quinta-feira, 30 de março de 2023

 

DE VOLTA AO CEPINHA

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.855



o sucesso do “Café Filosófico”, promovido pelo Departamento de Cultura, em sua casa, veio um honroso convite para uma palestra na Escola Estadual Prof. Aloísio Ernande Brandão, o famosíssimo “Cepinha”. No café, foi lançado o livro documentário, “Canoeiros do Ipanema” e que também será relançado para professores e alunos do Cepinha, no encontro agendado para o dia 20 de abril, ocasião em que estaremos falando sobre Santana do Ipanema. Estamos ainda na primeira fase do entendimento e não temos certeza se será uma palestra ou uma ampla entrevista pela plateia, modo da minha atual preferência. De qualquer maneira é um prazer enorme retornar àquela casa onde encerrei a minha carreira de Magistério.

Antes de tudo, o Cepinha era apenas uma oficina da Escola Estadual Deraldo Campos... Uma carpintaria onde os alunos aprendiam arte e tinham a assistência do profissional Abelardo, marceneiro que ali trabalhava pelo estado. Até hoje existe a lembrança forte da saudosa professora “Dodôra” que ministrava essas aulas de Educação Artística prática e fumava bastante. A carpintaria foi perdendo força como tal e passou a ser a base de fundação da Escola Estadual Prof. Aloísio Ernande Brandão e que permaneceu com o mesmo apelido de antes e muito mais conhecida assim. A homenagem ao professor pela sua morte precoce, foi justíssima, mas achamos que deveria haver pelo menos uma sala com o nome da professora Dodôra que também partiu precocemente pelas ações do cigarro.

E para concluir, voltamos a lamentar a localização das três grandes escolas estaduais dentro duma área plana mas, insalubre, dominada pelas grandes enchentes do riacho Camoxinga, afluente do Ipanema. Ao lado das escolas, está o enorme terreno federal, desocupado, abandonado, não saneado aonde as águas de minação descem noite e dia vindo das partes altas (Rua das Pedrinhas) e imediações da COHAB NOVA. E os três colégios: Laura Chagas, Mileno Ferreira e Ernande Brandão estão no antigo entulho formado a milhares ou milhões de anos pelo bravo riacho Camoxinga. E desde há muitos anos quando as chuvas derrubou parte da murada que cerca as três escolas, que o abandono do terreno, com a parte caída ampliada não é coisa bonita de se vê.

Amor às coisas públicas?

Quem ama cuida!

CENTRO DE SANTANA (FOTO: B. CHAGAS).


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quarta-feira, 29 de março de 2023

 

VALORIZANDO O QUE É SEU

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.855 km

 

Dias após palestras sobre a parte física de países do Hemisfério Norte, resolvi fazer um teste de valorização. Dirigi-me até à periferia da cidade em visita ao açude do Bode. O açude é uma reserva hídrica construída pelo DNOCS no riacho do Bode, no início dos anos 50. Um lugar muito aprazível e esquecido após a chegada da água encanada do São Francisco. Seu sangradouro despeja na continuação do leito do riacho que atravessa a BR-316 e tem sua foz após o Bairro Bebedouro. Seu paredão é muito bem feito e a paisagem vista dali é deslumbrante. Tirei uma foto das suas margens repletas de florezinhas simples que nascem no campo.  As flores em primeiro plano, o espelho d’água em segundo. Posso afirmar que saiu uma bela fotografia.

Dias depois, em sala de aula, novamente, apresentei a foto em slide e foi óóóó!!! Geral. Indaguei, então de qual país do Norte seria aquela paisagem maravilhosa. E as respostas ficaram mais ou menos no Canadá, Estados Unidos, Noruega e Holanda. Então, depois de uma aula  de valorização sobre o que nos pertence, revelei que a foto representava uma paisagem do Brasil, de Santana do Ipanema e, precisamente do açude do Bode. Fez-se um silêncio total de incredulidade e eu fiquei muito feliz em ter alcançado meu objetivo. Confesso que não sei se aqueles representantes da juventude aprenderam a lição, sei, porém, que hoje eles são homens e mulheres que estão fazendo acontecer na sociedade. E o que muda com essa descoberta na vida de cada um e do meio em que se vive?

