domingo, 31 de maio de 2020

PASSARELA SOBRE O RIO IPANEMA


PASSARELA SOBRE O RIO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.314 
CAMPUS UFAL ( FOTO: B. CHAGAS).

Os habitantes dos bairros São José, Barragem e Clima Bom, necessitam de uma ponte sobre o rio Ipanema para se ligarem com a parte alta do Bairro Paulo Ferreira, onde estão localizados o Hospital e o Campus UFAL. Entretanto, por isso ou por aquilo, a conta pode ser reduzida com uma simples passarela repartida para pedestres e motoqueiros. Alguém dessa região que precise dos serviços hospitalares, hoje, tem que fazer um arrodeio, cujo percurso está em torno de 6 km. Caso existisse a passarela teria que percorrer somente cerca de 400 metros. A passagem de concreto seria a partir da Avenida Castelo Branco, quase ao lado da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas até a encosta do outro lado do rio.  Ali o Ipanema deve apresentar aproximadamente, 100 metros de largura.
Caso o cidadão venha dos Bairros Clima Bom e Barragem, o arrodeio até o hospital daria até mais de uma légua de beiço como se diz no sertão (mais de 6 km). A visão de mobilidade urbana é importante como medida de conforto, economia e salvação de vidas.   Esse problema da ponte ou passarela, deveria ser abordado e defendido pelos vereadores representantes do povo) notadamente, aqueles que residem no Bairro São José e já conhecem o problema de perto. Além de facilitar a vida dos moradores desses bairros, principalmente os mais pobres, a ponte ou passarela poderiam motivar novos empreendimentos, tanto na parte alta do Bairro Paulo Ferreira, quanto na região do Bairro São José, principalmente.
Para se chegar ao hospital, saindo do Bairro São José, caminhando pelo rio Ipanema, é enfrentar o areal, se o rio estiver seco, subir uma encosta difícil, por uma vereda encostada a uma cerca de arame farpado e inúmeras pedras que podem abrigar serpentes venenosas e um matagal Dificilmente um idoso chegaria ao hospital seguindo essa trilha. A priori, algumas ruas do Bairro Paulo Ferreira, já desceram grande parte da encosta com calçamento e belas residências, porém, no lugar questionado acima, não. Somente mato e pedras. No arrodeio do Bairro São José ao hospital, percorre-se três pontes já existentes na região do Comércio e mais um aclive quase sem fim de uma rua cumprida igual a uma semana de fome. Esperamos que os representantes do povo batalhem juntos ao gestor do município por uma vitória popular de milhares de futuros usuários do vai e
Vem.  Cidade acidentada, possui muitos problemas, mas também pululam às soluções.











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quinta-feira, 28 de maio de 2020

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NAMORANDO NA FEIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.
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 FOTO: B, CHAGAS/ARQUIVO
(FOTO: DIVULGAÇÃO)



Não sabemos os critérios de espaçamento de pessoas e outras providências, mas amanhã, sexta-feira, haverá mais uma edição da Feira da Agricultura Familiar, em Santana do Ipanema, no Bairro Monumento, defronte a Secretaria da Agricultura e vizinha à Caixa Econômica. Já conhecida popularmente como “Feirinha”, o movimento antecede a grande feira do sábado, quando expõe ali produtos da terra sem nenhum tipo de veneno. A feirinha já conquistou espaço e gente para a compra dos seus produtos da terra, do criatório, das artes e da culinária campesina. Um dos  ítens da “Feirinha” que conquista a clientela exigente, é a sua limpeza no chão, nas bancas e no entorno, coisa não observada na feira grande dos sábados. Aliás, as barracas são padronizadas e atrativas. O que você espera encontrar? Raízes, hortaliças, frutas e legumes, galináceos, doces diversos diretamente do campo, não faltam.
Sempre aparecem aqueles produtos que quebram a rotina como a castanha assada, mel de abelha de flores da caatinga, coco verde, feijão-de -corda, ovos de capoeira e ovos caipiras da Associação local. Encontramos ainda artesanato de tecidos e sucatas. Os produtos não possuem atravessadores, são vendidos diretamente ao consumidor, melhorando assim a renda dos agricultores familiares que praticam a chamada agricultura de roça. O cliente também é beneficiado pois o compromisso é ofertar produtos se agrotóxicos e de qualidade. O cliente fiel da “Feirinha“ ainda pode fazer encomenda para a próxima sexta, dos produtos do campo: um pavão, um peru, ovos de guiné ou mesmo ervas medicinais que não faltam nas diversas comunidades.
As feiras em geral, iniciaram na Idade Média, quando os camponeses levavam seus produtos para a parte externa dos castelos, conseguindo chegar aos dias atuais. Lamentavelmente, os aglomerados sem critérios de organização e higiene fazem desses encontros semanais, também um foco de imundície que tange muita gente para os supermercados. Estamos falando das feiras grandes e gerais, que não conhecem regras de civilidade nem freios.  Mas a Feira da Agricultura Familiar em todas as cidades do estado, traz uma organização estudada desde o início.
Fui procurar um amigo e o encontrei na “Feirinha”. Achei estranho pois o amigo nunca foi de fazer feira, mas a resposta estava exposta: “Estava namorando cara”. Essa você não compra, conquista. Sei não... Só sei que será amanhã no Bairro Monumento.

