terça-feira, 30 de julho de 2019

BEBEDOURO/MANIÇOBA


BEBEDOURO/MANIÇOBA
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de Julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.154

ENTREVISTA Á TV GAZETA NO RIO IPANEMA. (FOTO/ARQUIVO B. CHAGAS).
     Citado o lugar com transferência de propriedade, Maniçoba já era habitada antes da chegada dos fundadores de Santana do Ipanema. Mas ainda hoje luta tentando melhorar alguma coisa para sair do marasmo secular em que vive. Antes situada em estrada Santana/Palmeira, hoje contramão de tudo. As duas metades estão representadas ao longo do rio Ipanema a cerca de 2 km do Centro da cidade. Fora a estrada normal em que se liga ao Bairro São Pedro, um antigo caminho que vai sair na UNEAL, BR-316, foi alargado, permitindo um novo cenário por ali. Mas aquela área  precisa de pavimentação asfáltica do Bairro São Pedro a UNEAL, passando nas imediações de Maniçoba/Bebedouro. Há quanto tempo este subúrbio aguarda melhorias!
     Uma via asfáltica São Pedro – UNEAL desafogaria o trânsito caótico do Centro e permitiria o surgimento de conjuntos habitacionais na área, beneficiando o antigo subúrbio. Poderiam surgir mercadinhos, farmácias, açougues, padarias e outros serviços que por certo dariam força para o progresso amarrado.  Algumas pessoas em melhores condições econômicas fizeram casas boas e xácaras na tranquilidade do lugar, mas a pobreza continua segurando o andamento. Semelhante ao Bebedouro de Maceió, já foi palco de grandes festas religiosas e centro de artesanato como abanos, chapéu de palha, bonecas de pano, peças de madeira para promessas e chapéu de couro de bode. Bons tempos os de João Lourenço e Zé Rosa.
     Maniçoba/Bebedouro funcionava com suas fabriquetas de sola, através dos seus antigos curtumes. Dava emprego a uma porção de gente e abastecia o mercado calçadista de Santana e região. Os curtumes foram extintos ou migraram para Senador Rui Palmeira e as fabriquetas de calçados não mais existem. O caminho alargado pela parte norte, vai desaguar na escola modelo municipal o que marca um ponto positivo para a criançada. Fica por trás da UNEAL, em cuja frente formou-se um arrojado comércio e prestação de serviços. Isto quer dizer que enquanto o progresso não chega o subúrbio vai aos poucos se beneficiando da vizinhança.
Tudo pertinho do rio Ipanema.

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segunda-feira, 29 de julho de 2019

O JEITO É RECORDAR


O JEITO É RECORDAR
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.153

NEUBENS MARIANO. (FOTO: B. CHAGAS).
Ninguém pode viver só do presente porque o passado não é esquecido. Memória é computador e de vez em quando vai ao fundo do baú rever os seus arquivos. Pois estava pensando no lá longe, quando recebo a prazerosa visita do velho amigo Neubens Mariano de Oliveira, cabra bom das bandas do povoado Pedra d’Agua dos Alexandre e radicado em Rio Branco, Acre e depois em Maceió. Servidor público federal, analista judiciário, ex-professor por mais de 35 anos, Mariano voou alto, ao deixar a Pedra d’Água. Fã do nosso intelecto veio visitar o amigo e adquirir o nosso último livro publicado, o “230”, para sair lendo no avião daqui a Paris, segundo ele. Botando a conversa em dia nem deu para falarmos dos tempos de Admissão ao Ginásio.
     Na calçada alta da ponte Cônego Bulhões, lutávamos montados nos livros para chegarmos no hoje. Lembramo-nos do Neubens, do Serra Negra, do Arquimedes, Vera e o irmão Demóstenes Bulhões, Edson Caveirão, do Zé Vieira e do Galego Bigula; tipos diferentes convivendo na Escolinha de Dona Helena Oliveira, esposa do funcionário público e músico, Celestino Chagas. Não havia ainda a ponte sobre o rio Ipanema. Da calçada alta dava para avistar parcialmente o Poço do Juá e seus bravios canoeiros. Defronte à escola, do outro lado da rua, ficava a padaria do agradável senhor Álvaro Granja e... Um pão quentinho era sempre bem vindo às escapadas da escola. Ao lado esquerdo, a casa do senhor Luís Lira e acima o tradicional Foto Santo Antônio.
Tempo difícil para estudo. Após a quarta série, só prosseguia com a quinta, se conseguisse passar no Admissão ao Ginásio, única opção. Após umas pauladas nas tentativas, chegamos lá, mas muitos colegas abandonaram os estudos pelos mais diferentes motivos. Neubens desapareceu e foi bater no Acre onde a vida abriu os seus caminhos. Hoje vive na Jatiúca, bairro nobre de Maceió, onde sempre está em contato com antigos colegas santanenses.
Por onde andarão os da escolinha?
Ninguém vive do passado, mas recordar é viver, rindo ou chorando não se rompe o liame.





