terça-feira, 31 de março de 2015

SANTANA: AINDA OS TRÊS COMÉRCIOS



SANTANA: AINDA OS TRÊS COMÉRCIOS
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de abril de 2015
Crônica Nº 1.399
Futura IFAL na Lagoa do Junco. Foto: (Clerisvaldo).

Mesmo sendo primeiro de abril, não é mentira. E a lua em quarto-crescente vai subindo no céu para se encher no sábado de Aleluia.
Novamente inspeciono a minha cidade que não cabe mais veículos no centro e no centro periférico.
O principal centro comercial vai se alongando pela Avenida Coronel Lucena, demolindo os antigos casarões residenciais de fazendeiros e comerciantes dos tempos de vila. Essa via principal da cidade, estar se transformando em corredor de luxuosas lojas passando pelo complexo financeiro, quase no pé do serrote Pelado (Bancos do Brasil, Caixa e em breve Banco do Nordeste), para desembocar na BR-316, onde várias prestadoras de serviços estão instaladas e outras se instalando. O prolongamento do comércio do centro vai se ligando também ao Complexo da Justiça, em expansão, na saída para Maceió (São Vicente e Lagoa do Junco), ligando-se ao Complexo Educacional que se forma entre os Bairros Lagoa do Junco e Maniçoba.
O segundo comércio teve início no cruzamento Maracanã no Bairro Camoxinga. No início formado principalmente por oficinas, hoje dispõe de posto de gasolina, restaurantes, lanchonetes, padarias e outros estabelecimentos. É um comércio de pequenas coisas, mas intenso e valorizado. Com metade independente, metade vinda da expansão do comércio do centro, a espinha dorsal do Bairro Camoxinga, vai fazendo o mesmo papel da Avenida Coronel Lucena: demolindo as moradias e transformando-se num corredor comercial ligando o Centro ao Maracanã. Deste ponto, já se ensaia um prolongamento subindo pela Rua Santa Sofia em direção ao Bairro Lajeiro Grande. Vemos claramente prédios residenciais sendo transformados em pontos de vendas. Em breve, essa rua que tem um dos melhores padrões de vida (segundo minhas pesquisas há alguns anos) fará parte do segundo comércio.
O terceiro comércio compreende o sopé do Bairro Domingos Acácio. Postos de gasolina, pousadas, restaurantes, bares, mercadões, madeireiras, manufatura têxtil... Tudo com intensa movimentação. Esse comércio só se esticou em direção oeste, até a pequena ponte que liga o Bairro Domingos Acácio ao Bairro Floresta. Entretanto, muito se expandiu pela AL-220 rumo à cidade de Olho d´Água das Flores, com o comércio de alimentos e pequenas prestadoras de serviços. Com o mercadão que está sendo construído na AL (grupo Nobre) e o inicio das atividades no bairro, de oitocentos prédios que serão construídos no loteamento da Serra, muito progresso virá para aquela região de Santana. Observem o futuro: quando a UFAL estiver funcionando ao lado do Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues, com toda a certeza, o comércio que parou na ponte falada acima, terá prosseguimento até lá. O novo conjunto residencial no loteamento do pé da serra Aguda ajudará em muito o terceiro comércio que, com todos esse fatores, talvez ultrapasse o hoje segundo comércio.
O que faz pena é que não está havendo um acompanhamento fotográfico detalhista na expansão da cidade, para a História, por parte dos responsáveis. Ninguém mais se lembrará de nada.
Santana será uma cidade sem memória.

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segunda-feira, 30 de março de 2015

AUTOBIOGRAFIA




                                                   AUTOBIOGRAFIA
                                               Clerisvaldo B. Chagas, 31 de março de 2015
                                                                     Crônica Nº 1.398

Clerisvaldo/Agripa/AABB (Foto:Arquivo).
  Autobiografia

          Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo (Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antônio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966. Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol. Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida em Santos, no litoral paulista. Regressou a sua terra onde foi pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ─ IBGE. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde ─ AESA, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió ─ CESMAC, (2003).