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quarta-feira, 27 de maio de 2020

AINDA A MINHA RUA


AINDA A MINHA RUA
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.312
Rua Antônio Tavares, revolvendo a terra para calçamento, anos 70. (FOTO:DOMÍNIO PÚBLICO). 

Rua Antônio Tavares, mesmo sendo a primeira rua de Santana, fora o quadro comercial, levou décadas e décadas para receber algum tipo de benefício. Rua de passagens de boiadas, carros de boi e cavaleiros, rua de ximbras, bolas, pinhões...  Rua de comerciantes e artífices, Corredor de fogo das fogueiras de São João, dos desfiles de bandas de música e procissões da Padroeira. Ignorada pelo poder público, somente dominou o solo de terra em torno dos anos 70. Não havia essa coisa de “gestor” e, sua metade, salvo engano, foi calçada com paralelepípedos pelo prefeito Henaldo Bulhões e a outra metade, pelo prefeito em exercício, Jaime Chagas. As varandas de fundos do seu casario contemplam do alto o rio Ipanema, os serrotes Gonçalinho e Cruzeiro e as habitações da área da Rua Santa Quitéria e Conjunto Eduardo Rita, além do rio Ipanema.
Como toda a Santana, abandonada pela gestão de certo prefeito,  acumulou o lixo na via, metralha e mais, num serviço estúpido de demérito para tudo que já havia sido. Somente a poucas semanas foi louvada com cobertura asfáltica, vestindo-se a rigor e recebendo uma crescente movimentação de veículos e sendo valorizada no seu lado físico e na  tradição. Antes, parte da estrada do coronel Delmiro Gouveia, para Palmeira dos Índios, Quebrangulo e Garanhuns, depois, roteiro para Maceió  via Bebedouro/Maniçoba. Rua que mantinha o equilíbrio social e alimentava o progresso crescente da urbe.  Rua que registrava todo o movimento da AL- 130, visto das suas varandas privilegiadas.
Foi ali construída a Cadeia da vila, sinal na época de bastante prestígio. Rua da primeira Salgadeira de carne-de-sol, da primeira tipografia, do primeiro Sindicato Patronal, da primeira gráfica, da primeira delegacia, do primeiro Quartel de combate a cangaceiros e talvez da primeira fábrica de sabão e de vinagre. Era a rua que avistava primeiro a chegada do transporte Neusa na AL-130; espécie de vã que abastecia as bodegas com guloseimas marcas Neusa, loucura da criançada. Vamos aguardar a liberação da quarentena para uma visita formal à rua que me criou e as irmãs que ainda por ali moram.
Abençoadas raízes.
Orgulho Sertão.




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segunda-feira, 25 de maio de 2020

RAPADURA. ENGENHO, RAPADURA.


