BACURAU Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.220   Em certas ocasiões do pas...

 

BACURAU

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.220



 

Em certas ocasiões do passado, havia aulas em Santana do Ipanema, “à moda Socrateana”, segundo o escritor Major Darci. Durante a Revolução de 32, simpáticos à causa revolucionária, construíram um prédio de um vão só, rodeado de janelas brutas, na Rua e Bairro São Pedro, para funcionar depois como escola.  O prédio ficava à direita da Igrejinha do Bairro. A princípio, aquela escola funcionaria à noite, para adultos que trabalhavam pelo dia. A dita escola recebeu o nome de guerra de um governador alagoano, Batista Acióly, mas, o povo na sua criatividade, passou a denominar a escola de “Bacurau”, porque justamente funcionava no Curso Noturno. Daí em diante, o nome oficial do estabelecimento, só na parede ou em documentações.

Teve um período na década de 60 que o BACURAU ocioso, sob administração particular de Agilson Queiroz, funcionário do DNER, passou a preparar uma turma de adultos para a concorrência de Admissão ao Ginásio. Um pouco pernóstico, mas fazia bem a função de professor. Acho que tantos e tantos anos de BACURAU em Santana, as sucessivas gestões do município nunca souberam exatamente o que fazer com ele. A verdade é que chegou até aqui. Foi um edifício herói, pois, por menos de que isso, está nos últimos estertores um dos prédios-reis de Santana do Ipanema, o antigo Fomento Agrícola, bem pertinho do BACURAU. E como não podia fazer outra coisa, resgatei a ambos, como história e ilustrações no meu romance inédito AREA GROSSA. Lançamento previsto para o segundo semestre.

O prédio foi escola, ficou ocioso, foi escola de novo com nome da professora Adercina Limeira e, finalmente virou biblioteca de bairro, com 3 ou quatro livros de justificativa. Ainda hoje O BACURAU está de Pé. Uma grande página da Educação que foi construída na cidade. Entre carinhoso e pejorativo, o nome da ave noturna e feia, prosseguiu atravessando o breu das trevas, ora a própria luz, ora a própria treva.

Ah! Lembrei agora quando fui convidado para ministrar uma palestra na Escola Líder, fui para o BACURAU onde aconteceu. Historiei para os pequenos o Bairro São Pedro completo. E eu mesmo nem sabia que o bairro do Porteiro do Céu tinha tanta história!

Oxente! Respeite o BACURAU, seu coisa! (Luiz Gonzaga).

PRÉDIO DO BACURAU EM 2013.

  COLORINDO A VIDA Clerisvaldo B. Chagas, 2   de abril de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.219   Bem me enviou ...

 

COLORINDO A VIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 2  de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.219

 



Bem me enviou fotografias antigas de Santana do Ipanema, coloridas artificiamente, o santanense Marcelo Brito. É mais um marco das novas tecnologias, dentro já de uma história riquíssima desde o início da invenção da fotografia e suas trajetórias até o presente momento da inteligência artificial. Duas coisas posso muito bem ressaltar, relativas à minha terra. Temos fotografias de Santana do Ipanema desde o final do Século XIX e vamos caminhando naquelas relíquias mais raras e chegando mais para a frente. Essas fotografias denominadas antigas, elas têm como o grosso os anos quarenta até, aproximadamente, os anos setenta. São fotografias que vêm dos antigos lambe-lambes, principalmente, de grupo não grande, mas que havia em nossa cidade.

São dois tipos de olhares somente relativo a arte. O preto e branco tradicional da época, geralmente sujo, ruído, com ferrugens e terra ao mesmo tempo e desbotado. Mas, é uma prova documental incontestável da existência do alvo fotografado. É um frenesi, um glamour, uma realização – Um orgulho. Quando a fotografia recebe o colorido perfeito, a evidência é o desenvolvido talento de quem assim, viu, pensou, tentou e fez. Não está fora de contexto, como foi dito, apenas duas maneiras de olhar, principalmente dos que nunca viram e os que só viram depois. Por outro lado, os profissionais que conseguem colorir fotos antigas a contento não deixam de ser artistas restauradores de imagens impressas. Sim, é uma dessas profissões do futuro que já chegaram.

Os fotógrafos mais antigos que conheci em Santana do Ipanema, foi o chamado Seu Zezinho que morou na Rua Coronel Lucena e Rua Nova e Seu Antônio, que morou na calçada alta da Ponte e na Rua Coronel Lucena. Provável é que ambos tenham sido lambe-lambes, pois o início era sempre assim, depois as máquinas foram evoluindo e já não se metia a cabeça debaixo daquele pano preto que havia. Perdemos muitos aspectos físicos de “santanenses” ilustres porque antes não havia fotografia e, em nossa região sertaneja, jamais tivemos notícias de que determinada pessoa pintava modelos humanos em telas a óleo.

Portanto, parabéns ao conterrâneo da beira do rio Ipanema, como eu, Marcelo Brito, engenheiro e interessado das coisas da terra.

CENTRO DE SANTANA, ANOS 40, COLORIDO ARTIFICIALMENTE POR MARCELO BRITO (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO).

 

  DESCREVENDO A FOTO Clerisvaldo B. Chagas, 1 de abril de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.218   Vemos imediata...

 

DESCREVENDO A FOTO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.218

 

Vemos imediatamente, uma foto da primeira metade da década de 1960, de Santana do Ipanema. Historiando a foto para você, mais jovem:

1.   Lado esquerdo, apenas pedaço lateral do “prédio do meio da rua”.

2.   Lado direito, Quase todo “sobrado do meio da rua”.

3.   Aos fundos, esquerda para direita: andar de baixo, Casa Esperança, loja de tecidos de Benedito V. Nepomuceno. Andar de cima: local onde funcionou no auge a biblioteca Pública; Casa Rainha, loja de tecidos de Tibúrcio Soares; Casa Imperial, de Seu Piduca.

4.   Espaço entre os prédios: lugar onde se realizavam parte das feiras dos sábados com farinha e fumo. Lugar dos frevos dos Carnavais às 4 da tarde para o público em geral.

5.    Note o cartaz anunciando jogos no Estádio Arnon de Melo ou filmes no cine-Alvorada, amarrado no poste da esquina do antigo Hotel Central de Maria Sabão.

6.   Veja ainda o solo revestido de pedras brutas.

 

OBS. Todos os estabelecimentos eram comerciais. No primeiro andar do Sobrado do Meio da rua, (um vão só) funcionou, teatro, cinema escola e fórum.

 

QUER SABER MIAS SOBRE A FOTO PERGUNTE.

(FOTO LIVRO 230/ DOMÍNIO PÚBLICO).