terça-feira, 31 de outubro de 2023

 

FREI DAMIÃO E O PÂNICO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de novembro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.989

 



As Santas Missões no distrito Canafístula Frei Damião, em Palmeira dos Índios, Alagoas, inspira-me a contar mais uma vez a chegado de Frei Damião em Santana do Ipanema, entre 1956 e 1960. O respeito, a admiração, a devoção e o carinho ao Frei pelo povo santanense e da região, eram quase um fanatismo. Eu ainda era criança quando foi anunciada a vinda de Frei Damião a Santana para suas pregações. Existia uma agonia geral por falta de chuvas há muito. Comentava-se que quando o Frei chegava a um lugar seco trazia chuva, era uma esperança. Frei Damião chegaria por Olho d’Água das Flores. Inúmeros veículos foram ao encontro do homem, nas imediações de Olho d’Água, fora os que já vinham o escoltando. Uns ganzelões de minha rua, motivados pela euforia, formaram um pequeno grupo para encontrar Frei Damião na estrada. Segui com eles.

Atravessamos o rio Ipanema seco, subimos pelas olarias e em breve estávamos na estrada de terra rumo a Olho d’Água das Flores. Era um fim de tarde, passamos sobre o riacho João Gomes e um pouco mais para lá, no deparamos com a comitiva em sentido contrário. Eu já estava muito cansado e vi passar automóveis e mais automóveis, caminhões e mais caminhões lotados passaram com muita rapidez. Fiquei choroso em não ter havido uma única parada para nos acolher. Voltamos a pé tal a ida. O tempo anoitecia e eu cansado e choroso acompanhando “morcegos”. Ao chegarmos perto de Santana, chegaram a chuva e o véu da noite. Esbarramos diante do Ipanema bebendo água. Tive medo de atravessá-lo, mas tive que seguir os ganzelões, chorando muito. Deu para atravessar sem ser levado pelas águas que aumentavam de volume rapidamente.

Houve sermão diante da Matriz, com o quadro comercial completamente lotado. Porém, dois lugares de Santana, segundo o povo, debocharam do Frei e promoveram bailes de forró. Um na rua de Zé Quirino (Prof. Enéas) outro no lugar Cachimbo Eterno. De repente os respectivos salões com grande distância entre eles, encheram-se de potós que caiam de todos os lugares e espirravam até dos foles dos sanfoneiros. Gritos, pânico geral. Muita gente queimada pelos insetos. Algumas pessoas tiveram que ser transportadas para hospitais de outras cidades. A seca acabou na região de Santana do Ipanema e o rio continuou escorrendo no período das Santas Missões. Sou testemunha viva do acontecimento.

ESTÁTUA DE FREI DAMIÃO EM CANAFÍTULA FREI DAMIÃO (FOTO: B. CHAGAS).


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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

 

IOLANDA, MULHER, CANÇÃO E CIGARRO

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.988

 



Vendo nesse momento uma pasta de sabão de nome Urca, vem à lembrança nesse final de outubro de 2023, a Urca da minha adolescência. Vejo-me à Rua Antônio Tavares, brincando de nota com os companheiros. E o que chamávamos ‘nota”, era o descarte de carteira de cigarro em que o fumante amassava e jogavam-na em qualquer lugar. Nós, os adolescentes masculinos, desamassávamos a carteira de cigarro, descartávamos o papel celofane do envoltório – quando havia – estirávamos o papel em forma de cédula, dobrávamos as laterais. Cada nota funcionava como dinheiro de verdade. O valor de cada uma dependia da maior ou menor quantidade encontrada. O alumínio que envolvia diretamente os cigarros, era o mais comum e consequentemente o de menor valor.

Depois saíamos pela rua poeirenta jogando. Um rapazinho jogava uma pedra alguns metros à frente. O outro tentava acertar a pedra imóvel com outra pedra e assim sucessivamente. Quando uma pedra batia m outra, o que acertou ganhava uma nota cujo valor era combinado. Nunca vi jogo tão bom! Lembramos ainda algumas marcas de cigarros como: Continental, Astória, Hollyood, Fio de Ouro, Urca e Yolanda. Iolanda também era uma colega ginasiana, relativamente bonita. Era irmão da Dilma, outra colega ginasiana e, não tenho muita certeza, mas parece que eram filhas de um cidadão muito popular na época, chamado Imídio Birunda. Também cem certeza tinha a Socorro, colega de sala, colega de teatro e, irmã de ambas. Surgiu uma canção com o nome Iolanda a que a turma associava à nossa colega.

Peça a música no Google e pesquise a inspiração de Chico Buarque de Holanda.

 Já os cigarros Urca mostravam o morro do Rio de Janeiro no rótulo. Quando adulto tive oportunidade de conhecê-la, em excursão no passeio do bondinho que serve à montanha isolada com cabos de aço. O sabão pastoso Urca, não mostra a paisagem do rio de Janeiro.