Magistério

Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas estaduais: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas e, nas escolas municipais: São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.

 Social

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco; foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor À Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA – Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: “Santana, Terra da Gente”; foi redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL; foi membro fundador e o 2º presidente da Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA.

Literatura

Em sua trajetória literária, Clerisvaldo Braga das Chagas, escreveu seu primeiro livro, o romance Ribeira do Panema (1977). Daí em diante adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados – 2004); Ipanema, um Rio Macho (paradidático – 2011); Sebo nas Canelas, Lampião Vem Aí! (peça teatral – 2011); Santana do Ipanema, Conhecimentos Gerais do Município (didático – 2011); Negros em Santana (paradidático – 2012); Lampião em Alagoas (história nordestina brasileira – 2012). Colibris do Camoxinga; poesia selvagem – 2015. Maria Bonita, a Deusa das Caatingas (história nordestina brasileira – 2015); Deuses de Mandacaru (romance – 2015); Fazenda Lajeado (romance – 2015); Crônicas (mais de 1.300 em clerisvaldobchagas.blogspot.com – 208-2015); 228, História Iconográfica de Santana do Ipanema (2015); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (2015).
Em produção: Padre Cícero; 100 milagres inéditos.







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domingo, 29 de março de 2015

JUBILAÇÃO


                                                                   JUBILAÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de março de 2015
Crônica Nº 1.397
Clerisvaldo, finalmente jubilado. Foto (autor).


“TENHO A SATISFAÇÃO DE COMUNICAR QUE AUTORIZEI SEU ATO DE APOSENTADORIA POR MEIO DE DECRETO GOVERNAMENTAL PUBLICADO NA EDIÇÃO DO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE ALAGOAS, DE 25 DE MARÇO DE 2015. TRANSMITO VOTOS DE CONGRATULAÇÕES POR SUA VALOROSA CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DO SERVIÇO PÚBLICO DE ALAGOAS, MERECENDO DESTAQUE O SEU COMPROMISSO FUNCIONAL NA LUTA POR UMA ALAGOAS MELHOR, O RESPEITO À CLASSE E À INSTITUIÇÃO.

CORDIALMENTE,

JOSÉ RENAN VASCONCELOS CALHEIROS FILHO

GOVERNADOR DE ALAGOAS”.

Há quase dois anos tramitando na burocracia estadual, finalmente o professor de Geo-História, Clerisvaldo Braga das Chagas, recebeu a comunicação acima.
Para quem vive na angústia sem fim pelo seu trabalho, aposentadoria deve significar “carta de alforria”, aquela mesma que declarava o escravo negro como cidadão livre a partir daquele momento.
Não é esse o caso do professor Clerisvaldo que não contou a História, mas fez parte ativa da sua dinâmica no Magistério na Terra dos Marechais. O prazer e a felicidade no quadro de giz estavam em educar milhares e milhares de brasileiros que hoje estão nas mais diversas profissões, servindo dignamente ao nosso país.
Vale salientar, entretanto, que esta aposentadoria faz parte das 40 horas em sala de aula. Vencida essa etapa, o meu xará vai iniciar agora nova tramitação pelas 20 horas restantes que ainda estão na ativa, nesse mesmo indomável estado de Alagoas.
Meu xará, porque Clerisvaldo Braga das Chagas é o professor e o cidadão. Este que escreve é Clerisvaldo B. Chagas, nome artístico da outra banda do EU.
Com a compreensão dos leitores amigos, ex-alunos, colegas e árvore da hierarquia, permitam que a crônica de amanhã seja a autobiografia das duas bandas: o professor e o escritor que estão livres para novos voos na Educação, Cultura e nas palestras. É apenas a grande alegria do jubilado pelo dever cumprido à Pátria, ao Magistério, à Consciência e a Deus.

