quinta-feira, 29 de setembro de 2011

FARUK, O GÊNIO DA CIÊNCIA

FARUK, O GÊNIO DA CIÊNCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de setembro de 2011

             Quando eu era rapazinho, apareceu em Santana do Ipanema, Alagoas, uma fábrica de fantasias. Não lembro mais o nome do circo. Sei que foi armado no mesmo local onde os iguais acampavam e armavam as lonas coloridas. Entre os fundos da atual Delegacia de Polícia e a presente Rua Marinita Peixoto Noya, Bairro Monumento, muitos circos alegraram crianças, jovens e adultos da terrinha. Alto-falante no mastro central, músicas entre fanhosas e limpas, começava logo cedo o chamariz para o espetáculo “jamais visto por aqui”. O circo a que me refiro não era ruim. Tanto é que estava lotado dias e semanas sequidas. Havia duas ótimas cantoras. Uma jovem e bonita e uma senhora entre sessenta e cinco a setenta anos, baixinha, forte e loura. Quase sempre a senhora cantava uma música dizendo sempre que era a pedido. Não recordo o nome da página musical, mais algumas frases:

 “Brasileiros... Brasileiras...
                                Levantai nossa bandeira com amor”...

 A velhota bem que era aplaudida, principalmente quando se balançava e jogava a perna para frente, como quem chutava uma bola. A outra cantora também fazia sucesso, dois ótimos palhaços e o mágico que se vestia como de praxe, todos de preto com fraque e cartola. Na vez do mágico, o anúncio era solene e muito interessante. “Tratava-se de um dos melhores mágicos do mundo”, Faruk, o gênio da ciência! E Faruk não decepcionava. Após a alegria geral com rumbeira, cantores, palhaços, chegava à vez da concentração; do silêncio total que invadia o circo e o nosso interior. O mágico não falava. Apenas ia fazendo claramente suas armações acompanhadas pelos olhares duros e rápidos da plateia. Eram muitas mágicas sucessivas, bem como sucessivos eram os aplausos
Ao terminar o espetáculo, vinha a música nostálgica de despedida. A multidão ia se retirando plenamente satisfeita e até com um pouco de frustração em ter encerrado aquelas três horas de devaneios. Tudo ia ficando na cabeça, levado para casa pelas ruas já desertas da cidade. No outro dia, e no outro, e no outro, estávamos lá novamente, provando da pipoca cheirosa da entrada; escolhendo moça bonita para sentar junto, aplaudindo cantores, palhaços e o medonho imponente mágico Faruk, o gênio da ciência.
          E vamos hoje vivendo esse mundo violento nas ruas, na política, nos lares, vendo o homem ainda ser explorado por outros mágicos que nos levam tudo. Que não têm compromisso com a fantasia, com a dignidade, com o puro sentimento que ainda resta dentro de cada um. Predomina ainda a inveja, o egoísmo refinado, a trama diabólica e o mimetismo da covardia acumulada. O mundo é mesmo uma luta! Muito mais! Combates sucessivos que desaguam numa guerra. E vamos cada vez mais ficando carentes de fantasias, de novos circos, de sensitivos espetáculos, como a negra imponência beneficente do MÁGICO FARUK, O GÊNIO DA CIÊNCIA.





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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

OS METIDOS E OS METECOS

OS METIDOS E OS METECOS
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de setembro de 2011

           Vendo o imenso abismo financeiro em que mergulhou a Grécia, chegamos a sentir pena desse país que tanto fez pela humanidade.
          Antigamente, antes de Cristo, em Atenas somente pequena parcela do povo tinha direito a participar da vida política. Ali em Atenas, havias certa restrição à democracia, pois estrangeiros, mulheres, e escravos não eram considerados cidadãos.  Sobre as mulheres, em pleno 2011, estão aí os exemplos absurdos, principalmente na chamada Ásia Seca. Na Grécia, estrangeiros eram conhecidos como metecos. Os metecos não podiam possuir terras e pagavam um imposto especial. Os metecos, porém, podiam trabalhar no comércio, no artesanato e até emprestar dinheiro a juro. Desse modo, vemos que, mesmo não sendo considerados cidadãos, a vida dos estrangeiros não era tão ruim. Havia metecos donos de grandes fortunas, bem como outros que trabalhavam em troca de salário.
          As pequenas oficinas encarregavam-se do artesanato e foram importantes para assegurar o cotidiano grego. Assim produziam cerâmica, armas, tecidos e pinturas. Como a Grécia dedicou-se a arte do mar, navegava pelo Mediterrâneo vendendo produtos elaborados em Atenas, comprando o que faltava em seu território: madeira cobre e principalmente trigo. Isso assegurava parte da alimentação, uma vez que possui muitas terras montanhosas. Agora vejamos quanto interessante era a parte sobre comerciantes e banqueiros. Eram malvistos pela sociedade. Por isso os escravos e os metecos, mantinham o domínio dessas profissões. O melhor era o que vinha do campo, principalmente uva e azeitona para o fabrico do vinho e do azeite. O trigo chegava das colônias espalhadas pelo Mediterrâneo.
          Vemos atualmente o mundo grego metido nessa difícil situação de desequilíbrio econômico, por não ter feito corretamente o dever de casa, relativo à zona do euro. Já havia sido um esforço grande, o ingresso da Grécia, Espanha e Portugal na UE. Esperava-se desenvolvimento desses países com o dinheiro e o equilíbrio da União Europeia, mas a situação apertou tanto que a desconfiança está aí. Falam até em eliminação da Grécia da União, coisa que não acreditamos que aconteça, por tanta implicância em que esse ato resultaria. Esperamos que após tantas lutas, aconteça o que diz o brasileiro: “Entre mortos e feridos escaparam todos”, até mesmo OS METIDOS E OS METECOS.

