domingo, 30 de setembro de 2018

FREI DAMIÃO NA BOEMIA


FREI DAMIÃO NA BOEMIA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.899

PRAÇA FREI DAMIÃO. (FOTO DE ARQUIVO B. CHAGAS).
Há muito, fora da vida boêmia, fomos a um tour durante a noite, em Santana do Ipanema. Apreciamos o movimento popular ímpar na Praça Frei Damião. Construída no Bairro Camoxinga, congrega três Ruas, a saber: Delmiro Gouveia, Maria Gaia e Manoel Medeiros. No entorno está uma Central de Velórios, um açougue e um mercadinho. A Praça Frei Damião, com ponto de moto taxistas, possui duas faces: a diurna e a noturna. A primeira é movimentada e quieta. A segunda, agitada, uma espécie de point da galera. Estamos na sexta-feira. Muitas moças chegando de moto e frequentando o mercadinho. Na Praça, ao lado, cerveja à vontade guiada pela churrascada, cujo aroma se empurra pelas narinas. A Praça inteira vira um bar ao ar livre.
Nada impede a brincadeira da juventude, cuja maioria chega de motos que estacionam ali mesmo no meio-fio. Não estava havendo velório, mas se estivesse seria a mesma coisa: a festa e a tristeza como vizinhas. Marcação dura dos contrastes sociais.  Por outro lado, quem chega para suas devoções com o santo nordestino, melhor aguardar a visita para a face diurna. Frei Damião está ali com suas fitas multicoloridas, no farrear que se prolonga noite adentro. Enquanto isso, os tradicionais bares das imediações, estão vazios. O asfalto que todos aguardam para as três ruas citadas, inclusive, o Largo Frei Damião, deverá consolidar o Point.
Interessante observar esses movimentos urbanos de lazer. Eles surgem espontaneamente onde se oferece algo novo e libertário. A divulgação é feita boca a boca e o chamariz deve ser comprovado. No caso da Praça, cerveja gelada, espetinhos e naturalmente o preço cobrado que, pelo visto, estava  agradando bastante na sexta. Em Santana do Ipanema é assim, a vida noturna intensifica-se na sexta e no sábado, dia da feira. No domingo tudo se esvazia como quem descansa para o batente da segunda.
O rio Ipanema fica perto 80 da praça, uns 80 metros, mas oculto pelo casario, com um beco esquisito de acesso.
Fazer o quê? Deixe o povo brincar.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

CAMINHADAS PERIGOSAS



CAMINHADAS PERIGOSAS
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.988
BARRAGEM - MARACANÃ. (FOTO: ARQUIVO B. CHAGAS

Muitas construções feitas deixam para depois, consertos que se perpetuam. Encerrando a semana com Santana do Ipanema, mais uma vez, deixamos a onda das eleições passar. Voltamos a parabenizar a Prefeitura e outros órgãos responsáveis pelo embelezamento e mais segurança do trecho da BR-316, Caixa Econômica – Maracanã, a que chamo de Via-Expressa. A sinalização da pista com “olho de gato” deixou o trecho parecendo uma cidade particular de tão iluminado. Agora a novidade foi à continuação do benefício Maracanã – Barragem com um visual maravilhoso, principalmente à noite. O canteiro central do posteamento, foi alteado, recebeu grama e irrigação por gotejamento. Os postes foram pintados e talvez a pintura se estenda até o novo canteiro.
A entrada de Santana do Ipanema, agora, de quem vem do oeste, Alto Sertão, impressiona com o que foi transformado, dignificando a Rainha. Entretanto, o perigo contra os pedestres continua porque a população caminha pela pista intensamente movimentada. Defeito do início. De um lado, as calçadas irregulares não permitem o movimento. Do outro, a vala que separa a pista do casario, muito pior. Agora a população resolveu fazer caminhadas no trecho Maracanã – Barragem. Pela manhã e a noitinha acontece na mesma pista uma mistura de veículos leves e pesados, carroças, motos e gente onde o lusco-fusco é poderoso inimigo dos condutores.
Somente um trabalho de engenharia pode corrigir esse erro antigo que não pensou no ser humano e privilegiou o veículo. Por outro lado, a cidade ainda não dispõe de um parque de caminhada. Não seria o momento de até mesmo um empreendimento particular? A beleza atual da pista poderá se transformar em tragédia, ceifando muitas vidas.  
Voltaremos a outros temas regionais e mundiais nos próximos trabalhos. Vamos aproveitando esse final de setembro como um mês muito proveitoso para Santana do Ipanema.
CONTRA O COISO.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

MAIS UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE SANTANA


MAIS UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.987

CENTRO DE SANTANA. (FOTO: B. CHAGAS).
Já falei outras vezes do primeiro comércio de Santana, da formação do segundo comércio, do terceiro, do embrião do quarto e agora do quinto comércio, assim como nos bairros da capital. O primeiro é o tradicional do Centro que se expandiu até a região da UNEAL. O segundo comércio é o da Rua Pedro Brandão com ápice no Largo do Maracanã. Este se formou independente do primeiro e por falta de espaço. Teve como núcleo o Largo do Maracanã e cresceu pela Pedro Brandão nos dois sentidos. O terceiro comércio teve início na entrada do Bairro Domingos Acácio, após a construção da ponte sobre o rio Ipanema. O embrião do quarto comércio iniciou com a construção do Hospital da Cajarana e do Campus Ufal. Como este vem descendo pela Rua Abdias Teodósio, a tendência daqui a cinco anos ou menos é a interligação com o terceiro, formando um só.
O segundo comércio iniciou a subida pela Rua Santa Sofia. Acontece, porém, que um quinto comércio independente está se formando desde a esquina da Escola Santa Sofia. Desce pela Avenida da COHAB Nova e vai fazer um “L” para a esquerda no final. Mais parece o Jacintinho de Maceió. A tendência é em pouco tempo a interligação entre o quinto e o segundo comércio, este já interligado ao primeiro pela Ponte Cônego Bulhões.
Resumindo: estamos falando didaticamente dos vários comércios que em breve será um só e quem não estudou o tema, não saberá mais como tudo começou.  Santana do Ipanema terá uma área comercial interligada do Centro região da UNEAL (já consolidada); do Centro ao Hospital da Cajarana (acontecendo); do Centro ao final da CONHB Nova. Serão, aproximadamente, 8 km de área comercial contínua.
Quem não presta atenção no desenvolvimento urbano, geralmente não tem interesse no tema. Uma das várias causas dessa expansão comercial, sem dúvida alguma, foram os loteamentos do entorno, que antes era uma camisa de força contra o progresso. Solto o cabresto, a cidade procura o seu destino de Capital do Sertão.
A cidade ainda não dispõe de coletivos, o que faz sacrificar os comerciários que moram mais distantes do núcleo. Tudo ainda é na base do moto táxi ou do táxi.

