é só a quantidade de escravos da zona açucareira que enfeitaram o decorrer da história alagoana. A memória rural africana temperou o nosso sertão nos vários aspectos social, surrealista e humano que cimentaram a base do nosso presente.
   O sangue derramado também foi vermelho e mesclou-se a tantos outros centros demarcadores que fizeram  deste torrão santanense um motivo a mais de orgulho na história do país. É impossível separar os motivos negros dos motivos brancos, dos motivos ameríndios, dos motivos caboclos nessa caminhada contínua segura e firme do povo de Santa Ana. O Ipanema merece.
   Recomendamos, portanto, a preservação desses lugares estudados para visitas de escolares, turistas, pesquisadores e curiosos em geral, enriquecendo a Cultura do Sertão.
* Extraído do livro "Negros em Santana", às páginas 47 e 48. 2012. Grafpel.

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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

VELHO CHICO

VELHO CHICO Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.575 Penetrando em Alagoas pelo município de Delmiro Gouveia, o rio São Francisco banha pela ordem, as cidades de Piranhas, Pão de Açúcar, Belo Monte, Traipu, São Brás, Porto Real de Colégio, Penedo e Piaçabuçu. Podemos encontrar três formas básicas de margens, também pela ordem montante/jusante. A primeira faixa é representada pelos enormes paredões abruptos denominados canyons, em Geografia. Esse tipo de formação surge desde a fronteira com a Bahia até, aproximadamente, o município de Piranhas, cujo relevo foi aproveitado para a Hidrelétrica de Xingó. A segunda faixa de margem é composta de morros e escarpas que, ora se aproximam do rio, ora se afastam, formando terraços mais largos ou mais estreitos. Nesses terraços, estão algumas cidades como Piranhas (terraço estreito) e Pão de Açúcar (terraço amplo). Essa formação vai até mais ou menos, o município de São Brás. A terceira faixa marginal dispensa canyons, escarpas e morros, formando muitas vezes planícies inundáveis. Vai desde o município de Igreja Nova, mais ou menos, até a foz do São Francisco em Piaçabuçu. Apesar de se dizer que o rio está quase seco por causa das hidrelétricas ao longo do seu leito, o Velho Chico nunca deixou de ser perigoso, principalmente para turistas de perto e de longe. Perigos de profundidade, de pedras, da correnteza e de correntes submersas. É uma armadilha belíssima esperando vítimas. O ator Domingos teve a vida ceifada na segunda faixa de tipos de margem, justamente as das imediações de filmagens da novela. As notícias de afogamentos no Velho Chico parecem ser da mesma proporção das praias. Aqui, acolá uma notícia, cuja maioria dos acontecimentos é de pessoas em excursões, notadamente, jovens. Infelizmente, as belas arapucas também funcionaram contra essa pessoa tão famosa e querida do público brasileiro.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A VERGONHA DOS MUROS SOCIAIS

A VERGONHA DOS MUROS SOCIAIS Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão de Alagoano Crônica 1.574 Este planeta não é o pior nem o melhor dos mundos. Existem os mais e os menos evoluídos. O nosso é lugar de expiação e não tem com se livrar do caldeamento de indivíduos adiantados e atrasados ainda na marcha universal. É por isso que pululam os contrastes da Terra. Dificilmente uma nação é nivelada por cima entre os seus habitantes. É bastante olhar o preconceito geral que toma conta de todos os continentes. Tem razão um dos candidatos a prefeito de Maceió quando fala que a cidade está dividida em pobreza e riqueza. De um lado os bairros chiques detentores de mais e mais benefícios. Do outro, a miséria instalada nas grotas, nas planuras periféricas do terraço, mas também nas planuras do entorno dos tabuleiros. É sim, uma face cruel da capital que luta arduamente pelo mínimo de conquistas físicas e sociais. A pobreza e a riqueza estão em todos os quadrantes da Terra e assim continuará até os fins dos tempos. Somente os melhores que migrarão para planos mais elevados, poderão viver sem a maioria das mazelas que se registra por aqui. A melhora ou piora da situação particular de Maceió, depende sim da atuação de cada gestor. O povo muitas vezes nem tem escolha, pois os candidatos a prefeito quase sempre são os mesmos. Os mesmos que chegam ao poder e passam todos os documentos de gestor para dono. Viram “saruês” e se fantasiam de pequenos tiranos ansiosos pelo mando e pelo dinheiro fácil. Associam-se aos grandes empresários que também não beneficiam a população porque os acordos espúrios lhes acobertam. A única saída para a pobreza são as associações que tornam mais fortes às pessoas na busca dos direitos. Mas, até mesmo aí, muitos se corrompem e traem a própria associação. O que fazer? Continuar a luta eterna de “matar um leão por dia”.

