quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

 

ASSANDO CASTANHA

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.179

 



Pense numa coisa divertida: assar castanha na zona rural, nos terreiros das fazendas. Tem um certo perigo, bem que tem, mas com a devida cautela à frente podemos nos divertir bastante. E você que é da capital, criado dentro de apartamento e desconhece a coisa, acredite: basta um bocado de castanha de caju, uma lata velha e vara comprida para você enviar para bem longe o estresse do cotidiano. Como foi dito, um bocado de castanhas – não verdosas – de preferência já secas pelo Sol, uma lata velha, de preferência comprida e não muito rasa, uma vara comprida e uma trempe, isto é, três pedras no chão onde você faz o fogo e coloca a vasilha com as castanhas. Depois é só se afastar, aguardar um pouco e começar a mexer as castanhas com a vara comprida. Isso porque a medida que o fogo vai assando as castanhas, elas, vão realizando pequenas explosões, espirrando o azeite no entorno.

Demora um pouco para se chegar ao ponto, mas sempre tem por perto pessoas experientes para o toque do Tá bom. Cessam as pequenas explosões, as castanhas ficam da cor de carvão. E para coletar essas castanhas, uns jogam areia no interior da lata, ainda no fogo, e joga a lata para fora da trempe com a ponta da vara virando a vasilha. Outros, viram a vasilha primeiro, espalhando castanhas por todos os lugares e aí acabam de apagar possíveis chamas nos frutos com a mesma areia do terreiro. É prazeroso ouvir os ais de quem estar mexendo as castanhas, quando explode com o azeite. Quem quer azeite quente em sua pele? Porém, o melhor de tudo é quando as castanhas esfriam e você pega uma a uma e com uma pedra, um macete ou qualquer outra coisa, vai quebrando a casca vendo e degustando a castanha inteira, bonita, apetitosa e sadia.

Caso você tenha paciência e esperar mais tempo, poderá encontrar mais facilidade em retirar a pele da castanha. É amigo, é amiga, depois que os médicos disseram sobre as propriedades medicinais da castanha, a bichinha passou a sexta marcha de preços e deve estar custando nas feiras livres, mais de 50,00 o litro. Era essa a antiga medida das feiras nordestinas. Os fazendeiros costumam vender as castanhas e, o caju, desvalorizado, apesar de ser uma riquíssima fonte de Vitamina C, é jogado para o gado como ração. É ou não é divertida a tarefa como lazer?

Cajueiro é uma das árvores sagradas do Sertão. E para quem não sabia, o fruto é a castanha e não o caju.


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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

 

CEPA

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.178

 



E em Maceió nada foi fácil dentro daquele maravilhoso terreno de massapê que apontou para o futuro de muita gente. E víamos aquela imensidão de terras sendo ocupada aos poucos dando porvir a juventude estudiosa. Mas depois de tantos sacrifícios do estado chega a dar pena em se observar quanta solidão e nostalgia que chegaram com os efeitos físicos e psicológicos das cavernas provocadas pela BRASKEN. Se não fui totalmente feliz no Colégio Moreira e Silva, por conta de haver um abismo entre os humildes e os bundas-arrebitadas, mas aprendi muito na eficiente escola do governo na época. Juntou a pandemia com as minas e o tempos ficaram mudados numa nostalgia sem fim, na região do CEPA, principalmente para os que ali conviveram a algumas décadas.

Estive por ali algumas poucas vezes nos últimos tempos, entre elas, uma por causa do cabuloso censo da Educação, outra pela   proximidade da gráfica onde costumo imprimir meus livros. E a gráfica, na região do CEPA, demonstrava a mesma tristeza do vizinho. Rua longa sem um pé de pessoa transitando e muito lixo acumulado nas sarjetas. Gente! Não é nenhum tipo de saudosismo, mas uma espécie de sensação de caos, de ruínas, de final de tudo. A um passo, apenas, Avenida Fernandes Lima (governador na década de 20) com movimento febril parecendo não haver dois mundos no mesmo espaço. E o mundo inteiro, na cidade e no cam po houve essa transformação inexplicavelmente psicológica. Porém acredito ter atingido com maior força, indivíduos maduros e idosos porque viveram as outras décadas.

Mas voltando ao miolo da questão, estudamos sempre com um objetivo à frente. Não sei se os bundas-arrebitadas do Curso Médio alcançaram seus objetivos, mas, com muita luta, com muita garra, com muitas renúncias, alcancei plenamente o que procurava. A bem da verdade, hoje aposentado, procuro saber vez em quando de algum colega merecedor da minha atenção. E dos que marcharam comigo, não no CEPA, mas no Ginásio Santana, gostaria sim, de saber se todos os que ainda estão vivos, alcançaram seus objetivos. O jumento é bom, o homem é mau (Luiz Gonzaga). Escola é coisa boa, mas quem ensina mesmo é a vida.