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

GLADIADORES DO MUNDO

GLADIADORES DO MUNDO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de setembro de 2011

Temos absoluta certeza de que o amigo sabe o que significa a palavra gladiador. Os filmes sobre Roma antiga têm mostrado as ações desses homens fortes e corajosos que divertiam plateias romanas em lutas magistrais. Os primeiros combates de gladiadores podem ter sido criados pelos etruscos. Quando essa moda chegou a Roma, foi registrada pelo historiador latino Tito Lívio, como tendo sido em 264, a.C., o primeiro combate. Os pesquisadores descobriram que, inicialmente, as lutas tinham caráter funerário, religioso e privado, dá para acreditar? Dizem ainda que em torno de 100 a.C., os combates tornaram-se espetáculos públicos e grandes anfiteatros começaram a ser construídos. Entre essas arenas, a maior de todas teria sido o Anfiteatro Flávio, construído em Roma em d.C. Os estudiosos descobriram vestígios de anfiteatros, não somente em Roma, mas também em toda Itália e até nas províncias romanas, como encontramos hoje construções de estádios para o futebol. Fazia parte da cultura urbana daquele povo essa modalidade de luta.
          E se você estiver se perguntando por que o nome gladiador, é que o homem que combatia usava uma espada curta que tinha o nome de “gládio” (gladius, no latim), daí o termo “gladiador”. Ser gladiador era um estilo de vida assim como um lutador de boxe dos tempos modernos. O negócio é que os filmes mostram apenas gladiadores prisioneiros de guerra, criminosos condenados à morte, ou outros marginais obrigados a lutar entre si ou com animais como leões, ursos, leopardos, lobos, hipopótamos, tigres, rinocerontes e até camelos. Aconteciam as lutas nessas arenas populares, completamente lotadas. Talvez, então, o gladiador mais famoso para nós, tenha sido Espártaco, depois que o cinema apresentou muito bem a sua história. Houve uma revolta desses lutadores que escolheram três líderes, sendo Espártaco o mais importante deles. Tudo isso no ano 73 a.C., registrado nos  escritos do grego Plutarco. O combate de gladiadores passou a ser proibido por decisão do imperador Teodósio ao se converter ao Cristianismo.
         No Brasil, temos o futebol, o boxe, a capoeira, a luta-livre, modalidades que foram ganhando espaço em todo território nacional. Mas a luta maior, perversa, violenta, abominável, é a que travamos contra a monstruosidade da corrupção, presente sem penas no desmonte dos hospitais, das estradas, das escolas e de todas as obras públicas. Uma luta doida ajudada pela imprensa, polícia federal e a banda mais limpa da Justiça, num martelar constante entre choros, gritos, gemidos e ranger de dentes, num clamor desesperado aos céus. População brasileira! Mártir e heroína constante dos abutres de uma república viciada. Eis aí a flâmula verdadeira de quem é: da camada mais sofrida desse país que são os verdadeiros e contemporâneos GLADIADORES DO MUNDO.


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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DENÚNCIA AO MUNDO

DENÚNCIA AO MUNDO
             Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2011

  A mostra dos trabalhos nas minas de Potosí faz-nos lembrar dos tempos da escravidão brutal ao povo andino no domínio espanhol. Os homens trabalhavam nas minas infernais, chicoteados e famintos. Emagrecendo e adoecendo, terminavam em farrapos, até serem jogados para morrerem a céu aberto, fora das minas. Um dos infernos do mundo funcionava nos túneis da Cordilheira dos Andes.
             Hoje, para o açoite assassino, a televisão mostra regime desumano conduzido pelos próprios irmãos de países vizinhos. O trabalho nas minas é terrível, quando a partir de cinco anos, os pulmões já estão comprometidos, devido ao pó constante e as condições de insalubridade. A média de vida dos novos escravos nacionalistas fica entre trinta e cinco e quarenta e cinco anos de idade. As mulheres sabem muito bem que àquela miséria fazem-nas duas vezes viúvas: de marido vivo e de marido morto precocemente. Elas não têm como fugir daquele ambiente horrível, vendo a desdita estender-se aos seus filhos e choram fundo por dentro e por fora.  A luta mineira muito dura, comendo pó de pedras dia e noite, sem um olhar salvador das autoridades, é apenas por um punhado de prata que garanta a refeição do dia. É uma vergonha mundial o que foi denunciado nas minas de Potosí, que deve ter sua réplica em  vários outros lúgubres lugares do mundo. E como se diz aqui no Nordeste, é de cortar coração! Até a repórter não resistiu e veio às lágrimas.
             Hoje, como antes, na sociedade mineradora havia grande número de homens livres que se dedicavam ao comércio ambulante de pequeno porte, aos ofícios artesanais e ao transporte. Essas pessoas, porém, não conseguiram enriquecer com a mineração nem obter prestígio social.
             Assim na economia açucareira, a exploração das minas esteve baseada no trabalho escravo apesar de grande quantidade de homens livres.
            Mesmo com algum tipo de progresso no perfil de alguns países latinos, infelizmente ainda existe essa “burca” que aprisiona a alma dos mineiros do Sul e de outras partes do mundo. Isso não deveria estar acontecendo; e o globo inteiro tem que reagir a essa ignomínia, ora denunciada por este autor. Ali se vive os primórdios da humanidade. Muito pior dos que os chamados homens das cavernas. Todos precisam saber dessa DENÚNCIA AO MUNDO.