RAPADURA, ENGENHO, RAPADURA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.302 ?
O QUE RESTOU DO ENGENHO (FOTO; JORGE SANTANA).
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 São famosos os engenhos chamados rapadureiros, isto é, os que fabricam rapadura. A tradição do fabrico é muito mais que centenária, vindo dos canaviais da zona da Mata nordestina.  Mas são inúmeros os municípios sertanejos que também fabricam ou fabricaram rapadur; são em cidades sertanejas de altitude que têm facilidade no plantio da cana-de-açúcar. No sertão alagoano sempre foi famosa a cidade de Mata Grande, uma região serrana favorável. Não sabemos se os antigos engenhos ainda funcionam. Tive o prazer de conhecer um desses engenhos dentro da própria cidade de Mata Grande num alto de periferia. As rapaduras eram distribuídas para todo o sertão através de caçambas de madeira em lombo de burro.  Mas, difícil era se falar em engenho rapadureiro em lugares de relevo diferente.
Pois o Secretário de Agricultura de Santana do Ipanema, agrônomo Jorge Santana, acaba de descobrir em suas andanças pelos sítios do município, destroços de um engenho de rapadura e sua história, que funcionou no sítio Icó, Região do sítio São Bartolomeu, no século passado. Icó significa erva venenosa da família das Caparidáceas ( Capparis ico) proibida como alimento aos equinos.
Pois bem, as rapaduras ali fabricadas eram distribuídas para as feiras livres e para quem as quisesse comprar. A matéria-prima, isto é, a cana-de-açúcar, que abastecia o engenho era proveniente do próprio sítio Icó e de outros sítios como Barriguda, São Bartolomeu e serrote dos Bois, seus vizinhos. É de não se acreditar numa coisa dessa: Engenho rapadureiro em plena região seca!  
É bom salientar que a rapadura - muito usada pelos sertanejos normais e cangaceiros de Lampião - é grande fonte energética e rica em ferro. Há certo tempo a Alemanha estava comprando rapadura do Nordeste para usá-la contra anemia naquele país. Como é um alimento barato, foi preciso o interesse europeu para se reconhecer o valor do produto. O caso do sítio Icó, pode se estimulado ao renascimento criando-se assim, emprego e renda nos sítios apresentados acima. Isso também é motivo para surgimentos de santanenses pesquisadores do próprio município em diversas áreas do saber com Artes, Geografia, História, Religiosidade, Sociologia e Biologia...
Que aula maravilhosa, alunos de escolas santanenses no sítio Icó aos pés dos mais velhos contadores da história do engenho e das rapaduras!
Novamente, orgulho sertanejo.


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domingo, 24 de maio de 2020

MUNDO RURAL


MUNDO RURAL
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de maio
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.301
EXPANSÃO RURAL ( FOTO; B. CHAGAS).



Os bairros representam unidades da divisão de uma cidade. Os sítios são as unidades divididas da área rural. Assim, didaticamente e até para melhor efeito administrativo do município, elaboramos uma lista de todos os sítios de Santana do Ipanema e que vão além de 130 unidades. Agrupamos essas unidades em 11 regiões. Elas são uma espécie de cabeça de chave.  Isto é, representam todos os sítios do seu grupo.  Dessa maneira temos: As 11 Regiões Geográficas de Santana do Ipanema. Você pertence ou pertenceu a uma delas? Vejamos: De oeste para Leste: Região do povoado Pedra d’Água dos Alexandre, Região da Camoxinga dos Teodósio, Região do Povoado São Félix, Região do Povoado São Raimundo, Região do Povoado Areias Brancas, Região do Sítio Jaqueira, Região do Sítio Remetedeira, Região do sítio Sementeira, Região do Sítio Queimadas do Rio, Região do Sítio São Bartolomeu e Região do Sítio Olho d’Água do Amaro.
Caso a prefeitura tivesse uma espécie de ouvidor em cada uma dessas regiões, facilitaria em muito a sua administração.  O ouvidor, em contato com o povo e com o prefeito, Iria captando as necessidades dos sítios daquela região, passando para o gestor que poderia agilizar as soluções dos problemas. Simples assim.  Chamamos também atenção para o desaparecimento de alguns sítios que podem ser deglutidos pela expansão da cidade em algumas periferias, assim deixando cada um de ser sítio rural ao se incorporar às extremidades de bairros periféricos. Exemplos: O sítio Tocaias está para ser englobado pela expansão do Bairro Paulo Ferreira (antigo Floresta). O sítio Bode com seu açude, também ver chegar perto o casario do Bairro Lagoa do Junco. Na saída de Santana em direção ao sítio Curral do Meio II, o sítio Cipó já foi engolido pela cidade. Tem até posto de gasolina e várias casas comerciais.
Numa visão progressista da urbe, caso seja concretizada a construção da imagem sacra mais alta do mundo, na serra Aguda, essa imagem de Senhora Santana  atrairá a periferia norte-sul do Bairro Paulo Ferreira que anexará à cidade sítios como serra Aguda e entorno podendo até chegar ao sítio Lagoa do João Gomes, lá na baixada por trás da serra. É por isso que o planejamento urbano é importante e a Geografia mostra os caminhos seguros. E se você nunca pensou em sua cidade dessa maneira poderá pensar a partir de agora. Estamos sempre a precisar de cabeças pensantes e não somente de aplausos para quem pensa. O bem-estar coletivo é prioritário. Pergunte sempre o que você pode fazer pelo seu município e não somente o que o seu município pode fazer por você. VIVA O SERTÃO!