Hoje, vejo no meu neto o jogo de outrora, transformado no brinquedo celular. Dizem que é a chamada Evolução. Será?  Estou escrevendo para extravasar essa noite mal dormida, sem nenhum sentimento de saudosismo, mas é impossível em determinados momentos não lembrar fatos corriqueiros das nossas vidas.

 


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domingo, 29 de outubro de 2023

 

JARAMATAIA

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de outubro de

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.987



 

Última cidade do sertão para quem se dirige a Arapiraca pela AL-220 e que pode ser a primeira em sentido contrário. Estar localizada no limiar entre sertão Agreste e faz parte da Bacia Leiteira de Alagoas. Jaramataia é uma cidade, relativamente nova que foi emancipada de Batalha em 17 de maio de 1962. A sua distância à capital, Maceió é de 138 quilômetros. Foi originária de uma fazenda de gado, onde hoje está o piso urbano e cuja denominação era fazenda Jaramataia. Jaramataia é uma arvoreta que atinge cinco a seis metros de altura, além de ser considerada medicinal. Sua população, de acordo com o último censo, possui quase 5.000 habitantes e fica a 164 metros de altitude. A grande festa da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, acontece no dia 8 de dezembro.

Esta cidade fica a cerca de 1 km da AL-220, com dois acessos de entrada e saída. Sendo criador de gado, o município tem nessa atividade o seu forte. As atividades da Agricultura, são as mesmas de todo o Sertão. Suas imediações são as mais “agrestadas” da Bacia Leiteira, segundo nossas observações geográficas. Entretanto, também há muito, observamos vários quilômetros de terras que nos tempos secos, ultrapassa a temperatura de todas às vizinhanças. Parece se conectar com uma faixa de terras da BR-316, semelhante, entre a cidade de Dois Riachos e a Pedra do Padre Cícero. Nunca pude estudar esse fenômeno e nem tive conhecimento que outra pessoa tivesse feito essa observação. Seus filhos são denominados jaramataienses.

O chamado “Açude de Jaramataia”, é um dos maiores de Alagoas e construído pelo DNOCS. É alimentado pelo “riacho do Sertão” afluente do rio Traipu. Além de ser a principal atração turística física de Jaramataia, o açude banha também o povoado São Pedro (antigo Bacurau) e congrega quase 500 famílias de pescadores. Às vezes, em tempos de estiagem surgem alguns problemas no açude que afetam a existência de quem dele vive. Porém, a cidade de Jaramataia, prossegue sua lida entre Batalha e Arapiraca, centros mais pertos para seus intercâmbios sócio comerciais.

Jaramataia (Vitex gardneriana Schauer) é uma das poucas encontradas no sertão nordestino, usada tradicionalmente por suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.

JARAMATAIA (DIVULGAÇÃO/PREFEITURA)

 

 

 

 

 


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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

 

RESPIRAR EM PÃO DE AÇÚCAR

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.986

 



Ontem, Pão de Açúcar, Alagoas, foi notícia no Jornal Nacional. Uma humidade do ar com apenas 6% do ideal de 60%, fez arrepiar uma tentativa de visita ao “Espelho da Lua”.  Ainda não conversamos com um pão-de-açucarense sobre como os habitantes do lugar encaram o calor extremo do semiárido nos períodos que acontecem o fenômeno. Já os de fora, assim com meu pai, podem me dizer como me foi dito: “Fui conhecer, mas foi um calor tão grande, que prometi a mim mesmo nunca mais pôr os pés ali novamente”. Não sei quando meu pai foi a Pão de Açucar, mas morreu com 94 anos e cumpriu o que disse. Da mesma maneira procedeu com Garanhuns na outra ponta dos extremos.

Mas por que Pão de Açúcar possui essa fama e seus vizinhos do São Francisco, não? Gostaria sim de ouvir uma explicação de um especialista e, se esse especialista fosse da própria cidade, melhor ainda. E como disse acima, o fenômeno geográfico tem a sua época de acontecer. E claro que não estamos incluindo esse alvoroço climático que está no Planeta agora, pois a “torradeira” é velha conhecida dessa literatura. Pão de Açúcar é cidade turística por excelência e talvez essa particularidade possa lhe beneficiar devido a curiosidade das pessoas perante o inusitado. Bela, típica e histórica, Jaciobá é um destino fantástico para o turista estudioso.

Enquanto não aparece uma explicação para a quentura excessiva de Pão de Açúcar, em determinadas épocas, vamos relacionando suas atrações onde está embutida sua história de desbravamento, sesmarias, navegação e Pedro II. Mas também para quem gosta de histórias cangaceiras, vai saber que na penúltima semana de vida de Lampião, ele estava no município. E estava exatamente na serra de São Francisco, de onde desceu para a região de Piranhas, atravessou o rio e foi se recolher nas Grotas de Angicos, para descansar, recolher-se na semana de morte do padre Cícero e pensar em deixar o cangaço.

