terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

BIOMAS BRASILEIROS


BIOMAS BRASILEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.852

BIOMA CAATINGA EM  IRECÊ (BA). FOTO: (PREFEITURA DE IRECÊ).
        Bioma é o conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíquos e identificáveis em escala regional com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria. (IBGE). Parece até uma definição complicada para o leigo, mas que poderá refletir melhor e entender. Para esclarecimento, podemos apresentar como seis os biomas do Brasil. Cada qual, é claro, tem sua característica própria com a paisagem geral e suas compartimentações tendo a vegetação como o mais visível. Assim apresentamos A Amazônia, O Cerrado, A Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa.
     A Amazônia é paisagem dominada pela Floresta Equatorial e corresponde a 49% do território brasileiro. A Floresta Equatorial é escura, fechada, árvores altas e emaranhadas de cipós. Apesar de ser vigiado por satélites, esse bioma do norte continua sendo desmatado às escondidas.
     O Cerrado é o segundo maior bioma e sai ocupando cerca de 24% das terras brasileiras, mas nos últimos cinquenta anos perdeu a metade do original. Sua área em grande parte central brasileira é composta de campos limpos e campos sujos com arvoretas de caules retorcidos e gramíneas. 
     A Caatinga, no interior nordestino ocupa 11% do seu território. É composta de cactáceas, arbustos, arvoretas e árvores maiores. 46% deste bioma já foram devastados.
A Mata Atlântica, também chamada Floresta Tropical, vem sendo devastada desde os tempos do descobrimento. Hoje se encontra com apenas 8,5%, mas já teve 13% do nosso território. Ocupando grande parte da faixa costeira do Brasil, é uma floresta escura, fechada, emaranhadas de cipós, porém, de árvores menores do que a da Floresta Equatorial. É composta de vários ecossistemas, como dunas, mangues e restingas, no Litoral.
     O Pampa, no extremo sul do Brasil é composto de campos limpos, gramíneas e arbustos de pequeno porte, correspondendo a 2% do Brasil.
     O Pantanal cobre cerca de 1,8% do território brasileiro. É a maior área alagada de água doce do mundo. Mais de 15% de sua área se encontram desmatadas. Surge na região central e oeste do Brasil. É um complexo que praticamente possui representação de todos os outros biomas.
        Mesmo tardiamente, vamos contribuir para preservar a Natureza.




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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O ÚLTIMO VIGIA DA NOITE


O ÚLTIMO VIGIA DA NOITE
(UM CONTO DE ASSOMBRAÇÃO)
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica/conto 1.851


     Eu nem sei o que estava fazendo àquelas horas da noite. Tudo difuso e eu caminhando pela rua muito comprida e sem calçamento. Caminhando, caminhando, caminhando, percebi que estava indo para um lugar do asfalto chamado Barragem. Dali poderia seguir para o centro da urbe. Finalmente cheguei ao final da via onde um rego seco e uma rampa de aterro me dariam acesso ao asfalto transversal. O leito seco seria a foz de riacho conhecido  que despejava no rio Ipanema. Passei pelo rego e deparei-me com uma vereda ladeada por alto capinzal. Temi algum bandido por ali escondido, mas comecei a subir a rampa por ela. De repente fiquei paralisado sem poder me mover em nenhum sentido, guiado apenas pelo pensamento. Surgiu uma luz branca e em seguida uma voz ordenando que seguisse. A mesma voz falava que no início do asfalto havia um bar com muitos bêbados e prostitutas; e que eu passasse direto em direção ao centro.
Subi longo ao asfalto, passei pelo bar, percorri longo aclive até chegar à chã. Ali havia um homem com uma lanterna acesa, grande e antiga – tipo usado pelos inspetores de trem – pendurada pela alça.
- E daí? – indagou.
- Daí o quê?
- Ora daí o quê!
- Não me aborreça que eu quero passar.
- Ah! E é? É o Lampião? Tá pensando o quê? Você viu uma luzinha piscando quando você passou pelo cemitério? Era eu. Fui eu quem mandou você seguir – rodou algumas vezes com a lanterna à mão e afirmou: sou o último vigia da noite.
Pensei até em gratificá-lo por me ter guiado, mas nem houve tempo. Surgiu um homem à margem da estrada que me disse mansamente: “ele morreu em 1920. Estar querendo brigar. Nem entendo disso, nem sei o porquê, mas se você disser a ele que vai botar um garrote em suas costas, ele sairá correndo”.
O galego deixou a lanterna de lado e armou-se para lutar, à semelhança de um boxeador. Rodeei-o de punhos armados, quando me lembrei das frases do homem da margem. Gritei que iria colocar um garrote em suas costas. O vigia sentiu um abalo. Fui repetindo a frase, complementando-a com força e citando o que aconteceria a ele com um garrote às costas, dizendo safadeza, até que o último vigia da noite, partiu ladeira abaixo espavorido.
Não digo que não vou mais andar à noite por lugares esquisitos. Como dizer, se a vontade não é minha? Que coisa! Ave.