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terça-feira, 25 de setembro de 2018

MARTA E DOIS RIACHOS


MARTA E DOIS RIACHOS
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.986
IGREJINHA DE PADRE CÍCERO. (FOTO: CURRIÃO).

Mais uma vez Alagoas, particularmente o Sertão, vibra com notícia social. Com destaque novamente para a pequena cidade de Dois Riachos, volta à bola a se encher no importante afluente do rio Ipanema. Marta, a jogadora de futebol, ganha o título de melhor do mundo pela sexta vez. Isto sacode o ego do povo riachense que enfrenta dia a dia as adversidades climáticas. Dois Riachos, município cortado pela BR-316, é produtora de feijão e milho e aposta seguramente na pecuária. É região de vaquejadas e sua feira de gado, semanal, está na cabeça das melhores do Nordeste. O município ainda tem como atrações, o grande açude do povoado Pai Mané e as festas de romarias à Pedra do Padre Cícero.
Entre as cidades de Cacimbinhas e Santana do Ipanema, é satélite da segunda, com um bom intercâmbio no comércio e educacional. Fundada à beira da rodagem que se formava à época, Dois Riachos ainda é uma cidade nova. Hoje a estrada corta o município com o nome de BR-316 que no estado vai de Maceió a Inajá, Pernambuco. O movimento diário, tanto para o alto sertão quanto para a capital, privilegia o lugar que se vai modernizando com acesso fácil. Isso também é bom para as multidões de romeiros que chegam anualmente à festa da Pedra do Padre Cícero que se tornou um dos maiores movimentos religiosos das Alagoas.
Na entrada de Dois Riachos, existe uma faixa em homenagem a maior jogadora do mundo, pela sexta vez: “Terra da jogadora Marta”. Com a mais nova conquista é bem possível que a faixa permanente seja alterada para caber às seis estrelas.
Mais um título navega pelas águas dos Dois Riachos, por cima das areias grossas que se encontram com o rio Ipanema, para a entrega do troféu.
Alagoas virou celeiro da Seleção Feminina de Futebol.
A sombra de Marta tornou-se maior, milhões de vezes, das quixabeiras frondosas da sua terra.
Salve!

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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

AS BIBLIOTECAS





AS BIBLIOTECAS
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.985
INTERIOR DA BIBLIOTECA DE SANTANA. (FOTO: B. CHAGAS).

Li a reportagem sobre a Biblioteca Graciliano Ramos, do Centro de Maceió. Fiquei surpreso apenas sobre o empréstimo de livros que veio a ser implementado há pouco tempo. Posso dizer que algumas vezes utilizei aquela casa de cultura como fonte de pesquisas, notadamente nos tempos de Ensino Médio no Colégio Guido de Fontgalland e no Moreira e Silva, no CEPA. Admirava bastante o silêncio no comportamento das pessoas e a gentileza da bibliotecária. Nem parecia, pela quietude, que estávamos em pleno Centro Comercial de Maceió. Foi ali no Comércio que houve o grande movimento literário do Nordeste, com ilustres escritores alagoanos e de fora do estado.
Mas em Santana do Ipanema, quando a nossa biblioteca funcionava também no Comércio, já se emprestavam livros. O seu ambiente nunca deveu nada a nenhuma outra biblioteca do País. A arrumação, a limpeza, a catalogação, o silêncio, as orientações e a delicadeza da bibliotecária Nilza Marques, estimulavam os jovens à leitura. Cada frequentador tinha o direito de levar um livro emprestado durante quinze dias e trocá-lo tantas vezes fosse necessário. Bastava assinar uma ficha. Havia livros de autores famosos do mundo inteiro, franceses, americanos, russos e alemães, como exemplos. Foi ali que me tornei máquina de leitura. A gentileza, educação e paciência da bibliotecária foram importantes nessa fase. Estamos falando, aproximadamente dos anos 1960.
A Biblioteca Pública de Santana do Ipanema foi fundada no dia 4.10.  1948 (para o mês aniversaria com 70 anos) pelo, então, prefeito eleito Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão. Funcionou primeiro na prefeitura, em três lugares do Centro Comercial e no primeiro andar da CARSIL. Atualmente se encontra na Casa da Cultura, climatizada e com tratamento vip. Não me informei se ainda continua emprestando livros. Diante de ferramenta tão importante para a formação cultural, opino que deveria haver pelo menos uma unidade pública em cada bairro de todas as cidades do Brasil. Atualmente as bibliotecas prestam inúmeros serviços no seu campo, trazendo a modernidade.
Sucesso para os que estão iniciando agora suas pesquisas e vida literária!
“Quem ler sabe mais”.


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