quarta-feira, 30 de setembro de 2020

 

FAÇAM SUAS APOSTAS, SENHORES

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.390

Para o escritor contista Fábio Campos

 


Houve
época em Santana do Ipanema que, por isso ou por aquilo, não aconteciam mais jogos do Ipanema e nem do Ipiranga, os times mais competitivos da cidade. Nada de programa de calouros, nada de brigas de galo, nada de banhos no rio. Talvez para quebrar a monotonia dos domingos sem diversões, jovens senhores ligados ao campo inventaram as brigas de touros, na periferia. Isso foi antes da criação do Parque de Vaquejadas Bela Vista, no Bairro Camoxinga, lugar atualmente repleto de residências, imediações do Centro Bíblico. A novidade começou a atrair apostadores e aficionados. Um pouco antes, um pouco depois o esporte voltou-se para corridas de cavalos. Começaram a surgir curiosos, desportistas, entendidos, apostadores e multidões para os eventos.

Com o sucesso das corridas, era necessário um lugar plano e longo para acomodar animais e gente. Assim foi escolhido o sítio Barroso que possuía as características necessárias, no lugar onde hoje existe o Cemitério São José. Multidão vencia ligeiro os 2 ou 3 quilômetros do Centro até ali e ficava ao longo da estrada formando um corredor. Nada de segurança, nem cordas, nem bancadas, nem cercas... Apenas a coragem do corredor humano no qual disparavam éguas e cavalos. As corridas desses animais eram sucesso absoluto com muita torcida e preferências. Uns até diziam que “o cavalo não vence a égua, porque não corre na frente de fêmea”. Mas chovia de apostas, cavalo contra cavalo, cavalo contra besta. As corridas aconteciam entre dois animais por rodada.

Diz o povo que “o que é bom dura pouco” e assim foi encurtada a duração das corridas com uma fatalidade em que se pagava para vê. Em uma dessas belas carreiras, um cidadão morador da Rua Benedito Melo (Rua Nova), de nome Jacinto Vilela, muito querido em Santana, levou peitada de um dos cavalos em ação, vindo a falecer. Houve grande comoção em Santana do Ipanema. Não lembramos se teve algum tipo de punição ou apurações dos fatos, o certo mesmo é que, com a tragédia anunciada poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa daquela imprudente multidão. Santana de luto, fim das corridas de cavalos.

Para a juventude santanense, só existe sobre o caso, essa crônica de hoje e mais nada.  Deixamos a multidão, cavalos, prado, apostas... E montamos apenas nos livros ou nas “livras” (cavalos e bestas) que nos transportaram para o FUTURO.

 

 

 


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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 

PENHA, VIM QUI ME AJOELHAR

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.389

                                            (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Estive na “Cidade Maravilhosa” em excursão, ainda como estudante do Curso Médio. Visitamos o Maracanã com um 2 X 2 Brasil e Alemanha, o Arco da Lapa, o Zoo, a praia de São Conrado, o morro da Urca, o Corcovado  e do outro lado, a praia de Icaraí, em Niterói, com travessia de balsa e mais alguns lugares aprazíveis do Rio de Janeiro e Petrópolis, museu, hotel Quitandinha e muito mais. A cidade é de fato maravilhosa, mas fiquei frustrado em não conhecer o penhasco da igreja de Nossa Senhora da Penha, imortalizado por Luiz Gonzaga, quando o sanfoneiro canta: “Penha, Penha, vim aqui m ajoelhar...”.

Contam que em 1635,  o capitão Baltazar de Abreu Cardoso era dono de todas aquelas terras. Indo visitá-las, foi atacado por uma serpente. Sendo devoto de Nossa Senhora, apelou para a santa e no mesmo instante surgiu um lagarto que atacou a cobra, enquanto o capitão empreendeu a fuga. Depois Baltazar vendeu toda a sua terra, construiu uma capela no penhasco e seu patrimônio serviu para as administrações da igrejinha. A capela ficou conhecida como “A igreja de Nossa Senhora do Alto do Penhasco”. Aquela ermida foi sendo modificada através dos tempos, chegando a possuir torres com 27 sinos vindos de Portugal.