Um abraço do tamanho do seu terreno, CEPA!

Lenços brancos, lenços brancos...  Lenços brancos.

 

 

 


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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

 

NEGRO PAULO

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.177



 

Depois de muitos e muitos anos sem notícias de Negro Paulo, encontrei-me com ele por acaso numa repartição pública da cidade. O homem me reconheceu e conversamos um pouco, quando aproveitei para pedir informações sobre o santo do milagre de promessa feito por seu falecido pai. Milagre este que o levou a construir um oratório no cume da Pedra do Sapo, margem direita do rio Ipanema. Escadaria de concreto e oratório também. Nisso falei por várias vezes em meus trabalhos literários. Os vândalos profanaram o oratório e roubaram o santo da promessa que fiquei sabendo através de Negro Paulo que era uma imagem grande de São José. A Pedra do Sapo marcava para nós a intensidade das cheias do rio Ipanema. O pai de Negro Paulo também foi resgatado no nosso romance recente ainda inédito, AREIA GROSSA. Zé Preto, Manganheiro era morador da Rua são Paulo.

Negro Paulo foi uma referência no futebol de Santana do Ipanema, representando um terror para os adversários. Até mesmo em Pernambuco onde fomos pesquisar para o livro REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS (eu e Marcello Fausto) encontramos no lugarejo Volta do Moxotó, um cidadão pernambucano que lembrava das peripécias do Negro Paulo, quando algum time de Pernambuco vinha jogar em Santana: “Eita negro fi da peste! Não deixava nunca nós ganhar”. Negro Paulo vem da fase Ipanema e Ipiranga quando a rivalidade era gigante entre eles. Negro Paulo, aparentemente em ótima forma física, criou barba branca de preto velho, lembra de tudo, mas não tenho lembrança de uma só homenagem feita ao último craque da terrinha.

Nem estava lembrado...  Mas Negro Paulo tinha uma irmã, Deus queira que ainda tenha, chamada pelo povo de Gonga. Na época de rapazinho achei interessante esse nome ou apelido que me pareceu africano. Ora, a alguns anos atrás escrevi o romance FAZENDA LAJEADO. Na minha opinião pessoal, meu melhor romance. E não é que coloquei uma mulher muito sensual e provocativa na Fazenda Lajeado com o nome de Gonga da minha juventude! Nesse caso, é bom que se diga, de Gonga de Zé Preto, aproveitei apenas o nome e a cor. É uma personagem cativante e que vai deixar você louquinho por ela ao ler essa obra do ciclo do cangaço que provavelmente, será lançado no dia 14 de março, após o Carnaval. No momento também serão lançados mais outros três romances a sua escolha: OURO DAS ABELHAS, DEUSES DE MANDACARU E PAPA-AMARELO.

(CRÉDITO DE GETTY).


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domingo, 26 de janeiro de 2025

 

RUA NOVA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica:3.176



 

Não conseguimos saber qual foi o prefeito e em que ano foi aberta a Rua Nova. Sabemos que quem deu o nome oficial à rua, foi o, então, prefeito Firmino Falcão Filho – Seu Nozinho (ô) – de Benedito Melo. Benedito Melo fora comerciante em Santana do Ipanema nos anos 20. Era ainda o prefeito quando Lampião invadiu o município, mas não entrou na cidade, em 1926. A Rua Nova recebeu o nome oficial aproximadamente em 1949. Tudo leva a crer que a via tenha sido construída na década de 30 para a década de 40. Nasceu ali o autor desta crônica em 1946 e logo foi morar na rua de baixo, a Antônio Tavares, primeira de Santana. O povo nunca chamava a rua pelo nome oficial, somente de Rua Nova, como até hoje.

A Rua Nova era uma via de classe média e fora uma ou duas bodegas, só havia residências. Enquanto a rua de baixo era a Rua dos Artesãos, dos Artistas, a Rua Nova tinha um grau a mais no status, porém, era uma rua muito calma e jamais teve a movimentação da meninada e geral da rua de baixo, Antônio Tavares. Mas de 500 em 500 metros havia um músico de instrumentos de sopros SAX, CLARINETE, TROMBONE e até mesmo expert em TAROL o que era o caso de Petrúcio, funcionário dos Correios e estudante do Ginásio Santana. Sem contar que a rua já possuiu mais de uma escolinha de música. Entretanto, teve uma fase que já foi chamada Rua da Fofoca. Ocasião em que grupos de mulheres sentadas na calçada em roda, falavam de Deus e do mundo. Diziam até que ninguém queria deixar a roda primeiro para não se alvo das línguas grandes das colegas. Nem todas donas de casa participavam disso, porém, como moravam na rua...

