terça-feira, 31 de agosto de 2021

 

A ESTÁTUA DO CAVALO VIVO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de setembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2,582





     Nos últimos dias do governo Marcos Davi, o advogado e prefeito inaugurou no Bairro São José, uma praça denominada “Praça das Artes”. Praça simples, mas bem apresentável no lugar antes abandonado. Palmas para o prefeito. Mas, ao deixar o poder, a Praça foi se deteriorando e passou os “documentos” aos vândalos, negociantes de drogas, mal-educados jogadores de lixo no logradouro público e folgados criadores de cavalo e burros. Recentemente foi feita uma limpeza na praça que ficou uma beleza! Quando passou algumas semanas da beleza, reiniciaram o criatório, o descarte de lixo de móveis, além dos famosos encontros dos drogueiros. Dissemos drogueiros e não blogueiros.

Conversando com um habitante local, ele nos disse que a prefeita Christiane Bulhões pretende fazer uma praça do que restou da antiga. Ora já foi bastante provado que ´será bastante inútil novo logradouro ali. A não ser uma praça de alimentação bem controlada. Fora isso só vejo futuro para um edifício público de boa utilidade. O terreno é grande, largo e dividido em dois patamares. Iria bem para ser vizinho ao Posto de Saúde São José, um dos mais belos de Santana do Ipanema, uma biblioteca, uma central de atendimento à turistas, um Pronto Socorro, uma sede da SAMU, um Museu, uma Secretaria, uma farmácia do município... 

Ontem mesmo, visitei o posto até na hora em que a grama estava sendo aparada. Mas o contraste é grande com a Praça da Estátua do Cavalo Vivo. Falamos assim pelos constantes animais que pastam na praça como querendo também ser estátua do jegue. Enquanto a educação coletiva não se firmar como patrimônio de qualquer localidade, fazer praça onde não se quer praça, é mesmo que enxugar gelo.

Por outro lado, exibimos nossos parabéns ao CORE, empresa responsável pelo recolhimento de resíduos sólidos. Localizada hoje numa rua do Bairro São José, deixa a nossa rua defronte José Soares Campos, tão limpa que merece elogios constantes.

PRAÇA DAS ARTES (FOTO: B. CHAGAS)


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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

 

OS CARNEIROS E O SENADOR

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.581



 

Para a felicidade do município de Senador Rui Palmeira, situado no alto Sertão de Alagoas, o governador acaba de autorizar a obra asfáltica de 8 km que ligará esta cidade à cidade de Carneiros. A obra está orçada em 15 milhões que trarão a euforia para ambos os municípios. Assim, Senador Ganha mais uma rodovia, pois já é ligada a São José da Tapera e Piranhas. Como Carneiros e Santana do Ipanema ganharam ligação asfáltica há pouco, complementarão a boa nova incluindo no circuito a cidade de senador Rui Palmeira.

Antes chamada de Riacho Grande, a cidade de Senador Rui Palmeira teve início com uma fábrica de corda de caroá a qual o povo a chamava de Usina. Banhada pelo rio Riacho Grande, havia recebido sugestão de Frei Damião para continuar com esse título. Mas, por outros interesses, ficou a cidade com o nome do Senador que fora dirigente de Alagoas. O Riacho Grande banha a cidade e deságua no rio São Francisco. O nome já diz que o caudal possui uma boa calha. O município também é cortado pelo Canal do Sertão, a cidade é limpa, ensolarada e tem o destaque permanente da sua culinária sertaneja.

Senador Rui Palmeira já pertenceu a Santana do Ipanema, permanecendo fiel na amizade, no intercâmbio comercial e na Cultura. Como agora a distância entre ambas será apenas um pulo de menos de meia hora, os laços se estreitarão mais ainda, permitindo assim um progresso integrado no peito da região sertaneja. Vale à pena passar um dia em Senador pesquisando tudo, principalmente se for um dia de feira, uma das maiores dessas bandas.

A última vez em que estivemos ali foi de passagem para o sítio Cava Ouro, onde lançamos nosso livro “Lampião em Alagoas.”

SENADOR (FOTO: PREFEITURA/DIVULGAÇÃO)

 

 

 


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domingo, 29 de agosto de 2021

 

SÃO JOSÉ E O FINAL DE INVERNO

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica:2.580

 

O bom inverno deste ano no Sertão de Alagoas, começa a chegar ao seu final. As chuvas vão ficando mais escassas, chega o Sol entre nuvens, continua a frieza e se inicia a amplitude térmica, os dias mais quentes e as noites mais frias a partir da tardinha. Estamos vivendo os últimos dias de inverno que antecedem a primavera. E como será a primavera? Ainda não temos ideia se a água acumulada neste período sustentará até novembro. É preciso barragens cheias, barreiros e até pilões de pedras com água para o rebanho doméstico, para os animais selvagens e para os humanos. Costumeiramente, nessa fase o governo apela para os carros contratados para abastecimento à zona rural.