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quinta-feira, 21 de maio de 2020

COCOLÉGIO ESTADUAL


COLÉGIO ESTADUAL
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.309
COLÉGIO ESTADUAL EM 2013. ( B. CHAGAS).

O Colégio Estadual professor Mileno Ferreira da Silva, foi inaugurado em 26 de março de 1964, com o título de “Colégio Estadual Deraldo   Campos”, em Santana do Ipanema. Foi a primeira escola pública do município a funcionar da antiga 5a série até a 8a e, posteriormente, com o chamado hoje Curso Médio. Antes de tudo, a sua região era apenas caminho ou estrada para os camponeses provenientes dos sítios serra do Poço, Camoxinga dos Teodósio e outras localidades . Ali todas as semanas passavam jumentos, burros e bestas de carga levando os produtos  alimentícios de altitude para as feiras da quarta e do sábado, na cidade. O terreno do colégio era uma fazenda pertencente ao senhor Frederico Rocha que fora um dos interventores do município. Sua casa-grande chamava atenção por um belo pé de príncipe, na entrada. Havia uma cisterna subterrânea que alcançou os tempos do colégio. Supomos que tenha sido aterrada internamente, depois.
A fazenda foi vendida ao exército brasileiro para ser instalado um quartel em Santana do Ipanema. O quartel, de fato foi instalado, mas durou menos de um ano e foi evacuado. Ficamos sabendo à boca miúda que a unidade havia sido condenada por não se enquadrar em terreno compatível com a estratégia dos militares. O prédio ficou ocioso por certo tempo. Foi aproveitado, posteriormente, como escola. Dessa maneira surgiu no lugar do quartel, o Colégio Estadual Deraldo Campos. Seu primeiro diretor, Mileno Ferreira da Silva, passou quase vinte anos no cargo de diretor, herdando após, o nome da unidade. Vale salientar que era tempo de ditadura militar e o próprio diretor havia pertencido às Forças Armadas.
O Colégio ficou popularmente conhecido apenas como “Colégio Estadual” até a presente data. É impagável a prestação dos seus serviços   à sociedade santanense.  Conseguiu evitar o êxodo de milhares e milhares de jovens para outras plagas em busca do Saber. Infelizmente em março deste ano, foi uma das vítimas do valente riacho Camoxinga procurando passagem para desembocar no rio Ipanema.
Tive a honra de ser um dos seus mestres e diretor eleito por dois anos.
Difícil é encontrar quem não tenha sido aluno do Estadual durante algum tempo. Será que poderemos mandar levantar o dedo?
                                                                                                                                   


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quarta-feira, 20 de maio de 2020

AINDA A TRADIÇÃO


AINDA A TRADIÇÃO
Clerisvaldo B.  Chagas, 21 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.308
CARRO DE CARNEIRO. (CRÉDITO NA FOTO).

Agora que todos possuem celular, virou moda no sertão, editar vídeos e enviá-los às redes sociais. São as feiras livres, as de gado, de galinhas, de peixes, até açougues, enchentes e até mesmo cenas cotidianas da roça. Esses vídeos também vão mostrando a redescoberta de tradições como a do carro de boi. Cada cidade sertaneja, atualmente está inventando festa de carreiro. É encontro, é festival, é procissão... E assim o secular carro de madeira, volta ao cenário estadual, brasileiro e mundial como um museu vivo do transporte, da arte e da História. O momento também traz outras novidades embutidas nesses festejos que antes eram raridades. Agora chove de carros de Carneiro, de bode, de jumento e pasmem, até carros de cachorro. O Sertão de Alagoas está contaminado de festas de carros de boi e similares.
O interessante é que o artesão do carro de boi, faz o carro de carneiro com a mesma perfeição, amor e capricho do primeiro. E se a grande alegria do carreiro é ouvir o seu carro cantar durante o transporte de mercadorias, o carreiro do carrinho de carneiro igualmente já pode se orgulhar em dizer que seu carro é cantador. Para isso é preciso ser confeccionado por quem entende. Ao se colocar  peças não recomendadas é fracasso garantido no chiado monótono que dá vida ao veículo. Nessas festas locais, contemplamos filas extensas de carros de carneiro com muito mais de um quilômetro de extensão, tendo como condutores dos carros, adultos, adolescentes de ambos os sexos e crianças.  Todos conduzem vara de ferrão porque o negativo também é repassado para a criançada.
Quer participar? Fique antenado na época do evento em cada município: Olivença, Poço das Trincheiras, Inhapi, São José da Tapera, Santana do Ipanema e talvez outros mais. Entretanto, gostaríamos que fosse divulgado na íntegra, o fabrico caprichoso de um mestre artesão, pela grande mídia. É um talento extraordinário que deve compensar quando os condutores capricham no trato com os bichos e não omitem sequer uma peça dos seus acessórios: correia de ponta, trela, sininho...
Ô sertão velho de guerra!
Orgulho em ser nordestino.