Geograficamente, a Rua Nova parecia marcar um equilíbrio social entre as moradas do Bairro Monumento e da Rua Antônio Tavares. E mesmo aqueles intensos movimentos de cavaleiros dos sítios rurais para a feira do centro da cidade, aos sábados, evitavam a Rua Nova por isso ou por aquilo e a agitação acontecia pela Antônio Tavares, que somente veio a ser premiada por calçamento, faltando cerca de 30 anos para o Século XXI. O nome titular da Rua Nova, Benedito Melo, também era conhecido por Beneguinho.

E chega por hoje.

INÍCIO DA RUA NOVA, À DIREITA DA PRAÇA. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

 

 

 

 

 


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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

 

FOI NO MONUMENTO

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.175

 



Sem lugar certo para aglomeração de autoridades em momentos cívicos, em Santana do Ipanema, em 1959 o Prefeito Cultura Hélio Cabral construiu no primeiro andar da Sorveteria Pinguim o palanque oficial do município. A Sorveteria Pinguim fora construída do outro lado da rua Defronte a Igrejinha/monumento de Nossa Senhora da Assunção. O proprietário daquele ponto comercial, o senhor Firmino Falcão Filho, Vindo de Viçosa e, senhor de terras em Santana do Ipanema, passou a ser conhecido como “Seu Nozinho (ô) e chegou a ser prefeito nomeado do município. Sem dúvida nenhuma, a Sorveteria Pinguim, passou a ser um ponto de referência importantíssimo em Santana, enquanto seu proprietário virou um carnavalesco inusitado.

Ali no primeiro andar da Sorveteria Pinguim, a partir da sua inauguração, políticos e mais políticos fizeram os mais diferentes tipos de discursos durantes décadas. Mas em nossa opinião, os melhores e de efeitos práticos para a nossa população, foram os discursos de comemorações tantos da chegada da energia de Paulo Afonso, quanto o da água encanada de Belo Monte.  Um acabava com a escuridão em Santana que durou quatro anos, o outro exaltava a chegada da água do São Francisco, através de canos, vinda de Belo Monte (atualmente, de Pão de Açúcar). As duas gigantescas vitórias do povo santanense aconteceram na década de 60 com os mesmos altos e baixos de como se conhecem hoje, ambos os serviços

Sobre a chegada da água do São Francisco, maior vitória de lutas da cidade, tinha antes o abastecimento do líquido, retirado das cacimbas do leito seco do rio Ipanema. A maioria da população era abastecida através de jumento com ancoretas de madeira. Havia mais de cem jumentos na cidade prestando esse tipo de serviço, com seus tangedores chamados botadores s d’água. Daí o surgimento da estátua do jegue, polêmica no início, sucesso e cartão postal depois. Quanto ao senhor Nozinho (ô), foi prefeito por pouco tempo, sendo nomeado pelo governador Silvestre Péricles – que também era governador nomeado – e construiu a ponte sobre a foz do perigoso riacho Camoxinga, ainda hoje servindo a população urbana. Quem pediu a sua nomeação ao governador, foi o, então, Coronel Lucena que foi prefeito eleito, após Seu Nozinho, deputado e prefeito de Maceió.

 

 


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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

 

A FEIRA É DO POVO

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.174

 



A feira livre de Santana do Ipanema, acontece, principalmente aos sábados. Foi sugestão de um dos seus fundadores e primeiro padre do município, Francisco Correia. No século passado, houve necessidade em ser acrescentado mais um dia de feira-livre e Santana do Ipanema passou a ter duas feiras semanais. A principal, aos sábados e, a complementar às quartas. Nos dias atuais, entretanto, não oficialmente, se encontra feira-livre em Santana todos os dias. E hoje, quarta-feira (22) fomos para uma vistoria informal por ali. O que mais nos chamou a atenção foram aqueles tipos de guloseimas encontradas nas bancas, no passado e que haviam desaparecido por décadas seguidas. E agora você já as encontra de volta, lembrando os diversos lugares de Arapiraca que nunca abandonaram a tradição.