Também não temos as informações se o Canal do Sertão vai dar conta do recado, uma vez que se encontra pela metade e ainda não saiu da área do Sertão para penetrar no Agreste até Arapiraca, conforme o programado. Não podemos dizer que a primavera é uma estação totalmente seca e nem totalmente chuvosa. As mudanças dos climas mundiais, sempre trazem surpresas boas e más. Os profetas das chuvas geralmente falam sobre o futuro da estação invernosa, mas não falam do depois com clareza. Ao agricultor, ao produtor rural, só resta a esperança junto às orações por dias melhores e profícuos. Em Santana do Ipanema também está chegando ao fim, os festejos a São José, cujo dia marca bem a experiência sertaneja dos tempos chuvosos.

Falar nisso, festa boa, animada, com minha ligeira passagem por ali diante da roda-gigante e dos foguetórios costumeiros de equalquer festa de santo sertaneja. Mas, por incrível que pareça, o único ser humano usando máscara na festa de São José, pelo menos na parte profana, era eu. Pode uma coisa dessa! A festa do santo Pai de Jesus tem uma ligação muito forte com a terra, com a agricultura, com os pedidos de riquezas produtivas para o campo. A propósito, os festejos do Bairro São José, acontecem na rua principal, Avenida Castelo Branco que liga a BR-316 à Rua Manoel Medeiros. A igrejinha de São José está localizada no início da chamada COHAB Velha.

Vamos alimentar as esperanças por melhores dias.

IGREJA DE SÃO JOSÉ (FOTO: B. CHAGAS)

 

 


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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

 

SERTÃO EM BOA FASE

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica:2.579



 

Após o governador Divaldo Suruagy, ninguém fez tanto pelas estradas de Alagoas, especificamente, pelo Sertão alagoano, esquecido por sucessivos dirigentes estaduais há décadas e décadas, como o atual governante. Levamos em conta o que estamos observando na administração atual e não no puxa-saquismo que não é coisa de homem. Todas as cidades alagoanas estão interligadas por asfalto. Recentemente no Sertão, o trecho Batalha – Belo Monte, Carneiros – Santana do Ipanema, e as ordens para Olivença – Batalha, por dentro e, Mata – Grande com a ligação à BR-316, reivindicação de mais de 50 anos. Além disso a nova estrada Inhapi - povoado Piau (Piranhas). Mostra o dinamismo do governo em estradas sertanejas,  além da duplicação Arapiraca – Delmiro Gouveia.

Quando víamos o asfalto chegando às usinas da zona da Mata, perguntávamos por que os povoados do Sertão não tinham esse direito. Pois bem, achamos que essa fase nova de progresso teve início com a ordem para pavimentação asfáltica trecho BR-316 – povoado Pai Mané no município progressista Dois Riachos. Além disse vem a ordem para ligação de Inhapi também ao povoado Promissão. Ainda falta relacionar Senador Rui Palmeira – Carneiros, atestando a fase de prosperidade pela qual passa o sertão de Alagoas no momento. Um boom de obras! Mas aqui não relacionamos outras áreas contempladas como Saúde ou Desenvolvimento Urbano, por falta de tempo e maior segurança.

Esperamos que essa área continue a ser destaques também com o próximo governador.  O Sertão precisa ser estimulado para dá uma resposta à altura não só a Alagoas, mas também a todo o Nordeste e Brasil, a exemplo de uma Petrolina. O turismo na região de Piranhas tem dado ótimos resultados, a Educação superior e Saúde não ficam atrás nos principais polos sertanejos. Muito já se fez ultimamente, porém muito ainda se tem para fazer. Falta o Curso de Medicina em Santana do Ipanema, o Curso de Direito que poderão formar o ápice da Educação nas terras abençoadas de Senhora Santana.

E se alguém acha que estamos exagerando, recorremos ao jargão do nosso saudoso Lulu Félix: “Você não viaja...”.