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domingo, 25 de fevereiro de 2018

DA LAGOA DO MIJO AO JALAPÃO



DA LAGOA DO MIJO AO JALAPÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.850
CAPIM DOURADO. FOTO: (GUIA TURÍSTICO BRASIL).
     O artesanato brasileiro firma-se cada vez mais na Europa e nos Estados Unidos, assim como a literatura de cordel. E por falar em artesanato, vamos ao Parque Estadual do Jalapão, região leste de Tocantins. No vilarejo de Mumbuca, município de Mateiros, teve início à arte com um capim do campo chamado capim-dourado. Com ele a comunidade quilombola fabrica bolsas, brincos, cestas e muitos outros objetos que ficam parecidos mesmo com mercadorias de ouro tal o brilho dourado do capim. Lá fora algumas peças podem custar até 500 dólares. A comunidade é pobre, onde tudo falta. O capim colhido na região do parque vem por inteiro e não deixa sementes para a perpetuação da planta. A escassez do produto já teve início e preocupa as próprias artesãs. 
     Isso faz lembrar o artesanato sertanejo de Santana do Ipanema e Poço das Trincheiras, baseado no barro, no cipó e na palha do coqueiro Ouricuri. A região da antiga Lagoa do Mijo – atual povoado Alto do Tamanduá e Baixa do Tamanduá – fica na fronteira dos dois municípios, servida pela BR-316. Ali se fabricava bem as panelas de barro, jarras, potes, porrões, brinquedos como o boi e éguas com caçuás. Enquanto as mulheres confeccionavam no barro vermelho, os homens trabalhavam com cipós fazendo balaios e caçuás. O barro foi ficando escasso e o desmatamento fez desaparecer os cipós, parasitas de grandes árvores da caatinga. E agora, como ficam as comunidades?
     No Bebedouro/Maniçoba, bairro de Santana do Ipanema, as artesãs trabalhavam com palha de coqueiro Ouricuri, fazendo chapéus, abanos e esteira-de-caboclo. Devido aos velhos costumes de queimadas nos roçados, os coqueiros também sofreram muito com as queimaduras. Centenas e centenas desapareceram e outros deixaram de produzir a palha e o coco. Vai ficando cada vez mais raro encontrar esses produtos nas feiras da região sertaneja, inclusive, o tão delicioso “rosário-de-coco”, nas feiras de Semana Santa.
A brutalidade e a ignorância contra a Natureza vão acabando com tudo. É o trator humano sobre o paraíso vegetal da Lagoa do Mijo ao Jalapão.





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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

MIOLO DE POTE


MIOLO DE POTE
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.849

Estátua de Santa Rita, 56 metros. Foto: (Romaria Brasil).
Semana passada encontrei-me com um artista da terra e, além da satisfação do encontro puxamos conversa de miolo de pote. E conversar miolo de pote no meu Sertão é conversar asneiras, coisas sem importância, para passar o tempo. Foi aí que falei sobre uma vontade que eu tinha de fazer uma campanha para implantar uma estátua de Santa Ana com 35 metros, no serrote do Cruzeiro, em Santana do Ipanema, Alagoas. Uma estátua como a do padre Cícero no Juazeiro do Norte, cuja base é um grande redondo comercial. No entorno da estátua seria construído um horto artificial com as maiores árvores da caatinga. Mas aí o meu amigo, falou: “Mas o prefeito me disse que vai mandar fazer uma com 60 metros e vai ficar numa outra serra porque o cruzeiro é rochoso. Inclusive, falou-me ainda que os encarregados já estão agindo”.
Para comparar fui buscar a estátua de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz, Rio Grande do Norte com 56 metros, a maior estátua sacra do mundo. A de Nossa Senhora Aparecida, no vale do Paraíba com 50 metros (400 toneladas) em aço inoxidável. A estátua de Nossa Senhora de Fátima, no Crato, com 45 metros. Frei Bruno, em Joaçaba, com 37 metros, em fibra de vidro. A estátua do padre Cícero, em Juazeiro do Norte, com 27 metros. São Francisco de Assis, no Canindé, com 25 metros (25 cm a mais do que o Cristo Redentor do Rio de Janeiro). As grandes imagens sacras atraem os romeiros, alavancam o turismo e casam com a economia local. Nesse lépido giro pelo Brasil, justificam-se os grandes monumentos sacros em tradicionais lugares de romarias. Essas cidades procuram oferecer mais aos seus visitantes, mas também de olho nos benefícios trazidos por eles, inclusive, a divulgação extraordinária do lugar.
Mas será que Santana do Ipanema vai mesmo ganhar uma estátua de 60 metros de altura? Seria a maior do Brasil e do mundo. Muito mais difícil de que confeccioná-la seria mantê-la sem vandalismo no topo da serra Aguda a três ou quatro quilômetros da cidade. Mas eu estudo direitinho o semblante do meu amigo artista que diz como quem está se livrando de grande responsabilidade: “Eu mesmo não acredito!”.
Caso o prefeito tenha dito que será construída a estátua, não vejo porque não acreditar. E se seria ou não a maior do mundo, pouco importa. Acho que Senhora Santa Ana merece e iria gostar.
Sim, vamos continuar o nosso miolo de pote...                                                 








