terça-feira, 31 de março de 2020

O RIACHO CAMOXINGA TEM JEITO? (I)


O RIACHO CAMOXINGA TEM JEITO? (I)
            Clerisvaldo B. Chagas, 1 de abril de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.285

Riacho chegando ao rio Ipanema por cima da ponte do Padre
Quando um rio, por qualquer motivo tem sua foz entulhada, forma uma lagoa ou um lago. Em Alagoas, como exemplo, temos as lagunas Mundaú e Manguaba. Elas foram formadas pelo entulhamento da foz do rio Mundaú e Paraíba do Meio.
Vejamos o riacho Camoxinga na seguinte ordem: riacho Natureza; entulhamentos; construções; Invasões da água, solução.
1.   Natureza. Imaginem o riacho Camoxinga escorrendo nos dois ou três últimos quilômetros antes de despejar no Ipanema. Tudo é Natureza. Nada do homem.
2.   Entulhamento I. O riacho faz o seu primeiro entulhamento que hoje corresponde a região do Colégio Estadual, a cerca de 1 km e meio do Ipanema). Não tem por onde passar. Força, então, uma passagem ao lado do entulhamento e consegue. Esse novo caminho corresponde hoje aos fundos das casas da Rua Prof. Ernande Brandão e os fundos do casario da Rua do Estadual, até a atual Ponte do Estadual.
3.   Entulhamento II. O riacho continua serpenteando de caminho novo e faz o seu segundo entulhamento a cerca de 200 metros antes de chegar ao rio Ipanema. Nesse caso, não procurou desvio como no anterior. Ao invés disso, escavou parte do entulho formando uma ravina ou cânion de aproximadamente, 8 metros de profundidade e conseguiu chegar ao rio Ipanema.
4.   Construções. O homem começa a fazer construções nos entulhos que pertencem ao riacho. A) É formado o casario da chamada “Calçada Alta da Ponte” no segundo entulho. Como defesa os alicerces são altíssimos para evitar as cheias do riacho Camoxinga pelos fundos. (Atualmente foi rebaixado os alicerces de algumas casas da “Calçada Alta da Ponte”. Em crônica, em alertei do perigo). B) Recentemente erguem-se prédios por toda área do segundo entulho, por trás da calçada alta, chamada Ponte do Urubu. C) Construções em cima do primeiro entulho: Estadual, Laura Chagas, Ginásio de Esporte, campo, muros e, em parte do entulho, duas ruas por trás do Colégio. D). É formada a Rua Ernande Brandão e a Rua do Estadual. D). É criado o Bairro Artur Morais, não no entulho propriamente dito, mas na parte baixa que chega ao riacho.
Tudo pertence ao riacho Camoxinga nas cheias máximas como válvula de escape e que futuramente irá cobrar o seu espaço. Já cobrou por duas vezes. Na gestão Marcos Davi e na atual.
·        Continuaremos amanhã com a parte II, “O riacho Camoxinga tem jeito?”. Invasões da água e solução para defender os habitantes.
















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segunda-feira, 30 de março de 2020

RIO IPANEMA, O QUE DE FATO ACONTECEU


RIO IPANEMA, O QUE DE FATO ACONTECEU
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.284
BARRAGEM, PARTE DE CIMA. (FOTO: B. CHAGAS).

Quero esclarecer DIDATICAMENTE e como geógrafo, o que aconteceu com o rio Ipanema em nossa cidade. O riacho fica para depois. Vamos falar sobre cheia, pontes, ruas e pessoas, pela ordem, para os santanenses aterrorizados que estão ausentes.
1.   A cheia do rio Ipanema foi provocada pela intensidade das chuvas em Pernambuco. Algumas barragens menores não resistiram. A maior, da Ingazeira, na cidade de Venturosa, teve que abrir comportas.
2.   Apesar de tudo, essa não foi a maior cheia do rio Ipanema, nem também foi a que mais deu prejuízo.
3.   Temos três pontes em evidência: da Barragem, do Padre e do Comércio. a) A ponte da Barragem (assoreada) leva ao alto sertão. Construída em 1951. Nada aconteceu ali, além do espetáculo da queda das águas nas suas sete bocas. Foi interditada por algumas horas como medida de segurança. B) A Ponte do Padre liga o Bairro Camoxinga ao Comércio. Foi inaugurada em 1948. Está situada sobre a foz do riacho Camoxinga. O espetáculo ali foram as águas do riacho que ficaram represadas pelas águas do rio Ipanema. Nada houve com a ponte. Foi interditada por algum tempo por medida de segurança. c) A ponte do Comércio que dá acesso aos Bairro Domingos Acácio e Floresta (1969) teve o seu vão lavado por cima por causa de construções em baixo obstruindo as águas (Pode uma coisa dessa?). Também foi interditada até baixarem as águas.
4.   Ruas. Nem uma só rua de Santana fora dos limites de cheias normais e cheias máximas, sofreu qualquer tipo de danos. Todas as que estavam dentro do leito do Ipanema de cheias normais e cheias máximas, sofreram as consequências. Pela ordem: casas dentro da área da barragem, parte de baixo;
Muros e construções avançadas no leito; becos cujas últimas casas estavam no leito do rio de ambas as margens: ruazinha por trás da Rua Delmiro Gouveia, dentro do leito; Rua da Praia construída dentro do leito, limite máximo do rio.
5.   Prejuízos somente material.
6.   Quais foram as autoridades que deram o “Alvará de Habite-se” ou fizeram vistas grossas ou mesmo incentivaram os mais pobres a morar dentro do rio Ipanema? Na ausência do dono do leito chegaram os invasores. O dono do leito voltou e  procura avidamente o que é seu.
7.   Infeliz povo enganado.