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domingo, 25 de setembro de 2011

QUER IR AO NEPAL?

QUER IR AO NEPAL?
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2011
              Devido ao acidente aéreo de ontem, quando dezenove pessoas morreram no Nepal, lembramos-nos do pequeno país da Ásia. O Nepal não é tão falado aqui no Ocidente, talvez pela sua pequenez física, mas é um lugar simplesmente espetacular. Basta dizer que fica ao sul da China, encravado na encosta da majestosa Cordilheira do Himalaia. É um país sem costa marítima, está certo, mas para quem ainda não conhece as suas extraordinárias paisagens montanhosas, nem nunca ouviu falar desse país pobre, talvez desperte seu interesse em saber duas coisas: é ali que se situa o lugar mais alto do planeta, o monte Everest com seus respeitáveis e desafiadores 8.848 metros de altitude. Além desse único ponto de referência físico, a segunda referência não é menor do que àquela. Na parte humana, quem nasceu por ali, na cidade de Lumbini foi o senhor Sidarta Gautama, mundialmente admirado como o Buda. Localizou-se agora, amigo? Sua capital é Catmandu, mas a cidade do Buda e a cidade-lago chamada Pokhara, têm muita importância para o turismo, sendo reconhecidas pela UNESCO. Devido ao valor histórico do país e o monumental acervo ali encontrado, o Nepal é atração, principalmente de povos asiáticos.
              Caso você se interesse por Economia, é bom saber que a população nepalesa é composta de doze etnias convivendo harmoniosamente, com boa parte dela se dedicando a cultura do arroz. A preocupação maior do governo é o combate sistematico à erosão, devido ao rigor do clima. Ele é grande fornecedor de arroz para a região e emprega 90% da mão de obra do país. Assim como seu vizinho, o Nepal é densamente povoado e já entrou em música do saudoso artista Raul Seixas. Olhe comadre, que bonita lenda do Nepal:
 O vale de Catmandu foi as suas origens um belo lago, no qual flutuava a flor de lótus da qual emanava uma mágica luz. O patriarca chinês Manjushiri decidiu, ante tanta beleza, drenar a água do lago para que a flor pousasse o solo e utilizou sua espada para cortar a parede que fechava o vale e permitir que a água saísse. No lugar que o lótus pousou, o patriarca construiu um templo, a estupa de Swayambhunath e uma pequena aldeia de madeira denominada Manjupatan.

 Se a lenda contém verdade ou não, os geólogos comprovaram que o vale já foi coberto de água. “O Nepal conta com uma das maiores diversidades de flora do planeta. A presença de grandes altitudes, o clima e o solo da região dentro de uma pequena extensão gerou esta diversidade. É estimada a existência de aproximadamente 7000 espécies de flores de plantas no Nepal e aproximadamente 5% delas não nascem em outras regiões do mundo”.
          Chame-me, amigo, quando for a Catmandu. QUER IR AO NEPAL?




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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