Atualmente possui toda a estrutura para devotos e turistas, lanchonetes, banheiros, lugar para eventos culturais. Pode-se se chagar até ali através de bondinho aéreo, vans e automóveis, mas só chega até o estacionamento, tendo que enfrentar a pé 382 degraus. Do penhasco da igreja de Nossa Senhora da Penha, avista-se uma das mais belas paisagens do Rio de Janeiro e a própria igreja faz parte dessa visão surreal da “Cidade Maravilhosa”.

Ir ao rio e não conhecer o penhasco é grande frustração, sendo pela parte religiosa ou apenas pelo cenário magnífico que o lugar representa. Inclusive, os 382 batentes foram construídos por um casal, cuja senhora não conseguia engravidar até que fez uma promessa em visita à igreja. Engravidou com um ano depois e no ano seguinte construiu a escadaria.

Penha, Penha, vima aqui ME AJOELHAR.

 

 

  

 


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domingo, 27 de setembro de 2020

 

TODO SER É ASSASSINO

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.388

SECA. (FOTO: DÁRIO CAUSA OPERÁRIA

Durante a seca de 1970 Santana do Ipanema ainda era a capital do feijão. O governante municipal, na época, senhor Henaldo Bulhões Barros. Para Santana convergiam os produtos dos municípios vizinhos e, carretas e mais carretas do Sul do Brasil vinham pegar o feijão da última safra de antes da seca. A Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha – Praça da Matriz – tornou-se ponto de estacionamento daquelas carretas carregadas de grãos. Diante de tanta riqueza alimentar, algumas mulheres, crianças e adolescentes, catavam no calçamento alguns caroços de feijão que escapavam das carretas. Como se diz por aqui, era de cortar coração a cena inacreditável da fome. Pessoas transformadas em galináceos em pleno centro da cidade.

Tornou-se rotina a mendicância pelo centro, ruas e periferias. Além da humilhação dos mendigos, ainda se encontravam pessoas ricas e arrogantes pelo caminho. “Só dou esmola a cego e aleijado”, dizia um, “Não tenho esmolas para dá; quem tem obrigação com vocês é o governo”. Dizia outro. Não iremos citar os seus nomes, pois iríamos desagradar seus familiares, mas nada custa indagar, mesmo sem resposta: Como estão as almas daqueles arrogantes após a partida do planeta? Muitos descendentes ainda hoje brigam na Justiça pelo “ouro” dos insensatos.

Mas agora, em 2020, após longo período sem vermos pedintes nas ruas, a fome voltou e vai arrochando tudo. Mendigos voltam a pedir de casa em casa contando a situação sinistra que estão passando com à família. Isso faz lembrar Cachoeirinha, Pernambuco, “Aqui você não vê mendigo, todos trabalham na cidade. Quando aparece alguém pedindo é pessoa de passagem”, dizia o saudoso José Henrique que fabricava arreios para aquele lugar. Nada demais  pedir desculpa ao pedinte quando não tiver de verdade o que oferecer. Mesmo assim corre o risco – se o que pede for humorista e improvisador como era o cego Zequinha Quelé, morador do sítio Travessão: “Perdoe, ceguinho, não tenho agora...”.

 

A bacia do perdoe

Deixei lá no Travessão

Sou homem, não sou menino

Todo ser é assassino

Só meu padre Ciço, não...

 


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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

 

A ESTRANHA PRIMAVERA

Clerisvaldo B, Chagas, 25 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.386

Chegou a primavera (Foto: Bianca Chagas).
Nos sertões nordestinos temos também, como no restante do mundo, as quatro estações distintas, todavia, o nosso povo a grosso modo, só reconhece Inverno e verão, isto é, período de chuva, período de estiagem. Em nosso sertão alagoano temos chuvas de outono/inverno e estio na primavera/verão. Dessa maneira o inverno propriamente dito se foi após longos meses molhando a terra. O que se vê agora é a natureza se enfeitando no que lhe restou. O pau d’arco, o pereiro, a craibeira, o pau-brasil, vestindo lindamente um verde mais escuro ilhando flores e botões que antecipam o período natalino. Nas cordilheiras as flores amarelas e roxas chamam atenção dos atentos que trafegam no médio e alto sertão das Alagoas.

Em circunstâncias normais a primavera, com os dias quentes e noites amenas traziam notícias que pareciam perfumadas com as margaridas dos campos. Dessa vez, mesmo pela metade, temos as constantes diminuições de óbitos pelo Covid-19 em nosso território. O interior completo estará passando para a cor azul, acompanhando a capital nessa magnífica conquista. Em Santana do Ipanema mesmo, o pessoal da Sáude está de Parabéns por tudo que tem sido feito pela sua população, a ponto de o Hospital abrigar apenas dois pacientes vítimas da pandemia.

