sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

CAMBITEIRO É PRINCÍPIO DE ROMANCE BOM



CAMBITEIRO É PRENÚNCIO DE ROMANCE BOM
Clerisvaldo B. Chagas, 04 de fevereiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.630

Ilustração: Percy Lau
O grande da Matemática, professor Eli, chegado de Capela, prestou relevantes serviços às escolas de Santana do Ipanema, aonde veio a falecer. Interessados pelos hábitos canavieiros, indagamos ao colega o que significavam as palavras cambiteiro e mirigongo, comumente citadas na Zona da Mata.
Aprendemos na época, que o cambiteiro é empregado que trabalha cambitando, isto é, transportando cana-de-açúcar, capim, madeira de construção, varas e lenha em lombo de animais com quatro cambitos. Cambito é uma forquilha onde se coloca a mercadoria de forma horizontal em burros, éguas e cavalos.
Estudioso do assunto Batista Caetano, diz que a expressão “cambito”, é uma corruptela do termo tupi: acambi que se traduz por “forquilha, correia de duas pernas, compasso, forcado”.
Mesmo com o progresso dos transportes nas zonas canavieiras, ainda podemos observar a movimentação de cambiteiros nas estradas. Os curiosos gostam das particularidades desse tipo regional no trato com seus quadrúpedes. O nome dos animais, a indicação dos pontos de parada, o modo de encostar para o descarrego, a forma de tanger e a autoridade que exercem sobre esses bichos domésticos, fascinam pesquisadores atentos.
“Outro aspecto curioso oferecido pelo cambiteiro é o constituído pelas trovas, quadras e emboladas com que procura amenizar a rudeza do trabalho” (...).
E quando não se colhe a quadra, inventa-se:

Cambiteiro, cambiteiro
Hoje tu vai cambitá?
Vou passar lá em Capela
Mode os zói de Sinhá!...

Aonde vai o cambiteiro
Aonde vai Mané Fulô?
Vou tirar mé de abeia
Pra levar pro meu amor!...

Isso não dá um romance bom? Mirigongo? Bem, esse aí é outra história.





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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

FINALMENTE, FINALMENTE



FINALMENTE, FINALMENTE
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de fevereiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.629
Sede da Polícia Rodoviária Federal. Foto: (alagoas24horas).

O crescimento da capital alagoana tem sido para o norte e para a parte setentrional continuará. A planura do tabuleiro facilita sua expansão que se estira rumo a Rio Largo e Messias, favorecido por duas importantes rodovias federais. Quem trafega acima do local da Polícia Rodoviária Federal, fica abismado com a beleza do trecho falado acima. Aí também se começa a entender a parte poderosa de Maceió. Está localizado nas imediações, o Hospital Universitário, a UFAL, o DETRAN, a CEASA e a própria Polícia Rodoviária, grande ponto de referência da área.
O fluxo rodoviário cada vez mais crescente trouxe a necessidade do chamado viaduto da Polícia Rodoviária. Solicitado incessantemente através de décadas, parecia mesmo destinado ao esquecimento. Ontem, porém, foi publicada a boa nova. Dizia a manchete que o “Estado projeta início de obra de viaduto da Polícia Rodoviária Federal” e que as previsão do Governo de Alagoas é que obras sejam iniciadas no primeiro semestre. Veja:

“As etapas preliminares à implantação do viaduto da Policia Rodoviária Federal (PRF), na capital alagoana, chegam à fase final. Depois da validação oficial do projeto em dezembro de 2016, o edital de licitação segue agora junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), para aprovação. A previsão do Governo do Estado é que as obras sejam iniciadas ainda no primeiro semestre deste ano”.
“Conduzindo uma das principais ações estruturantes na garantia de mobilidade urbana em Maceió, o viaduto da PRF chega para otimizar o tráfego intenso na parte alta da cidade. Com rotatória, dois túneis, passeio e ciclovia, a obra atuará como alternativa viária no entroncamento entre duas importantes rodovias federais, as BRs 316 e 104, como explica o secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand), Mosart Amaral”. Finalmente, finalmente.
Não é nada demais lembrar o outro viaduto no entroncamento do interior, São Miguel dos Campos-Rio Largo, com gigantesca obra inacabada há anos. Não existe um só motorista que ao passar por ali não fale mal da cachorrada política deixada como presente. E como diria Chico Anísio: “Vamos comendo...”.


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