INTERESSE DO BRASIL

 INTERESSE DO BRASIL
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2011

 Ainda voltando ao arranca-rabo de New York, continua chato, cabuloso e com a mesma conversa machucada o presidente do Irã. Não dá mesmo para aguentar. No instante o homem esvaziou o plenário da ONU. É um “esvaziador” nato, companheiro de chatice, “parelha” da Venezuela. E a mão boba do presidente Barack na foto com outros chefes de estado, você viu, amigo? Na hora em que o fotógrafo batia a foto, Obama resolveu cumprimentar não se sabe quem e levantou a manzorra cobrindo o rosto do representante da Mongólia. O homem saiu sem rosto nos meios dos outros chefes de estado. O que o amigo acha? Foi mesmo um cumprimento ou uma oportunidade para ele não sair ao lado de representante inexpressivo? Mas até na ONU tem essas coisas! Ali é que tem. É uma boa oportunidade para se conhecer as manhas da política internacional, como a política do baixo clero de vereanças locais no Brasil. A maldade, José, estar semeada pelo mundo todo como diria à queima de bigode de José Maximiliano.
          Voltando, entretanto para a posição brasileira no emaranhado poliglota, urge a nossa participação plena nos diversos problemas e soluções que afetam a humanidade. O tamanho físico do Brasil e a diversidade de ideias avançadas, não podem ficar sob a mesa a qual Jesus falava. A candeia é feita para clarear e não para esconder a sua luz. E se o mundo está vivendo uma escuridão de pensamento, de empáfia ou de cristalino egoísmo, cabe sim, uma voz simbolicamente metálica, surgir e soar muito mais do que a voz do que clama no deserto. Covarde é o que emudece quando é para falar e, imprudente o que fala quando é para calar. Todos sabem da pergunta que se faz no meu Nordeste: “Você é um homem ou um rato?” Não dá mais para ser governado por rato, isto é, pelo fraco, mofino, coitado, banana que não ousa defender os nossos interesses (interesses do povo) em seu mais amplo significado. “A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (22), durante entrevista em Nova York, que o Brasil quer ser ouvido na procura por soluções para a crise econômica internacional”. Mais adiante, torna a falar a presidenta: "Eu disse ontem que não é mais possível dar respostas antigas, e velhas, e ultrapassadas e que é importante procurar respostas novas para problemas novos. Eu não acredito que se saia da crise produzindo recessão".
          Chegou e foi sobejamente aproveitada à oportunidade de registrar a sua marca também no mundo. Com o cumprimento inflexível do dever, a presidenta alforriou-se de vez da tutela de Lula. Continuaremos acompanhando o que se passa no mundo e analisando o relevante, sobretudo se for de INTERESSE DO BRASIL

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MARTELO NA BIGORNA

MARTELO NA BIGORNA
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de setembro de 2011

Como dissemos antes, o primeiro pronunciamento da presidenta Dilma na ONU, seria um teste de fogo. E foi. Não é para qualquer um falar para todos os países do mundo dizendo o contrário do que potências como os Estados Unidos, Inglaterra e Israel, tudo ali pertinho, não queriam ouvir. Ainda mais na casa de Obama, Nova York e, com peso do discurso, pela primeira vez e por ser mulher. Tradicionalmente moderado, o Brasil quebra a tensão existente e aguardada sobre o assunto Palestina. Assim como foi um dos criadores de Israel, dando uma pátria para os judeus, a posição brasileira não poderia ser diferente, desejando e agindo em favor também do povo palestino, entendendo que uma nação precisa de uma pátria. E se os Estados Unidos, com seus interesses mesquinhos de domínio, não conseguiram nunca a paz definitiva entre israelenses e palestinos, não podem ficar bicudos diante da posição brasileira contrária a sua. Agora mesmo, é denunciado que a nação americana estar construindo uma base secreta ou duas, na África. É de se perguntar para quê? Já não basta o gasto extraordinário com tantas guerras por aí, em nome de uma paz de mentira ou uma democracia imposta, que levaram o povo americano a essa situação de desemprego e de baixar à cabeça para passar por baixo na linha de pobreza. Enquanto as beiras das estradas se enchem de acampamentos de desempregados ou de mendigos, a nação do norte ainda se volta para empinar o nariz diante da vida alheia.
          Dilma, ao chegar a Nova York, arrasou! Foi a dona absoluta da festa, recebendo homenagens, saindo em capa de revistas e defendendo uma posição palestina contrária aos Estados Unidos, bem ali, pertinho da cara feia do Tio Sam. No início estavam agendados apenas uns quatro ou cinco países para conversa reservada com a presidenta do Brasil. Depois do brilho da representante brasileira, mais de quarenta países queriam conversar paralelamente com Dilma Roussef. Além disso, o mundo que nunca apresenta coisas novas sabia que coisas novas só quem apresenta é o Brasil como a quebra de patentes para remédios essenciais, apoio a transparência nas contas públicas, defesa das mulheres, combate à fome e recado para os grandes sobre Economia. Foi realmente uma Dilma Dinamite que chegou a Nova York para dá um recado ao globo que o modo velho de pensar esgotou. A reivindicação de uma vaga permanente no Conselho da ONU foi exigida e não mendigada diante da aprovação quase geral daqueles presentes países. O recado foi claro e corajoso dizendo não as amarras aos costumeiros mandões do mundo.
          Sem dúvida nenhuma, surge uma nova estrela global, provando a têmpera de uma mulher que sabe onde tem as ventas e age com palavras ferríferas, merecendo o apelido que saiu na capa da revista americana. Vai tinir! Vai tinir por uma porção de tempo essa força imensurável do Brasil! Uma força descomunal de extraordinária batida de MARTELO NA BIGORNA.