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quinta-feira, 26 de março de 2015

RISCO NAS CADEIAS



RISCO NAS CADEIAS
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2015
Crônica Nº 1.396

SUÇUARANA.  Foto:( bichosbrasil.com.br)
“A eliminação do território de campos e florestas ─ por motivos como o avanço do cultivo de plantas e da criação de gado ou a construção de rodovias ─ aumenta cada vez mais o risco de extinção de diversos animais no Brasil, especialmente os grandes predadores de cadeias alimentares, como a onça-pintada e a onça-parda.
Uma onça adulta explora uma área entre 20 e 150 km2, dependendo da região e da quantidade de presas como ratos, capivaras, cutias, pacas, macacos, veados e porcos-do-mato.
Quanto menos presas disponíveis, mais as onças têm de caminhar. Na busca do alimento, elas podem topar com as fronteiras estabelecidas pelo ser humano. E o encontro com o ser humano pode decidir o destino do animal. Se as presas silvestres (que vivem em matas naturais, como florestas) tornam-se muito raras, as novilhas, as ovelhas e as aves domésticas podem representar uma ‘atraente’ opção alimentar. Então, entram em ação os tiros, as armadilhas e as caçadas. Embora ilegais, essas ações são alternativas ainda usadas para acabar com o ‘conflito’ de interesses.
O Brasil não tem ainda tradição e constância no investimento de recursos significativos para a conservação de animais silvestres e a pesquisa sobre eles, mesmo os ameaçados de extinção. A expectativa de sobrevivência para as onças, portanto, depende também de uma mudança de mentalidade. É preciso conscientizar as pessoas sobre a importância de ajustar-se à convivência com os predadores que vivem em nossas matas”.
Geisisky, Jaime. Onças cativas, Terra da Gente, ano 1, n. 12, abril de 2005, p.19-25. (Texto adaptado para fins didáticos.)
Barros, Carlos & Paulino, Wilson. Ciências; o meio ambiente. (6º ano). Ática, 4 ed. São Paulo, 2011.
A vegetação de caatinga também cabe perfeitamente no texto acima, acrescentado o problema da seca e da desertificação.



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quarta-feira, 25 de março de 2015

O FORRÓ DAS VEIAS



O FORRÓ DAS VEIAS
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de março de 2015
Crônica Nº 1.395

Escultura em barro; Caruaru.
Tardes de domingos desertas no rio Ipanema. As últimas cheias haviam desmantelado os campinhos de futebol do areado, ali no Minuino. Monotonia sem fim tomava conta da paisagem agreste, observada por mim do fundo das casas da Rua Antônio Tavares. Lá adiante está o rio, a subida das antigas olarias, a estrada de acesso às Cajaranas, ao sítio Curral do Meio, ao riacho João Gomes... Mas, na curva da estrada vai ter início uma animação diferente. Numa casinha imprensada no conjunto Eduardo Rita, ainda em formação, é chamariz para a meia idade o “Forró das Veias”.
Acho que foi após a música de Elino Julião, esgoelada por Cremilda:

Só tem veia
Só tem veia
No forró da Coréia

(...) Eu fico lá
Trocando ideia
Mas na Coreia
Eu não vou mais.

No caso, a Coreia referida é uma região de Natal, no Rio Grande do Norte. Como em várias capitais nordestinas sempre tem lugares com o nome Coreia cada qual toma para si a música que tanto sucesso fez.
E lá na ponte molhada do Ipanema, caminha um sexagenário, durinho, engomado, traje domingueiro: “Vai para onde compadre?”. E a firme resposta: “Vou para o Forró das Veia”. Não existe cota, nada cobra o sanfoneiro, o zabumba come solto.
O bom, o simples, o barato, vai se desfazendo na tela do Minuino, que se esfuma com olarias, enchentes, sanfona dos tempos ricos da paz. Nunca se ouviu dizer que um só empurrão tivesse acontecido naquelas brincadeiras saudosas de ponta de rua.
E nas inspeções saudosas, também domingueiras, pela periferia, vamos contando histórias para nós mesmo ou para os raros acompanhantes. O dedo indicador vai à frente:
“Era aqui O Forró das Veias”.



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