Acho que todo nós devemos possuir essa percepção de valores, mesmo sendo analfabetos, doutores ou “mobralinos”. O que não deveremos fazer é cair no ridículo da supervalorização e na empáfia. Mas fazermos um balanço de quem somos, o que temos e o mínimo da nossa importância, até porque pode se correr o risco de auto rejeição. Em relação à Pátria, à região, ao estado, ao município natal, assim como o bairro, a rua... Os sentimentos devem ser o mesmo de uma avaliação pessoal e muito íntima. Enxergando os nossos valores mínimos e os alheios, poderemos ser mais justos, mais animados à vida, mais ricos e mais modestos psicologicamente falando. “O rico fez sucesso com seus sapatos na festa, mas fui eu – engraxate – quem aplicou o brilho”.

AÇUDE DO BODE, VISTO DA REGIÃO HABITACIONAL DO BRISA DA SERRA. (FOTO B. CHAGAS).

 

 


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terça-feira, 28 de março de 2023

 

AGUAPÉS

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.854


Vimos bem o espetáculo de usinas hidrelétricas abrindo suas comportas tentando se livrar das plantas aquáticas que prejudicam as máquinas e também impedem a navegação nos rios superlotados pelos diversos tipos desse vegetal. Os nomes dessas plantas aquáticas mudam de acordo com as regiões brasileiras, mas os princípios de invasão em rios, lagos e semelhantes é o mesmo. Suas raízes se alimentam da poluição de esgotos, lixo doméstico e resíduos de fertilizantes lavados e levados para os cursos d’água ajudando na alimentação e no desenvolvimento rápido do mato. Forma-se um tapeta verde bonito no visual, mas feio nas consequências, fazendo daqueles lugares, verdadeiros pântanos. Os exemplos estão por todos os lugares do país, à semelhança da alta poluição da laguna Mundaú, em Maceió, várias vezes denunciadas por especialistas na Imprensa local.

Em Santana, essas plantas costumam aparecer quando baixam as águas das cheias do rio Ipanema. Os principais poços que restam após a corrente, começam aos poucos e em muito breve espaço de tempo formam esse tapete verde na superfície dos poços. Ninguém mais vê as águas por debaixo, somente o campo verde predomina. Tudo isso fruto do que já dissemos acima, lixo doméstico, principalmente. Esse fenômeno natural é notado, com nitidez no Poço do Juá – por trás das casas do Comércio – e   no poço do Escondidinho no final do perímetro urbano Maniçoba/Bebedouro. O caso é muito comum nos barreiros da zona rural com a planta denominada por aqui de “orelha-de-burro”.  O vegetal se alimenta de sujeira, filtra a água e a deixa bem fria e limpa para o gosto do homem do campo.

E nos sítios não tem como evitar as orelhas-de-burro porque se alimentam da sujeira das enxurradas. Nas cidades é um forte sinal de alerta, principalmente dos lixos jogados e dos esgotos de todos os tipos. Mas, como dizia certo político santanense “para que gastar com coisas debaixo do chão, se ninguém vê?” Essa mentalidade ainda está em voga em todos os quadrantes do Brasil. Meio ambiente, meio ambiente/há quanto tempo alertando à gente!

Fui!

AGUAPÉ EM RIO.

 

 

 


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segunda-feira, 27 de março de 2023

 

AS DUAS ÁFRICAS

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.853

 

A nova moda agora, por parte da Imprensa, é titular a matéria afirmando o acontecido quando esse acontecido ainda está para acontecer ou não. Força o interesse do leitor pela matéria frustrando quem a lê. Pensando que isso é motivo de enganar o leitor – e é – porém, perde a credibilidade com esses subterfúgios mesquinhos e fracos. Da nossa parte, da segunda vez em diante, não lemos mais, definitivamente as matérias dessas origens. Exemplo: “Fulano preso”. Na matéria, ainda se cogita prender. “Estados Unidos atacam”. Matéria, o governo americano não atacou ninguém, poderá atacar ou não. Assim os sensacionalistas publicam em manchete que temos mais um oceano no mundo. Vamos ao miolo da reportagem e poderemos ou não contemplarmos um novo oceano no mundo daqui a cinco ou seis milhões de anos.