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terça-feira, 20 de setembro de 2011

TRAIPU NÃO MERECE

TRAIPU NÃO MERECE
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de setembro de 2011

O escândalo que rola no presente momento, sobre a prefeitura da cidade ribeirinha de Traipu, volta a abalar moralmente o estado de Alagoas. A “Terra entre Morros”, do rio São Francisco, é bastante conhecida pelo tempo da sua existência e pelas histórias desde os tempos dos holandeses em Penedo e tantos outros episódios que fazem parte das suas tradições. Vemos na sua paisagem deslumbrante a igreja no mesmo estilo das outras igrejas como a de Penedo, Pão de Açúcar, Belo Monte, com suas belíssimas duas torres a contemplar as águas do Velho Chico. Sua fundação em 1892 atesta a maturidade da sua gente, gerada na própria história do famoso Rio da Unidade Nacional. Distante de Maceió 188 km, seus lugares aprazíveis são pontos de encontro dos agrestinos da região arapiraquense. O sobe e desce das embarcações vão retratando romances e paixões sob mitos e lendas do lugar. Os traipuenses bem que sabem valorizar o município que já pertenceu a Penedo, o núcleo habitacional mais antigo do estado das Alagoas. Com sua área de 697,843 Km2 e uma população de mais de 25 mil habitantes, Traipu recebe o turista para uma longa caminhada em seus arredores e um passeio inesquecível pelas suas águas ora azuis ora barrentas.
          Traipu, palavra de origem indígena, quer dizer “fonte de morro” ou “olho d’água do monte”. Sem dúvida alguma, um dos nomes mais bonitos para uma cidade que, no tempo de vila era chamada de Porto da Folha. “Está assentada sobre uma pequena colina às margens do são Francisco, distante 14 léguas da cidade de Penedo, centro dinâmico de toda a região. Tomás Espíndola registra em 1871, em sua obra Geografia Alagoana, que a localidade se situava entre a Lagoa do Carlo e a Lagoa da Igreja, defronte à grande serra da Tabanga, que é levada em sua base pelo rio e que, para os nativos, marca o início do sertão”.
          Não é a primeira vez que falamos de Traipu neste espaço. Mas agora é com um pouco de preocupação pelas denúncias e ações da Polícia Federal naquele belo município. Cidade visitada por D. Pedro II, já foi grande criadora de gado e produtora de carne de sol, requeijões e linguiças, em suas fazendas conduzidas até mesmo pelos próprios frades que influenciaram por ali. E por ser longa e bela a história de Traipu, esperamos que esse tão resistente município escorra essa vergonha rapidamente pelas águas do rio São Francisco. TRAIPU NÃO MERECE.












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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

QUEM MANDA?

QUEM MANDA?
        Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2011

           A coisa está braba, cabra velho! Tiraram o cabresto do inverno sertanejo e ele saiu furando o miolo do mês de setembro. Parece que esqueceu o próximo início de primavera e peneira uma chuva leve desde uns quinze dias, como se não quisesse mais parar. E se é para fazer ditos da juventude com expressões do semiárido, “pense numa frieza da gota serena, que nos tempera dia e noite!” Estamos ficando pubo com a friagem dentro de casa, procurando fugir, inclusive com dois ou três pares de meias ao mesmo tempo. As unhas ficam roxas lembrando os nambus-pé-roxo que havia em nossa região. As águas dos banheiros descem da caixa “pegando fogo” de geladas e o par de queixos passa a imitar teco-teco de caveiras.
          Logo cedo da noite a ausência limpa as ruas. As luzes dos postes ficam mortiças tomando banho de garranchos... (de chuva). As vias estão desertas. Completamente desertas. A carreira de árvores parece sem vida, deixando zoar nas copas quem manda mais de que elas. É farfalhar nas folhas, nos galhos hirtos. Nada na rua! Nada! Nem gato, nem cão, nem sapo, nem besouro. Uma bela, tristíssima, melancólica paisagem urbana de fim de mundo faz pensar. A impressão é que a única pessoa viva da cidade sou eu. Eu e os grilos invisíveis nas frestas que se oferecem. Crocitar irritante, permanente, sem fim, cortando e costurando o silêncio dessa noite minha. É... Dessa noite minha. Deve ser somente minha. E na noite deserta, triste, “morta” e bela, escorre lúgubre torrente de poesia. “Primo, você sente? Todo poeta é sistemático”.
          Lençol quente na cama fria. Inverno doido. Inverno fora de tempo. Inverno assassino, portador da foice de lembranças que inquietam. Corredor vira prisão de passos incertos. Tchá... tchá... tchá. São os respingos, pelas portas, pelas telhas, pela vida... Ouça! É a rasga-mortalha que corta a noite, desafiando a sorte. Anunciando a ida num passeio longo. Logo o tic-tac do relógio novo vira cúmplice do tic-tac velho. Vai enganando o tempo, tapeando à noite, envolvendo o dono.

 “Não repare na desordem,
                  Dessa casa quando entrar...
                    Não entendo de abandono...
           Só de amor e esperar...”

 Tiraram o cabresto do inverno. O gelo congela a alma. Meu Deus! Está quase na hora de criar a crônica da terça. Quem terá inventado a crônica da terça?! Jésus, você também sente? É... Deve ser: “todo poeta é sistemático”. Quem manda esse inverno ser assim, QUEM MANDA?