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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

LANÇAMENTO DE LIVRO DIA 17


LANÇAMENTO DE LIVRO DIA 17
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.848

CAPA DO LIVRO 230. FOTO: (CLERISVALDO B. CHAGAS).
Finalmente confirmado o lançamento do livro “230”, do escritor Clerisvaldo B. Chagas, no próximo dia 17 de março (sábado) às 20 horas, em cujo local será divulgado amanhã. O livro/enciclopédia é uma homenagem do autor aos 230 anos de Santana do Ipanema (1787-2017). Trata-se de um monumento iconográfico à cidade, numa coletânea de fotos de edifícios e lugares históricos pela ordem cronológica, acompanhados de legendas explicativas, datas e datas aproximadas. É um trabalho inédito e único, destinado a um ciclo fechado de 100 guardiões da cultura santanense. A enciclopédia acha-se dividida em seção normal com 131 fotos do autor; e seção nostalgia com 83 fotos de domínio público, em papel couchê e de forma artesanal com a marca da Gráfica Impresgraf, de Santana do Ipanema. As fotos nostalgia são apresentadas com a própria história de borrões, riscos, amassos, indicando repasses, abandono, carinho e esquecimento. O citado livro, capa-espiral, terá a apresentação dos escritores santanenses Fábio Campos e Marcello Fausto. 
Previsto para agosto do ano passado, o trabalho não ficou pronto devido a alguns problemas técnicos da gráfica, mas que foram superados com paciência e compreensão de todos os parceiros envolvidos.
    Após o livro “230”, o autor enfrentará novas batalhas para publicar outras 09 obras inéditas, como: “Deuses de Mandacaru” (romance), “Fazenda Lajeado” (romance), “Papo-amarelo” (romance), “Colibris do Camoxinga” (poesias), “O boi, a bota e a batina; história completa de Santana do Ipanema” (didático), “Maria Bonita, a deusa das caatingas” (documentário), “Barra do Ipanema, um povoado alagoano” (histórico), “Repensando a Geografia de Alagoas” (didático) e “Padre Cícero, 100 milagres inéditos” (documentário).
O lançamento do livro “230” será uma noite sertaneja agradabilíssima.  
O ciclo espontâneo de 100 livros acha-se completo, havendo a possibilidade mínima de desistência, para tantos pedidos extras que vão surgindo.
Logo os convites estarão circulando.




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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

VAMOS A PARICONHA


 VAMOS A PARICONHA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1847
PARICONHA. Foto: (Rádio Jornal Web).

Caso você deseje fazer um “tour” pela região serrana do Sertão alagoano, não esqueça Pariconha. O município fica distante da capital, sim. A cidade é a mais longínqua de Maceió, dentro dos seus 354 km, rumo ao extremo oeste. O município faz fronteira com Pernambuco diante do rio periódico Moxotó. Pariconha foi emancipada de Água Branca, em 7 de abril de 1992, sendo seus cidadãos conhecidos como pariconhenses. O município começou a ser habitado no início do século XIX com fazenda de gado miúdo. O nome Pariconha tem origem num pé de ouricuzeiro que havia onde hoje é a sede. Seus frutos eram formados de duas partes chamadas “conhas”. Dizia-se: um par de conhas. Com o tempo veio à junção Pariconha.
Seu território pertence à Microrregião Serrana do Sertão Alagoano e tem como padroeiro o Sagrado Coração de Jesus, cujos festejos acontecem no mês de novembro. Ali chegou logo cedo um grupo de índios jeripancós – originários de Tacaratu, Pernambuco – e habitou a serra do Ouricuri, próxima da cidade. Pariconha é um pequeno núcleo que se moderniza com seus 10.684 habitantes, numa altitude de 401 metros e um território de 260.858 k2.  Suas imediações são Delmiro Gouveia, Água Branca e Mata Grande.
Para quem gosta de narrações sobre cangaceiros, a região oferece boas histórias, pois, ainda como povoado, Pariconha sofreu duas ou três invasões por Virgolino Ferreira e asseclas, antes mesmo de se tornar conhecido como Lampião. (Lampião em Alagoas, do mesmo autor). Ali também atuou o pequeno bando dos Porcino, o qual Virgolino se enturmou quando seus pais vieram de Pernambuco para morar em Alagoas.
Rodar pelo Alto Sertão do estado, vai ficando cada vez mais fácil devido o asfalto por todos os lugares. A região serrana, além do clima diferenciado, oferece belas paisagens entre serras e vales verdejantes onde a vista se espraia. Saindo de Maceió a Pariconha a viagem pode ser através de Arapiraca, Batalha, Delmiro Gouveia ou através da BR-316, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema, entroncamento do povoado Carié.
Muitas novidades podem surpreender o homem da cidade grande, nessas turnês pelos sertões de B. Chagas. Vamos experimentar chegando à cidade do par de conhas.