Tudo se movimenta na terra e se transforma. Somos jovens e belos, hoje, amanhã seremos velhos e feios ou não. Para quem ainda não sabe, o oceano se transforma, as cordilheiras se transformam, as florestas se transformam, o planeta, em geral se transforma. Algumas dessas transformações são percebidas por nós, outras não porque precisam até de milhões de anos para essas mudanças, mas amanhã nada é igual ao hoje. E voltando a falar sobre a África, a região da rachadura profunda que acontece no Continente, está sobre três placas tectônicas e uma está se afastando das outras e que tudo indica vai separar o Continente negro em duas partes e entre elas, um novo oceano. Isso é provável que aconteça daqui a alguns milhões de anos, porém, notícias são dadas com se tudo já estivesse acontecido.

Dizem que a fenda tem 6.000 quilômetros de extensão e vai da Jordânia (Ásia) até o Centro de Moçambique (África). A fenda começa no Norte da Etiópia. É uma coisa fantástica? É. Mas a Natureza completa é fantástica. É a terra um refúgio e morada para a nossa evolução espiritual, assim como outros mundos não captados pelos nossos olhos. A fenda africana é aula viva de Geografia, Geologia e outras ciências afins, mas nenhum desses e outros acontecimentos dão direito de enganar o leitor com manchete do futuro encravada no presente.

Perdão ao leitor se não conseguimos nos fazer entender.

RACHADURA AFRICANA (CRÉDITO: REVISTA RAÇA).


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domingo, 26 de março de 2023

 

SÃO JOSÉ, O DONO DO OUTONO

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.852

 

São José continua prestigiado em todo o território nordestino. Os sertões ficam de olho no céu e lábios nas preces do seu tão aguardado dia. É que a importância da divisória verão/outono cai praticamente no dia do santo pai de Jesus. Considerado o grande benfeitor das chuvas que molham as terras do semiárido no período de semeadura, São José é aguardado e homenageado com orações caseiras, novenas e louvações diversas que não falham nunca, principalmente no bioma caatinga. Dizem que sertanejo só fala em chuvas. Por uma parte é bem verdade, embora sejam divergentes e amplas as suas conversas, sim, o tema “chuvas” predomina sempre em quem vive da agricultura.

Existe uma cumplicidade, palavra no bom sentido, entre o povo sertanejo e São José que compreende e ajuda o quanto pode na luta diária dos cultivadores de mãe terra. E o seu dia 19 de março, representa a palavra Esperança com “E” maiúscula e obesa de fé. Quando os pífanos, a caixa e o zabumba ecoam na caatinga, sobe e desce a branca fumaça divina da comunicação entre o homem e o invisível.  O dia 20 de março, início do outono, é separado apenas por 24 horas do dia de São José. O nosso sertanejo chama o período outono/inverno, apenas de inverno, que para ele é a chegada benfazeja das chuvas contínuas de cada ano. Daí se compreender facilmente a devoção do agricultor a um dos auxiliares de Jesus na terra abençoada nordestina. Sim, é claro que o cerne da conversa é o agricultor que vive na roça, porém os que migram para a cidade e os que vivem indiretamente da terra, também não esquecem do santo designado para o tempo.

Entretanto, no 19 de São José, não choveu em Santana do Ipanema. E dizem que o inverno não será bom se não chover nesse dia. O céu estava azul com algumas nuvens brancas esparsas. Será, será... Todos os profetas das chuvas reunidos na cidade, afirmaram que o “inverno será bom”, mas com chuvas reduzidas. Vamos ver no que vai dar. A influência do El Niño, da La Niña, das previsões dos últimos tempos... Devem no final escreverem a verdade na terra, a influência dos céus e os ânimos dos terráqueos. Afinal de contas, São José sabe demais o que está acontecendo e o que irá acontecer. Aguardemos, pois.