·         Acesse também o blog do autor: clerisvaldobchagas.blogspot.com

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domingo, 18 de setembro de 2011

TESTE DE FOGO

TESTE DE FOGO!
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de setembro de 2011
           Cumprindo mais um ritual sobre as nações do mundo, o Brasil se faz representar pela primeira vez por mulher numa sessão da ONU. Está desde ontem em Nova York a presidenta Dilma Roussef, para algumas reuniões com chefes de estado e, principalmente para participar da reunião da quarta-feira, das Nações Unidas. Com a segurança de sempre, salvaguarda da Democracia, fica governando o País durante sua ausência, o vice-presidente Michael Tamer. Nesta segunda-feira Dilma tem um encontro mais leve com a chefa da agência ONU Mulher, Michelle Bachellet e ex-presidenta do Chile. Esse encontro, após a folga de agenda de ontem, deverá ser para Dilma um treinamento, um ensaio diante da importância do que vem aí na próxima quarta. Bom também para relaxar as ações e acionar as “turbinas”, o encontro com Barack Obama e outros chefes de Estado como o da França, Reino Unido, México e Nigéria. O teste tão aguardado fica para quarta-feira quando, seguindo a tradição, o Brasil será o primeiro a discursar para todos, desta vez impondo a marca da primeira mulher brasileira a conseguir o feito. Apesar de toda cordialidade entre as recepções, a atmosfera em Nova York, encontra-se tensa nos bastidores, por causa do caso da Palestina, quando aquela gente vai reivindicar o reconhecimento daquela região como país e mais com cadeira na ONU. Sendo contra as pretensões do povo palestino, no momento, Obama jogou as fichas trabalhando nos bastidores para que ou haja uma desistência dessas pretensões pelo representante palestino ou a proposta seja rejeitada. É aquele mesmo trabalho que os donos do poder realizam com suas lideranças antes das importantes votações nos parlamentos.
          A presidenta iria ficar hospedada no “Hotel Waldorfastoria”, mesmo local onde foi recepcionada. Dilma receberá o prêmio “Woodrow Wilson”, para Serviços Públicos, concedido pelo instituto “Woodrow Wilson International Center for Scholars”. Todos prêmios ganhos por representantes brasileiros são sempre importantes porque traduzem o reconhecimento de atuações na área premiada. Mas a prova de fogo mesmo a essas amenidades será a discussão e votação sobre o caso palestina. Vivendo um momento novo, o mundo viu e continua assistindo a transformação espetacular no Oriente Médio e norte africano, o que, não deixar de mexer fortemente com os demais países, diante de uma realidade recente e brusca. Haverá sim ─ sob o véu ornamentado dos titãs ─ pressões igualmente as colocadas em pneus de trator de muitas toneladas. Ninguém se engane sobre a arena radicada em Nova York que funcionará à semelhança de rinha de galo garnisé.
          O que irá acontecer depois de amanhã? Como se sairá o Brasil? Agora sim, a próxima edição das Nações Unidas será um vestibular de lavas colossais para o estilo Dilma e suas convicções nesse esperado TESTE DE FOGO!









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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

FREI CANECA E MAIS TRÊS

FREI CANECA E MAIS TRÊS
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2016

          De imediato, a independência do Brasil não provocou mudanças significativas. O imperador continuava autoritário, a situação de pobreza não mudava, enquanto os presidentes das províncias não agradavam ao povo. Estes eram nomeados pessoalmente pelo imperador. Um grande sentimento de revolta foi tomando corpo entre a população, principalmente entre pessoas mais esclarecidas como jornalistas, padres, professores, advogados, que também arrastavam os mais humildes para um luta contra a escravidão, a desigualdade social, o próprio imperador e, no caso, o presidente de Pernambuco. Esse movimento eclodiu em terras pernambucanas, em 1823. O presidente de Pernambuco chegou a ser expulso, todavia, houve reação do governo central. Como a insatisfação era grande, o levante não se restringiu somente a Pernambuco. Participaram no Nordeste, ainda, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, formando o que os historiadores denominaram: Confederação do Equador. Os revoltosos foram atacados pelo mar por mercenários ingleses contratados pelo governo, que até dinheiro tomou emprestado para isso, aos bancos dessa própria nação europeia.
          Por terra foram pressionados pelos latifundiários que não queriam a libertação dos escravos. A situação de levante foi dominada. Várias lideranças foram presas, dezenove condenadas à morte. Entre os condenados, estava Joaquim do Amor Divino Rabelo, conhecido como Frei Caneca. Condenado à forca, o herói da Confederação, ficou impassível na hora da morte. Três carrascos recusaram enforcá-lo. Como não conseguiram convencer o primeiro carrasco, preto, pobre e presidiário, nem com promessa de soltura, foi o homem espancado a socos, pontapés e coices de fuzis. Ficou agonizante na prisão. O segundo, semelhante ao primeiro, foi espancado à vista de todos no patíbulo, pela recusa. Isso tudo chocava a multidão presente. Era o dia 13 de janeiro de 1835. O terceiro homem também presidiário preto e pobre recusou fazer qualquer mal ao Frei. Certamente todos eles pagaram com a vida. Depois dessas recusas, a vítima foi, então, executada a tiros de fuzil, pelos próprios granadeiros. Para não dizer que o Brasil não deu homens de fibra ao extremo, nem heróis, apresentamos aos nossos abnegados leitores nada menos de que FREI CANECA E MAIS TRÊS.