Pão de Açúcar, quente ou frio é lugar de permanente beleza.

PARCIAL DE PÃO DE AÇÚCAR( FOTO/DIVULGAÇÃO)


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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

 

IFAL É NOTÍCIA

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de outubro de 2023

Escrito Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.985



 

Coisa bonita é o esqueleto de uma obra em construção. Coisa horrível é o esqueleto de uma obra abandonada. E quando esse esqueleto de obra abandonada, situa-se em ponto relevante de uma cidade, é mais tenebroso ainda. Embora seja a feiura da paisagem, em geral, pode representar a fotografia viva do paraíso para fumadores de maconha, drogados, ladrões e bandidos diverso que procuram esconderijos seguros. Portanto, não ficou bem na cópia o esqueleto de construção do IFAL em Santana do Ipanema, condenado e insistente durante anos na entrada da cidade. Daquilo que seria o orgulho social, virou fantasma da zona urbana do Bairro Lagoa do Junco. Bairro esse que da pobreza extrema não deixa de se modernizar.

Assim, a notícia que circula no estado, é que haverá a construção definitiva do Campus do IFAL, em Santana do Ipanema. Demolição, marcação de terreno, terraplanagem e tudo mais. Enquanto isso, o Instituto funciona em prédio alugado, em outra saída de cidade.  E pelos detalhes publicados, poderemos acreditar que de fato vai acontecer essa reviravolta de uma situação constrangedora para todos. O que aconteceu ou deixou de acontecer durante todo esse tempo do início de esperança até hoje, não cabe nesse trabalho, entretanto renova-se essa esperança para que a nova obra, seja de fato pujante e à altura do povo santanense. Na atualidade estão muito ligadas o valor social representante e a beleza física arquitetônica de um edifício público ou não.

Afinal de contas não é a primeira vez que uma obra pública é embargada pelos mais diferentes motivos. Esperamos, como filho da terra, que a Lagoa do Junco continue o seu brilho de expansão com tantos empreendimentos importantes e receptivos aos turistas no primeiro lance de olhos sobre a “Rainha do Sertão”. Mas, independente do futuro prédio do IFAL, a entrada mais importante de Santana do Ipanema, bem que merece toque robusto de engenharia, planejamento urbano e paisagismo para sepultarem o cenário sofrido atual e remanescente, para uma estrada criativa, moderna, atraente e bela, igual a tantas outras que se mostram em diversas regiões brasileiras.

Tudo por Santana!

PARCIAL DE SANTANA. PRAÇA ALBERTO NEPOMUCENO AGRA 9PRAÇA DO TOCO (FOTO B. CHAGAS).

 

 

 

 

 

 


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OLHE A ONÇA, ZÉ!

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.984

 



Chega o amigo à minha casa e vamos tratar de interesses mútuos. Comento logo a sequidão a que estou apreciando do portão.  Os montes que circundam Santana do Ipanema, mostram-se sem a cor verde que reflete o fim antecipado de uma primavera. As árvores mais resistentes ainda mostram a palidez dessa cor, porém, a maioria da vegetação, composta de arbustos, não tem como exibir um quadro que inspire esperança tão cedo nos galhos pelados e secos que caracterizam a estiagem. Contemplar o cenário crestado dos arredores antes do verão, é acreditar que a zona rural se assemelha ao que a vista alcança. E se esses montes de altura razoável, puxam para baixo o otimismo, como apostar no verde nas terras de planuras?

Isso me faz lembrar as trilhas brutas e íngremes que tive que encarar no sopé da serra das Porteiras, entre Batalha e Belo Monte.  Uma tortura não anunciada em meio aos raros cenários deslumbrantes, desconhecidos, longínquos, escondidos da civilização. Era o grosso da teimosa viagem a pé seguindo o leito seco do rio Ipanema das nascentes à foz. Tudo isso registrado no livro DNA de Santana, “Ipanema, um rio macho”. As maiores dificuldades encontradas nos 220 km de trajeto, foi a partir do povoado Saúde, município de Batalha. Dali em diante, não tem mais como passar por dentro do rio. Também ali morre a estrada e surge a serra das Porteiras, margeando pela esquerda o rio Ipanema. Só se continua a viagem se subir e descer várias vezes pelo sopé da serra onde uma trilha, estreita repleta de pedrinhas rosas e brancas, quadradas, de cerca de 8 cm, tomam grande parte do trajeto.

Comentada como lugar de onça suçuarana, deixava a expectativa de um ataque a qualquer momento, naquela trilha sombreada pela caatinga “virgem”, muito difícil para cavalos, burros e jumentos, quanto mais para gente. Mas a frustração como geógrafo, foi não ter trazido no bornal, uma amostra daquela pedra para análise com especialistas. A exaustão beirou um falecimento súbito porque subir e descer por aqueles caminhos misteriosos, era coisa para matar qualquer animal. Posso dizer que fui um sobrevivente daquela aventura maluca, ladeado pelos saudosos companheiros João Soares Neto (Quen-Quen) e o radialista Wellington Costa.