 

 

 

 


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sexta-feira, 24 de março de 2023

 

SERTÃO DO LEITE

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.851

 

Não existe nenhuma dúvida de que uma fábrica em uma cidade – principalmente do interior – pode gerar progresso em todos os sentidos até porque um grande empreendimento gera outros inúmeros na mesma região.  O governo de Alagoas foi muito feliz ao atrair a Indústria de Leite Natville para implantar uma unidade na sua cidade Batalha, centro da Bacia Leiteira alagoana. Não importa se Batalha é a cidade do governador, o importante é o surgimento de novos progressos tanto para os municípios que fazem a Bacia Leiteira, quanto para todo o médio sertão do estado.  Veja, há pouco tempo foi asfaltado o trecho Batalha – Olivença, usando-se um atalho (por dentro) encurtando a distância entre as duas cidades e Olivença via Agreste e Maceió. Está aí um primeiro grande benefício que agora atraiu o segundo benefício que é a implantação de uma unidade da Natville, aproximadamente em terreno vizinho ao acesso à Olivença, saindo de Batalha, às margens da AL-220.

O investimento anunciado de 500 milhões na implantação da unidade, diz por si só da envergadura do empreendimento. Pobres cidades que não aceitam indústria em seus territórios, para que a população continue sob o cabresto político dos seus dirigentes. Irão ficar a ver navios enquanto a vizinhança cresce, desenvolve e se destaca. Muito bom consumirmos produtos industrializados de origens alagoanas, principalmente do interior, do sertão ou da área agrestina, fora do comando da capital e da Região Sudeste. 

E se uma fábrica por si só já absorve grande número de empregados, mexe muito mais com a cadeia produtiva. E agora, que a duplicação das rodovias Maceió – Delmiro Gouveia, passando pela Bacia está sendo construída, imaginamos um novo fluxo de progresso tanto no médio quanto no alto sertão.

A propósito, a distância Maceió – Batalha é de 183 km e de Batalha a Santana do Ipanema é de apenas 49 km, o que favorece o intercâmbio econômico e cultural. Batalha, Jacaré dos Homens, Monteirópolis e Major Izidoro, formam o importante núcleo da Bacia Leiteira, alagoana. A cidade de Batalha e boa parte do seu município, são banhados pelo rio temporário Ipanema, que, em época de cheias ainda é uma atração à parte pra os que desejam conhecer a cidade e sua vizinhança. Parabéns aquele povo bom.

BATALHA (FOTO:  B. CHAGAS

 

 

 

 


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quinta-feira, 23 de março de 2023

 

CANOEIROS NAVEGARAM

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.850




 

Noite de felicidade extrema entre os apreciadores da cultura, com o encontro no Café Filosófico, promovido pelo Departamento de Cultura, no salão nobre da Casa da Cultura, em Santana do Ipanema. No Café Filosófico, conduzido pela diretora Cultural Gilcélia Gomes e o escritor Marcello Fausto, sob a égide da prefeita Christiane Bulhões foi lançado o livro documentário “Canoeiros do Ipanema”, da nossa autoria. Estiveram presentes no Evento, o, vice-prefeito e empresário Iuri Pinto; a vereadora Eliana “Fofa”; O diretor do IFAL, Gilberto Gouveia; o ex-diretor de cultura, professor Robson França; O presidente da Academia Santanense de Letras, Arte e Cultura, José Malta Fontes Neto; o professor cordelista Charles César; o presidente da Associação Comercial, Josinaldo Soares, a professora Irene das Chagas, esposa do homenageado, ex-alunas e alunos nossos, e mais uma plêiade de pessoas amantes da Cultura.

A própria Gilcélia Gomes, fez as vezes de Mestre de Cerimônias. Houve recital, cânticos, palestra e troca de ideias entre o escritor homenageado e a seleta plateia, sem ninguém arredar o pé até às 23 horas, ocasião em que fatos históricos e curiosos do desenrolar santanense, foram comentados pelos presentes, com autógrafos e poses para tantas fotos para a posteridade. O livro “Canoeiros do Ipanema” foi coroado de êxito, onde os leitores irão  se deliciar com a saga do canoeiros que atuaram no rio Ipanema, durante as cheias, levando e trazendo mercadorias e gente para outras plagas. Foi a fase que teve início em 1943 indo até o ano de 1969, com a construção da ponte entre o poço do Juá – palco dos canoeiros – e o Poço dos Homens.

O livro resgata essa história fantástica adormecida e que nunca teve uma única linha escrita sobre o tema. Um resgate de suma importância de uma época difícil, mas radiosa.