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BURRO DE D.PEDRO I

 BURRO DE D. PEDRO I
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2011

 Interessante é analisar a História e os historiadores, na forma apresentada, no estilo individual, nas afirmações dos fatos. Petrificados os senões temos as coisas contadas como verdadeiras. Um colorido afortunado, nuanças atrativas, escafandros de lembranças. E vamos, então, nos acostumando com as opiniões alheias, ricas de pérgolas, de concreto armado que afugentam a nossa coragem de afirmação. Afinal, são tantos os sábios do mundo, “meu irimão”, que a verdade da gente deixa apenas os olhos de fora, tal hipopótamos nas águas turvas. E se as imposições navegam nas escritas, o rosto venerando também engana na lei da vantagem de cada dia. Estamos acostumados com aquele belíssimo quadro da Independência. D. Pedro I, espada no ar, no semicírculo de cavaleiros e seus fogosos corcéis, enquanto as águas plácidas do riacho Ipiranga parecem ouvir o brado: Independência ou morte! “Virge, Zezinho, como foi bonita a Independência, rapaz!” É, mas foi descoberto depois, que o imperador não cavalgava cavalo algum, naquela hora. Tinha ido do Rio de Janeiro a São Paulo, montado em lombo de burro, animal muito mais rústico e resistente as infindáveis jornadas. Foi assim que desceu e subiu no retorno as escarpas perigosas do litoral santista. E quando falamos em muar, animal de imenso proveito no Brasil Império, tiramos a elegância dos cavalos brancos em questão.
         Nesse Brasil grandão de nosso Senhor, cai mais um ministro do governo Dilma. E como dizia um velho matuto do sítio Sementeira, município de Santana do Ipanema, “eu quero espiar a cara dele; bem de pertinho para achar o tamanho da vergonha”. Ele iria achar, sim, um homem cuja idade avançada não foi suficiente para fazer a coisa certa. Esse movimento que está sendo iniciado no Brasil contra a corrupção, já começa a fazer efeito e pressão em quem tem o dever de zelar pelo bem público. É de se ficar estarrecido mesmo com a roubalheira que tomou conta desse país continente. Eles não se conformam mais em levar cinquenta ou sessenta mil reais. Divulga a imprensa maceioense, um desvio de 300 milhões! Desvio, meu amiguinho, entenda bem. Roubo é coisa de pobre. Rico não rouba, desvia. Lampião falava que não era ladrão, apenas tomava a pulso, porque precisava. Tem gente que ainda acha pouco e tira a vida do conterrâneo, do ser humano lutador que apenas cobra a coisa certa! Depois, homem e mulher, aparecem na televisão com cara de artistas da rede Globo, numa pose que só vendo. Venha, meu amiguinho matuto da Sementeira, “espiar a cara deles e delas, bem de pertinho!...”
         Estar vendo, comadre! Apresentam-se como os cavalos da pintura, mas não valem a serventia do BURRO DE D. PEDRO I.

 



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terça-feira, 13 de setembro de 2011

RODA GIGANTE

 RODA GIGANTE
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2011

 Mesmo sem sermos profetas, adivinhos, magos, futuristas, víamos advertindo sobre a transformação que já havia começado no mundo dos negócios, das transações comerciais, da Economia do globo que, aqui e ali, aparecia com novidades não muito boas. Se todos pegarem uma lanterna para uma busca ao culpado da crise que tanto falam terminam dando com espelhos ou com ninguém. Se nas pequenas comunidades nada se consegue isoladamente, quanto mais no complexo em rede mundial! Muitas facilidades acontecem quando se estar nadando em riqueza. Uma Europa forte, robustecendo-se cada vez mais, criando uma unidade de riqueza e sendo concorrente dos Estados Unidos, faz dó. Todos cinco dedos passados em suas colônias nas Américas, Ásia e África que motivaram a primeira industrialização para um domínio econômico ao mundo, parece que virou pó. Uma noite infeliz de gata borralheira! Dizer que os BRICS ─ Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão estudando como ajudar a Europa em Bilhões de dólares, parece aquelas piadas que nos contavam nos colégios, sobre portugueses! Conversa de quem não tem o que fazer! Um vaqueiro de a caatinga deixar os matagais para ensinar jangadeiro a pescar... Somente rindo e fazendo gozação. Quem pensasse nisso há pouco tempo, seria tachado no mínimo de doido. Um doido mordido do porco ainda mais. Mas nós íamos avisando, avisando, dizendo que a roda grande passaria por dentro da pequena. Isto é, o impossível iria acontecer. Quem observa o céu constantemente tem uma boa ideia sobre chuva, nem precisa de Tarô, nem das palavras de Isaías.
          As nações, dizíamos, são como pessoas individualizadas. O comportamento é semelhante. Quem ganha muito, principalmente com dinheiro fácil, faz o mesmo com seus gastos, os mais supérfluos possíveis. Têm-se uma venda bem próspera, mas rodeada de gente pobre, seríamos mais prósperos ainda se ajudássemos a essa gente a sair da pobreza para que ela nos comprasse ainda mais. O dinheiro das chamadas grandes nações foi para o luxo fútil e as guerras prazerosas contra os pequenos. O resultado é que o cofre esvaziou ou a porta teve encrenca na trave do segredo. Dizer que os Estados Unidos estão com 46 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, é como se tivesse sendo anunciado um apocalipse terreno. Mesmo assim a arrogância de muito conservadores teima em morrer de fome, mas com roupa de veludo. O principal comprador e vendedor do mundo, quebrando, realiza o que os nossos cambistas do jogo do bicho chamam de quebrar a banca. É assim, para graças ao mundo, que ainda surgem novos papais como China, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul que aparecem de repente como aqueles das nossas cidades conhecidos como novos ricos. A Guerra dos Mascates, para quem a estudou, foi um bom exemplo disto. E se com gente conhecida e soberba está acontecendo, juntamente com as nações, que tal aproveitarmos o embalo da RODA GIGANTE!
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ZUMBI! OIA ZUMBI!