A metade das notícias negativa, porém, é o aumento da violência tanto no Sertão quanto no Agreste. Estupros absurdos, assassinatos misteriosos, assaltos constantes na zona rural têm apavorado praciantes e matutos. Até invasões em residências campesinas vêm dando trabalho à polícia civil e militar. O que não foi noticiado ainda, foi assalto a banco, que era coisa comum em tempos eleitoreiros. O que é que estar acontecendo com a primavera? Será que também veio transtornada pela pandemia em trajes masculinos de primo Vero?

  Parece que o que não presta

Tomou as rédeas do mundo

                             Não respeita gente rica

Branco, preto e vagabundo

                             Entra na porta da frente

 Rompe nas portas do fundo.

 

 

 

 

 

 


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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

O REI DA RÚSSIA NO GINÁSIO SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.385

Visita de escritores, cineasta e jornalistas ao Ginásio, autor de camisa preta. (Foto: Arquivo B. Chagas).


Os estudantes do Ginásio Santana, década de 60 e que ainda estão vivos, recordam bem as peripécias que alegravam o estabelecimento. Nem adiantava diretor durão, diretor mole ou carrasco de ações e de cara. Estou falando do período como estudante e não como professor, muito mais adiante.  O fato que será narrado não lembra o dirigente da época, mas com certeza aconteceu com o zelador Lulinha, baixinho como um anão, cara engraçada e moralista, casado com uma senhora alta e bonitona.  Morava na mesma casa em que tinha bodega, às margens do poço do Juá, no rio Ipanema. Essa foi apenas uma das muitas do Ginásio Santana.

Certo dia o zelador fazia a faxina nas salas de aula quando encontrou um bilhete. Não sabemos se o papel foi levado ao diretor, porém ficamos sabendo o seu conteúdo.

O escrito era uma indagação curiosa e chula: “Foi você quem roeu a r... do rato que roeu a r... do rei da Rússia?”. Lulinha mostrava a mensagem sem-vergonha e, com muita moral ficava aguardando a nossa reação. “Foi você, Lulinha, quem roeu? E o bedel ia desamarrando a cara como quem estava bastante constrangido, mas não resistia e desatava estrondosa gargalhada. Isso contaminava a todos os grupos, pois além da brincadeira do escrito, tinha o riso desabrido do zelador. A anedota correu das paredes ginasianas e ganhou livremente às ruas no efeito dominó. Na escola, quando as autoridades docentes se aproximavam, Lulinha conseguia dominar o riso e novamente voltava à cara de inocente. Quem teria escrito a putaria? Talvez, com medo de uma suspensão de três, sete ou quinze dias como era costume, o autor da façanha permanecia anônimo.

Depois que o zelador deixou o estabelecimento, nunca mais tive notícia daquele cidadão gente boa. Sua esposa estava sempre esperando menino, pois Lulinha não cochilava nas horas das noites do poço do Juá. Sua casa foi invadida pelas águas da cheia de 1960 ou 1962, chegando quase à cumeeira.

Pois é, podemos esquecer as lições de inglês, do Latim e da matemática, mas é difícil não lembrar a risada de Lulinha ao ser indagado: “Foi você quem roeu a r... do rei da Rússia?

 

 

 

 


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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 

JUVENTUDE SATANENSE E O PALHAÇO

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.384


(Crédito: Pixabay)

Adolescente ainda, vi o circo chegar em Santana do Ipanema e manter o empanado repleto todas as noites. É que o palhaço era muito bom e cativava a juventude de Santana agitadora nos poleiros do circo. Todas as noites tinha piadas do palhaço com personagens da cidade. Certa feita, entregaram a este, particularmente, os nomes e apelidos dos rapazes mais falados de Santana, pessoas da sociedade, em evidência. Com o circo lotado naquela noite, quando chegou a vez das risadas, foi anunciado a paródia de uma página musical famosa nos Carnavais do Recife. O circo quase veio abaixo quando o palhaço cantou bem entoado o hino que falava principalmente nos que tinham apelido. (Pena ter esquecido o nome do original): Com o título de “O Trem” foi cantada a música. Parece-me que o tema era relacionado às noites de alguns desse jovens e suas ações no baixo meretrício da cidade:

 

Zé Pinto,

Cadê Agildo

 

 

Chama logo o maquinista

Vamos a estação...

