PESCOÇO DE ASSAD
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de
maio de 2012.
Crônica
nº 782
A
velha ONU que tanto
se debateu com problemas do mundo, parece se engasgar com o caso Síria que
permanece desafiando os grandes. Todos os aliados europeus ficaram com se
fossem dependentes dos Estados Unidos, em todas as brigas em que se metiam. Em
qualquer arenga surgida, aparecia o Zico das histórias em quadrinhos, para
escudo dos mais simples. Dependeram tanto dele em questões de conflitos bélicos
internacionais, que hoje esbarram diante das dificuldades, como a perguntar: “Onde estará o Zico?”. Zico, o maior de
todos, o mais corajoso, o machão, tem que ir à frente. Mas agora o personagem
central com a crise econômica em que está metido, parece mais cauteloso em
enfrentar conflitos que não levam a nada e apenas corroem a sua economia. Sair
do Afeganistão é uma ordem possível, mas não de uma só vez para não inflacionar
ainda mais a onda de desempregados que tem em casa. Difícil está para o gigante
cansado tomar as dores alheias e meter o peito nas frentes de batalhas da
Síria. E os outros, que sozinhos nada fazem, ficam apenas aguardando às costas
do Zico enfraquecido. O ditador da Síria, sabendo que a ONU não tem condições
de invadi-la agora e puxá-lo pelo pescoço comprido, continua massacrando seus
irmãos de sangue, matando as centenas e rindo por trás dos cortinados do
palácio. Enquanto isso, diz a Folha:
“Forças do regime de Bashar al Assad e os
insurgentes se enfrentaram no começo da manhã em um bairro de Damasco, segundo
a oposição, horas antes de o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi
Annan, viajar para a Síria”.
“O
opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que na capital e
periferia aconteceram várias explosões, uma delas contra um veículo das forças
da ordem que causou um número indeterminado de feridos”.
Vai
o Kofi Annan, mas
ninguém confia mais em nada. Derrubaram uma porção de ditadores do Oriente
Médio para o norte africano, mas a feliz ou infeliz crise do dinheiro não deixa
mais boi solto se lamber. É assim que o planeta velho vai entrando cada vez
mais na incerteza com a influência desse mundo à parte que é a Ásia Seca,
Oriente Próximo ou Oriente Médio. O caso do Egito, ponto de equilíbrio na
região, também pode ter saído de uma longa ditadura para um futuro votante,
cujos candidatos são os mesmos. Mais interrogações que não podem ser
respondidas de imediato. Vamos ficar agora com um olho nos juros dos bancos
brasileiros e outro no “gansídeo” PESCOÇO DE ASSAD.
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