CANAPI,
REBOLADO E O MATADOR
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2015
Crônica Nº 1.391

Na outra ponta da rua que seguia para Mata
Grande, havia uma fábrica de queijo. Mas a fábrica não conseguia atrair os
jovens que preferiam o barzinho miserável no pé de um lajeiro.
Dali mesmo, nessa ou em outra ocasião, ainda
no município de Canapi, fomos pesquisar em um lugar chamado Pilão do Gato. Entramos
por um sítio chamado Baixa do Milho e fomos sair bem pertinho da divisa com
Pernambuco. Ali tinha sido o lugar do primeiro tiroteio de Virgolino com a
polícia, antes mesmo do apelido Lampião. No meio de tantos caboclos sertanejos
semelhantes, surpreendi-me com uma bela fazenda muita plana e bem cuidada, dominada
por homens brancos, altos, fortes e de olhos verdes.
Era
como se de repente houvéssemos entrado no estrangeiro.
Havia um rapazinho gorducho apelidado pelos
da fazenda de “Rebolado”. Coloquei o estranho apelido na cabeça.
Anos e anos mais tarde, escrevendo meu
segundo romance, “Defunto Perfumado”, precisava de um nome ou apelido para um
personagem negro, matador de aluguel. Quebrando e quebrando a cabeça,
solucionei o caso. Fui buscar o vulgo do rapazinho de Canapi, sítio Pilão do
Gato, “Rebolado”, que estava armazenado na cabeça e carimbei meu personagem.
Nunca mais andei para aquelas bandas. Não sei
como está o sítio Pilão do Gato e nem se o rapazinho é vivo, mas imaginem a surpresa
se eu fosse visitá-lo, contasse a história para ele e lhe mostrasse o
personagem!
Canapi também participa
de minha história de vida real e dos meusromances. Saudade daquela terra
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