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terça-feira, 13 de setembro de 2016

O CHEFE DA QUADRILHA E A GALINHA D'ÁGUA

O CHEFE DA QUADRILHA E A GALINHA D’ÁGUA
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.573

Lá no sertão temos uma ave que também povoa parte do mundo. Popularmente denominada galinha d’água, gosta muito de águas mortas, principalmente de açudes e barreiros. É ave de arribação que mede, aproximadamente, 37 centímetros, alimenta-se de boa variedade de vegetais e pequenos bichos aquáticos. Existe em torno de 12 subespécies conhecidas por diferentes nomes, pelo povo, em diversos lugares. “O ninho é uma cesta coberta construída no chão de mato denso. Pode haver uma segunda ninhada do ano, composta entre cinco e oito ovos”. Entre outros, também é apontada pelo pomposo nome de Jaçanã. Além de bela, desliza com muita elegância na superfície dos açudes.
Fazer galinha d’água não é reproduzir as Jaçanãs. É atirar pedras nos grandes reservatórios d’água na linha horizontal da superfície. Quanto mais a pedra arremessada toca na água, até o seu mergulho, mais galinha d’água você fez. É brincadeira esporádica de jovens e adultos em visita às fazendas.

O grande chefe da corrupção e do roubo descarado do real do povo, seguro que não cairia nunca, cansou o braço de fazer galinha d’água. Os pobres que trabalham neste país estão de peito lavado em relação ao mais cínico dos ladrões do Brasil. Os dez deputados que votaram a seu favor, deveriam levá-lo para casa, no colo, trocar suas sua fraldas e alimentá-los com gogó sempre cantando cantigas de ninar. Assim, além da vingança do povo brasileiro, vem o desabafo do governo democraticamente eleito e destituído pela chantagem desse crápula. Deu o que dissemos: “Hás de seguir-me Robespierre”.
Mas estamos apenas iniciando. Ainda falta o aproveitador, traidor e usurpador seguido de seus outros bandidos. Vamos aguardar as novas galinhas d’água e o futuro fechamento do jogo.




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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

TILIXI E TIXILIÁ

TILIXI E TIXILIÁ
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.572

Foi pesquisando nas belas terras do Agreste, em Palmeira dos Índios, que resolvemos reproduzir a lenda de Tilixi e Tixiliá. Aliás, em nossos escritos sobre “Repensando a Geografia de Alagoas”, também temos outra belíssima lenda indígena sobre a origem do rio São Francisco.
Palmeira dos Índios é a mais importante cidade norte do Agreste, representando agora a quarta população do estado. Ocupa antigas terras que foram aldeias dos índios Xucurus. Acha-se localizada entre imponentes serras que fazem parte da Escarpa Ocidental e a planura agrestina representada pelos tabuleiros. Sua posição privilegiada permite um tráfego intenso de carros pesados numa ligação Norte-Sul via Arapiraca – Bom Conselho, pela famosa serra das Pias. Vive da Agricultura, Pecuária e Comércio com destaque para seus bons colégios e intelectuais na sua vida social. Clima ameno e convivência diária com os Xucurus fazem render a tradição que orgulha seus habitantes.
Contadas por diferentes pessoas, mas sempre se ressaltando o miolo, a lenda de Tilixi e Tixiliá parece não possuir variação.
Dizem que “há duzentos anos Tixiliá estava prometida ao cacique Etafé, mas era apaixonada pelo primo Tilixi. Durante uma festa tribal Tilixi tentou encontrar Tixiliá. Foram vistos em um beijo proibido. Tilixi foi condenado à morte por inanição. Ao visitar o amado, Tixiliá foi atingida por uma flecha mortal de Etafé morrendo ao lado de Tilixi. Segundo a lenda, no local onde morreram, nasceu uma linda e formosa palmeira que simbolizava o amor intenso do casal. Foi dessa palmeira que teria surgido o nome da cidade”.
Destacamos em Palmeira dos Índios os escritores Luiz B. Torres, Adalberon Cavalcanti Lins e Valdemar Lima, com notoriedade nacional para Graciliano Ramos.






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sábado, 10 de setembro de 2016

LAMPIÃO E SEUS BANCOS INVISÍVEIS

LAMPIÃO E SEUS BANCOS INVISÍVEIS
Clerisvaldo B, Chagas, 10 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.571

Nos últimos dois anos de vida, Lampião estava acuado numa faixa de terras entre Sergipe e Alagoas. Nos estados nordestinos o bioma caatinga continuava praticamente o mesmo. Imensa extensão de mata arbustiva com árvores e cactáceas, estradas poeirentas no verão, lamaçais no inverno e curvas sem fim, estavam livres de cercas e aramados. O favorecimento natural a esconderijos continuava o mesmo. O território limitado de Virgulino, contudo, entre outras causas menores, devia-se a duas grandes determinações: o avanço de rodovias e às novas estratégias de forças volantes cada vez mais ousadas contra o cangaço. Caçado ferozmente em todos os estados, Lampião jogava a última cartada em uma faixa de terras com inúmeras fazendas pertencentes a coiteiros de grande influência como juízes, políticos, comerciantes, industriais, fazendeiros, alguns chefes de volantes de Alagoas e uma rede de coiteiros menores, próximos e eficientes. Afora dois comandantes comprometidos, volantes outras em Alagoas também caçavam sem trégua o bandido, infelizmente em áreas determinadas de atuações afastadas dos coitos.
Lampião guardava o dinheiro grosso nas mãos de coiteiros de alta confiança, espalhados em pontos determinados; segredo mais bem guardado ainda do que os seus fornecedores de armas. Nos últimos dias de vida o cangaceiro saiu arrecadando joias e dinheiro desses bancos invisíveis. Ninguém sabe dizer com absoluta certeza se Virgulino deixou de passar por alguns desses tesoureiros, deixando visitas para a caminhada de passagem final. Nesse caso, sua partida deve ter feito à felicidade dos que não foram cobrados pelos depósitos do bandido. Com sua morte na fazenda Angicos a sua riqueza, a de Maria Bonita e a de Luiz Pedro, fizeram definitivamente a festa de meia dúzia dos mais espertos das volantes.
Os comandados em geral, ficaram apenas com migalhas para “o resolver” do dia a dia.