 

Josa é a máquina

Genival é o condutor

Henaldo é o foguista

Guarda-freio é Zé Yoyô...

 

Com a luz apagada

A turma agarrada

Passa a brincar de trem...

 

Zé Torreiro entra afobado

Trazendo João Badalo

Agarrado no seu pão...

 

Vamos, vamos minha gente

Que o Porronca já chegou

Bolinha está acolá

Djalma a gaguejar

Que o trem já vai parar.

 

A música e a letra foram repetidas inúmeras vezes na sociedade santanense causando risos e furor. Um sucesso retumbante! Alguns dos citados acima já faleceram, outros correm léguas atrás de você para arrancarem o seu pescoço se você relembrar o episódio.

 

 

 

 

 


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domingo, 20 de setembro de 2020

 

ASFALTO PARA O BARROSO

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.383


Solidão do Barroso em 2013. (Foto: Livro 230/B. Chagas).

A divulgação do governo municipal, através de vereador de situação sobre possível pavimentação asfáltica Bairro Lajeiro Grande – sítio Barroso, repercutiu bem na zona rural norte de Santana do Ipanema.

Certo que ainda é apenas uma intenção, pois seria preciso adquirir mais dois quilômetros de asfalto, mas como diz o povo, “Quem atacha quer comprar”.  Como o primeiro cemitério de Santana foi demolido nos anos 40, foi construído o segundo na parte alta do Bairro Camoxinga com alegação que ficaria longe do Centro. Mas a sua implantação fez ajudar  o estiramento da cidade naquela direção e o cemitério Santa Sofia também foi incorporado a zona urbana e com muita força, tanto é que para sua vizinhança foi a COHAB NOVA, O Estádio Arnon de Mello e inúmeras ruas formando assim outro bairro vizinho denominado Rua das Pedrinhas e que também já originou o terceiro denominado popularmente de Quilombo.

O cemitério Santa Sofia ficou apertado e foi preciso a construção de um novo lugar para os mortos. Terrenos apropriados difíceis de encontrar, a solução foi construir o terceiro cemitério de Santana em um sítio longe da cidade. Foi assim que o então, governo municipal Nenoí Pinto, implantou o cemitério no sítio Barroso, dando-lhe o nome de São José, embora o povo continue a chamá-lo simplesmente “Cemitério do Barroso”. Saindo do Bairro Lajeiro Grande, ao norte de Santana, vamos encontrar o cemitério do Barroso, a cerca de 2 km em direção à cidade de Águas Belas, Pernambuco, estrada essa construída pelo então, interventor municipal Pedro Gaia, em 1938. Por ali se vai para região serrana do município com os sítios Barroso, Água Fria, Salgado, Camoxinga dos Teodósio, Tigre, Pé de Serra, Pinhãozeiro, Malembá e outros mais.

Vê-se a importância da intenção anunciada do asfalto até aquele sítio, plano, terreno de barro e repleto de chácaras formadas antes do cemitério. No Barroso acontecia as antigas corridas de cavalo. Seria o puxamento definitivo dos Lajeiro Grande, Pedrinhas, Quilombo, para aquelas imediações uma vez que estes caminham lentamente para o Barroso. Além de melhorar o trecho para os cortejos fúnebres, (longo, cheio de poeira e dificultoso, a pé) seria beneficiada parcialmente toda àquela região mais úmida de Santana do Ipanema.

Asfalto para mortos e vivos, conquista espiritual e terrena para a solidão do São José.

 

 

 

 


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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

 

A PEDIDO DE AMIGO

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.382

BAIRRO APÓS CHEIA

 (CRÉDITO: CADA MINUTO)

A Rua Tertuliano Nepomuceno, em Santana do Ipanema, nasceu com a necessidade de expansão do quadro comercial. Pode-se se afirmar que foi uma das primeiras ruas da cidade. Ainda muito curta, já era considerada ponta de rua onde surgiram as primeiras casas de prostituição que os apontamentos esporádicos apontam. Com o progresso ainda lento, as casas das putas (linguagem popular) foram se afastando aos poucos, chegando a ocupar uma parte da antiga Matança. Matança era um terreno aberto, insalubre na margem esquerda do riacho Camoxinga, que antes fizera parte dos quintais e terras do Padre José Bulhões. Matança porque era lugar de abate do gado bovino no chão bruto forrado apenas de folhas e galhos de catingueira, levados em feixes na cabeça de mulheres e homens, trazidos da periferia.