Mais uma vez deixamos aqui a nossa gigante gratidão à prefeita Christiane Bulhões e o empenho público e particular da Diretora da Cultura Gilcélia Gomes e do escritor Marcello Fausto, ora servindo naquele departamento. A decoração estava maravilhosa, as pessoas que se pronunciaram, altamente inspiradas. E se é preciso falar no café filosófico, bem postado, bem consumido e bem elogiado. Uma equipe divina certamente fazia a parte invisível do evento, quando o passado ressurgiu em toda sua plenitude e os Canoeiros do Ipanema voltaram a navegar, desta feita, na imaginação fértil e miraculosa da plateia da elite cultural da Rainha do Sertão.

Jesus na causa.

 


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segunda-feira, 20 de março de 2023

 



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domingo, 12 de março de 2023

 

RECESSO EM TORNO DE DUAS SEMANAS


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RECESSO EM TORNO DE DUAS SEMANAS


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terça-feira, 7 de março de 2023

 

BIOMANCIA

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.849

 



Há bastante tempo, baseado na sensibilidade espiritualista, inventei, sem notícia de algo semelhante, a Biomancia. Trata-se de uma espécie de tarô doméstico baseado em animais selvagens e criados pelo homem. Cada figura (imagem) de animal representa uma situação, uma letra que, associada a outras imagens juntas, formam então, a frase reveladora do que se quer saber. É um baralho adivinhatório em que cada imagem animal repousa sobre um naipe. Nem mesmo sei porque estou revelando essas ações transcendentais caseira e muito pessoal. Aqui, acolá vamos guiando parceiros, amigos e amigas que se interessam em saber incógnitas da vida. Talvez uma pomba, tipo rolinha azul, na fiação da rua defronte a minha casa, tenha sido o motivo.

As pombas são aves bíblicas e representam a Divino Espírito Santo. No tarô adivinhatório indicam “caminhos abertos”, “siga em frente pelo que você busca”, “êxito total na sua empreitada”. Mesmo sem o uso da Biomancia (cartas de baralho com figuras representativas de animais) o simples avistar de uma rolinha ou o som do seu canto, já lhe revela tudo de bom para as suas pretenções do momento, um sinal verde para seu projeto. E se essas aves persistem em plantão pelos arredores, estão sendo anunciadas coisas boas para você e seus familiares. Na vida não existe coincidência, tudo é medido e pesado pelos grandes arcanos que nos guiam.

E nessa conjuntura o amigo poderia indagar, então, qual seria a representação do tarô doméstico, “Não vá”, “você não terá êxito”, etc., têm vários animais que lhes previne, dependendo da frase formada outros animais juntos. E os mistérios entre o céu e a terra, continuam desafiando os mortais, mas não negam concessões aos que procuram entender. Além disso, é costume das tradições misteriosas, que homem não ensine a outro homem, e sim, homem ensina a mulher que repassa para o homem ou ao contrário. É fácil ou difícil aprender? Tudo depende da vontade. Espero que a Biomancia possa lhe ajudar se algum dia for preciso. Quer saber mais? Faça seu contato por Email.

 

 

 


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domingo, 5 de março de 2023

 

O PEIXÃO FEMININO E O PEIXÃO DO RIO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.848


O rio São Francisco, é belo, extraordinário e surpreendente. Luta contra todas as pancadas e não aceita morrer. Lembramos de uma viagem a cidade de Piranha para comermos uma peixada na beira do caudal e fomos surpreendidos. Isso já foi após a instalação da Usina hidrelétrica do Xingó. Todos reclamavam da escassez de peixes com a construção da usina. Em lugar algum havia peixada até que nos indicaram a residência de uma senhora que sempre servia aos de fora como se fosse uma espécie de quebra-galho. Fomos até lá numa rua central e ladeirosa que dava para o rio. Comemos a tal peixada, mas a senhora avisava que o peixe não era do rio São Francisco e nem de Piranhas, viera de longe. No rio não havia mais peixes. Voltamos tristes com a escassez de proteínas que afeta o ribeirinho.