Já estou cansado só em recordar.

Ô sertão do rio Macho!

 

 

 

 


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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

 

UM JORNALISTA DE PESO

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.983

 



Tive imenso prazer ao apreciar a leitura do livro do renomado jornalista Fernando Valões. Lançado há pouco na Câmara de Vereadores Tácio Chagas Duarte em Santana do Ipanema, o livro é mais um sucesso da Editora Edfika de Arapiraca, Alagoas e, contém 199 páginas escritas em papel estilo envelhecido. Estou primeiramente agradecendo a referência a meu nome artístico à página sem número que precede o dilúvio de relevantes documentos. Antes invisíveis, as penumbras que elevam o compêndio “Santana do Ipanema, sua origem” e o destemido autor, aureolam a audácia dos intimoratos pesquisadores. Portanto, é sempre gratificante quando uma obra é publicada sobe a “Rainha do Sertão”, abordando qualquer tema que venha a contribuir com a intelectualidade da Ribeira.

Fernando Valões, jornalista renomado principalmente no eixo Arapiraca – Santana do Ipanema, especializou-se em reportagens de impactos e polêmicas causadas pelo jornalismo investigativo. Autor de outros livros, Valões volta agora com um livro de pesquisas apuradas, cujo epicentro é o município de Santana do Ipanema. A pedra lançada ao lago cristalino faz propagar as ondas que vão além das nossas fronteiras, levando luzes, notadamente para o tema emancipação política, precisão de data e argumentos perseguidos pelo sagaz pesquisador. Escrever história é polemizar, sempre foi. Todos argumentam possuir a verdade e cada renovação da mesma história é sempre marcada por novos vieses.

Não se limitou o ilustre jornalista – que possui outros títulos – a datar a emancipação correta do nosso município, mas movido pela euforia dos descobrimentos, ainda brinda seus leitores com fatos semelhantes acontecidos em outras plagas alagoanas; elenca protagonistas, atores e situações históricas detalhadas, já conhecidas ou não, mas que corrobora consistência aos fatos primordiais. Assim, mesmo que o autor não consiga oficialmente corrigir possíveis falhas de antigas narrativas, aponta novas rotas de escapes para o emaranhado político que se formaram nos séculos passados.

O livro do jornalista Fenando Valões é um convite a uma reflexão profunda com roupagem nova, no cenário de uma plateia acomodada.

Recomendo.

 

 

 


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domingo, 22 de outubro de 2023

 

BATALHA

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.982

 



Cidade situada no coração da Bacia Leiteira alagoana, fica entre as cidades de Jacaré dos Homens e Jaramataia. Possui clima semiárido e fica a 120 metros de altitude. Sua história possui versões diferentes, desde quando seu território ia até o São Francisco e era chamada Belo Monte. Batalha possui um pouco mais de 16.000 habitantes que são chamados batalhenses, vivendo protegidos pela padroeira Nossa Senhora da Penha, cujo festejos acontecem no dia 8 de setembro. Sua economia baseia-se na agropecuária, cujo gado leiteiro é o seu forte, exercendo grande liderança na região tanto nesse tipo de Economia quanto na sua organização social. É muito fácil chegar a Batalha que fica próxima, relativamente a Arapiraca e marca distância a capital, Maceió, com apenas 183 quilômetros.

A cidade do leite é banhada pelo rio Ipanema e que representa uma das suas atrações em tempos de cheias. Batalha tem como atrações ainda, o monte histórico do outro lado do rio chamado Serrinha, sua exposição de gado realizada anualmente e seus laticínios que produzem deliciosos queijos de qualidade. Chama atenção o solo de barro vermelho onde se assenta a urbe, as ruas longas e a mistura de planos e ladeiras suaves. Pode-se se dizer que a igreja principal representa um dos maiores cartões postais da cidade. O festejo civil mais importante é da sua emancipação e que ocorre no dia 22 de dezembro. A ligação asfáltica chegou a pouco tempo Batalha – São Francisco, com a cidade ribeirinha de Belo Monte, cujo trajeto facilita o turismo para o antigo “Rio dos Currais”.

Na visita do interessado a Batalha, pontos conhecidos afora os apontados como turísticos, podem ser descobertos como interessantes conforme a sensibilidade individual. Bem que tinha razão, o autor Ivan Fernandes, em sua “Geografia de Alagoas”, anos 60, “Batalha e arredores foram transformados em uma região agrestada”. Sim, a transformação sofrida no paisagismo regional dá mesmo essa impressão ao pesquisador. E isso nada tem a ver com o Agreste verdadeiro que se inicia até certo ponto perto dali, após Jaramataia, também agrestada, sua vizinha. Visitar Batalha e os seus diversos aspectos urbanos é uma alegria que se multiplica em qualquer um dos seus festejos.

E por que não a conhecer?