Depois de longo período naquele lugar, novamente a zona de meretrício foi deslocada para mais distante até chegar, permanecer e resistir no Aterro até os dias atuais, onde ainda se encontram remanescentes. O, então, prefeito Paulo Ferreira começou a facilitar construções de casas para a pobreza, justamente no terreno baixo, insalubre, de tanto derramamento de sangue animal da Matança. Assim nasceu o chamado Bairro Artur Morais, dono de um dos bordéis daqueles lugares. Rapidamente a antiga Matança foi sendo habitada com seu entorno, fazendo do riacho Camoxinga apenas um esgotão a céu aberto. A antiga Rua do Barulho (um doido chamado Barulho que ali fora assassinado), depois com placa de Rua José Amorim (que também fora assassinado), não fazia parte do Bairro Artur Morais, pois fora formada bem antes daquela criação. Não sabemos, porém, se a Rua do Barulho está classificada com Centro ou pertencente ao Artur Morais.

Foi uma rua formada praticamente por feirantes e gente vinda da zona rural. A pobreza sempre fez parte da rua até os presentes dias. Hoje está colada ao Bairro Artur Morais. Na época de formação das residências na Matança, ficamos chocados com o que se oferecia aos menos aquinhoados. Quem não se lembra da recente tragédia da enchente de março? Dizer verdades pode doer em muita gente, apenas estamos respondendo o miolo a quem nos pediu que falasse sobre aquela região.

O Bairro Artur Morais com tantos problemas acumulados, ainda é um bairro duro de roer.

 

 

 

 

 


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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

 

NATURANDO NO CAMOXINGA

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.382

(médio riacho Camoxinga (Foto: Bianca Chagas)

A criatividade do brasileiro está sempre presente nas horas da folga e nos momentos mais difíceis. Com o uso obrigatório de máscara, foi sendo encostada a monotonia branca dos hospitais. Assim como na fase de quatro anos em que Santana passou sem luz elétrica na cidade. Na ocasião, o santanense também fez modismo com a rivalidade entre as lanternas das concorrentes Eveready e Rayovac, a vermelhinha e a amarelinha.  As duas marcas foram adotadas pela juventude, principalmente, como troféus, status e charme na disputa entre ambas e torcida assim como brigas pela preferência de Cervejas. era chique exibir uma lanterna nova e bonita para a namorada e colegas, como uma conquista.

Assim também as máscaras obrigatórias contra a Covid-19, passaram a ser exibidas das mais diferentes formas em cores, estampas e cortes diferenciados. Isso motiva também o uso como moda qualquer: bolinhas, escudos de clubes, figuras de heróis, e até mulher nua já foi vista na máscara contra a pandemia. O uso da máscara, entretanto, não atrapalha os passeios naturezas pelos arredores, periferias e sítios rurais. Por mais que o homem tenha destruído coisas, ainda se encontra lugares simples, refúgios para um bom descanso, um convescote com a família, um poço escondidinho em algum lugar, uma singela cachoeira no riachinho da fazenda...

 É preciso descobrir que são as coisas simples que fazem o encanto da vida, como as flores do campo, a brisa da manhã, o pôr do sol, a suavidade da ave-maria, o silêncio das madrugadas, o sereno e o orvalho nas folhas dos vegetais. Andar no campo é limpar a mente, é desestressar, fortificar-se para a dureza da vida que vem sem aviso prévio.

Nesse tempo de pandemia, bem que deixar a cidade por algumas horas faz um bem danado. Foi assim registrado esse flagrante no médio riacho Camoxinga, imediações do sítio santanense Camoxinga dos Teodósios. Parabéns pela iniciativa ao casal José Ailton/Antônia e família.