Assim, após vinte anos de saques na hora de gozar a vida civilizada com o tesouro alheio, o chefe de bando perdeu tudo numa rodada só, inclusive a vida.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

FORA TRAIDOR!
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.570

A elite satisfeita com os panelaços e a destituição golpista sobre a presidente, não perdeu por esperar o troco. Iniciada a resistência pelo Brasil inteiro, às ratazanas do poder não enganam mais a ninguém. “Fora Traidor!” é a frase mais ouvida atualmente pelo país em movimentos robustos e cada vez mais crescentes. A cúpula golpista não tem mais aonde se esconder. O Palácio do Planalto e a casa particular de cada um viraram buracos de ratazanas que ainda pensam estar a salvo. Em qualquer lugar do Brasil aonde Judas Cascavel ou qualquer membro da “gang” chegar, a hostilidade será furiosa como prevíamos, estampadas nos jornais.
Os sorrisos largos de outrora, dos seguidores dos golpistas, transformaram-se em amargas preocupações e medo. Segundo a imprensa, mais de 30 movimentos sociais gritam nas ruas de todo o país o ”FORA GOLPISTA”. Em Alagoas, mesmo, botaram para correr as autoridades que estavam no desfile. Em Brasília o traidor levou vaias da peste com o “fora” à frente. Para onde for o Judas nos quadrantes do país vai sempre encontrar “um quente e dois fervendo”.  Ou eleições já, sem os ladrões como candidatos ou Forças Armadas no poder fechando casas de bandidos, metendo corruptos na cadeia ou deportando a classe.

Estamos falando apenas o que está escrito e estampado na mídia, essa mesma mídia golpista que não tem mais como esconder e tentar amenizar os movimentos das ruas. “Ai, ai, ai, balança que ele cai”. A elite do golpe já treme nas bases e, pelo visto, nenhuma medida que Judas Cascavel, acuado que nem onça com doze cachorros nas pegadas irá salvar os usurpadores. Caem às máscaras, avança o povo. A vitória não tardará. E quem roubou a metade da DEMOCRACIA, está arriscado seriamente a perdê-la toda. Aliás, sem democracia não se escolhe nem a cadeia que se quer ir. FORA TRAIDOR!!!

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domingo, 4 de setembro de 2016

"DEPOIS DE MIM, O DILÚVIO"

“DEPOIS DE MIM, O DILÚVIO”
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2016.
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.569
                                                                          

Finalmente os bandidos venceram. Uma quadrilha orquestrada e inconformada com a vitória dos pobres; com as conquistas dos negros em universidades; com a interiorização de cursos superiores; com os direitos dos idosos; Com o crescimento sistemático do Nordeste. Com a escancarada roedeira em perder para um torneiro mecânico; com o mais médico para os infelizes; com o salário mínimo crescente para a pobreza; com a minha casa minha vida para o miserável; com a falta de voto no bizaco; com a ameaça constante de prisão pela Lava Jato e mais e mais e mais...
“A História da Revolução Francesa e da própria França foi marcada, pelo menos a partir de 1792, pelo percurso destes dois homens e pela tensão que entre eles se estabeleceu. Perdido às mãos de Robespierre, que provocaria a sua morte em 5 de abril de 94, Danton profetizou, a caminho do cadafalso, igual destino para o seu rival: ‘Vil Robespierre! Tu me seguirá. Tua casa será arrasada, e o solo que a sustenta semeado de sal’. A 28 de julho do mesmo ano seria a vez da cabeça de Robespierre rolar para o cesto de Samson”.
Fazemos aqui às vezes de Dilma e de Danton: “Vil infeliz traidor e golpista Temer! Tu me seguiras!”
Já iniciou o desmonte do Brasil. Os direitos conquistados pelos pobres, pelos humildes, pela classe trabalhadora, começam a desabar como castelos de cartas. Ninguém sabe agora qual o futuro do país com essa quadrilha denunciada constantemente pelos jornais do mundo inteiro. Quem sabe se a Lava Jato continuará e fará justiça a todos! Os bandidos continuarão no poder dando às diretrizes aos cidadãos de bem! As forças armadas perderão a paciência e fecharão as casas dos poderes repletas de ladrões? O povo pegará em armas?
Ah! Faltou à legítima presidente dizer como Luís XV disse na França: “Depois de mim o dilúvio”.






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