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terça-feira, 19 de maio de 2020

CONHECENDO A TERRA.


CONHECENDO A TERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.307
Casa de taipa plena de vida na periferia da cidade. (Foto: B. Chagas).

Sempre disse aos meus alunos que nós começamos a conhecer o mundo pela nossa rua, depois vem o bairro de morada, o restante da cidade, a vastidão do município e o estado de origem em que você nasceu. Aí sim, com toda essa base de segurança vamos conhecer pelo menos parte do mundo.   Você encontra novidades, lazer e conhecimento dentro do seu próprio município, já fez isso pelo menos uma vez na vida? Foi assim que fomos a uma incursão pelas terras de Senhora Santana, nos altos e nas baixadas municipais, repassando a experiência para alunos e colegas, pesquisadores em potencial. Nessa caminhada fomos sair na parte meridional da serra da Remetedeira, por estradas de barro nos patamares da sua encosta.  Deparamo-nos com uma igreja relativamente grande, aberta, com acesso de inúmeros e largos degraus, em meio a exuberante nicho de vegetação de encosta. Ficamos de boca aberta. Seu acesso tinha um quê da igreja da penha do Rio de janeiro. Mas a igreja estava implantada na própria encosta e não no topo da serra.
A casa da zeladora ficava  abaixo dos degraus, Dali de cima podíamos avistar lá longe, na planura, os sítios Olho d’Água do Amaro e Lagoa do João Gomes. Catingueiras gigantes de 15 metros de altura, ladeavam os degraus que levavam à igreja. Ficamos horas sentados entre o salão da igreja e os degraus sombreados, sem querer deixar aquele paraíso. Galo cantava e galinhas ciscavam em redor da casa da zeladora. Somente depois da paisagem serrana impregnar toda a nossa percepção, deixamos o lugar em busca de um novo sítio, o serrote dos Bois, desta vez lá em baixo, no monte fincado no peneplano do município.
Ali fomos observar novo cenário visto do cimo do serrote.  Uma paisagem aberta e ensolarada que permitia registrar os detalhes de caatinga, desmatamento e acesso aos sítios da vizinhança. Conhecemos belíssima criação de gado selecionado de cor avermelhada e fabriqueta de queijo de coalho. Passamos ainda pelo sítio Laje dos Barbosa, onde visitamos uma casa de reunião da comunidade e uma igreja da fazenda ricamente organizada. Já era tempo de sairmos para novas paisagens e fomos para a Região dos sítios Jaqueira, Martins e Cajarana onde novas surpresas nos aguardavam. Mas isso é assunto para outra crônica.
CONHECER A TERRA NATAL.









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segunda-feira, 18 de maio de 2020

RESGATANDO A ZONA RURAL


RESGATANDO A ZONA RURAL
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.306