 


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domingo, 13 de setembro de 2020

 

A PONTE E O ATERRO DE SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.381

 Anos 50. ponte sobre o 

Camoxinga. (Foto: Domínio Público)


No início dos anos 50, foi construída a rodagem que passando por Santana iria até Delmiro Gouveia. A rodagem praticamente margeava à cidade e que hoje é conhecida como BR-316. Nesse trecho de Santana foi preciso um aterro ao invés de um grande viaduto. No início ficou muito feio, aquela murada enorme vista de baixo. Consolidada a obra, o outro lado do aterro que era quase desabitado, se expandiu tanto que no governo Paulo Ferreira, foi construído um pequeno viaduto que furava o aterro para o acesso mais breve às novas habitações do outro lado. Com a construção do aterro fora construída a segunda ponte sobre o riacho Camoxinga, essa mesma que a última cheia deste ano danificou. Somente agora foi liberada para o trânsito após meses interditada. Com isso, caminhões e carretas tiveram que circular pelo centro causando transtornos e reclamações pelo atraso dos reparos.

Pancrácio Rocha passou a ser denominada essa via outrora marginal que hoje desafoga o trânsito de Santana do Ipanema. Mesmo assim, a tradição ainda chama o lugar de Aterro. O Aterro ficou tristemente famoso quando os cabarés foram se afastando do início da Rua Tertuliano Nepomuceno até chegar ali definitivamente. O Aterro tem uma longa página do submundo de quem quiser lembrar. Hoje a Pancrácio Rocha oferece um belo cenário capturado das partes mais altas da cidade, com asfalto e sinalizações, motivo de muitas fotos. Lá mais adiante do Aterro, também foi construída a primeira ponte do município sobre o rio Ipanema, em 1951.

Mas, perguntamos nós, cadê o novo trecho anunciado pelo DENIT que iria ser iniciado na entrada da cidade (leste) com longo ciclo até sair novamente na BR-316, muito depois da ponte sobre o Ipanema, a de 1951 (oeste)? São obras anunciadas que depois caem no esquecimento como esta, que costumam frustrar os entusiastas do progresso.  Mesmo que o projeto estivesse caminhando, mas que seus passos fossem anunciados. E verdade seja dita, é um projeto excelente que traria benefícios sem conta para o município, mas... Será realizado quando?

Enquanto isso, vamos no “feijão com arroz” com a primeira ponte sobre o rio Ipanema, na continuação do Aterro, de excelente qualidade, mas estreita e assustadora para os pedestres. Carro grande é um terror para os caminhantes na ponte da Barragem. Obras federais são complicadas.


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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

 

O TUBARÃO DE LULU FÉLIX

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.380

 

                                    (FOTO: TNH1 VÍDEO REPRODUÇÃO)
Lendo uma reportagem recente em que um corpo humano foi encontrado na barriga de um jacaré abatido, lembrei-me de uma figura da minha terra.

Quando ainda rapaz, conheci Lulu Félix. Morava em marcante e isolada casa com alpendre, trezentos metros antes das primeiras residências do lugar Maniçoba, em Santana do Ipanema. Naquele largo da estrada, somente sua casa no lado mais alto do terreno e o sapateiro Alfredo Forte, defronte, na parte baixa e do outro lado. Parece-me que Lulu vivia de alguma coisa em relação aos curtumes daquela região. A impressão é que negociava com o produto sola. Como a sua casa ficava no largo, na parte alta, dali se via tudo. O famoso doido da época, barbudo Justino, sempre estava descansando no banco de pelar porco no alpendre daquela casa.

Lulu era baixinho, muito tranquilo, fala preguiçosa e sumida. Gostava muito de usar paletó sem gravata. Toda Santana gostava de Lulu. Ele chegava às rodas de conversas, ficava encostado na parede e escutava. Quando descoberto e indagado começava a contar suas aventuras das viagens por onde andara. Sua ausência era notada quando passava dois, três meses desaparecido. Nunca falava quando iria viajar, mas dizia onde esteve e quase sempre era em São Paulo

  Carinhosamente fora o maior mentiroso de Santana. Sereno, narrava com naturalidade seus exageros.  Quando alguém dizia que não acreditava em sua explanação, o argumento era infalível: “Você não viaja!...”

Entre tantos e tantos casos já contados, repito um deles lembrando o caso do início da crônica: Em Maceió, os soldados do 20o Batalhão de Caçadores, gostavam de se exercitares na praia do Sobral. Mas, em certa manhã, ao término da atividade, notaram a falta de um companheiro. Iniciaram as buscas e nada. Retornaram ao Quartel e registraram o ocorrido.

Alguns dias depois, os pescadores capturaram um tubarão e resolveram dividi-lo com os companheiros, ali mesmo nas areias da praia. “E qual não foi a surpresa! O soldado recruta foi encontrado na barriga do peixe gigante”.