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domingo, 29 de março de 2020

AOS HERÓIS E HEROÍNAS DE SANTANA DO IPANEMA


AOS HERÓIS E HEROÍNAS
DE SANTANA DO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.283
P. DE SAÚDE SÃO JOSÉ EM TARDE CHUVOSA. ( FOTO: B. CHAGAS).

Muito ainda teremos que agradecer, contudo, gratidão não se confunde no início, meio ou final do benefício. Particularmente estou agradecendo aos profissionais de vários segmentos que estão em seus postos de trabalho lutando em favor da saúde do povo santanense. Numa ocasião dificílima como essa em que a humanidade estar passando, é quando surgem figuras valorosas e iluminadas que saem da vida real e se agigantam à vista do mundo. Rasgam-se as roupas e as origens das estrelas futuristas de telinhas e telões com a presença em carne e osso dos combatentes humanos contra o inimigo número um: o vírus corona assassino.
Em Santana do Ipanema, profissionais da Saúde, Polícia, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Prefeitura, Justiça... Estão cumprindo o papel de defensores da população. Ainda que fosse elaborada uma lista individual dos lutadores pela própria linha de frente, muitos por esquecimento ainda ficariam fora do rol; quanto mais se fosse elaborada por mim que estou em quarentena obedecendo as regras básicas da Saúde! São essas grandiosas pessoas que estão  arriscando suas vidas por nós no batente dessa guerra insana. Agradecer, aplaudir, rezar também por elas para a fortificação espiritual do combate.
Com o surgimento da cheia incomum do riacho Camoxinga, muitos anônimos vieram em socorro dos desabrigados em diversas ocasiões. Louve-se a solidariedade em vários sentidos que continua em evidência dentro e fora dos pontos de apoio. Assim todos estão no mesmo patamar em busca da felicidade de uma população de 50.000 habitantes. Sob as orações de milhares de santanenses, trabalham incansavelmente esses heróis e heroínas da Saúde e dos diversos setores sociais, iluminados pelas bênçãos divinas.
Deixem descer as nuvens...
Deixem correr os rios...
Deixem fluir a vida...

O VÍRUS, NÃO!
*Amanhã: “O riacho Camoxinga tem jeito?”


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quinta-feira, 26 de março de 2020

IPANEMA/CAMOXINGA



IPANEMA/CAMOXINGA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.282
IPANEMA, SERENO. (FOTO: JEANE CHAGAS).

Aproveitamos a foto artística, serena e histórica de Jeane Chagas, num belíssimo flagrante do Ipanema cheio. Fotografia tão diferente de dezenas de fotos e vídeos sobre o impacto das águas do riacho Camoxinga. Muitos desses vídeos foram editados, sem explicações nenhuma, movidos apenas pelo sensacionalismo, fazendo com que os santanenses que estão fora, entrassem em pânico pensando eles que Santana estava submersa pelas águas do rio Ipanema.
O rio Ipanema tem largura suficiente para absorver qualquer grande cheia como já aconteceram desde o século XIX. Fora o turbilhão que sempre se forma nas sete bocas da barragem assoreada, o rio corre ligeiro, mas sereno no seu leito. Corre apenas no que é seu e sempre foi assim. Não estamos falando de terrenos dentro do leito e no limiar do Panema, cedidos criminosamente a ricos ambiciosos ou a pobres sem condições. Residências, garagens, oficinas, são vistas debaixo de pontes de Santana. Quando se anuncia uma tragédia, os ausentes santanenses têm a impressão que a nossa cidade foi totalmente invadida pelas águas. Responsabilidade. Responsabilidade só e tudo será normal.
Quanto ao riacho Camoxinga, afluente do rio Ipanema, já defendi tese sobre sua foz. Venho dizendo isso desde que era professor do Colégio Estadual. Toda a região onde está assentado o Colégio, o casario da rua da frente, um pouco da rua de trás e o Largo Cônego Bulhões, foram formados com a poeirinha fina do riacho Camoxinga e o remanso do rio Ipanema. Houve um entulhamento da foz. O riacho teve que procurar novas alternativa para alcançar o seu receptor Ipanema. Não deveria haver nenhuma construção nessa área que por direito da natureza, pertence ao riacho Camoxinga. Mesmo que ele passe anos a fio sem encher, o espaço é dele. Mas os imprudentes povoaram a área sem nenhum estudo geográfico. E o resultado é que a tromba d’água que de vez em quando ocorre (as nascentes ficam em região muito alta) funcionam como uma loteria para todos os habitantes da área citada.
E quando falo em imprudentes, falo das autoridades que apenas deixaram que lugares assim fossem povoados, até que chega o dia fatal.
Parabéns à Natureza que deixou vidas em paz e levou apenas os bens como advertência.





