quarta-feira, 30 de julho de 2025

 

VLT

Clerisvaldo B. Chagas 31 de agosto de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.280



 

Muito bem pensado, o VLT em Arapiraca, cidade que mais cresce. Tem que haver várias opções de mobilidade urbana para uma grande população. Em Santana do Ipanema, o deslocamento coletivo é a pé ou em moto que na cidade tem mais do que gente. Os tradicionais taxistas, sumiram, ônibus não existe e Van, do mesmo jeito. Para quem trabalha no Comércio, tem que voltar para casa para almoçar e voltar de novo, é sofrer com a distância, bairros distantes e ladeirosos para caminhar feito maratonista ou gastar os sofridos reais em garupas de motos. Não existe incentivo de ninguém pela implantação de um sistema coletivo de transporte de qualidade. Moto, moto, somente moto a 8.00 cada viagem. O bolso dos menos favorecidos já não aguenta e ninguém tem esperança de surgir por essas bandas pelo menos o mínimo do coletivo urbano que não seja moto.

Não, ninguém estar pedindo VLT, Santana não comporta. Santana sem sorte desde o projeto do trem que chegaria a Palmeira dos Índios em 1934 e que deveria continuar até Santana do Ipanema, foi desviado pelos espertos e o trem, ao invés de seguir rumo ao Sertão, deu um cavalo-de-pau e rumou para Arapiraca e Porto Real de Colégio. Sem mais ônibus para a capital, bem que um VLT ficaria muito bem Santana – Maceió. Mas quem vai defender essa causa? Duvido muito que apareça alguém. Está mesmo faltando lideranças políticas para o Sertão. Prefeitos, deputados estaduais, vereadores e arrojadas lideranças comunitária, que vão ficando cada vez mais raras e cuidando apenas do próprio umbigo. Que faremos nós, pobres mortais?

Já vimos que para a mobilidade urbana é sem futuro. Mas como no Brasil novamente estar surgindo a moda dos trens, pode até ser que num futuro muito distante, um sujeito qualquer pegue essa ideia para implantar uma via-férrea Sertão – capital, em Alagoas. E nem precisaria ser o trem bala! Por enquanto, o único trem do Sertão, após o único que existia, Jatobá – Piranhas, é a lembrança do escritor Oscar Silva, quando falava de um doido que havia em Santana do Ipanema, chamado “Caipira”. Um doido que tinha um pulmão forte e que ganhava alguns trocados para imitar o apito da maria-fumaça: “Caipira, eu lhe tantos mil reis para você imitar o trem”. E Caipira, segundo o escritor, batia asas como um galo, enchia o peito de ar e apitava igualzinho ao trem. É o que de tudo restou.

O amigo sabe imitar o trem?

VLT


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segunda-feira, 28 de julho de 2025

 

CORREIOS

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.279



 

Os Correios nunca foram tão relevantes quanto agora, mas nunca deixaram a sua importância estratégica esmorecer. Em Santana do Ipanema, Sertão alagoano, está em atividade desde o século XIX. O tempo do “correio a cavalo”, com alicerce bem-feito para os avanços de hoje. Vem dos tempos de Santana/vila. Adquiriu um terreno para construção de sede própria na gestão municipal do senhor Firmino Falcão Filho e foi inaugurado em 1947, com arquitetura padrão como atualmente permanece. Quem conheceu os Correios antigos? Quase sempre composto de funcionários de meia idade dos temos da carta escrita à mão e do telegrama da mesma maneira. Correios que possuíam rádio amador e se comunicava com outras cidades através do Código Morse, também.

O salão de atendimento sempre foi o suficiente.  Postar uma carta tinha preço fixo, enviar telegrama se pagava pelo tanto de palavras a Havia no balcão para colar o envelope da carta, um recipiente de vidro grosso com cola arábica derretida e um pincel.  O salão de atendimento estava quase sempre com o mínimo de pessoas ou vazios, muito diferente de hoje com filas e muita morosidade. A pessoa encarregada de comandar a repartição, caso fosse de fora, hospedava-se no primeiro andar do edifício, com a família, lugar que nunca tive oportunidade de conhecer.  Os Correios, em Santana do Ipanema, sempre foi uma repartição pública federal respeitada. Não me lembro de nenhum tipo de referência desabonadora.  Quando das nossas andanças por outras cidades, ficávamos impressionados com a arquitetura/padrão dos Correios, inclusive na capital, Rua do Sol.

Lembro ainda de um pluviômetro que havia no quintal da repartição e que todos os dias recolhia os dados e enviava para algum lugar, se não me engano, para o IBGE, sobre a quantidade diária de chuvas. Estacionamento não havia, assim como outras repartições, continuou e continua sendo na rua. Quando mataram Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, em Sergipe, a primeira notícia chegada a Santana do Ipanema, para a sede do Batalhão de Polícia, foi através de Código Morse e telegrama. Continuam os Correios do Brasil prestando inestimáveis serviços de qualidade ao povo brasileiro. Motivo de orgulho nacional.

CORREIOS (ARQUIVO DO AUTOR/ LIVRO 230).


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