Desde o governo municipal passado que já se falava em mudar a tradicional feira do sábado, do comércio para o Bairro Lagoa do Junco. Houve muito zum-zum-zum, dos comerciantes que prometiam resistir o que seria uma nova ordem. Entretanto, nesta gestão, ainda não se sabe como ficará a feira. Como em todas as coisas, existem as vantagens e as desvantagens de uma possível mudança geográfica. Mas, é bem possível que haja um diálogo mais profundo entre os interessados. Porém, interessante também se o povo em geral fosse ouvido. Enquanto isso, vamos passeando na feira da quarta com os olhos nas novidades, talvez, encontrando o que estávamos procurando encontrar em outras cidades.

Entretanto, vimos as condições deploráveis do Mercado de Cereais, construído ainda no governo Adeildo Nepomuceno. Estar precisando de uma ampla reforma e que não achamos fácil de fazê-la, pois ocupa uma faixa, estreita e cumprida, no Bairro Monumento – para onde a feira se estendeu – e não tem mais terreno pelas laterais para acontecer a reforma. O prédio é feio que só um urubu e, desgastado e imundo mais ainda. Não sabemos se existe algum projeto municipal ou particular para a construção de um novo Mercado de Cereais em outro local e que seja compatível com a arquitetura do bairro mais sofisticado da cidade, mais higiene, eficiência e conforto aos usuários. O prédio pode nada representar para quem é de fora, mas para nós que torcemos pela nossa urbe, hoje representa vergonha, assim com temos também da atual rodoviária em ruínas.

MERCADO DE CEREAIS (B. CHAGAS).


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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

 

O PÃO E FARINHA

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.173



 

Posso, pessoalmente, dizer como foram importantes para o Sertão alagoano e para o interior de todo o Nordestes na década de 60, o pão e a farinha. É verdade que no Sertão alagoano os dez anos da década falada acima, foram de uma riqueza nunca vista. Todos os dez anos foram de bons invernos, a ponto de o próprio povo, satisfeitíssimo nas ruas, exclamasse espontaneamente: Bem que o padre Cícero falava que o Sertão iria virar mar e o mar virar Sertão. Isso não queria dizer, porém, que não tivesse pobreza. Tinha sim. Muita pobreza. A padaria, sempre a primeira indústria de lugar pequeno, foi importante ao extremo para a classe média, mas também o refrigério da pobreza. O remédio de urgência da fome era o pão nas mais variadas formas: francês, crioulo, doce, carteira, alagoas ou mesmo em outra forma de massa como o bolachão.

Por outro lado, a farinha de mandioca, então, o produto do almoço mais barato da época, foi o grande socorro do pobre fixo e dos inúmeros mendigos que pareciam fazer filas nas ruas sertanejas. E sendo o produto mais acessível, 90% das esmolas nas residências, era farinha de mandioca. Riquíssima em carboidratos, foi sempre usada pelo pedinte misturada com água para pequenos bolos puros para tapear a fome. E se o pão já era usado na Antiguidade como produto básico, continua sendo no Século XXI. E a farinha que vem desde os tempos de nossos avós e bisavós foi o destaque do uso da mandioca das casas de farinha de Sertão e Agreste. Fez parte do prato típico sertanejo: feijão, arroz e farinha.

Ao entrar o ano de 1970, acabou-se o MAR do Sertão. Uma seca feroz tomou conta do semiárido, a fome, apertou geral e novamente a farinha de mandioca e o pão voltaram como os primeiros socorros. É de notar que no final do Século XX, muitas regiões produtoras de mandioca, deixaram de plantar e as novas casas de farinha cerraram suas portas, no Sertão. Entretanto, houve como compensação, movimentos organizados nos Agrestes, por essa industrialização. Em Alagoas é famosa a chamada farinha de Sergipe, branca, torrada e fininha. Mas já existe uma farinha de Arapiraca, fininha, torrada, amarelada e altamente gostosa que vem fazendo um sucesso danado por onde chega.

Nordestino sem farinha! Oxente! Onde já se viu?


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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

 BREVEMENTE ESTAREMOS OFERECENDO NOSSOS 4 ROMANCES, INÉDITOS, PELA INTERNET, PELOS CORREIOS E SEM FRETE


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RIO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.172



 

O maior rio bi estadual que corta Alagoas é o rio Ipanema. Com, aproximadamente, 220 Km de extensão, banha as cidades de Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema e Batalha. Suas nascentes estão localizadas na serra do Ororubá no município pernambucano de Pesqueira. O seu DELTA, isto é, sua foz, seu desaguadouro é em forma de delta, interrompida pelo morro/ilha de Nossa Senhora dos Prazeres, no povoado Barra do Ipanema, no município de Belo Monte. Ao penetrar em Alagoas, o rio Ipanema chega pelo município de Poço das Trincheiras, no lugar chamado povoado Tapera, onde recebe seu primeiro afluente em território alagoano, vindo do solo de Pernambuco, de Itaíba e, também chamado riacho Tapera.  