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FESTA DO CARRO DE BOI


FESTA DO CARRO DE BOI
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.152

(CARTAZ/DIVULGAÇÃO).
Uma festa atrás de outra, amigos do Brasil. Em Santana do Ipanema foi encerrada a Festa da Juventude e logo em seguida veio a Festa da Padroeira Senhora Santana. Agora, seguidamente chegou o dia, da Festa do Carro de Boi no município de Inhapi, Alto Sertão Alagoano. Trata-se da 11a edição do evento cujo encontro dos carreiros é o maior do mundo. Tudo é respaldado por lei criada no município que instituiu o Dia do Carreiro no calendário municipal para ser comemorado no dia 31 de julho. Lei de dezembro de 2016. Programada para acontecer no sábado, 27, várias atrações estavam sendo aguardadas pelo homem rural que ama preservar as tradições. Chegada dos carros de boi, violeiros, toadas, xaxado e desfile pela cidade constavam da programação.
“A tradicional festa do Carro de Boi é realizada na cidade de Inhapi, há dez anos, com encontro de carreiros e grandes shows artísticos em praça pública. A festa tem o encontro aberto de carreiros do Brasil, vindos de diversas cidades da região, com seus carros de boi, carroças de burro e carrinhos de carneiro, dessa forma, resgatando todos os anos a cultura do município e região. O evento é realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais em parceria com a prefeitura”.
Saindo de Maceió pela BR-316, é fácil chegar ao Inhapi entre Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia. Quem gosta de curtir o regionalismo pode se dirigir àquela cidade que estará de braços abertos a acolher os visitantes. Muitos ficam acampados assim como os carreiros que se divertem a valer nesse encontro onde fala mais alto o espírito sertanejo.
Assim o velho carro de boi que tanto deu ao Brasil colonial, permanece vivo com a figura reconhecida do seu condutor. Muitas histórias, casos contados, culinária bruta e bastante música faz de Inhapi o centro de Alagoas nesses dias marcados por divertimentos.

No sertão do Inhapi
Tem encontro verdadeiro
Carreiro beijando moça
Moça beijando carreiro
Pode ser que sobre beijos
Pra quem vem por derradeiro.









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sexta-feira, 26 de julho de 2019

MANDACARU


MANDACARU
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.151.

IMAGEM DIVULGAÇÃO
“O mandacaru (Cereus jamacaru), também conhecido como cardeiro, jamacaru e babão, planta da família das cactáceae, gênero cactos. Arbustiva, xerófita, nativa do Brasil, disseminada no semiárido do Nordeste. Mandacaru vem do tupi mãdaka’ru ou iamanaka’ru, que significa “espinhos agrupados danosos”. Suas raízes são responsáveis pela captação da água no lençol freático”.
“O caule ou tronco colunar serve de eixo de sustentação e sua parte central, o miolo, contém vasos condutores da água e outras substâncias vitais à planta. Lateralmente ao caule, saem peças articuladas facetadas cuja morfologia lembra um grande castiçal com várias ramificações. A parte externa seja do tronco ou das brotações laterais, é protegida por uma grossa cutícula que impede a excessiva perda de água por transpiração. As flores desta espécie de cacto são brancas, muito bonitas e medem aproximadamente doze cm de comprimento. Desabrocham à noite e murcham ao nascer do sol. Alimentam as abelhas, especialmente a arapuã. Seus frutos têm uma cor violeta forte, um formato elipsoide, alcança quinze centímetros de comprimento e doze centímetros de diâmetro, em média. A polpa é branca com sementes pretas minúsculas, que servem de alimento para diversas aves típicas da caatinga”. (Wikipédia)
Símbolo do Nordeste, o mandacaru está por todos os lugares, em fotografias, pinturas, propagandas, casas comerciais, marcas de produtos e em grande parte da literatura sertaneja. Além de alimentar o gado, ainda faz parte da medicina do campo como o mandacaru de sete quinas, indicado para problemas de próstata. Seu porte e beleza chamam atenção e serve de cenário para fotos, vídeos e filmes da região.
O sertão nordestino continua produzindo o belo.

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quarta-feira, 24 de julho de 2019

NÓS NA FESTA


NÓS NA FESTA
  Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.150
SENHORA SANTANA (FOTO: DIVULGAÇÃO).
 O “Major” batia o sino, o povo comparecia e o padre Cirilo rezava a novena. A multidão se aglomerava na Praça Cel. Manoel Rodrigues da Rocha e toda a frente da Matriz de Senhora Santana. Alargava-se a multidão pela Praça Enéas Araújo, por um lado e, por outro, pelo Largo da Feira, pela frente do Mercado de Carne, pela Rua José Américo e descambava pela Rua Tertuliano Nepomuceno. Na frente da Matriz muitas mesas de jogo, bazares, parque de diversões com roda gigante, pescaria de prêmios e uma cabina musical que rolava os últimos sucessos. Waldique Soriano, Miltinho, Silvinho, Agnaldo Timóteo, Moacir Franco, Altemar Dutra e outras feras. O locutor colhendo dinheiro e passando música comprada para os namorados e pretendentes.
Não se dizia os nomes das criaturas era: “ofereço essa música ao rapaz da camisa verde que está na frente da loja B; assina, você já sabe”. Do Largo da Feira para à Rua Tertuliano, toldas e mais toldas, candeeiros acesos e pratos de galinha à noite toda. Forrós estendiam-se do Mercado à rua suspeita Tertuliano, onde se iniciaram os cabarés da cidade. Quebradas nos becos do Mercado e de São Sebastião, faziam parte do submundo da festa. Mas nada disso iniciava antes da celebração da Santa Missa. Leilão defronte ao Salão Paroquial, carro de fogo na praça, foguetes no Beco São Sebastião, “onda”, “curre” (carrossel) e balões no sobrado do meio da rua. Os fazendeiros costumavam oferecer garrotes ao padre Luís Cirilo, para os animados leilões de todas as noites.
Atualmente, sem Major – o sineiro – sem padre Cirilo, sem onda, curre e balão, a parte profana foi transferida para o Espaço Cônego Bulhões, já aprovado em espetáculo com mais de 20 mil pessoas; um sucesso enorme no Centro de Santana do Ipanema. Muita coisa pode ter mudado, mas a fé inquebrantável na Santa Padroeira continua a mesma. Inclusive, vem gente até de outros estados distantes para pagar promessa na procissão.
Santana exulta!
Santana vibra!
O Sertão enverdece e resplandece diante do fluxo luminoso vindo da AVÓ DE CRISTO.





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