FAZENDA DE CRIAR E A SOMBRA DA QUIXABEIRA.
Foi tentando resgatar a zona rural de Santana do Ipanema, suas belezas naturais, paisagens inéditas, dignidade e Modus vivendi do homem do campo que terminamos chegando ao desaguadouro, sem querer, da Geografia Física do lugar. A exemplo do livro escrito e ainda não publicado “Repensando a Geografia de Alagoas, completamente atualizada, repleta de belíssimas ilustrações, estamos também quase encerrando esse documentário, aguardando apenas o fim da quarentena para contatos que nos forneçam alguns detalhes interessantes. Dividimos a obra em três partes e demos o nome de “Geografia Física do Município de Santana do Ipanema (Ênfase Rural)
Foi assim que surgiu um sumário mais ou menos parecido com este: PRIMEIRA PARTE; Dados geográficos do município. Limites, Pontos extremos. SEGUNDA PARTE: As 11 Regiões Geográficas do Município. Nomes de Sítios das 11 regiões. Históricos de Sítios e Povoados. TERCEIRA PARTE: Aspectos físicos. Relevo, Clima, Vegetação, Fontes Naturais, Fontes Artificiais. Solo, Geologia.  Todos os topônimos dos sítios são resgatados e as inúmeras ilustrações ajudam na autoestima da população rural. Será um livro destinado a todo o povo santanense, em especial aos professores colegas de Geografia e História.
Como editar ainda não sabemos, mas a intenção é distribuir gratuitamente a obra, inclusive também aos ruralistas através do Sindicato da categoria. Além de rica ilustração fotográfica, as páginas contarão com mapas de Relevo, de Clima, de vegetação, Limites e Pontos Extremos. Ah, se os pesquisadores contassem com o incentivo do governo! Mesmo assim o esforço individual junta-se às forças divinas para o resgate do que é belo e útil à vida dos terráqueos.
A capa é uma foto artística da estátua do jegue e o seu botador d’água, assim como cada parte inicia com uma foto grande, isolada e representativa da terra. Esperamos pelo menos o apoio moral das várias faixas etárias santanenses.




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domingo, 17 de maio de 2020

SERTÃO É SERTÃO


SERTÃO É SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de maio de 2020
Escritor Símbolfo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.305DO
(Foto: Do Milho)

Para contrariar todas as más notícias que tomaram conta do Brasil, nosso inverno sertanejo pareceu antecipado. Desde o início do mês de maio que todos os dias chove no sertão alagoano. É uma chuva mansa como dizia o padre José Augusto, na Paróquia de São Cristóvão. São verdes os arredores de Santana do Ipanema, é verde o trajeto Santana – Maceió, é verde o nosso sertão antecipando o mês de junho. Pamonha e canjica já circulam na cidade numa prévia riquíssima para o semiárido. Em nossa cidade, no lugar Maracanã, tem pilhas de milho verde para venda em todos os dias. Chegam do próprio estado e estados vizinhos, fruto da irrigação espalhada por aí. O Maracanã é um entroncamento urbano do nosso Bairro Camoxinga para onde converge e diverge 5 ruas e mais a Br-316. Seu nome é apelido popular desde que foi implantada ali uma churrascaria que recebeu na fachada: “Churrascaria Maracanã”, há vária décadas. É o centro comercial do Bairro.  Além do milho verde, outros produtos estão sempre em evidência no entroncamento: macaxeira e tempero estão entre eles.
Para que notícia mais alvissareira em meio aos recados macabros do dia a dia? Nada melhor de que nessa quarentena receber um bolo de milho verde para o cafezinho da frieza de final de tarde. É o que estamos fazendo agora. Delícia, no amargor de notícias péssimas. Aguardamos a liberação sanitária para visitarmos os campos chuvosos e floridos, o boi pesadão de tanto pasto e o aboio do vaqueiro nas quebradas com a neblina das manhãs. Mas, em meio a tristeza e a alegria, o milho ainda é o Rei dos meses de inverno. Esperamos que de agora em diante amenizem e desapareçam os fuxicos ruins e, a estrela divina da misericórdia domine esse quadro sombrio que paira sobre o mundo.
Fé é a grande palavra. Perseveremos que São João não vai deixar o seu dia passar em branco. As previsões anunciam mais chuvas para a próxima semana. Ouro para o nosso sertão, para a capital, não sabemos. Aproxima-se o mês de junho. Diz o sertanejo: quando terminam as terras de Nosso Senhor, começam as de Nossa Senhora.  Assim vamos caminhando entre a dor e o sorriso que fazem parte desse mundo egoísta e desigual. Que venham os próximos dias com o Senhor dos Mundos à frente semeando amor, esperança e misericórdia.








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segunda-feira, 4 de maio de 2020

RECESSO

CRÔNICAS. RECESSO PARA TRABALHO COM O LIVRO NOVO 'GEOGRAFIA FÍSICA DE SANTANA DO IPANEMA (ÊNFASE ZONA RURAL)." INCLUSIVE HISTÒRICO DOS MAIS DE 13O SÍTIOS DO MUNICÍPIO. 60% REALIZADO. RICAMENTE ILUSTRADO.
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