“Mas isso é um absurdo!” – falou um ouvinte.

Lulu voltou à carga: “E não é só isso, não. Todos ficaram admirados com o recruta na barriga do peixe ainda batendo continência”.

“Eita mentira da gota serena!”

E Lulu, com toda mansidão possível: “Você não viaja!...”.

·        A Câmara de Vereadores aprovou a minha ideia de colocar o nome do trecho asfaltado São Pedro/Maniçoba de DONA JOANINHA. Mas o lugar onde Lulu morava merece uma praça e, o seu nome constar como Largo Lulu Félix, MERECIDAMENTE.


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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

 

REPRISANDO TARDE FRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.379

Para a sensibilidade de Goretti Brandão e todos os artistas plásticos.

                               Autor e esposa em lançamento de livro.(Foto: Ene Chagas).

A tarde está muita fria e eu revi toda a música nostalgia de Cauby Peixoto. Em Santana do Ipanema, o sapateiro Gerson fora jogador do Ipanema, engordara e cantava mavioso quando a saudade batia. Muito sério, parecia traumatizado e somente pouquíssimas pessoas tinham o privilégio de ouvir sua belíssima voz nas chamadas  venetas, como a sua esposa Lindinalva.

Tarde Fria, não. Era um sapateiro analfabeto, boêmio e carismático. Girava em torno dos trinta anos de idade, morava do outro lado do rio Ipanema e gostava de colocar palavras difíceis onde não cabia, em frases triviais. Caminhava se balançando como  boneco de molas, gostava de um terno branco e amava cantar a canção Tarde Fria, daí seu apelido.

 

“Tarde fria,

sozinho espero,

só você que não vem,

Eu quero...

 

Tarde fria,

sinto frio na alma.

Só você que não vem

me acalma...”.

 

Por isso ou por aquilo, a polícia correu atrás do sapateiro com seu terno branco. O boêmio disparou em direção ao rio Ipanema que estava cheio. Pega aqui, pega acolá, o artífice conseguiu alcançar as pedras do Poço dos Homens, mergulhou nas águas barrentas,  revoltas e saiu na margem oposta. Do lado de cá, a polícia admirada viu o sapateiro sair do poço, espanar a água feito gato e cachorro, se recompor na sua elegância branca igual à tarde, caminhar no molejo do boneco de molas e abrir a garganta:

 

“Tarde Fria,

sozinho, espero...”.

 

Foi um “frisson’ em Santana do Ipanema ao saber como o sapateiro cantor escapara dos homens da lei. Teve gente que foi ouvir o nosso Cauby Peixoto em sua própria residência:

 

“E o vento, sopra frio,

gelando...

E eu, sem você,

até quando?

 

Vem o vento,

a tarde é fria,

estou só...

e minha alma vazia”.

 

*Pesquise Cauby e se apaixone com a melodia.

 

 

                                                                                         

  


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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

 

HUMOR E REFLEXÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.378

                                                         (FOTO: B. CHAGAS)

Saindo do sério histórico da minha terra, entremos na área do humor e reflexão. Existem pessoas que têm um raciocínio tão rápido que parecem saber o que vai ser perguntado ou dito. Uns chamam o fenômeno de tirocínio. Você é assim? Seja lá o que for vamos contar quatro passagens que o tempo não deixou esquecer.

O saudoso prefeito de Maceió, Sandoval Caju teve publicada várias histórias de presença de espírito. Uma delas conta que uma vez eleito, foi participar de uma reunião quando um dos presente disse baixinho ao companheiro, mas não tão baixo assim: “Esse é o palhaço que foi eleito”. Sandoval ouviu o desabafo opositor, virou-se rapidamente e disse: “Os palhaços são vocês, agora eu sou o dono do circo”.

Seu Marinho Rodrigues negociava no “prédio do meio da rua”, despachava no balcão do armazém juntamente com sua esposa Prazerinha e o cunhado Reguinho. Ao receber dinheiro costumava levá-lo contra a luz e examiná-lo com o tato. Gostava de chamar seus clientes homens de “caboclo velho”. O cidadão Zé Malta, de verve boêmia, entrou no armazém, pediu uma carteira de cigarro, pagou, recebeu o troco e saiu caminhando. Quando, lá na frente contou o troco, coisa rara! Marinho Rodrigues dera dinheiro a mais. Malta voltou lá para devolver o excesso: “Seu Marinho...”  “Diga caboclo velho”. Prossegue Zé Malta: “O senhor deu o troco errado”. E seu Marinho, na sua pompa de autoestima: “Aqui não se passa troco errado, caboclo velho”. Zé Malta falou apenas: “Muito obrigado, Seu Marinho”.  Pôs a gratificação de volta ao bolso, saiu assoviando e desapareceu na primeira esquina.