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terça-feira, 24 de março de 2020

SANTANA DO IPANEMA AS SEIS PRIMEIRAS IGREJAS


SANTANA DO IPANEMA
AS SEIS PRIMEIRAS IGREJAS
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.281
IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

Vamos à lição de hoje, extraída em parte do livro “O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema”.
Temos como a primeira igreja erguida em Santana do Ipanema, a ermida ou capela em homenagem à Santa Ana. Foi a capela que deu origem à atual cidade, fundada pelo padre Francisco José Correia de Albuquerque nas terras do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia, em 1787. Havia sido um pedido da esposa do fazendeiro, Ana Teresa, primeira devota da avó de Jesus na Ribeira do Panema. A capela é a atual Matriz de Senhora Santana, reformada em 1900 e em 1947.
Como segunda igreja, temos a capela/monumento dedicada a Nossa Senhora Assunção, erguida para marcar o início do século XX.
Vem em seguida a terceira igreja de Santana do Ipanema, a ermida do cume do morro da Goiabeira. Foi construída pelo ex-sargento de polícia, Antides Feitosa, como motivo de promessa. Homenageia Santa Terezinha e foi erguida no período 1914-1915. Já havia no cume uma cruz enorme e azul que marcava o início do século XX. Desde então o morro da Goiabeira passara a ser chamado de serrote do Cruzeiro. A ermida foi construída a três metros por trás da cruz de madeira. Ruiu, foi reerguida e ruiu novamente. Outra em estilo estranho à região tomou o seu lugar e até hoje permanece no cimo.
Como quarta igreja de Santana, apontamos a de São Sebastião, erguida no Centro Comercial, pela família Rocha, em 1915. Essa igreja originou o nome do beco com o qual faz esquina e  leva à Rua Prof. Enéas, mais abaixo, vizinha ao rio Ipanema. Já houve modificações na sua fachada.
A quinta igreja da cidade foi a dedicada a São João, no subúrbio Maniçoba e já contamos seu histórico em crônica anterior. Foi construída pelo artesão de chapéu de couro de bode e festeiro do lugar, João Lourenço e família. 1917.
Finalmente, a sexta igreja de Santana do Ipanema, teve início em 1915, tendo seus trabalhos sido interrompidos e só foi concluída em 1937, com ajuda do comerciante Tertuliano Nepomuceno. Trata-se da igreja de São Pedro (hoje reformada) na rua e bairro com o mesmo nome do santo.
Como já expomos fotos de outros templos católicos, vejamos a simplicidade da capela de São Sebastião. Gostou? Vamos rezar.





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segunda-feira, 23 de março de 2020

OUTRO DESAFIO DE CAMINHADA GEO


OUTRO DESAFIO DE CAMINHADA GEO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.280

AÇUDE DO BODE EM 2013. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).
É certo que você deve estar em casa nessa fase de vírus no Brasil e no mundo. Mas também pode planejar outra caminhada além da proposta da reserva Tocaia. Precisa energia, vontade, amar a Natureza e espírito aventureiro. Assim vamos a um roteiro geográfico e histórico que você poderá seguir com um grupo confiável.
O açude do Bode, na periferia de Santana do Ipanema, Alagoas, foi construído pelo DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), em 1950. A finalidade era ajudar a abastecer a cidade que ainda não tinha água encanada. A água chegou e o açude ficou abandonado. Sua beleza é um ponto turístico da cidade, ainda desconhecido pelo próprio santanense.
E se você aceita a empreitada, azeite as pernas e vamos iniciar o roteiro da libertação sedentária. Saia do centro da cidade na caminhada pela BR-316 até a UNEAL. Do lado esquerdo da pista entre e siga direto por cerca de 1 quilômetro. Chegando ao açude, percorra o seu paredão e fotografe à vontade. Depois de observar tudo e conferir suas anotações suba pelo riacho do Bode, que alimenta o açude com o mesmo nome. Você andará por cercados particulares dois ou três quilômetros procurando as nascentes do riacho nas proximidades da serra da Camonga, “a Baronesa”. Qualquer lugar é bom de acampamento. Terminada essa etapa. Você voltará pela estrada normal, povoado São Félix – Santana e perto da antiga fazenda Baixio penetra por um caminho desprezado à esquerda, até o açude.
Novamente no açude, você segue rumo contrário às nascentes do riacho. Busca o sangradouro e desce até à foz. Logo estará de novo na BR-316, além do Batalhão de Polícia. Atravessa a pista e vai sair no pequeno desaguadouro, após as
últimas casas da Maniçoba. É dose para elefante, amigo (a) mas se vencer o desafio poderá desfrutar de cervejas geladas em um barzinho próximo ao antigo Grupo Escolar.
Mexa-se.