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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

MARACANÃ


MARACANÃ
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.846
Antiga Churrascaria Maracanã, em 19.02.2018. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Maracanã é o ponto de referência mais falado de Santana do Ipanema, Alagoas. Trata-se de um largo no centro do gigante Bairro Camoxinga, cortado pela BR-316. É ponto de convergência e divergência de sete ruas e possui um dinâmico comércio miúdo sendo o segundo da cidade. No Largo do Maracanã e adjacências, você encontra posto de gasolina, padarias, casas de lanches, funerária, oficinas de motos, mercadinhos, farmácia, barbearia, casa de móveis e uma flutuante movimentação em ponto de transportes para municípios do oeste como Poço das Trincheiras, Maravilha, Canapi, Ouro Branco e para todas as outras do Alto Sertão alagoano. Outrora fora lugar tão perigoso que certo delegado chegou a comentar: “Entre dez ocorrências policiais, oito são do tal Maracanã”.
No livro ainda inédito “O boi, a bota e batina, história completa de Santana do Ipanema”, o autor detalha a origem do nome Maracanã e que raríssimas pessoas conhecem. E os que conhecem não vão além de uma churrascaria que havia no local e que ostentava a denominação do maior estádio do mundo.  Mas o livro também traz os detalhes de origens de todos os bairros e pontos de referências da cidade. É o maior documentário jamais produzido no Sertão Alagoano, que ainda não foi publicado por falta de patrocínio. E as autoridades que têm verba para isso, fazem ouvidos de mercador e, o santanense fica sem sua história completa e verdadeira, porque políticos odeiam intelectuais. 
O prédio que deu origem a Churrascaria Maracanã, ainda continua de pé. Foi churrascaria, dormitório, bar, restaurante, pequena mercearia, tudo sob comando do proprietário conhecido como Seu Neguinho. Sem atividade que valha à pena, o edifício se deteriora com dificuldade de venda e os passos implacáveis do tempo. Sua importância como valor histórico é grande para o centro do bairro que o acolheu, mas nada parece evitar o futuro que o aguarda assim como a casa do padre Bulhões, o Fomento Agrícola, a igreja de São João, o Colégio Santo Alberto Magno, a Pracinha Emílio de Maia e outros importantes e fundamentais pontos santanenses. Em tempos de campanhas políticas, o Largo do Maracanã torna-se o ponto mais importante para discursos. Coitado! Sem anel rodoviário e abandonado à própria sorte, torna-se o lugar mais perigoso do trânsito da cidade.




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domingo, 18 de fevereiro de 2018

SIM À MOCOCA, NÃO À MACACOA


SIM À MOCOCA, NÃO À MACACOA
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.845

MOCOCA (DIVULGAÇÃO).
     Aos oito anos vivendo por uns tempos em Maceió, já ouvia a propaganda agradável que me chamava atenção: “A vaquinha Mococa está falando/a vaquinha Mococa está dizendo/beba leite em pó Mococa...” E um mugido longo e saudoso de sertão fechava a propaganda: “moooon...”. Minha tia, Carminha Braga, sempre comprava o leite em pó que vinha com uma vaquinha simpática desenhada no pacote. E como vai bastante tempo, pensei até que não existisse mais a marca. Olha a surpresa! Estava escrito na notícia: “Unidade da Mococa fechou e deixou 157 desempregados no interior de São Paulo”. Corri os olhos na Folha e vi que era mesmo a Mococa do meu tempo de criança.
     O lado ruim ficou para o município paulista de Cerqueira César, onde a Mococa possui uma unidade de produção de leite UHT. A unidade foi fechada no último dia 6, deixando de produzir 500.000 litros de leite longa vida por dia. A sede da empresa é na cidade de Mococa, onde tudo começou em 1919, produzindo manteiga artesanal. Em 1930 já produzia em escala de indústria.  Entretanto, a unidade de Cerqueira César será vendida e, produtores de leite já estão fornecendo para outras marcas implantadas na mesma cidade. A empresa, por questões estratégicas, quer migrar para outros segmentos de derivados lácteos, terceirizando e produzindo achocolatados. Essa parte ruim é o problemão que a empresa deixa para seus fornecedores, desempregados e a circulação do dinheiro em Cerqueira César.  
     O lado bom é que essa indústria estará funcionando dentro de poucos meses em Alagoas, produzindo achocolatado. Não sabemos como a Mococa foi atraída para essas bandas, provavelmente pela política de governo em trazer mais indústrias com incentivos para o nosso território. Como já existem dois gigantes do leite e derivados em Alagoas (Palmeira dos Índios e Batalha) vem à indagação onde será implantada a Mococa. Tão bom que fosse em Santana do Ipanema, mas nem sonhando! As autoridades nunca deixaram que fosse implantada em Santana sequer uma fábrica de quebra-queixo. Mesmo assim, seja onde for, sendo em Alagoas já está de bom tamanho.
É o leite Mococa da minha infância. Bom, muito bom.
                                                                                                                         



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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

O CRUZEIRO


O CRUZEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2018
                                      Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.844

Primeira capa da revista O Cruzeiro, em 1928. (Arquivo).