ESTRADA, ESTRADA, ESTRADA (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 

MORRO DO PELADO

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.578


O morro do Pelado fica dentro da zona urbana de Santana do Ipanema. É citado desde um passado remoto, mas sempre foi insignificante antes da expansão da cidade para o Norte. Conheceu notoriedade quando teve o topo debastado e recebeu nome novo de Alto da Fé. Acha-se cercado por casario, porém, continua desabitado no cume e nas encostas onde a vegetação volta a ficar exuberante, neste inverno de 2021. Perdeu muito do seu paisagismo voltado para o Bairro Monumento onde o mato cobre a frente do mirante. Parece que a subida até ali através de degraus foi interrompida na parte mais alta. Entretanto o serrote continua oferecendo o cenário dos fundos voltados para a Fazenda Baixio e novas habitações nas laterais do sopé.

As altitudes urbanas parecem feitas na medida para fins turísticos. Podem apresentar boas vantagens sobre outras áreas planas ou mesmo uma dor de cabeça para quem não sabe o que fazer com elas. Por quê serrote do Pelado? Teria morado ali alguém com esse apelido? Porque a denominação é serrote do Pelado e não serrote Pelado. Pelado ou cabeludo o morro urbano continua oferecendo sua contribuição ao curioso que insiste em ver a cidade do alto por aquele ângulo. A ideia inicial era a construção de um hotel vertical, muito mais abrangente ao cenário de Santana, pelo menos parcial. Porém, apenas bar suspeito apareceu por ali.

O termo dado pelo Prefeito Genival Tenório, de Alto da Fé, conseguiu pegar na cidade inteira até hoje, porém, é um sacrilégio chamar o lugar por esse nome, por tudo que desenrolou por ali através do tempo. Bem diferente do verdadeiro Monte Sagrado de Santana do Ipanema, o serrote do Cruzeiro que hoje se encontra desprezado, carregando solitário sua história rica em sentimentos religiosos. Enquanto o serrote Pelado está situado ao norte, o Cruzeiro está radicado no Sul. Ainda dá tempo você conhecer ambas as elevações, apreciar a Natureza e cravar a sua nota.

Palmas, palmas à Rainha do Sertão.

 


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terça-feira, 24 de agosto de 2021

 

IGREJA DE SÃO JOÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.577


Estamos dentro dos 104 anos em que foi construída a igreja de São João no subúrbio santanense Bebedouro. Com a devastação humana da gripe espanhola no mundo e, particularmente no Brasil, o vendedor de sola da localidade, também festeiro da região, senhor João Lourenço, construiu a igreja, quase defronte a sua casa, dedicando-a a São João como motivo de promessa contra a expansão da gripe espanhola. As mulheres da casa, artesãs de chapéus de couro de bode, uniram-se na construção do templo. Após a construção, procissões saíam daquela igreja em direção ao Centro da cidade conduzindo velas e pedidos a São João.

Tudo indica que após essa fase, a igreja de São João pareceu ficar esquecida

No início do século XXI, descobri a igreja abandonada já em ruínas, mas com portas cerradas e a cruz de madeira do átrio somente com o braço vertical. Fotografei. Ofertei a foto inédita ao professor Alberto Nepomuceno Agra que estava montando um museu particular no primeiro andar da sua farmácia Vera Cruz. Daí para cá outras pessoas também fotografaram as ruínas.

João Lourenço, religioso e promotor de festas na localidade, veio a falecer na década de 40, picado por uma jiboia conduzida por um soldado bêbado e surtado, na feira de Santana. Jiboia essa retirada às escondidas do criatório de animais exóticos, do quintal do coronel Lucena Maranhão pelo soldado Monteiro. Assombrando a população da feira com a cobra sobre os ombros, o soldado entrou até na igreja Matriz de Senhora Santana, por uma porta lateral e saindo na outra. No meio do povo feirante estava João Lourenço. Ao passar pelo cidadão, o policial surtado e bêbado, jogou o ofídio nas partes de Lourenço. A jiboia não tem veneno, mas desenvolveu um mal que levou o homem à morte. (Oscar Silva-Fruta de Palma).

Ninguém havia se interessado em recuperar a igreja de São João que fora profanada por um político e advogado santanense, diziam os que à igreja se referiam.

Até mesmo as ruínas poderiam ser aproveitadas para o turismo, mas...

FOTO (B. CHAGAS).