O rio Ipanema, é um rio periódico ou intermitente, isto é, seca completamente durante uma parte do ano e em outra é alimentado por chuvas torrenciais. Possui uma rede hidrográfica com vários afluentes importantes, como o riacho Camoxinga em Santana do Ipanema e o rio Dois Riachos que banha a cidade com o mesmo nome. Sua calha em Alagoas alcança facilmente os 100 metros de largura e nas suas grandes cheias rasga o rio São Francisco ao meio no povoado Barra do Ipanema. Muito mais temido no povoado da sua foz de que o próprio São Francisco. Além das três cidades citadas acima, o rio Ipanema ainda banha vários povoados em Alagoas como (Tapera, Quandu, Tapera do Jorge, em Poço das Trincheiras); Fazenda Nova, Poço da Cacimba, Olivença); (Capelinha, Major Izidoro); (Funil, Saúde, Timbaúba, Batalha); (Telha, Poço do Marco, Dionel e Barra do Ipanema, Belo Monte).

O rio Ipanema, forma no Sertão de Alagoas, um trio que comanda a parte hídrica do semiárido com seus rios menores, riachos e riachinhos, irrigando as terras secas do médio Sertão e do Alto Sertão, despejando na pujança do São Francisco. É o trio: rio Traipu, imediações de Minador do Negrão; Ipanema, Sertão Médio de Santana do Ipanema e rio Capiá, comandante do Alto Sertão. O rio Ipanema cheio é maravilha! Rio Ipanema seco, é jardim. É fornecedor de lenha, de pasto, de caça, de ervas medicinais, de madeira para móveis, de juncos para colchões, de água de cacimbas, de argila para artesanatos e para construções, assim como a areia grosa, média e fina.

É o mais importante acidente geográfico de Santana do Ipanema.

IPANEMA, CHEGANDO ÁGUA. VISTO POR CIMA DOS TELHADOS.

 

 


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domingo, 19 de janeiro de 2025

 

O TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.171



 

As últimas chuvadas, poucas e mansas, já fizeram o efeito que se esperava. Os montes que estavam crestados, já estão esverdeados, exibindo uma nova paisagem no Sertão. É o verde inicial que retira os vegetais da UTI. Depois, esperamos uma trovoada ou coisa parecida, para esse verde inicial robustecer as matize com vigor. Mas está muito difícil agora fazer previsões apenas olhando o comportamento de plantas e animais. Os climas da terra sofreram mudanças tão radicais que o homem fica perdido, tanto na cidade, quanto no campo. Em pleno janeiro, dias quentes de Sol forte, mostram, entretanto, muita umidade no ar e de repente fica nublado total ou parcialmente, deixando as noites com temperaturas de inverno e, de repente, altas. É deixar acontecer e pronto, porque tentar entender os novos tempos é coisa para muito malabarismo.

Hoje, domingo, por exemplo, o espaço está parcialmente nublado, fazendo calor, mas intensamente úmido. E se você quer saber é dia bonito para passeios a pé, a carro, a cavalo... Não é dia para fazer como estou fazendo neste momento, “croneando”, neste computador, por falta de opção por motivos pessoais e particulares. E aqui em Santana do Ipanema, sem praia, movimenta os habitantes da seguinte maneira: Quem possui, vai para sua fazenda, sua chácara. Alguns procuram o rio São Francisco para o lazer em Pão de Açúcar ou Piranhas, geralmente, embora esse movimento domingueiro tenha caído muito. Outros procuram a represa do João Gomes, muito mais perto. Ainda têm os que gostam de uma cervejinha gelada e procuram os pontos espalhados da cidade onde vendem o álcool.

E complementando que fazer neste domingo tão bonito em Santana do Ipanema, é movimentar a churrasqueira em casa mesmo e convidar os mais aproximados. Não tem futebol, não tem corrida, não tem espetáculo algum. Fica a cargo de você mesmo criar alguma coisa. A monotonia toma conta das ruas, mas devemos reagir ao marasmo.

Vamos movimentar os elétrons.                     

       Vamos ajudar a virar o mundo.

Bom domingo.

 

 


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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

 

ENTROU A SEMENTEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.170

 

 



A antiga Estação Experimental Sementeira, da década 1920 e que, segundo conversas, foi transformada em Reserva Ecológica, revolucionou a Agricultura alagoana na época. Tendo como dirigente o agrônomo Otávio Cabral, formado nos Estado Unidos, ali foi implantado o algodão, mostrado novas técnica da Agricultura, a implantação do arado de aiveca, cercas com estacas e arame farpado e tantas e tantas novidades para a época que cerca de 200 cavaleiros do campo, vieram do estado vizinho, município de Águas Belas para uma apreciação formal dessas novidades que influenciaram a Agricultura de todo o Nordeste. Essas informações iniciais vieram a lume pelos escritos do santanense Tadeu Rocha que era filho do coronel Manoel Rodrigues da Rocha.