Estamos em torno dos 41 anos do fechamento da revista de circulação nacional, O Cruzeiro. Foi uma revista de grandes reportagens e alto padrão lançada no Rio de Janeiro em 10 de novembro de 1928 e perdurou até 1975. Era editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Em 1960 recebeu novo design editorial que ficou conhecido como “bossa nova”. A revista O Cruzeiro foi a principal revista ilustrada brasileira. Com inovações gráficas, publicações de grandes reportagens com ênfase ao fotojornalismo, estabeleceu linguagem nova na imprensa do Brasil. Reportagens de grande repercussão surgiram em parceria com a dupla repórter-fotográfico, sendo a mais famosa a formada por David Nasser e Jean Manzonque, anos 40 e 50.
O Cruzeiro falava dos astros de Hollywood, cinema, esportes e saúde e ainda divertia com charges, culinária e moda. Foram feitas reportagens como Lampião, Floro Novais, entrevistas com cangaceiros e cangaceiras e cobertura do suicídio de Getúlio. Chegou a atingir uma tiragem de 720.000 exemplares, quando a maior fora 80.000. Dizem que nos anos 60, O Cruzeiro entrou em declínio por má gestão, sem o uso de suas fórmulas e o surgimento de novas publicações como as revistas Manchete e Fatos e Fotos. O ano de 1975 marcou a consagração da televisão e o declínio dos Diários Associados. Claro que todo veículo de comunicação tem sua tendência, sendo assim também com esta revista.
Nos anos 60, apesar de gostamos de gibis, como Tarzan, Kid Colt, O Fantasma e outros, aguardávamos também O Cruzeiro, para olharmos na última página, a charge do Amigo da Onça. As revistas chegavam para Dona Maria, esposa do alfaiate, Seu Quinca, à Rua Nilo Peçanha (Rua da Cadeia Velha). Dava gosto receber tantas revistas cheirosas das gráficas brasileiras. Muitas vezes quando as revistas chegavam, já estávamos aguardando na casa de Dona Maria, que era uma pessoa paciente e agradável.
A polêmica da estátua em homenagem ao jumento e seu tangedor, em Santana do Ipanema, foi mote desta revista em longa reportagem falando dos dois lados da questão, entre o prefeito da época e o vereador Everaldo Noya.
Que lembranças da qualidade em comunicações!




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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

FAZENDO MOSAICO


FAZENDO MOSAICO
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.843

MOSAICOS. FOTO: (GAZETA DO POVO).
O piso das casas de Santana, após o uso do cimento, entrou em um tipo de moda muito interessante. Pessoas mais abastadas da cidade começaram a usar, em lugar do cimento comum, ladrilhos chamados mosaicos. O mosaico era um pequeno bloco de cimento e outras misturas, de aproximadamente 20 cm2. Era grosso com superfície polida, continha variadas cores e desenhos criativos. Com a moda em expansão, principalmente pelo efeito positivo e belo em salões e residências, foi implantada uma fábrica em Santana do Ipanema. Por pequena que fosse a unidade, mas representava um passo no modernismo, no progresso e economia local.
Conhecida como “A fábrica de mosaicos”, estava situada no Bairro São Pedro e pertencia ao cidadão denominado Zezito Tenório (o mesmo que cedeu a maior parte das terras para o atual Bairro São José). Foi de grande valia essa fábrica que fez a evolução do conforto caseiro, criou empregos e movimentou o comércio da construção. Não sabemos as razões, mas a fábrica de Zezito Tenório cerrou as suas portas. Ainda hoje o lugar é marcado com uma parede em preto, nas proximidades da Biblioteca Municipal Adercina Limeira.
Com a evolução dos tempos, o mosaico foi substituído pelo chamado “piso”, mais fino e mais polido, feito de argila cozida. O mosaico era encerado nas residências, formando um brilho muito bonito e chamativo. O piso de hoje já chega com o brilho de fábrica e alguns são até vitrificados. Portanto, a fábrica de mosaicos de Zezito Tenório, foi também ponto de referência tanto do Bairro São Pedro, quanto da cidade.
E foi assim que no chavão de “bater às portas”, desapareceram conquistas que representavam os passos para frente como fabriquetas de calçados, aguardente, refrigerante, colorau, vinagre, móveis, cordas, colchões, sola e outras que não encontraram respaldo das autoridades. A cidade perdeu todo seu processo nascente de industrialização.
Há pouco ainda havia várias casas em Santana do Ipanema, ostentando os charmosos blocos de mosaicos da fábrica de Zezito. Foi em palestra na Biblioteca Adercina Limeira que historiei por completo o Bairro São Pedro e sua importância no desenvolvimento de Santana do Ipanema, para os alunos da Escola Líder. 
Acho que não existe nenhuma pedra de mosaico em exposição no Museu Darras Noya.