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domingo, 22 de março de 2020

DOIS EDIFÍCIOS IMPONENTES


DOIS EDIFÍCIOS IMPONENTES
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.279
MUSEU E SALÃO PAROQUIAL. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

Uma volta pelo Centro Comercial de Santana do Ipanema, Alagoas, representa um passeio no anfiteatro da história. Hoje apresentamos dois prédios de destaque entre tantos outros que registram os passos importantes de Santana vila, Santana cidade, em busca do seu futuro. À esquerda da foto, o Museu de Artes Darras Noya com seu amarelão, guarda um acervo importantíssimo das relíquias preservadas do nosso município. O próprio edifício simboliza esse relicário com suas inúmeras janelas, portas e parte do piso de madeira. Lembra muito bem a elite e o fastígio da época em que foi construído. Pertenceu ao coletor federal e maestro Manoel Vieira de Queiroz, fundador da primeira banda de música da vila, em 22 de novembro de 1908, com o nome de Filarmônica Santa Cecília. Manoel foi ainda fundador do 10 teatro de Santana. Ali também morou o ilustre baiano, Dr. Arsênio Moreira, 10 médico a clinicar em Santana do Ipanema.
Ao lado do Museu Darras Noya, à direita, vê-se o Salão Paroquial da Matriz de Senhora Santana. Foi construído pelo saudoso pároco Luiz Cirilo Silva, onde antes era um terreno baldio da Igreja e parte do jardim da casa vizinha. O salão visava maior conforto de atendimento aos fiéis da burocracia da igreja: marcar data de casamento, batizado, pegar batistério e mesmo um espaço para guardar charolas e outras coisas mais. Muitas vezes foi cedido à sociedade para reuniões às mais diversas. Na frente, uma bela varanda com vistas para a parte mais ladeirosa do Comércio; abaixo da varanda o padre Cirilo construiu uma gruta em homenagem a Nossa Senhora, bastante admirada pela população e visitantes.
O museu não iniciou suas atividades nesse local. Quando fundado, funcionava no prédio multiuso da prefeitura à Avenida Nossa Senhora de Fátima, prédio que ainda hoje existe com placa de bronze na parede externa. Existe um sótão (porão) com saída para a rua que foi e ainda é usado por sapateiros, vendedores e como depósito de feirantes.
Ambos os edifícios estão na parte central do Comércio, sendo que o museu ajuda a estreitar a passagem entre o largo das feiras semanais e a outra parte que compreende a Praça Manoel Rodrigues da Rocha. Esteja mais atento ao que o cerca no seu cotidiano. Você está cercado de História.






  


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quinta-feira, 19 de março de 2020

A IGREJA DE SÃO JOÃO E A GRIPE ESPANHOLA


A IGREJA DE SÃO JOÃO E A GRIPE ESPANHOLA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.278
  
ESTERTORES DA IGREJA. (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).
A chamada gripe espanhola – que de espanhola não tinha nada – matou entre 50 a 100 milhões de pessoas no mundo, entre 1918 e 1919, época da Primeira Grande Guerra. Preocupado com o que estava acontecendo no mundo, foi erguida na Maniçoba, subúrbio de Santana do Ipanema, Alagoas, uma igreja para barrar a Influenza. A iniciativa partiu do artesão de chapéu de couro de bode e festeiro do lugar, João Lourenço. A igreja foi erguida em homenagem a São João com os pedidos veementes dos fiéis contra a doença que avassalava o mundo. Muitas procissões noturnas saíam da Maniçoba, bem iluminadas, em direção à Matriz de Senhora Santana. Era a fé viva em São João como o grande intercessor pelo povo da terra. A Maniçoba emenda com o Bebedouro formando uma rua muito comprida.
Com o tempo, outros proprietários compraram aquelas terras e um deles profanou a igreja de São João, levando mulheres para suas farras sexuais. A igreja ficou abandonada e o tempo foi aos poucos acabando com tudo. Os santos foram recolhidos para abrigos seguros enquanto as intempéries acabavam com o restante. Passei  ali em minhas pesquisas e fotografei as ruínas que hoje representam relíquias da história de Santana. Presenteei o museu particular do professor Alberto Nepomuceno Agra, com uma fotografia artística da frente da igreja quando apenas havia um braço da cruz no adro. Era a única fotografia que havia sobre a igreja. Uma relíquia. Infelizmente o museu não foi levado à frente; mas a foto está no livro “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”, com o histórico do edifício.
Até padres pensavam que a igreja era dos primórdios de Santana. De jeito nenhum. A igreja de São João foi erguida em 1917 com a finalidade acima. Muito embora o forte da gripe espanhola tenha acontecido entre 1918/1919, talvez a gripe estivesse começando em 1917, motivo da sua construção. Pode também ter sido iniciado o templo em 1917, mas logo foi dedicado à causa em defesa do planeta.
Nunca ninguém demonstrou interesse em recuperar a igreja de São João, nem religiosos, nem políticos, empresários ou estudiosos. Pelo menos ficou demonstrado como se combate o vírus com fé nas coisas divinas.
Quanto ao novo vírus matador, bem que os acomodados de hoje precisam de outra IGREJA DE SÃO JOÃO... Ou de barro e tijolo ou de sentimento no peito sem compromisso.



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quarta-feira, 18 de março de 2020

CONHECENDO A PERIFERIA


CONHECENDO A PERIFERIA
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.277
BARREIRO SECO NAS NASCENTES DO RIACHO SALGADINHO. (FOTO: B. CHAGAS).