Mas também havia ali modos de melhorar a raça cavalar da região. A Estação Sementeira foi implantada no sítio Rural Curral do Meio II, no município de Santana do Ipanema, mas ficou tão famosa que passou ser geograficamente chamada pelos campesinos como se fosse um sítio rural independente, e tomou na sua área nome do Curral do Meio. Pois, declaramos ao povo santanense que a Sementeira foi incorporada por nós no mais novo romance deste autor: AREIA GROSSA e é resgatada entre a realidade e a ficção. No mesmo conjunto foram resgatadas outras repartições, inclusive, também como ilustração através de fotos como: O Fomento Agrícola, da Rua São Pedro, a escola Batista Acioly, o famoso Bacurau, também na Rua São Pedro, a igrejinha de São Pedro e a fábrica de calçados do senhor Elias, tudo na Rua São Pedro, além da Perfuratriz que ficava no final da Rua/Rodagem São Paulo.

Portanto, quando você for degustar o romance social AREIA GROSSA, vai ser transportado no tempo para o período santanense entre 1956-1976. E peças humanas, o autor resgatou mais de 60 pessoas que viveram na região vizinha à Rua de José Quirino, hoje, Prof. Enéas. Os personagens protagonistas e o seu entorno, têm cerca de vintes figuras fictícias. O romance e a novela se confundem muito, porém não escrevo novelas, só romances. E só quem escreve conhece bem a diferença entre os dois gêneros.

 

No mais, tudo com antes no mar de Abrantes.

Terra redonda e céu de brigadeiro.

IGREJINHA DE SÃO PEDRO (FOTO: B. CHAGAS).


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

 

QUIXABEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.169

 



Uma das árvores mais respeitadas do Sertão é a Quixabeira. Ela é querida por uma porção de benefícios ao homem. Pode crescer até 15 metros de altura, porém, gosta muito de se esgalhar para as laterais. Isso faz com que sua copa, repleta de garranchos – sobretudo na estiagem – forme lugar para abrigo de pessoas e de animais. Produz frutos pequenos de forma grosseiramente oval, adocicados e leitosos. Verdes, arroxeados e pretinhos, são bastante apreciados pelos caprinos. Esses frutos são chamados de quixabas, comestíveis e enjoativos. Em nossa aventura a pé das nascentes à foz do rio Ipanema – o que gerou o livro IPANEMA UM RIO MACHO – e existe uma foto com a equipe acampada sob uma quixabeira, lugar onde foi preparado um almoço.

Sua casca é usada para dores em geral. Ulcera duodenal, gastrite, azia, inflamação crônica, lesão genital, inflamação ovariana, anexite, cólica, problemas renais, problemas cardíacos, diabetes, cicatrização e como expectorante. Essas são informações encontradas em fonte de redes sociais, confirmadas pelos matutos do Sertão que convivem com a árvore. Sempre ouvimos os mais velhos repetirem que quando os soldados, na cadeia, batiam muito nos presos, procuravam depois esconder as marcas das torturas com o uso de jurubeba e cascas de quixabeira. Como falamos no primeiro parágrafo, faz gosto o amigo, a amiga, se deparar com um rebanho de bovinos ou caprinos descansando à sombra da Quixabeira. Parecem um idoso numa cadeira de balança no alpendre de casa.

E para quem não sabe, a vara-de-ferrão, usada pelo carreiro – condutor do carro de boi – é feita de quixabeira, sapecada no fogo. Certamente o caso de “Quixabeira Amargosa”, nome antigo do atual povoado São Félix, município de Santana do Ipanema, tenha sido de alguma anomalia da Natureza, em que os frutos da árvore referência tenham nascidos amargos. Informamos ainda que sua madeira é usada em carpintaria e confecções artesanais. E como você viu, pode ser até que a Quixabeira não seja tão famosa quanto o Mandacaru, quanto o Juazeiro, imortalizados por diversas canções e literaturas nordestinas, mas é mesmo uma das mais queridas árvores da flora da caatinga.

Ainda duvida?

