DOIS BAIRROS NOVOS EM SANTANA DO IPANEMA Clerisvaldo B, Chagas, 1 de dezembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2...

 

DOIS BAIRROS NOVOS EM SANTANA DO IPANEMA

Clerisvaldo B, Chagas, 1 de dezembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.428








 

Fomos “olhar de perto para contar de certo” a expansão de Santana no sentido Santana – Olho d’Água das Flores. Essa é a informação para aqueles que estão ausentes da terrinha. Dois bairros novos vão surgindo às margens da AL-130, tanto de um lado quanto de outro. O primeiro está se erguendo originário do loteamento LUAR DE SANTANA (Colorado) Na primeira curva da AL-230 em direção a Olho d’Água das Flores. Trata-se de uma colina onde havia uma granja e lugar chamado Lagoa do Mato. O casario tem inicio à beira da AL-130 e sai subindo a colina até atingir o topo do loteamento a 335 metros de altitude. O panorama ali é deslumbrante. Vê-se ao longe o centro da cidade, inclusive a Igreja Matriz de Senhora Santana, por cima da mata que circunda o Luar de Santana. (Direção Oeste).

Ainda existem belas paisagens em direção Leste e Norte, mas quem passa pela AL-130 nem imagina que ali está sendo formado um bairro de elite com belas e modernas residências. Já está sendo habitado pelas classes média e média alta e em breve será o bairro nobre de Santana do Ipanema. Como diz o dito popular, a paisagem do topo é simplesmente de “tirar o fôlego”. Fala-se que um hotel fazenda está sendo planejado na baixada da mata que circunda o LUAR.

O outro bairro fica no sopé, a barlavento, do serrote do Gonçalinho também chamado serra do Cristo ou da Micro-ondas. Teve início com algumas casas simples com o império de pobreza extrema, mas inúmeras residências surgiram ao longo do sopé, ao lado da subida ao topo e também no antigo Cipó, sítio rural que foi engolido pela urbanização como víamos anunciando há muito. Em um futuro próximo até o outro sítio rural, Curral do Meio, deverá seguir o mesmo destino do Cipó.

Entre um e outro bairro já existe um intenso comércio e serviços ao Longo da AL-130: churrascaria, loja de construção, posto de gasolina, hipermercado e até presença do campus Instituto Federal de Alagoas, IFAL.  No lugar onde a vegetação ainda não foi tocada, no serrote, a mata se desenvolveu bastante, mostrando árvores de boa altura nessa face mais úmida do relevo. O cimo da micro-ondas   guarda uma bela vista parcial de Santana do Ipanema.

Os Bairro do Gonçalinho e Luar de Santana, atestam com clareza os novos caminhos da Rainha e Capital do Sertão. Viche!

VISTA DO BAIRRO LUAR DE SANTANA AINDA QUASE VIRGEM (FOTOS: B. CHAGAS/ÂNGELO RODRIGUES).

 

  A VEZ DO RIACHO ESQUECIDO Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.427 Quando ...

 

A VEZ DO RIACHO ESQUECIDO

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.427



Quando o escritor disse que nenhum geógrafo do Brasil lembraria daquele riacho solitário em que nascera, errou na sua profecia e acertou nas entrelinhas do seu desejo. Esse geógrafo já cantou e decantou o riacho João Gomes, afluente do rio Ipanema, inclusive decifrando sua denominação: riacho das beldroegas. Uma vez descoberto e decantado, chegou o momento de visitas e transformações importantes na sua barra (foz, desembocadura, desaguadouro). Máquinas já estão trabalhando no seu leito e imediações, onde o riacho esquecido do escritor santanense Oscar Silva imperou solitário por centenas de anos seguidos. É que o sítio rural Barra do João Gomes fora origem dos seus familiares, isto é, da família Pio.