PARCIAL DE BATALHA (FOTO: B. CHAGAS).

 


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quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 

ÁGUAS CONTINENTAIS

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.981

 



As águas que correm ou se acumulam na superfície das terras emersas, são chamadas de águas continentais. São representadas pelos rios e pelos lagos.

Parte dessas águas se infiltra no solo. Quando encontram rochas, ali se acumulam e o lugar é chamado de lençol freático que dão origem às nascentes, bicas, olhos d´água. Essas são formas que podem originar um rio, porém, o rio pode ser formado pela intensidade de chuvas, pelo derretimento de neve e também pelo transbordamento de lagos.

O trajeto percorrido pelo rio, das nascentes à foz ou desembocadura, constitui o seu curso. O canal por onde ele cava e escorre, damos o nome de leito, cujo ponto mais profundo chama-se talvegue.

Quando seguimos o curso de um rio na direção de suas nascentes, estamos caminhando para montante. Quando no dirigimos rio abaixo em direção à foz, caminhamos para jusante.

Consequentemente, os rios em suas escavações formam vales que são classificados, pelo menos em quatro tipos:

Vale em garganta – O rio escava o leito mais rapidamente de que as modificações das encostas abruptas.

Vale normal – equilíbrio entre as escavações do leito e as modificações das encostas. Formas de vale em “V”.

Vale em calha – A acumulação no leito é maior do que a erosão das encostas. Vale em forma de “U”.

Vale dissimétrico – Caracteriza-se pelas diferenças em suas encostas.

Qual seria, então, o tipo do vale do rio Ipanema?  O rio Ipanema tem muita variação de margens no seu curso. E com certeza o seu curso urbano em Santana do Ipanema demonstra claramente correr em vale dissimétrico. Porém, o rio Ipanema também escorre em vale de garganta, ao margear o povoado Telha, entre Batalha e Belo Monte.

Esperamos que de alguma forma a exposição acima tenha sido útil. Não é preciso gostar da Ciência Geográfica, basta admirar a Natureza de forma como se apresenta. E conhecimento nunca é demais em nossa evolução cultural e humana.

RIO GRANDE (ISTOCK)

 


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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

 

IMBUZEIRO DE BETÂNIA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.980



 

Se já era prazeroso sabermos sobre o imbuzeiro comum, imagine saber sobre o maior imbuzeiro do Brasil! Assim como o maior cajueiro do país, o de Pirangi, no Rio Grande do Norte, ouvimos e vimos pela Internet sobre o imbuzeiro de Betânia, Pernambuco. O relato também nos encantou com a narração de uma senhora de voz muito educada e bastante didática. O imbuzeiro é grande e, como o cajueiro de Pirangi, ao invés de crescer para cima, cresceu para os lados, espalhando-se por sua área. É menor do que o famoso cajueiro, mas se houver interesse das autoridades locais, poderá ter fama igual. Segundo o relato da senhora que faz parte da família longeva testemunha do cajueiro no tempo, a existência da árvore é calculada pela família em 300 anos e continua produzindo bons frutos.

As contas vêm desde pessoa da família que viveu mais de 100 anos e já falava do cajueiro que um antepassado também da mesma idade falava. Desde os tempos mais remotos a árvore servia de abrigo para viajantes, tais os ciganos. Vale salientar que não se conhece em outra região do mundo, o imbuzeiro sertanejo nordestino. Os metidos à besta, chamam imbuzeiro de umbuzeiro (Spondias tuberosa). Ele oferece sombra aos animais e gente. Dar seus imbus rico em Vitamina “C”, que pode ser consumido in natura, em forma de doce, de geleia, de sorvete. O imbuzeiro é de fato a árvore sagrada do Sertão. Nunca vimos falar sobre alguém que tenha plantado pelo menos um pé dessa árvore nativa. Quando fazem coivaras (fogo proposital para limpeza do terreno), chamuscam ou matam os imbuzeiros. Um crime!

Suas raízes não são tão profundas. Formam tubérculos que acumulam água, acodem o homem na estiagem e são muito utilizados para se fazer “doce de batata de imbu”. Os tubérculos são chamados popularmente de “cafofas”. É fácil subir num imbuzeiro para coletar seus frutos, sua própria formação facilita a tarefa. O imbu, no lugar onde não existe cooperativa, é vendido nas feiras locais em recipientes de latas com capacidade de um litro. Principalmente, nos tempos de Semana Santa, faz-se muito no Sertão a deliciosa “imbuzada”, tão famosa quanto a canjica. Da nossa parte, agradecemos muito a senhora que narrou sobre o imbuzeiro de Betânia. Uma também deliciosa narrativa.

Ê, Sertão!...

IMBUZEIRO (EMBRAPA).

