segunda-feira, 30 de junho de 2025

 

VÍTOR

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.258

 



É meu irmão, já apreciamos muitas coisas em Santana do Ipanema. Mas. hoje, ao assistir jogo da copa de clubes, vi um cidadão muito parecido com um doido da minha infância. Sim, um maluco já imortalizado por um antigo escritor santanense chamado Oscar Silva. O escritor foi embora de Santana, mas deixou registrada uma referência ao homem, exatamente como o conheci muitas décadas depois: branco, alto, olhos azuis, perscrutadores e uma permanente gravata no pescoço. O escritor dizia que tudo indicava que Vítor seria de família abastada. Não mexia com ninguém, viera ninguém sabe de onde e sua distração era passar o dia no Comércio, em determinada casa comercial que talvez tenha sido a “Casa O Ferrageiro” mais a “Farmácia Confiança”.   

Vítor era pacato e de olhar doce. Andava devagar como se tivesse medo de cair. Neste exato momento, lembrei-me também que era apelidado de “Charuto”, isto porque, se não me engano gostava de fumar charuto. E como muitos outros em condições mentais difíceis, “Charuto” desapareceu tão misteriosamente como chegara a Santana. Escritor palmeirense também registrou que nunca havia visto tanto doido como tinha em Santana do Ipanema. Ora, O único doido em condições perenes de rua, genuinamente santanense que eu conheci, foi o Justino, o qual ganhou o apelido de “Maceió”, porém, fora Justino todos os outros malucos que apareciam no Comércio e nas ruas da cidade eram de fora, gostavam daqui e aqui iam ficando.

Alcancei outros malucos bem populares que também se tornaram queridos pelo povo de Santana. Propício “Peru Baixeiro”; Felipe; Luís; Teresão; Oliveira, fora os filhos da florista dona Hermínia: Poni, Agissé, Bibi, mas esses não eram de rua. Propicio foi o mais simpático, pacato e querido do povo.  Felipe assemelhava-se ao Jeca Tatu e só andava enrolado numa estopa. Luís era muito novo e babava muito, só vivia cantando o forró sucesso do momento: “Aproveite o Rela-Bucho” Teresão era uma mulher alta bonita, gostava de fumar e gritava alegre: Viva os noivos, Senhor!” Oliveira era um senhor que dava toda qualidade de discurso na porta da Matriz de Senhora Santana, quando estava com fome. Ainda faltou Maria Raimunda, desbocada e que só andava com um cassetete na mão. Agradecer a Deus por sermos sadios, não é isso?

SANTANA DO IPANEMA. FEIRA CAMPONESA (FOTO: B. CHAGAS).

 


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HOJE TEM

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.257

 

Mais uma vez estarei a conceder entre


vista na Casa da Cultura. Na Casa da Cultura, porque acho o lugar mais adequado para se fomentar e distribuir conhecimentos. O tema para trabalho acadêmico da UNEAL, será sobre a História de Santana, tão profundamente apresentada em nosso livro “O Boi, a Bota e a Batina; história completa de Santana do Ipanema”. É lógico que não tenho restrições e o momento reflexivo poderá cair em mote outro, mas que em nada atrapalha o miolo dos registros. Afinal, tudo faz parte mesmo da nossa bravia trajetória. É de se entender que Santana do Ipanema era o maior município de Alagoas, antes de perder território para oito povoados que se emanciparam: Olho d’Água das Flores, Carneiros, Poço das Trincheira, Maravilha, Ouro Branco, Senador Rui Palmeira Dois Riachos e Olivença.

Mas é bom repassar dados da nossa história para pessoas mais jovens, notadamente universitários. Quem sabe, no meio de inúmeros alunos fazendo pesquisas, surge a esperança de pelo menos um se empolgar e partir de vez para o mundo da literatura da terra e se tornar exímio escritor. Precisamos muito de escritores/pesquisadores, altamente curiosos e com amor ao lugar onde nasceram. É por isso que valorizamos um Tadeu Rocha, um Oscar Silva. Um nascido em berço de ouro, outro fugindo da fome, porém, ambos com um compromisso íntimo em desvendar segredos e mistérios de Santana do Ipanema para o mundo. Basta lermos as suas obras e iremos compreendendo que é o amor ao torrão eu ilumina os trabalhos.

Portanto, estaremos na Casa da Cultura às quinze horas, para mais uma entrevista aos nossos jovens. Ali encontramos um ambiente acolhedor, dirigidos pelo Departamento de Cultura nas pessoas da professora Gilcélia Gomes e o escritor professor, coordenador do Departamento, Marcello Fausto. Ambos, ex-colegas de Geo-história e pessoas de fino trato. A Casa da Cultura estar localizada na Avenida Coronel Lucena, hoje, em pleno Comércio, perto de tudo e de todos. Fica quase defronte à prefeitura e seu prédio já foi residência de família tradicional e Fórum da cidade. Por coincidência foi na sua calçada para onde muita gente correu no Século passado, quando o cine-Glória quis incendia a tela durante o filme Aída, cine quase defronte a hoje Casa da Cultura. Estar registrada a cena no livro O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema.  


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