BOLO
DE MANDIOCA/TIJOLO
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de agosto e
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.289
É
uma grata satisfação novamente ir ao experimento de uma iguaria de infância que
se vendia nas feiras de Santana, século passado. Trata-se do bolo de mandioca
(não de macaxeira), com faixas amarela e branca de forma artesanal. Ainda bem
que a indústria aproveitou a ideia e você, atualmente, pode comprar essa
delícia em supermercados. O bolo é feito de mandioca, margarina, água e açúcar.
Muito bem lembrado e elaborado pelo fabrico em indústria de Bezerros-PE. O
único defeito é que você quer comer todo de uma vez, tal a cupidez na
gostosura. Também continua nas bancas de feiras o doce “tijolo”, de corte meio
duro, feito ou de jaca ou de raiz de imbuzeiro. Este não conseguiu dar um salto
para a Indústria como seu colega, bolo de mandioca.
Entretanto,
outras guloseimas não resistiram em Santana e, algumas delas vamos encontrá-las
no povoado Pé-leve, região da grande Arapiraca e na Massagueira, entre Maceió e
Marechal Deodoro. Entretanto nem aqui e nem em outros lugares vimos mais: quebra-queixo
com castanha, quebra-queixo com amendoim, pé de moleque na folha da bananeira e
nem broa macia de massa puba, coisas que sustentavam tranquilamente e com
galhardia o café da manhã. Ano passado estive com um doceiro que mudara de ramo
após a sua fama na região. Fazia bolo de tudo que você imaginasse. Pulou para o
ramo de ferro velho. Ah, meu Deus! Perdemos um doceiro de mão cheia. O diabo é
quem quer saber de comer ferro velho.
Quem
possui essas habilidades em fazer doce, só passa fome se quiser. Pode trabalhar
por conta própria e abastecer bodegas, feiras mercadinhos e supermercados. Ora!
O povo compra sem qualidade imagine um produto bem-feito! Estamos nos referindo aos doces das receitas antigas e seculares que vêm de avós
e bisavós sempre agradando no sabor todas as gerações. Admiramos também os grandes profissionais que
lidam com os chamados produtos salgados. Entretanto, falando especificamente de
bolos, bolo é bom e bolo é ruim. É bom quando bolo é de se comer, é péssimo quando
ainda lembra os bolos na mão da palmatória, é diabólico quando alguém “dá” o
bolo, isto é, engana, ludibria, rouba, causa prejuízo.
Mãos
e mente o amor, para o bolo do bem.
,
Nenhum comentário:
Postar um comentário