 


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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 

 

REI PELÉ – ARNON DE MELLO

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.979

 



“Prestes a completar 53 anos de história, o Estádio Rei Pelé passará por reformas e melhorias nos próximos meses. Administrada pelo Governo do Estado, através da Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude (Selaj), a maior praça esportiva de Alagoas, já dotada de uma série de equipamentos destinados aos amantes do esporte e ao público em geral, ficará ainda melhor”.  (Fonte: Tribuna de Alagoas).

Enquanto isso, nós santanense não tivemos muita sorte no futebol profissional. O pior era que existia apenas uma fonte que possuía estádio e essa fonte era particular. Resultados de muitas coisas que preferimos ignorar para evitar aborrecimentos desnecessários. Infelizmente fomos nos apaixonar por um estádio que hoje faz pena aos passantes.

Não podemos falar sobre a organização do Ipanema que não conhecemos, mas nos reportamos apenas ao lamentável estado físico, parte externa, do estádio Arnon de Mello. Além de causar pena, misturam-se as lembranças dos áureos tempos em que o “Canarinho do Sertão” era amado e respeitado no mundo sertanejo de Alagoas. Mas não se deve atirar pedra em quem morreu. “O que passou é passado”, mas fica a pergunta aos entendidos se existe algum plano para o futuro Estádio Arnon de Mello? Alguma carta na manga dos remanescentes diretores do clube para a ressureição do Ipanema. Será que nós torcedores podemos alimentar alguma esperança? O que é preciso para fazer voltar a alegria dos grandes embates no campo da Rua Santa Sofia?

Enquanto isso, vamos mastigando as notícias de melhoras em nossa praça maior dos esportes, Estádio Rei Pelé, que por se achar no Bairro Trapiche da Barra, é designado popularmente por Trapichão. E, para quem não sabe, trapiches eram os grandes armazéns de guardar mercadorias para embarques e desembarques  às navegações.

Sobre o estádio Arnon de Mello, cujo único apelido é: “O campo do Ipanema”, acha-se imprensado e mesmo que quisessem ampliá-lo, seria quase impossível, com um cemitério de um lado e avenida e ruas em três outros lados, segue o jargão usado hoje, pela juventude: ampliação do estádio? “Ora, teje quieto”.

Está faltando sensibilidade gentílica.

Os ventos santanenses de hoje não movem moinhos.

ESTÁDIO REI PELÉ (FOLHA PE).

                                                                                                                

 

 


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domingo, 15 de outubro de 2023

 

JACARÉ DOS HOMENS

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2,978

 



Jacaré dos Homens é lugar que conserva a tradição regional do nome. Originária de uma fazenda de gado, expandiu-se com residências, tornou-se vila e cidade. Possui um pouco mais de 5.000 habitantes e perdeu residentes de acordo com o último censo. Sua topografia é um misto de planos e ladeiras, situa-se entre as cidades de Monteirópolis e Batalha, todas elas no coração da Bacia Leiteira Alagoana. Comemora sua instalação municipal em 10 de janeiro, lembrando 1959. Sua distância da capital, Maceió, marca 196 Km via Arapiraca e situa-se a 135 metros de altitude. Foi emancipada de Pão de Açúcar, tem como padroeiro Santo Antônio de Pádua e seus filhos são chamados de jacareenses ou jacarezeiros.

É banhada pelo riacho Jacaré, em que um dia foi encontrado uma espécie representante desse réptil, daí seu primeiro nome. E “Dos Homens” vem pelo prestígio dos seus habitantes perante o comércio com os penedenses. No centro comercial, um monumento ao jacaré é o grande atrativo aos visitantes.  É no seu cemitério que fica na parte alta da cidade, onde está sepultado o famoso “Vingador do Sertão”, Floro Novais. A Economia da cidade baseia-se na pecuária leiteira, no pequeno comércio e no funcionalismo municipal. Quando o riacho Jacaré bota cheia, é uma atração que concorre com o turismo do monumento. Jacaré dos Homens é simpática, limpa e relembra os antigos bangalôs que tanto sucesso fizeram. Seu acesso até o centro, margeia o riacho que lhe deu o título.

Numa época em que todas as cidades de Alagoas estão interligadas por asfalto, a rede também facilita o deslocamento da juventude de uma cidade pequena para as cidades maiores e que possuem estruturas gerais como Educação, emprego e Saúde. Jacaré faz parte dessas cidades menores que buscam na vizinhança a evolução individual nata do indivíduo. Mas isso não a impede de exibir sua beleza tradicional e moderna, motivos de respeito e admiração dos que procuram conhecer o nosso semiárido. Bem localizada, a cidade de Jacaré dos Homens está perto de tudo: do Agreste, do Alto Sertão, do Sertão do São Francisco, da Capital do Agreste, Arapiraca e de Maceió.  

Com certeza você sairá enriquecido culturalmente, após uma bela visita a “Terra do Gado

PARCIAL DE JACARÉ DOS HOMENS (FOTO DIVULGAÇÃO).