Você que é sedentário precisa descobrir o prazer das caminhadas pela periferia da sua cidade. Sentir o cheiro da terra e dos vegetais, apreciar alguns bichos selvagens que ainda povoam as nossas matas. Um convescote sob árvore frondosa com o olor de mato verde, renova as energias e se descobre Deus na natureza. A minha terra, Santana do Ipanema, é rica em paisagens que estimulam os mais corajosos, pois muitos preferem a poltrona, o celular e a sombra. Bom andar com quem sabe das coisas que vai apontando, descrevendo e ensinando. Somos rodeados de montanhas, colinas e planuras com suas belezas exuberantes, mas que você precisa descobri-las. Enche o embornal de água, comida e meta o pé na estrada, nos caminhos, nas veredas, descobrindo coisas.
Em Santana do Ipanema, quatro reservas ecológicas estão à disposição de quem as procura. Uma delas e a mais perto do Centro é a reserva Tocaia, na periferia do antigo Bairro Floresta. Além de muitas outras coisas, ela representa as cabeceiras do pequeno e valente riacho Salgadinho, afluente pela margem direita do rio Ipanema. Na sua pequena extensão, é ele, o Salgadinho, que separa dois bairros populosos: Domingos Acácio e Floresta. Fazia muito sucesso quando não havia ponte entre ambos os bairros e nas enchentes impedia o trânsito. Despeja no Poço do Juá, no rio Ipanema, parte mais larga do trecho urbano. Mas agora, com a ponte construída pelo, então prefeito, Adeildo Nepomuceno Marques e alargada pelo gestor atual Isnaldo Bulhões, em gestões passadas, o riacho perdeu a notoriedade.
Descubra coisas simples fazendo essa caminhada até a Reserva Tocaia, no lugar Tocaias. Você pode seguir pela rua principal, parte baixa do Bairro Floresta (rua “compridona”) e voltar margeando o riacho por trás do casario, até a ponte onde ele mergulha. Terminado esse trajeto, você estará defronte a outra foz do lado oposto do Panema, a do riacho Camoxinga, muito mais poderoso e valente durante as cheias singulares.
Onde está seu espírito aventureiro? Pergunte, anote, fotografe, discuta. Viva.
No fim da semana estarei nessa região, precisamente na Igrejinha das Tocaias, mais uma vez.
Vamos!



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terça-feira, 17 de março de 2020

O VOO DO JURITI/VOLTANDO AO ASFALTO


O VOO DO JURITI/VOLTANDO AO ASFALTO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.276
JURUTI NA SUA TENDA. (FOTO: B.CHAGAS/ARQUIVO).



Fiquei triste com a partida para outra dimensão do santanense Juriti. Pessoa humilde, amigo de todos e sapateiro que servia à sociedade com talento, prego, cola e graxa. Eu o conheci há décadas vendendo quadros de uma vidraçaria da cidade. Ultimamente estava na lista dos últimos sapateiros de Santana do Ipanema. Foi na sua tenda, ao lado da Matriz de Senhora Santana, quando o vi pela última vez. Pedia para o nosso amigo colar um calçado novo que queria me dá vexame. Foi ali que o sapateiro desabafou suas vitórias, falando de estudos e formatura de filhos. Citou positivamente o desembargador José Carlos Malta, em nossa palestra, mas também de pessoas que não sabem valorizar a sua arte. No espaço deve ter sido muito bonito o voo do Juriti. Deus o acolha com todo carinho mais esse guerreiro sertanejo.

ASFALTO CHEGANDO À RUA NAIR AMARAL.
Voltando ao asfalto que vai cobrindo as vias de Santana do Ipanema, registrei as ações da Empresa na Rua Nair Amaral. Não é a minha rua, mas é a paralela, continuação da Rua Manoel Madeiros. Depois fui ver o início dos trabalhos na Avenida Castelo Branco passando pela Escola Helena Braga até o Corpo de Bombeiros. Pela sua largura, o asfalto ficou tão bonito parecendo o melhor trabalho entre  todos. Assim o Bairro São José, foi prestigiado em mais de três ruas, inclusive a da igreja que abriga o santo padroeiro.
Assim em nossas andanças vamos colhendo sem querer, os depoimentos de pessoas como mototaxistas, motoristas e donas de casa extremamente felizes com o asfalto. Essas pessoas dizem: “não interessa quem fez, como fez e quando fez, a realidade é que fez”.
Faz um bem danado, escutar pessoas felizes.



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segunda-feira, 16 de março de 2020

ÚLTIMA CRÔNICA: ESCLARECIMENTO E NÃO ESCLARESCIMENTOS. RRRSSS...
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CORRIGINDO COISAS


CORRIGINDO COISAS
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.275
BUSTO DO CÔNEGO BULHÕES. (FOTO: B. CHAGAS)