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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

OS BALÕES DE SENHORA SANTA ANA


OS BALÕES DE SENHORA SANTA ANA
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.842

CAMINHÃO: LUGAR EXATO DE SOLTURA DE BALÕES.  Foto: (Domínio Público).
Não posso dizer com certeza se as festas de padroeiros e padroeiras do Sertão de Alagoas eram todas iguais. Contudo, nos novenários à Senhora Santa Ana, sempre havia banda de música que tocava fora e dentro da Matriz. Havia ainda o foguetório que saía do Beco de São Sebastião e o “carro de fogo” que navegava com velocidade num arame estendido defronte a Igreja. Com fogos também era descerrada a imagem da santa que ficava enrolada num mastro de madeira. O fogo ia subindo e desenrolava a imagem sob aplausos da multidão. A parte dos fogos tinha os fogueteiros profissionais responsáveis que vieram de muito antes do meu tempo e que, praticamente, foi encerrada com o “Zuza Fogueteiro”. O Zuza, gordinho, alto, branco e simpático, morou por último no final da Rua Tertuliano Nepomuceno, centro de Santana do Ipanema.
O balão tradicional não faltava. Era manipulado e solto por trás do hoje extinto, “sobrado do meio da rua”, precisamente por trás da última casa comercial, “A Triunfante”, de José e depois Manoel Constantino. O papel delicado quase sempre tinha as cores azul e branca. Habitualmente o balão ia aos céus durante a celebração da novena. Formava-se uma pequena torcida ali no ponto do balão, onde estava armada a “onda” e o “curre” (carrossel). É que precisava muita habilidade dos encarregados para desdobrar o balão, esticá-lo, por fogo sem queimar suas paredes, erguê-lo no ar e aprumá-lo para a subida triunfante sob palmas e gritos de triunfo.
Havia profissionais para tudo, na cidade: fogueteiro, ferreiro, flandreleiro, retelhador, sapateiro, barbeiro, amolador... Mas nunca me foi dito quem era o artista dos balões. Só poderia ter sido uma pessoa de muitas nuances e amor no coração para confeccionar uma coisa tão mimosa, frágil e bela.
E lá ia aquele artefato se equilibrando no ar, subindo, subindo, subindo... E a luz segura do seu bojo ia ficando cada vez mais longe e se apequenando até tornar-se apenas um pontinho luminoso misturado com as estrelas no céu profundamente azul.
Havia ainda o leilão. Mas aí era outra coisa. Quem seria o artista dos balões? Saudade.

                  
                    


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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

PAGINANDO OS CARNAVAIS


PAGINANDO OS CARNAVAIS
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.841

BACALHAU DO BATATA. FOTO: (G1).
Siloé Tavares – o deputado estadual santanense – estivera no comando do combate violento do Impeachment do governador Muniz Falcão.  Mudando da violência para cena doce, o deputado compadre de meu pai, construiu com festas todos os dias, a segunda igrejinha do serrote do Cruzeiro. (O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema). Não era de se esperar que um homem sério e rouco fosse capaz de brincar o Carnaval. Mas estava ali no meio da rua para quem quisesse ver. Siloé e seus amigos foliões fundaram o “Bloco do Bacalhau”. A turma tinha um estandarte onde um bacalhau centralizava ladeado por recipientes de vinagre e azeite. E se havia mais de uma estrofe na música do bloco, não foi registrada. Mas o mote de guerra era repetido infinitas vezes:

“Olha o bacalhau
Pra nós é um colosso
Azeite com vinagre
Salgado ou insosso...”

Este conjunto de folia, anos 60, foi apenas mais um dos tantos e tantos blocos carnavalescos da minha terra, descritos desde a década de 1920.    Quando o bloco era organizado, listava casa de pessoas influentes, para visitá-las durante o trajeto das ruas. Essas pessoas preveniam-se e aguardavam a passagem do bloco com espaço, bebidas e tira-gosto. Antes dos anos 20, os foliões costumavam invadir o sobrado do coronel Manoel Rodrigues da Rocha e dançavam no salão principal do casarão. Depois, a casa do padre Bulhões também era muito visitada onde o tira-gosto era pão de ló.
Os carnavais, tanto no interior do Brasil, quanto nas capitais, ora se apagam, ora se acendem. Mas tanto os fracos quanto os fortes movimentos de Momo, trazem suas histórias coloridas como suas roupas e estandartes. Quem gosta da folia, vai recordando suas aventuras repetidas a cada mês de fevereiro, ocupando a mente com suas fantasias. Em Santana do Ipanema, cada um que conte as piruetas e os amores dos antigos carnavais, aumentando aqui, esticando mais ali, na ressurreição de foliões como Seu Carola (ô), Silóe, Nozinho (ô), Lucena, Chico Paes, Agenor e muitos outros que ficaram famosos na cidade. Sei lá...

“Olha o bacalhau
Pra nós é um colosso
Azeite com vinagre
Salgado ou insosso...”
  