Teve início a obra prometida pelo saudoso prefeito Isnaldo Bulhões: a barragem do João Gomes, que será a maior obra hídrica do município. Pena ter havido desgaste nos meios políticos e institucionais devido a entendimentos prévios em que houve descontentamentos de moradores do lugar, referentes à valores indenizatórios. Mas isso é coisa em que partes interessadas e justiça chegarão a bom termo, não temos dúvidas. O riacho temporário irriga

grande número de sítios na zona rural como o Tingui, Lagoa do João Gomes, Batatal e o próprio Barra do João Gomes. Corta a AL-130 e escorre dentro da Reserva Sementeira, do governo estadual, a 3 km do centro da cidade. Veia d’água importantíssima para os agropecuaristas, rebanhos e fauna da caatinga santanense.

Com a construção da maior barragem do município, haverá psicultura, água para o rebanho da região, lavoura irrigada e fonte para caminhões-pipa durante as estiagens. Segundo divulgação, a obra criará 300 empregos diretos e indiretos, mão-de-obra local e compras no comércio da cidade, fazendo o dinheiro circular nesse final de ano. Pela dimensão da obra, sua realidade poderá fazer parte do roteiro turístico que estar sendo implementado e até ser criado muitas novidades no seu entorno.

 Infelizmente, aqui no sertão nordestino, estaremos sempre a precisar de fontes e mais fontes de armazenamento d’água. Porém, cada fonte poderá ser transformada em variados atrativos.

 “Dê-me um limão e eu o transformarei em limonada”

CÂNION NO RIACHO JOÃO GOMES SOB PONTE NA AL-130 (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).

 

  O AÇÚCAR DO VEREADOR Clerisvaldo B. Chagas, 27 de novembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.426   Não gostam...

 

O AÇÚCAR DO VEREADOR

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.426

 

Não gostamos de reprisar trabalhos, mas a pedido de bom amigo dos velhos tempos, vamos recontar com roupagem nova O Açúcar do Vereador.

Maneca, altamente carismático e sério, possuía um Café em Santana do Ipanema. Além do café mais gostoso da cidade, também despachava refrigerantes e complementos para lanches rápidos. Era nosso vizinho de loja de tecidos, na esquina defronte ao Museu. Não havia vivente nenhum em Santana do Ipanema que não gostasse de Maneca. Como ninguém é de ferro, como dizem, Maneca, vez em quando tomava umas, mas ninguém via, apenas notava por algumas atitudes que fugiam à regra habitual. Quando o prof. Alberto Agra se sentou à mesa e lhe pediu café e um queijo. Houve certa demora e o professor repetiu o pedido mais duas veze, um queijo significava uma fatia de queijo. Maneca veio, trouxe o café e um queijo inteiro que pôs no prato do professor e retirou-se.

Quando um cliente pediu um maço de cigarro, Maneca disse que não tinha. O cliente apontou para a prateleira afirmando que estavam ali os maços, estava vendo. Maneca insistiu, seco: “não tem cigarro”. E assim iam acontecendo as coisas, quando o homem tomava uma. A gente perguntava o porquê do seu café ser tão gostoso. Ele respondia sem guardar segredo: “misturo o café de primeira com o café de segunda. (Café Afa, marca da época).

Pois bem, certo dia chegou ali o vereador Zé Pinto Preto, pediu um café e sentou-se a esperar. Havia em cada mesa, um açucareiro de vidro grosso e cúpula de metal com tampa fácil de abrir. Maneca estava passando café, lá para dentro e gritou: “já vai!”. Pinto Preto, então, enquanto aguardava o café, foi virando o açucareiro na mão e comendo açúcar.  Maneca via de lá o movimento do vereador.

Terminada a tarefa na cozinha, o comerciante trouxe o café, pôs a xícara à mesa e carregou o açucareiro. O vereador pensou que o homem iria abastecer o objeto. Com a demora, café esfriando, gritou lá para a cozinha: “Maneca, e o açúcar?”

O vereador pegou um péssimo dia com Maneca daquele jeito:

“O açúcar você já comeu, agora beba o café, se levante e se rebole para misturar”.

Ô tempo bom...

 

PACOTE DO ANTIGO CAFÉ AFA (FOTO: DIVULGAÇÃO).