Onde existe erro, existe acerto, diz o sertanejo. Vamos apontar alguns lapsos nas praças de Santana do Ipanema, para que sejam corrigidos.
A Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha não possui o busto do homenageado e sim do cônego Bulhões. O busto do coronel pode ser confeccionado baseado na sua foto. Esta se encontra na capa do livro publicado pelo ex-prefeito, saudoso Hélio Cabral de Vasconcelos. Não seria nada demais conservar na praça o busto do cônego, desde que o do coronel tivesse em posição de destaque, pois é ele o patrono. Caso quisesse retirar o busto do padre, ele poderia ir para o novo espaço que tem o seu nome: Largo Cônego Bulhões ou então para a ponte que liga o Comércio ao Bairro Camoxinga, Ponte Cônego Bulhões.
No caso da Praça Senador Enéas Araújo, não existe nenhum busto. Sua foto está no livro publicado pelo seu neto, escritor Floro de Araújo Melo. É somente aproveitá-la como modelo.
A pracinha da Rua Manoel Medeiros, não tem o busto do patrono, mas de certo deputado. Uma placa de concreto, ao lado, não condiz com a situação. Ou se coloca na placa o nome da praça como Pedro Ferreira (o dono do busto) ou tira-se o busto e deixa a praça com o próprio nome do patrono da rua. E o busto de Manoel?
As trapalhadas vêm de muito tempo. Gestores pouco letrados são guiados por assessores do mesmo nível. Mais à frente outros gestores tentam remendar e a emenda sai pior do que o soneto.
A Praça Prof. Alberto Nepomuceno Agra, não tem busto, mas foi reformada com inúmeros pedaços de madeira como decoração. O povo passou a denominá-la, Praça do Toco, tem jeito? Era o único logradouro original da cidade, proveniente da década de 1940.
O povoado Areias Brancas, ficou denominado pelos medíocres de Areia Branca. Deturpação grosseira da história e da tradição.  Não existe Areia Branca.
O povoado Óleo (arruado) teve esse apelido que ficou perenizado, pelo, então, vereador Jaime Costa. Nem ninguém sabe disso, nem existe homenagem ao homem, lá no povoado.
Como o atual gestor é gente esclarecida, poderá, se quiser, corrigir essa parte da cultura santanense para que as coisas não fiquem capengas.
E como disse em crônica anterior no monumento ao jegue e ao botador d’água. Não existe e nunca existiu a palavra “tangedor”, naquele caso.
Desculpem os esclarescimentos.



                                                                                                         




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domingo, 15 de março de 2020

SANTANA E O JEGUE


SANTANA E O JEGUE
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.274
JUMENTO E BOTADOR D'ÁGUA EM FOTO ARTÍSTICA DE B. CHAGAS)

Povoado, vila e cidade de Santana do Ipanema, Alagoas, até a década de 1960, bebiam água azinhavrada das cacimbas arenosas do leito do rio Ipanema. Essas águas, tanto das cacimbas quanto das cheias, eram também usadas nas tarefas domésticas. Até mesmo telhas e tijolos fabricados às suas margens contavam com as águas salobras do rio. Para abastecer as residências, a água do Panema ficava armazenada em potes, jarras e porrões (u) de barro. A quartinha, também de barro, esfriava a água que era servida nos copos. Mas, como era trazida a água da fonte para as casas? Conduzida à cabeça, pelas mulheres, em latas e potes de barro com rodilhas. Para lugares mais longe a tarefa era exercida por jumentos (mais de cem) cada qual equipado com manta, cangalha, quatro ancoretas, quatro ganchos e cabresto. Alguns desses jegues usavam quatro latas acomodadas em caçambas de madeira, no lugar das ancoretas.
Pessoas menos letradas chamavam as ancoretas (pequenos   barris de madeira) de ancorota. Foram os jumentos que impulsionaram a nossa civilização com esse trabalho supimpa. Era dirigido pelo seu dono que não tinha outra denominação a não ser “botador d’água”. Nem “aguadeiro” nem “tangedor”, essas expressões não existiam. O costume de chamar o condutor do jegue de “tangedor” em nossa região, é um erro.
O jegue foi reconhecido como amigo do sertanejo pelo, então, prefeito Adeildo Nepomuceno Marques; este ergueu uma estátua ao jerico juntamente com o seu botador d’água, em homenagem aos relevantes serviços prestados por ambos ao povo santanense. A obra foi encomendada ao escultor de Pão de Açúcar, Lisboa. Muito polêmico na época, o monumento de concreto firmou-se e hoje é também um símbolo nordestino e mundial pela bravura em conviver com a estiagem característica do clima sertanejo.
Agora o orgulho é geral e a famosa estátua ao jegue recebe os visitantes que vêm das bandas da capital, bem defronte a rodoviária.
Virou febre do artesanato no semiárido.



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quinta-feira, 12 de março de 2020

TACANDO FUMO NOS CABRAS



TACANDO FUMO NOS CABRAS
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.273
LUÍS, AO CENTRO. (FOTO: B. CHAGAS).

Estive na casa do senhor Luís Soares Filho em manhã de domingo de 2 de abril de 2006, localidade Aterro. Fiz uma entrevista com o popular Luís Fumeiro, então, com 83 anos de idade. O homem que era feirante, negociava com fumo de rolo vindo de Arapiraca. Era comum encontrá-lo aos sábados na Feira do Fumo, primeiro entre o “prédio do meio da rua” e o “sobrado do meio da rua”, depois, defronte ao Mercado Público e finalmente por trás da Rua Ministro José Américo. A entrevista completa está no livro inédito: “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”. O entrevistado parecia ansioso e fez o seu desabafo, ainda com uma lucidez impressionante.
Foi ele quem fundou a Avenida Nossa Senhora de Fátima (via da Câmara de Vereadores), com cinco casas. Foi ele também quem fundou o time de futebol Ipiranga, que se tornou o principal adversário do Ipanema, por longos anos. Luís dá detalhes de tudo. Ainda foi ele quem fundou a rua do antigo Aterro, onde morava na época da entrevista; rua que faz parte da BR-316 e desafoga o trânsito de Santana do Ipanema. Da última metade do século XX, o bloco carnavalesco “Os cangaceiros” foi um dos mais famosos de nossa folia. Também foi Luís Soares o seu fundador que gastava muito dinheiro em carnavais e pastoris. O time do Ipiranga sempre foi sustentado por ele e não pedia ajuda a ninguém. Todos os anos o fumeiro fazia uma casa para vender e aplicar a verba no Ipiranga.
Pessoa pacata e empreendedora, morava com a mãe – senhora   de idade avançada – na rua onde atualmente funciona a popular empresa ROBRAC. Quase defronte. Vez em quando eu lhe fazia uma visita em sua casa para ouvir suas ideias. Outras vezes as visitas eram feitas à sua própria banca de feireiro, onde o encontrava animado, mas sempre com alguma sombra de preocupação nos gestos. A feira específica foi migrando em diversas gestões municipais, mas nunca neguei a minha presença à banca do fundador e dono do Ipiranga. Luís faz parte muito forte da história do nosso município.
Sempre que eu chegava à sua banca, a saudação e a resposta eram quase sempre as mesmas: “Diga aí, amigo, o que estar fazendo?”.
E Luís, entre a ironia e a tristeza: “Tacando fumo nos cabras”.