 

 


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terça-feira, 10 de outubro de 2023

 

O DEPUTADO E A SANTA

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.977

 



Estou diante da capela de Santa Terezinha. Solitária e triste, a igrejinha contempla a cidade das alturas convidativas do serrote do Cruzeiro. Olho a réplica do cruzeiro de madeira fincado logo defronte, na passagem do século XIX para o século XX. E relembrando a história, vejo um cidadão, em 1915, fazendo festas com trabalhadores e zabumba, cozinhando e levando material serrote acima para o pagamento de promessa – jamais revelada – a Santa Terezinha, com a tosca ermida em sua homenagem. Vejo no futuro a capela em ruínas, paredes tombadas e o vazio do altar. Mas também vejo no tempo, o deputado estadual Siloé Tavares, nas faldas do serrote com muitos trabalhadores, feijoadas nas trempes, zabumba animadora, tijolos às cabeças e o sobe e desce para o soerguimento da capela de Santa Terezinha. Chapéu de palha a cabeça do deputado de ontem e a minha pergunta de hoje: Por quê?

Ah! Mais uma vez à ruína. E vem a terceira capela de Santa Terezinha. Construção sobre lajeiros, à luz do céu azul, do mato verde, da caatinga bruta e das marcas rochosas que viraram lendas.

A urtiga, o imbé, a catingueira, a macambira de flecha, companheiros e companheiras da santa ali de dentro, daquela que você vê pela vidraça de vidro rachado.

Os segredos das promessas uivam com o vento pela vegetação ora verdosa, ora esquelética da pequena serra, do monte residual de uma extensa cordilheira varrida pelas intempéries... Quem sabe? Sim, lugar de meditação que mexe na dúvida da alma sutil.

Sim, sim, serrote do Cruzeiro!

E a geografia da vida incentiva a escalada do Tabor, do Sinai santanense que descobre os horizontes invisíveis do interior da mecânica que liberta a alma dos grilhões terrenos. Voar, voar pelo infinito, navegar na misericórdia que flui, na esperança cultivada, no lombo dos ventos que vagueia pelos pontos cardeais.

 

Quem sobe o belo serrote

Busca esperanças mil

Quem desce traz do serrote

A tinta do céu de anil

Odor invisível e forte

Dos bosques do mês de abril

 

SERROTE DO CRUZEIRO E CAPELA DE SANTA TEREZINHA (FOTO B. CHAGAS)

 

 


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segunda-feira, 9 de outubro de 2023

 

SERTÃO, O REINO DA FÉ

Clerisvaldo B. Chagas,10 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.976



 

Já desnudamos aqui muitas vezes o sertão nordestino para o mundo. E agora chegou a vez do procurador de água no subsolo. Uma tradição sertaneja de muita fé, assim como a encontramos entre os rezadores – em algumas regiões chamados benzedores e curadores – Os procuradores d’água do subsolo, têm como representantes, algumas poucas pessoas que receberam esse dom. Uns não contam a ninguém como aprendeu, outros contam. Mas vamos ver como acontece na prática, durante uma época seca.  Alguém quer fazer um poço artesiano e chama um desses procuradores de água para localizar onde existe o líquido no subsolo, para poder convidar o pessoal do maquinário para cavar o poço.

 O procurador d’água pega um graveto bifurcado e sai com ele estirado às mãos, onde tem água o graveto se inclina para o chão. E fora isso, ainda fornece alguns complementos ao procurador. Pronto, agora é só chamar os técnicos, furar o poço e encontrar a água. Acrescentamos algumas informações particulares do cidadão procurador, que resolveu falar: Um seu parente havia falecido há mais de 30 anos. Fazia esse trabalho ao modo dele. Seu Severino, teve um sonho com o parente que o ensinou a achar água no subsolo. Experimentou o ensino e deu tudo certo. Fez disso profissão e trabalha com esse método até os presentes dias. (apresentado na Internet). Tempos depois, encontrara um cidadão de mais de 80 anos que lhe dissera que a procura pela água ficaria mais eficiente se fosse substituída a forquilha de graveto, por dois finos ferros e deu a ele as ferramentas.

Seu Severino achou mesmo, melhor o trabalho com os ferros. Informa água doce, salgada, quantidade viável ou não e, aproximadamente, a profundidade em que a água se encontra. O vídeo da Internet é detalhado acompanhando o trabalho de Seu Severino. Chega até a emocionar quando se pensa nos mistérios que existem. Embora o processo de Radiestesia já fosse conhecido no antigo Egito, ainda não possui reconhecimento oficial. Mas o Sertão é assim e procuramos mostrar como ele é. E se você não tem fé em nada, nada você é.

Sertão é bom, Sertão é divino, Sertão e mistério!

Sertão é 10.

PEOCURANDO ÁGUA. (FOTO: NÃO CONSEGUIMOS IDENTIFICAR O AUTOR).