QUIXABEIRA

 

 

 


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TARDE CINZENTA

 Clerisvaldo B. Chagas, 15 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.168



 

Ontem, cedo da tarde começou o ajuntamento de nuvens no céu de Santana e, como sempre, as nossas chuvas sempre acontecem a partir das 17 horas, apostamos que elas viriam às cinco. Ao se aproximar às 16, o tempo foi começando a escurecer e na hora costumeira, invernou. Toda a abóboda celeste às vistas, virou cinza, escuro, e a chuva veio mansa igual à todas chuvaradas do ano passado. É nessa circunstância que o matuto exclama espontaneamente: Tempo rico! E esse tempo rico entrou pela noitinha com uma temperatura agradável e se prolongou numa pingadeira bem compassada, diga-se à verdade. E um meu companheiro dizia no momento sobre a rapidez com que a vegetação esturricada se recupera e vira um time do Palmeiras.

E se o espaço era cinza, escuro, mas, no Restaurante ARMAZÉM, era dourado na entrevista de Risomar e sua equipe com uma bela filmagem da nossa movimentação. E com o local da entrevista sendo em restaurante, pensam-se nas bênçãos hídricas que trarão fartura para os que vivem da Agricultura, do comércio agrícola, da mesa farta que traz alegria de viver e inspiração para esvoaçar. Vamos, então, de semiárido afora assim como o tempo navega no tempo, porque certeza mesmo de futuro ninguém de fato sabe.  Esse radicalismo do Universo, dos últimos anos tem quebrado nossa própria confiança no que antes era chamada de certeza, Só assim surge com muito maior força uma coisa chamada fé ou não surge nada.

Mas, continuemos descrevendo o tempo nesta manhã do meio do mês, em Santana. Dia belíssimo, parcialmente nublado e de desenhos de nuvens em parte do céu que nos parecem inéditos. É aquele dia que você tem vontade grande de pegar a estrada e sair por aí sem destino certo. Passeando, passeando, passeando... Pelo Sertão talvez o impulso levasse até Pão de Açúcar, Piranhas... Olho d’Água do Casado. O importante mesmo seria aproveitar o dia indo seja para onde fosse, vendo montanhas, vegetação, céu desenhado,  sentindo a magia desse dia diferente. E se tristeza não traz mesmo a felicidade para ninguém. Vamos procurar a alegria interna visitando os campos, os montes, as colinas.

Contemplando as paisagens maravilhosas que têm dentro da gente.

PRAÇA FREI DAMIÃO E O TEMPO (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 


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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

 

CORRERIA LITERÁRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.167

 



Foram dias intensos com a literatura! Analisando prefácio enviado pelo escritor Ysnaldo Paulo, trocando ideias com O artista plástico Dênis Marques, colocando seu trabalho no primeiro capítulo do mais recente romance, o AREIA GROSSA, selecionando algumas ilustrações histórica, pra enriquecer o livro, voltando a corrigir a pente fino e até com uso de lupa, respondendo a amiga Risomar sobre o trabalho que ela estar fazendo e abordando o livro O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema, nem sobrou tempo algum para a crônica da segunda-feira. Hoje mesmo, ainda estarei na Praça do Bairro São José para conceder entrevista e ser filmado visando o belíssimo projeto da esposa do meu amigo, advogado Paulo César.

Assim, cheio de compromissos até o pescoço, aguardo o resultado de uma consulta política para a praxe de uma audiência política. Mesmo assim vou fazendo a lista de mais de 60 personagens reais que viveram nas imediações da Rua do Curral de Zé Quirino, entre 1956 e 1976, que foram resgatados e ficarão imortalizados no romance social AREIA GROSSA. Teremos os testemunhos dos prezados companheiros escritores, Luís Antônio, o Capiá e João Neto Chagas (João do Mato, João Neto de Dirce) que viveram à época e não desconhecem o epicentro do romance e nem os perímetros geográficos onde ocorre a trama. Estamos planejando um encontro a três para reforçarmos o valor histórico do livro misterioso.

Outrossim, estou aguardando o momento adequado para o lançamento oficial dos quatro romances do ciclo do cangaço, de uma só vez: Fazenda Lajeado, Deuses de Mandacaru, Papo-Amarelo e Ouro da Abelhas. Alguns desse, já foram motivo de apreciações literárias do blog do Malta Net. Já tem gente interessada nesses romances para o cinema. Mas, enquanto isso, vamos tentando bater à porta certa para trazer a lume Padre Cícero, 100 milagres nordestinos – Inéditos. E assim, o Sertão vai se revezando entre Sol abrasador, céu nublado e serenos de chuvas. Às vezes, uma tristeza danada toma o espaço, invade o coração da gente, outras vezes, surge a esperança tão verde quanto à bandeira nacional.

Os montes ainda não se definiram.