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quarta-feira, 11 de março de 2020

PROFESSORES: OS PIONEIROS


PROFESSORES: OS PIONEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.272



Nasceu Enéas Augusto Araújo Rodrigues em Santana do Ipanema, em 23 de setembro de 1856. Foi o primeiro professor da cidade, juntamente com sua esposa Maria Joaquina de Araújo, ainda no tempo de vila. Maria era natural de Águas Belas, Pernambuco. Conheceram-se em Maceió, em curso de Magistério, casaram-se e abriram escola em Santana. O professor cuidava dos meninos, Joaquina ensinava as meninas. A escola funcionava  na casa do próprio Enéas, localizada no Centro Comercial, onde funcionou posteriormente o Banco da Produção do Estado de Alagoas (PRODUBAN) e após, o Banco do Nordeste. Essa escola somente deixou de existir, com o falecimento do professor Enéas de Araújo em 1914. Morrera durante tratamento que fazia na cidade de Garanhuns, contando com 56 anos de idade.
Com a morte do esposo, a professora Maria Joaquina de Araújo mudou-se para Maceió em 15 de janeiro de 1915. Sua morte aconteceu aos 74 anos e 9 meses de idade, em 26 de dezembro de 1934.F
O professor foi deputado e senador o que no geral soma cerca de 11mandatos sucessivos. Era descendente de um dos fundadores de Santana e exercera a função de chefe político por 18 anos. Pertenceu a Guarda Nacional onde recebeu o título de coronel. Ficou conhecido como “coronel Enéas”, “senador Enéas Araújo” e “professor Enéas”. É homenageado duas vezes em Santana: A humilde via iniciada pelo comerciante José Quirino (Rua José Quirino) passou a ser Rua Prof. Enéas. E o largo do comércio onde morava recebeu o título de Praça Senador Enéas Araújo.
O trajeto desse grande homem santanense ficaria perdido se não fosse o pequeno livro escrito pelo seu neto, escritor Floro de Araújo Melo: “Senador Enéas Augusto Rodrigues de Araújo, meu avô”. Foi publicado em 1984 pela Editora Borsoi, Rio de Janeiro. O livro de 49 páginas representa uma relíquia para a história de Santana do Ipanema, especialmente nas áreas educacional e política.
* Joaquina e Enéas (Crédito: Floro Araújo).




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terça-feira, 10 de março de 2020

JATIÚCA/PAJUÇARA


JATIÚCA/PAJUÇARA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.271

JATIÚCA. (FOTO: B. CHAGAS)
Quem não gosta de andar nas praias, pés na areia e nas águas, sentindo o cheiro do mar? Azul em cima, azul em baixo, no cenário perfeito da Natureza. Manhã, logo cedo, Sol chegando no horizonte, reflexos fantásticos na superfície líquida, friezinha longe, desaparecendo. O balançar dos coqueiros na saudação ao novo dia e uma sensação expansiva de liberdade. Qualquer hora é propícia para se apreciar o panorama. Quem passa na praia em direção ao trabalho, aos seus afazeres, fica com vontade reprimida                      de um bom descanso nas areias. E se for na Pajuçara, na Jatiúca, onde o panorama feito pelo homem mistura-se à Natura, muito mais. Vamos embelezando a sequência: Jaraguá, Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Cruz das Almas... Litoral Norte, sem esquecer o falecido Gogó da Ema.
Não faz muito tempo assim, taxistas não aceitavam corridas para as proximidades desertas e perigosas da Jatiúca. Hoje a região parece metrópole, repleta de edifícios enormes com os mais variados fins. Investimentos maciços foram feitos, tanto públicos quanto privados. Quem passeia por aquelas praias, fica encantado com tanta beleza juntas, o que justifica o metro quadrado mais caro de Maceió. Não entendemos ainda, porém, porque a praia central da Avenida da Paz não mereceu essa atenção das autoridades. Outrora a praia mais frequentada da capital, ficou apenas com alguns bancos de concreto e uma fileira de coqueiros não bem cuidados. Onde está o segredo da discriminação?
Jatiúca é nome indígena e significa carrapato vegetal, carrapateira, mamona, que muito por ali proliferava. Pajuçara, tipo de palmeira da região. E Jaraguá, capim alto de cor ferruginosa.  
Voltando à Avenida da Paz, ainda em escanteio continua bonita. É bem verdade que o riacho Salgadinho que ali despeja, ainda faz medo como fonte poluidora, mas o lugar é de contemplação, facilitado pela proximidade do Cais do Porto. É bom para a alma contemplar o azul do mar.
Mesmo assim prefiro o pediplano e montanhas da minha terra, onde o mar não cheira, mas a caatinga exala o variadíssimo perfume sertanejo.
Retornei ao meu querido rio Ipanema.