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domingo, 8 de outubro de 2023

 

MONTEIRÓPOLIS

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.975



 

Voltando do ramal de Pão de Açúcar/Palestina, estamos novamente no entroncamento de Olho d’Água das Flores. Vamos seguir em direção a Maceió passando pelas cidades sertanejas da Bacia Leiteira até chegar ao Agreste pela região de Arapiraca: são elas: Monteirópolis, Jacaré dos Homens, Batalha e Jaramataia. Vejamos:

Monteirópolis – Cidade pequena e simpática, situada a 200 km da capital, Maceió. Possui um pouco mais de 7.000 habitantes que vivem em relevo plano com altitude de 233 metros de altitude. São denominados monteiropolitanos e que vivem sob a égide do Padroeiro Mártir São Sebastião, comemorado em 20 de janeiro. Foi originada de um pequeno grupo de casas, cujo lugar era chamado de Guaribas, tipo de macaco que proliferava na região. Guaribas evoluiu e terminou se emancipando em 15 de junho de 1960, com o nome oficial de Monteirópolis, em homenagem a um dos seus fundadores.

Monteirópolis vive da agropecuária, do comércio e dos laticínios que caracterizam a bacia Leiteira, da qual faz parte. Vive tentando o equilíbrio entre cidades maiores como Olho d’Água das Flores e Batalha. Seu comércio ainda é insipiente, porém destaca-se na pecuária onde é muito forte e faz parte da pujança leiteira da região. A festa do padroeiro é tradicional, atrai devotos e turistas de todos os lugares sertanejos. Acompanhamos sua evolução desde os tempos de “Guaribas” e a construção de sua belíssima igreja que envaidece os monteiropolitanos.

Quando você roda entre Batalha e Olho d’Água das Flores, pela AL-220, vai encontrar o acesso a Monteirópolis, uma esticada de mais ou menos dois quilômetros até o centro. Poderá tirar um bom descanso nesse núcleo pacato, visitar as fabriquetas de queijos da periferia. provar das rapas dos tachos queijeiros; rezar na igreja do Mártir São Sebastião e sentir os ares dos campos que rodeiam a urbe.  Existem movimentos estudantis desta cidade menor para centros maiores como Batalha ou Olho d’Água das Flores, até porque houve progresso geral acentuado nessas últimas, sendo naturais as convergências para Educação, Saúde, Comércio e Prestação de Serviços. Já a cidade menor, luta diariamente para evitar êxodo e, no mínimo uma população instável. Visite Monteirópolis.

 

 

 


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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

 

COMEÇOU A FESTA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2,974

 

 



Comandada pelo padre Marcos Renildo da Silva França, teve início a tradicional Festa de São Cristóvão, da paróquia de São Cristóvão, com sede no Bairro Camoxinga, ontem (5) e que se estenderá por 10 dias. A tradicional vaqueirama encourada abriu os festejos, como sempre, levando o estandarte do santo e cobrindo o desfile a cavalo com aboios, pela tarde até o cair da noite, quando houve às 19 horas, a recitação do terço, bênção e hasteamento do estandarte do glorioso padroeiro.

Todas as noites do novenário serão ricas de solenidade e apresentações diversas, quando cada uma delas terá seu noiteiros fazendo homenagens de segmentados diversos ao Santo Paroquiano.

A tradicional Festa de São Cristóvão, é muito aguardada pelos seus paroquianos, devotos e os ausentes que retornam à cidade no mês de outubro já de agenda comprometida com o santo dos motoristas. As atrações ligadas aos festejos ocupam o Largo de São Cristóvão defronte à Matriz, rua da igreja, rua principal do bairro, Padro Brandão, antiga Praça Siqueira Campos e outras ruas paralelas. Muitas atrações profanas, principalmente comidas e bebidas se espalham pelas diversas barracas das imediações, dando maior dimensão ao evento religioso, amplamente divulgado pela urbe e zona rural do município.

A festa será encerrada no dia 15 (domingo), com a seguinte programação: Salva de fogos, Eucaristia presidida pelo padre Aderval rodrigues Ferreira, com animação do Coral de são Cristóvão, 6 e 9h30 respectivamente.

 

17h – Eucaristia presidida pelo Pe. Edmo Ricardo Silva Vilela Ferreira (Matriz de São Cristóvão).

Animação: Coral Guardião do Redentor.

17h – Solene Procissão com a imagem do nosso Glorioso Padroeiro São Cristóvão, saindo da cidade de Carneiros.

Trajeto da Procissão em nossa cidade: Rua Barão do Rio Branco, Praça Senador Enéas Araújo, Av. Coronel Lucena, Avenida Pancrácio Rocha, Rua Delmiro Gouveia, Rua Maria Gaia e Rua

José Porfirio Palmeira.

18h30 – Bênção do Santíssimo Sacramento.

19h – Aspersão dos veículos e motoristas.

20h – Descerramento do Estandarte do Glorioso São Cristóvão com salva de fogos.

 

IGEJA MATRIZ DE SÃO CRISTÓVÃO (FOTO: B. CHAGAS).


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