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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

NO TEMPO DOS LAMBE-LAMBES


NO TEMPO DOS LAMBE-LAMBES
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.840

LAMBE-LAMBES. FOTO: (JORNAL LANCE).
Como os mais antigos fotógrafos profissionais alcançados por nós, estavam Seu Antônio e Seu Zezinho. Seu Antônio atuava na calçada alta – logo no início da Ponte do Padre. Depois se mudou para a Rua Coronel Lucena, entre os dois becos de acesso à Rua Ministro José Américo. Era magro, barba por fazer, calado e fumante. Seu estabelecimento tinha o nome de “Foto Santo Antônio”. Seu Zezinho trabalhava na Rua Coronel Lucena (defronte a antiga Praça Emílio de Maia) depois migrou para a Rua Benedito Melo (Rua Nova) parte de cima, perto do declive de acesso ao Bairro São Pedro. Morava no próprio lugar de trabalho, era gordinho, branco e ansioso. Ali funcionava o “Foto Fiel”.
A produção de ambos era mais voltada para o social, principalmente para documentos 3x4 e fotos maiores para lembrança. Afora isso, quando convidados registravam eventos como inaugurações, batizados, casórios, formaturas. Dizem que Seu Zezinho tirou várias fotos das cabeças dos cangaceiros mortos em Angicos e apresentadas em praça pública de Santana do Ipanema.
Não havia a percepção de fotografar inúmeras ruas e prédios públicos para engajá-las à História. Não havia percepção nem interesse, além do material fotográfico raro e caro.
Já os fotógrafos denominados lambe-lambes, atuavam na frente da Matriz de Senhora Santa Ana. Como os outros dois, limitavam-se aos 3x4 dos matutos da feira, das suas poses nos altares, de casamentos e batizados. Nada de registrarem em geral para a História, pois eles representavam a própria história presente.
No dia em que chegou um ditador abusado, meteu grades defronte a Matriz, expulsando os tradicionais fotógrafos do povo. Daí em diante, os lambe-lambes ficaram desarvorados. Nem na frente da Igreja e nem mais em lugar algum. A prepotência  havia dado o golpe de misericórdia numa riqueza cultural brilhante, prestativa e indefesa.
Enquanto o Papa anda com flores nas mãos, outros andam com relhos de couro cru. Droga de tanto ódio!
Dizem os espíritas que esses são os que reencarnam na marra.
Os fotógrafos ou retratistas hoje são raros e estão em cidades como Recife e Juazeiro do Norte, misturados aos romeiros e sobrevivendo como podem.                           


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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

ILHAS DE CALOR


ILHAS DE CALOR
Clerisvaldo B. Chagas, 6  de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.839

ILUSTRAÇÃO: (MUDA-MUNDO BLOGSPOT).
As geograficamente denominadas “Ilhas de Calor” são áreas com temperaturas mais elevadas do que as da redondeza. Isso costuma acontecer no centro das grandes cidades, onde há maior concentração de construções, calçadas, asfaltamento e veículos. Vários motivos juntam-se para essa formação como o concreto das edificações, a pavimentação de ruas e avenidas, a inexistência de áreas verdes e a poluição atmosférica que elevam a temperatura fazendo com que o ar torne-se mais quente e seco. Nos grandes centros urbanos predomina o concreto em detrimento a área verde. Mas não somente acontece nos grandes centros, pois as cidades menores também seguem os padrões das maiores com efeitos similares.
As cidades dos sertões nordestinos, antes com o calor amenizado pelo entorno da caatinga, hoje sofre com o desmatamento da antiga proteção. O progresso que vai chegando segue os padrões das metrópoles, mas, raramente a jardinagem urbana é lembrada permitindo as “ilhas de calor” em maiores ou menores proporções. Inúmeras dessas cidades incentivam a arborização, sem orientações técnicas alguma. Em várias delas as árvores são até inadequadas causando transtorno à população.  Outras são abandonadas à própria sorte como se a obrigação das autoridades não passasse de um discurso raro, chocho e cadavérico. O agrônomo, o urbanista, o geógrafo, o geólogo, tornam-se figuras raras no planejamento urbano e, os garis – os mesmos que recolhem o lixo – passam para os importantes ofícios dos especializados.
Além da arborização planejada de ruas e avenidas, ainda temos direito as áreas verdes do entorno da cidade, das praças e dos parques gigantes que são atualmente os amenizadores das tensões diárias da população. E se os climas do mundo estão sofrendo modificações negativas, deveremos cuidar da nossa própria casa que é o lugar onde a gente mora. Ainda como dizia um grande filósofo: “Se todo mundo varresse a porta de casa, o mundo inteiro seria limpo”.
Pois é assim que se formam as “ilhas de calor”, bem como é assim também que deveremos agir para uma melhor qualidade de vida. Sertão: cobre do seu dirigente local.