O ex-prefeito interventor Nozinho despachava no balcão da sua  Sorveteria Pinguim. Um rapaz pediu um picolé e veio um produto verde escuro. O cliente mordeu, experimentou, deglutiu um pedaço e indagou: “Seu Nozinho, esse picolé tão verde assim é de mata-pasto ou de quê?”. O ex-prefeito marca três efes respondeu em cima da bucha: “Você que estar chupando não sabe, quanto mais eu...”.

Antônio Alves Costa, o “Costinha” era prático de veterinária, brincalhão e rápido nas respostas. Certa feita foi vacinar o gado na  fazenda do meu pai, sítio Timbaúba. Os vaqueiros laçavam e dominavam as reses, o prático encostava e zás! enfiava a agulha com perfeita habilidade. Uma vaca, porém, dava muito trabalho aos vaqueiros.  Esperneava, pulava, escoiceava... E Costinha olhava da sua zona de conforto. Um dos vaqueiros, o Chicão, antes de dominar completamente a rês, gritou: “Venha, seu Costa que a rês é mansa”. Costinha só teve tempo de abrir a boca: “Mansa era minha mãe e meu pai tinha medo dela”. E Ficou espiando de longe tempos melhores.


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terça-feira, 1 de setembro de 2020

 

PREFEITO MARCA TRÊS EFES E OS CORREIOS

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.377

                     CORREIOS EM 1953 (FOTO: LIVRO 230/DOMÍNIO PÚBLICO
         Firmino Falcão Filho era proveniente de Viçosa, Zona da Mata alagoana. Chegou em 1936, adquiriu terras na área norte da cidade e também ao norte na zona rural e que deu o nome de Fazenda Baixio. Fazendeiro, proprietário de terras urbanas, quis ainda ser comerciante e construiu a Sorveteria Pinguim. Um palanque de concreto e ferro foi erguido como primeiro andar e passou a ser o  palanque oficial de eventos cívicos, pela prefeitura. Falcão Filho ainda negociava com cereais, couros e peles (armazém existente, como último prédio da Rua Barão do Rio Branco. Firmino foi o último prefeito interventor em Santana do Ipanema, gestão 1947-1948. Foi ele quem denominou a Rua Nova de Benedito Melo (fora prefeito), construiu a Ponte Cônego Bulhões entre o comércio e o Bairro Camoxinga, cedeu terreno para a construção dos Correios no Bairro Monumento. Foi Nozinho (ô) ainda quem introduziu o gado Gir e Holandês em nosso município.

Eram dele as terras onde estão situadas as repartições EMATER, Posto de Puericultura, Caixa Econômica, AABB, serrote Pelado (Alto da Fé), o lado esquerdo do serrote, circundando até a fazenda Baixio. Cedia a fazenda para os atiradores do Tiro de Guerra praticarem a pontaria; abastecia as casas dos jogadores do Ipanema de leite como forma de estimular o Club. Foi um governo profícuo de grandes realizações em apenas oito meses de mandato, sendo substituído pelo prefeito eleito coronel José Lucena Albuquerque Maranhão, que também foi deputado e prefeito de Maceió.

Os correios funcionavam em nosso município desde 1869 durante a fase povoado freguesia. Não sabemos se havia uma sede. Em 1947, Firmino Falcão, como interventor, fez doação de terreno para o governo federal construir no Bairro Monumento, o edifício padrão dos Correios. Desde então, não houve nenhuma mudança significativa em sua aparência externa.

Nozinho era brincalhão e folião solitário dos nosso Carnavais. Certa feita, um viajante fingindo estar zangado, disse na sua cara: “Você é um prefeito marca três efes!”. E Seu Nozinho, assustado, ouviu a conclusão: “Marca três efes: Firmino Falcão Filho”. O prefeito alegrou-se e dali em diante gostava de ser chamado “PREFEITO MARCA TRÊS EFES”.

 

 

 


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