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segunda-feira, 9 de março de 2020

CANGAÇO: O BATALHÃO DE LUCENA


CANGAÇO: O BATALHÃO DE LUCENA
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.270
BATALHÃO. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

Visitamos o 70 Batalhão de Polícia Militar “Batalhão Coronel Lucena” em Santana do Ipanema, Alagoas. Criado para combater Lampião e sua gente, teve seu título inicial como 20  Batalhão. Era o centro das operações militares contra os cangaceiros, organizado em várias forças volantes. Dali, três dessas forças acabaram definitivamente com o cangaço no Nordeste: Volantes de Aniceto, João Bezerra e Francisco Ferreira. Veja o histórico desse Batalhão após a sua saída de Santana do Ipanema e o seu retorno à “Rainha do Sertão”.
30.09.1936. Maceio (AL). É criado pelo governador Dr. Osman Loureiro de Farias, através da lei n0 1288, de 30 de setembro de 1936, o 20 Batalhão de Polícia de Alagoas, em Maceió. Seu primeiro comandante foi, então, major José Lucena de Albuquerque Maranhão.
1936. Santana do Ipanema (AL). O Batalhão é deslocado para Santana do Ipanema.
Maceió (AL). Retorna Maceió tempos depois do caso Angicos.
08.01.1961. Santana do Ipanema (AL). Retorna a Santana do Ipanema (AL).
31.07.1962. Maceió (AL). Retorna à capital.
24.031967. Maceió (AL). É transformado em 30 Batalhão de Polícia de Alagoas, com o nome de “Batalhão Coronel Lucena”.
23.10.1982. Arapiraca (AL). O 30 BPM é deslocado para Arapiraca com o busto do coronel Lucena.
1992. Arapiraca (AL). O 30 BPM é denominado “Tenente João Bezerra”.
1992. Santana do Ipanema (AL). É criado o 70 Batalhão de Polícia Militar em Santana do Ipanema, com o nome “Batalhão Coronel Lucena”. O busto de Lucena é deslocado de Arapiraca para Santana, definitivamente. (9).
* Histórico extraído do livro “Lampião em Alagoas” de Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto.








                                                                          


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sexta-feira, 6 de março de 2020

BARRA DO IPANEMA


BARRA DO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.269
ESTRADA  BATALHA - BELO MONTE (FOTO: AGÊNCIA ALAGOAS).

Acompanhando pelos noticiários o desenvolvimento do Sertão do São Francisco, voltamos a comentar sobre a estrada Batalha – Belo Monte. São 27 km de barro vermelho no belo, deserto e temeroso trecho furando a caatinga. Única estrada por terra de acesso ao monte batizado por D. Pedro II. Desde que me apaixonei pelo povoado de 500 anos, Barra do Ipanema, que procuro visitá-lo. E foi graças a ele que escrevi O CPF da minha terra com o livro “Ipanema um rio Macho”. Mesmo assim o lugar mereceu o segundo livro (ainda inédito) “Barra do Ipanema, um Povoado Alagoano”. Chegando perto da cidade de Belo Monte, entra-se à esquerda até chegar ao povoado, via de penetração dos primeiros sertanistas. Ali está a melhor praia de água doce da região e o morro-ilha com a igreja seiscentista de Nossa Senhora dos Prazeres.
Isolado em relação ao estado de Alagoas, Belo Monte aguarda ansioso o final desse isolamento. Penúltima cidade entre as 102 que ainda não tem asfalto, aguarda para os próximos noventa dias o grandioso evento que beneficiará diretamente 25 mil pessoas. Falam que 65% das obras já estão concluídas, porém, tudo indica que o piche não entrará na bifurcação rumo a Barra do Ipanema. Por ali passamos várias vezes, ladeados de caatinga bruta, por cima de jazidas de pedras artesanais. A estrada atual é muito melhor, enlarquecida, mas ainda cheia de pedrinhas, característica do relevo e do clima que esfarelam as rochas. E de Batalha a Belo Monte, com asfalto ou sem asfalto, a rodovia é denominada AL-125.
O trajeto é bonito, mas raramente habitado, não gerando confiança em quem por ali trafega. Desviando-se desse roteiro à esquerda, chega-se ao lugar denominado Telha. O povoado de duas ou três casas, é onde se encontra o canhão do rio Ipanema, simplesmente fantástico e surreal. O trecho mais belo de todos os 220 quilômetros do rio.
Com o asfalto chegando a Belo Monte e depois a Pindoba, Alagoas fechará completamente o seu circuito asfáltico em todas as suas 102 cidades.
Após o asfalto, quem sabe se não sairá o lançamento do livro “Barra do Ipanema, um Povoado Alagoano”, em sua sede Belo Monte.
Está bonito que parece u’a moça.


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