O tempo passou, o Velho Chico enfrentou crises e mais crises, inclusive em trechos que poderiam ser atravessados a pé.  Vez em quando, as grandes cheias controladas pelas hidrelétricas e as correrias dos ambulantes que se estabelecem nos longos areais com o recuo das águas. Construções de tábuas, de alvenaria, de palhas... Geladeiras, fogões, cadeira e mesas ou descem com as cheias ou são transportadas às pressas para terra firme. O recuo do rio em tempos difíceis, a invasão do mar, salgando tudo e até mesmo a penetração de peixe de oceano pela sua foz, são coisas anotadas nos anais do rio.  Mas agora uma notícia virou manchete e percorreu o Brasil. É que um pescador conseguiu pescar um peixe estranho e maior do que ele nas imediações da cidade de Piranhas.

Naquela época, os homens chamavam de “peixão”, à mulher alta, bem feita, bela e sensual.  E sobre o pescador da cidade de Piranhas, teve muita sorte ao fisgar um peixe maior do que ele, com mais de dois metros.  Trata-se de um bichão chamado Camurupim. Sendo animal de vida oceânica, o danado deve ter entrado pela foz do rio na cidade de Piaçabuçu. E para não falar sobre mentira de pescador, o homem registrou e fotografou o resultado da pesca com seus amigos. Notícia alvissareira que veio logo após a liberação da pesca, presa com a lei da Piracema. Pelo tamanho do troféu, quase que o pescador fisga também uma sereia, isto é, uma “peixona” que bem poderia abrandar sua vista assim como seus óculos escuros. Assim o “peixão” animal e o “peixão” feminino vão fazendo parte da paixão e do imaginário verídico do rio São Francisco.

FOTO PARA ENCURTAR CONVERSA.

 


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quinta-feira, 2 de março de 2023

 

 

O MÊS DA GUERRA

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2023.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.847

 

Início de março e nenhuma mudança no tempo que se assemelha totalmente a fevereiro. A tênue claridade de um novo dia, começa, a aproximadamente quatro horas e poucos minutos e entra na sua plenitude em torno das seis horas da manhã. O interior das casas continua um pouco escuro, mesmo tendo amanhecido. O céu nublado faz coro no ditado sertanejo: “bonito para chover”, mas não chove. Como já foi dito, imita até agora o mês que passou. Difícil até tomar o Sol da manhãzinha que só vai estar disponível total ou parcial a partir das 8 horas, ocasião em que o leiteiro passa de moto com sua buzina de FNM. E é no pingo das 8 horas que escancaramos o portão da rua onde tudo parece estagnado. Nem um ser humano, nem animal doméstico, nem sequer um inseto. As árvores não se balançam e os pássaros costumeiros sumiram completamente, dos arredores, sequer um urubu dá sinal de vida, apenas os automóveis estacionados são vistos e mais nada., absolutamente nada.

Conforme previsão dos experientes, o ano vai ser de bom inverno para o sertanejo – o que não deixa de ser um bom consolo – mas dizem que as chuvas não serão abundantes. Bom por um lado, preocupa por outro porque se no outono/inverno não se faz água nos reservatórios do sertão, o pós inverno não teria água, para os bichos, a não ser que se antecipe uma boa trovoada, mas é muito melhor viver o hoje do que a perspectiva a longo prazo. Até porque é Nosso Senhor Jesus Cristo quem está no comando e que vê tudo, que sabe de tudo e determina tudo. E assim o mês de março prossegue como início dos trabalhos no Brasil como dizem alguns, porque antes é só mesmo Carnaval. E se é verdade ou não fica no imaginário do internauta.  Aliás, março surgiu em Roma e era o primeiro mês do ano. Significa Martius, o deus romano da guerra. A guerra que estar acontecendo no mundo....

O calendário indica que não estamos tão longe do outono, época em que têm inícios as nossas chuvaradas. E se o Carnaval foi encerrado, vamos para a Quaresma, época de muita meditação para chegarmos à Semana Santa, com mais vigor espiritual. Com religião ou sem religião, a Semana Santa pode levar o trabalhador ao descanso praieiro, às trilhas das chapadas ou a simples rede doméstica que ajuda a repor as energias. Para muitos, o mês de março e o mês de agosto, são psicologicamente os meses mais longos do ano, notável para quem trabalha, para quem aguarda o “trocado” da repartição... Que fazer! É a vez do deus da guerra que apesar da esquisitice dos tempos, poderá trazer para você a vitória sobre o que tanto aguarda.

Deus não dorme!

Quem já viu Deus dormir!

TRISTEZA NAS RUAS (FOTO: B. CHAGAS)        

 

 


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