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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

 

VOCÊ CONHECIA?

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.166

 



O meu Sertão alagoano possui um vasto vocabulário e expressões que nos motivam cada vez mais a escrever:

Almocreve – Tropeiro, condutor de tropas de burros.

Arataca – Armadilha de madeira, para caçar aves, pássaros e roedores

Bambão – Talo forte e interno da jaca que congrega os bagos.

Bacurinho – Porco muito novo.

Barra – Foz, lugar onde o rio despeja suas águas.

Barrão – Porco reprodutor.

Berilo – Grampo para cabelo feminino.

Bica – Calha, geralmente de zinco para escorrer águas pluviais.

Bizunga – Beija-flor, Colibri.

Bodega – Lugar modesto onde se vende coisas para o lar como tempero, açúcar, confeito, sal, etc.

Boró – Cigarro de fumo de corda, grosso e mal feito.

Borrego – Carneiro muito novo.

Bozó – dado, pequena peça de jogo de azar numeradas nas faces de 1 a 6.

Cambão – Peça de madeira que liga a parelha da frente à parelha de trás no carro de boi.

Catraia – Mulher feia, velha e desarrumada.

Colchete -  Armação de arame farpado e madeira, molenga, que serve de porteira, sustentado para abrir e fechar por arame liso na cabeça da madeira e de uma cerca fixa.

Divisão – Fronteira de municípios.

Enchiqueirar cabras – Prender os caprinos em curral específico ao cair da tarde.

Gamba, gandaia – Baixo meretrício.

Gamela – Objeto de madeira de forma comprida, Bacia, feita de madeira da árvore Gameleira ou Gameleiro.

Maturi – Caju novo, pequeno e ainda verde.

Mourão – estaca forte e gigante que serve para amarrar touros e reforçar cercas de estacas comuns.

Ribeira – Rio, riacho.

Tapera – Casa pequena e humilde.

Tangerino – Condutor de boiadas de um lugar para outro.

Toró – Chuva forte e rápida.

COLCHETE APOIADO NO MOURÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

 

DÊNIS NO AREIA GROSSA

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.165:

 



Ontem fiz uma visita ao famoso cantor Dênis Marques, porém, principalmente ao artista plástico Dênis Marques. Fui encontrar o consagrado artista rodeado de seus trabalhos artísticos, em sua maioria confeccionados a lápis. Cada trabalho representando a sensibilidade de uma alma profundamente tocada pela luz divina. Não iremos fazer comparações com os melhores pintores do mundo, aqueles de telas de milhões. Mas o Dênis Marques que de vez em quando desterra a música para se reencontrar com o lápis, com o pincel, com a folha...  Com a tinta, parece redescobrir o mundo no seu autodidatismo. Pena não termos lugar apropriado para uma exposição das suas obras, que por certo teriam resultados retumbantes.

O objetivo principal da visita foi convidar o artista para fazer parte de outra obra de arte, o romance AREIA GROSSA. Não como um dos personagens fictícios ou real dos anos 1956-1976 das imediações do Curral do Gado de Zé Quirino, epicentro da obra literária; mas sim ser como o autor um dos apresentadores da obra com uma coisa muito simples, mas de profundo significado para o leitor e para a história: Um croqui artístico tirado da sua habilidade cognitiva, aperfeiçoamento de cópia sofrida do escritor. O seu trabalho “Denístico”, será apresentado no primeiro capítulo do romance Areia Grossa, para facilitar a compreensão do cenário onde acontece a trama. Além disso, o livro terá o prefácio do famigerado escritor José Ysnaldo Alves Paulo, viçosense, radicado em Maceió. No caso, três artistas num livro só. Artes dentro das artes.

Ah, aproveitei para solicitar música predileta do momento, “Abandono”, com Altemar Dutra, coisa que o Dênis somente conhecia com Roberto Carlos. Prometeu-me cantá-la no próximo lançamento de livros – que será em breve – de acordo com a nossa tradição em que o festejado cantor está sempre animando o nosso público, leitores que procuram se deliciar com as letras. E assim, vamos articulando novidades para apresentações em janeiro e no decorrer do ano que se inicia. Até porque, nós os artistas das letras, do pincel, das melodias, bebíamos sempre a mesma água das cacimbas do rio Ipanema, porém em várias edições. Tudo na fila para lançamento:   “Padre Cícero, 100 Milagres Nordestinos”, “Ouro da Abelhas”, “Papo Amarelo”, “Deuses de Mandacaru”, “Fazenda Lajeado”.

VEM?

DÊNIS MARQUES E SEU SHOW NA LAGOA DO PAU, CORURIPE, AL.


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