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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

 

CALDO-DE-FEIJÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.576

 

O arrulhar tristonho, saudoso e agradável das pombas sertanejas, também acontece na cidade. O canto que se houve às manhãs na minha rua, junta-se a outros ruídos do despertar matutino do trecho. É nosso o canto da rolinha branca no médio sertão alagoano e rara a presença de outras espécies como a rolinha fogo-pagou, caldo-de-feijão e azul, privilégio do sertão mais distante. Pois, além da raridade da rolinha caldo-de-feijão nessa área, sua presença nas ruas do Bairro São José, é uma grata surpresa para a vista e para os ouvidos. As pombas arrulham pelos arredores, surgem como casais na fiação da rua, defronte a minha casa, mergulham para o calçamento a catar pedrinhas, cujos pardais, donos do território, já se acostumaram à presença das rolinhas caldo-de-feijão e não mais as agridem.

Eu fico de boca aberta contemplando as rolinhas caldo-de-feijão diante da natureza. Dóceis, mas também cismadas, não demoram muito cantando nos fios e nem catando pedrinhas. Mas a presença dessa ave é o suficiente para limpar os olhos e ornar as acácias e pau-brasil da rua. A belíssima cor do caldo de feijão da sua plumagem, faz um bem danado ao observador. A paisagem citadina se Santana do Ipanema se enriquece quando os bichos selvagens procuram a companhia dos humanos, atraídos pela arborização.

As rolinhas urbanizadas estão ajudando a louvar o nosso santo padroeiro São José, com seus cânticos. É que está havendo a festa do pai de Jesus aqui no bairro, na avenida principal Castelo Branco onde está armado um parque de diversões, mesmo nessa pandemia.

Não tem espingarda, não tem peteca, não tem arapuca, apenas os registros sutis das câmeras curiosas e sedentas do seu dono pela Natureza. E apesar de tantas escolas não temos notícias de nenhum pesquisador do fenômeno nas ruas da cidade.

Obrigado a Mãe Natureza em deixar mais perto de nós o som “a-uuu”, “a-uuu” e a cor original e bela da rolinha-caldo-de-feijão.

O padroeiro agradece.


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domingo, 22 de agosto de 2021

 

ERA ELE, JESUS

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

“Crônica”: – Conto: 2.575


Conduzia um cordeirinho doente na sela quando passei pela região do Gólgota. Já era tardinha e o tempo ficara negro como a noite. Ao avistar a silhueta de um crucificado no monte Calvário, dei rédeas soltas ao animal e para lá me dirigi. Diante do homem na cruz, percebendo que ele ainda não morrera fiquei contemplando por certo tempo, aquele rosto sofrido. Quem seria o crucificado? Em certo momento o cavalo espantou-se com o cheiro de um felino, jogou-me ao chão e disparou levando o cordeiro. Senti quebrar uma perna e me arrastei até aos pés da cruz, para tentar avistar o corcel do ponto mais alto. Não o avistei. Senti doer muito a perna. Imobilizado sem saber o que fazer, olhei para o alto. Uma gota de sangue e água caiu sobre minha testa. Senti esquentar o local e veio a vontade de ficar de pé. Levantei-me quase de repente sem mais nada sentir na perna. Coisas estranhas estavam acontecendo comigo.

O cavalo chegou sem que eu percebesse, tão concentrado estava tentando decifrar o momento. Roçando o focinho nas minhas costas, o animal avisava o seu retorno. Estava sem o cordeirinho. Um guarda surgiu cambaleante.  Parecia sonolento. Indaguei quem era o homem da cruz. Ele apenas respondeu com ênfase: “Um homem injustamente condenado. Ele, verdadeiramente, é o filho de Deus”.

Montei e ouvi um balido. O cordeirinho estava se coçando na haste principal da cruz. Coloquei-o na sela e me afastei devagar. Mais adiante, o cordeiro escapou da sela e correu saltitante de volta ao Calvário. Demonstrava que ficara totalmente sadio e não mais queria ser conduzido. Respeitei sua vontade. Voltei a cavalgar. Mais adiante parei a cavalgadura e olhei para trás contemplando longamente a silhueta do homem crucificado. Espontaneamente, um rio de lágrimas inundou por muito tempo a minha face, enquanto meu coração repetia o tempo todo o que afirmara o guarda romano: “Ele, verdadeiramente, é o filho de Deus”.

Prossegui a jornada de volta a casa quando percebi alguma coisa me seguindo. Era um manto arroxeado esvoaçante a cerca de 100 metros de altura. Eu parava, ele parava. Eu prosseguia, ele prosseguia como a me proteger de longe contra todos os perigos que surgissem. Voltei a chorar e dessa vez com muita emoção e afirmando inúmeras vezes para mim mesmo: “Ele é verdadeiramente o filho de Deus. O cordeiro ficara deitado aos pés da cruz... Do outro cordeiro.

 


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