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domingo, 4 de fevereiro de 2018

QUEM FOI O PRIMEIRO ESCRITOR SANTANENSE


QUEM FOI O PRIMEIRO ESCRITOR SANTANENSE
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoas
Crônica 1.838

OSCAR SILVA. FOTO: (FRUTA DE PALMA).
Como Santana do Ipanema, não possui rastreamento, nem arquivo e nem coisa alguma sobre seus escritores em território brasileiro, fica difícil afirmar o título deste trabalho. É que alguns santanenses tornaram-se escritores após deixarem a terra.  Sobre eles, essa geração nunca ouviu falar. Mas estou me referindo a escritores verdadeiros e não a certas coisas que surgem como fantasia de Carnaval. Apenas dentro da minha área de pesquisa (o que é muito pequena) tenho como primeiro trabalho publicado, uma conferência, “Asas para o pensamento”, em 1945, em Maceió, pelo escritor da minha rua, Oscar Silva. Tenho ainda como segundo trabalho publicado por um santanense, “O Cavaleiro da Esperança”, obra em cordel, em 1946, ainda do escritor Oscar Silva. (essa obra foi apreendida pela polícia do, então governador, Silvestre Péricles).
Como terceira obra publicada por um santanense, temos o “Caderno de Geografia do Brasil”, em 1951, pelo escritor maiúsculo Tadeu Rocha. Apontando como quarta obra publicada por autor da terra, temos “Fruta de Palma”, novamente de Oscar Silva, editado em 1953, em Maceió, pela Editora Caetés. O quarto, o quinto e o sexto lugares, são ainda ocupados por Tadeu Rocha com: “A Geografia moderna em Pernambuco”, em 1954, “Roteiros do Recife”, em 1959, e “Delmiro Gouveia, o pioneiro de Paulo Afonso”, em 1963.
Como já dissemos, alguns santanenses que escreveram livros, nunca mais voltaram a terra e, para nós, seus livros e eles se tornaram ilustres desconhecidos. Quanto à resposta em saber seus motivos, só eles sabem. Pessoas partem muito cedo, esquecem a terra em que nasceu. Outras saem revoltadas com alguma coisa e nunca mais dão notícias. Nada disso, porém, foi o caso de Tadeu e de Oscar, em cujas obras Santana do Ipanema está sempre em evidência e trazem inúmeras revelações que fazem parte da nossa história ignorada por autoridades municipais e escolas.
Portanto, a classificação acima das seis primeiras obras publicadas por santanenses, pode não está correta, mas, diante das considerações que estes homens tiveram com Santana, dificilmente esta lista deixará de ser vitoriosa.


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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

SERTÃO E A VITÓRIA TRÊS EM UM


SERTÃO E A VITÓRIA TRÊS EM UM
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.837

CENTRO DE SANTANA DO IPANEMA.  FOTO: (CLERISVALDO B. CHAGAS).
Abrimos o mês de fevereiro dentro do anúncio não oficial da implantação de uma faculdade particular no Sertão alagoano. Para a cidade polo, Santana do Ipanema, segundo os comentários, a referida faculdade estará funcionando por aqui ainda este ano com os cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Direito. Mesmo sendo uma faculdade particular, as alvíssaras são motivos de regozijo e mais uma merecida mega festa para o Sertão inteiro. Isto faz lembrar os filhos de Santana tentando formatura em cidades como Belo Jardim, Arco Verde (Pernambuco) Pão de Açúcar, Palmeira dos índios e Arapiraca, lugares mais procurados nos últimos tempos. A quem interessar os cursos, economizará nas viagens, alimentação e hotel, além de mais preservar a vida pelas estradas aventureiras.
Ganhará Santana do Ipanema definitiva consolidação como polo universitário do interior nordestino. Nova onda de estudantes de outras cidades buscarão serviços, notadamente em hotéis, pousadas, casas de lanches, postos de gasolina, gráficas, livrarias, papelarias, barzinhos, transportes e o Comércio em geral com suas compartimentações. Certo que ainda estamos esperando a cereja do bolo que continua sendo a Medicina. Mas pode chamá-la que ela virá. Hoje em dia só não estuda quem não quer. Os convites ao tapete vermelho do Saber estão chegando por todas as ruas, becos e avenidas da facilidade. E nada mais valioso na vida de que o alto conhecimento que liberta.
É bom lembrar que a Festa do Feijão, acabou porque a fama cresceu mais do que a estrutura. Chegou gente por aqui de todos os recantos brasileiros, mas deu no que deu. Santana do Ipanema há muito vem atuando com três bancos federais: Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste, despejando dinheiro e alavancando o desenvolvimento sertanejo. Com UNEAL, IFAL, UFAL e outros cursos particulares, a tendência é virar a Índia no trânsito por falta de alternativas para a mobilidade. Tudo que foi feito até hoje pelo trânsito foi a ponte sobre o rio Ipanema e o Aterro na BR-316. Precisamos redesenhar o espaço físico da cidade, indenizando casas, terrenos... Criando novas vias com uma engenharia eficiente e um planejamento de alto nível.
Chega de administrações pífias e covardes que escravizam o povo e não passam de pedra de calçamento e recolhimento de lixo.


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