 ZUMBI! OIA ZUMBI!
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2011

          Imagine o amigo a alegria que tivemos em favor de Alagoas quando vimos estampada a manchete: “Zumbi dos Palmares recebe 1 milhão de turistas em 2011”. Finalmente, pensávamos: parece que agora o mundo despertou de uma vez para a serra da Barriga! Hum! Graças a Deus entrou muitos dólares e euros engatinhando ladeira acima em visita ao memorial Zumbi, em União dos Palmares.
          Os negros escravos fugiam ou eram levados para as matas, conduzidos para a serra da Barriga. Serra da Barriga, um paraíso de 27 mil quilômetros quadrados, situada no hoje município de União dos Palmares nas Alagoas, representava um território livre, organizado pelos fugitivos. Ali não se passava fome, pois os primeiros que chegaram, foram usando suas técnicas de plantio no lombo das terras férteis. É de se notar que a maioria dos fugitivos vinham das roças, acostumados com a atividade da agricultura.  Frutas e raízes não faltavam na organização democrática dividida em mocambos, cada um com seus chefes e um comando geral, bastante respeitado. Dali saíam grupos de negros para libertarem outros irmãos pelas fazendas e engenhos dos canaviais predominantes na época.  Quem fugia e era acolhido na serra, ficava moralmente até na obrigação de libertar outros da mesma cor nos eitos dos tabuleiros. Alguns chefes, poucos comandantes gerais, foram destaques, entre os quais o que se tornou conhecido como Zumbi, mais tarde apontado como Zumbi dos Palmares. Palmares eram as palmeiras que proliferavam nas serras da Zona da Mata do tipo palmeira catolé ou coqueiro catolé.
          Alguém já calculou em vinte mil negros gozando a liberdade dos Palmares, que teve uma existência aproximada entre 1629 a 1694. Várias expedições tentaram destruir o Quilombo dos Palmares sempre fracassando em suas tentativas, por causa da bravura e táticas de guerra da liderança de Zumbi. Criava-se gado, cultivavam-se milho, feijão, cana-de-açúcar, mandioca e outros tipos de produtos da terra. Quando não havia pressão, surgia razoável comércio com os povoados próximos. A fama de Zumbi espalhou-se como lenda pelo Brasil Colônia. Muitos até acreditavam que o chefe Zumbi era imortal. Somente em 1687, foi contratado o cruel e sanguinário bandeirante, Domingos Jorge Velho para acabar o quilombo. Entre derrotas e vitórias, usando, inclusive canhões, o bandeirante com seis mil homens e outras ajudas do governo, em uma luta que durou um mês, conseguiu a vitória final. Milhares de pessoas morreram e o quilombo foi destruído. Zumbi conseguiu escapar, porém, dois anos depois foi traído, encontrado e morto. Sendo decapitado, teve a cabeça espetada em poste no Recife, em plena via pública.
          Mas, que pena, voltando à manchete de um milhão de turistas! Não era um milhão de pessoas que havia visitado o memorial da serra da Barriga! Era a quantidade de indivíduos que desembarcaram no aeroporto Zumbi dos Palmares. Havíamos esquecido que era em Alagoas. Por trás da manchete de duplo sentido, somente pairava “uns zoi branco por riba das letras: ZUMBI! OIA ZUMBI!”






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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A MAIS BONITA

A MAIS BONITA
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2011

 Um verdadeiro espetáculo de beleza a rua apresentada ao mundo através da Folha on-line. Essa belíssima Rua Gonçalo de Carvalho, na região central de Porto Alegre, pode de fato confirmar com orgulho as palavras do seu descobridor, biólogo português que ao ver a foto, escreveu em seu blog que era aquela a rua mais bonita do mundo. A Folha, através da reportagem de Felipe Bächtold, expõe essa foto e detalha aspectos dessa rua de Porto Alegre que logo ganhou espaço mundial, traduzida em algumas línguas, reproduzida, e tida de fato como a mais bonita do mundo. Na foto de Jefersson Bernardes/folhapress, apreciamos toda pujança de um jardim encantado em via urbana. Diz ainda a reportagem/colírio que em quase 500 metros de calçada, estão enfileiradas mais de cem árvores de espécie tipuana que chegam a alcançar o sétimo andar dos edifícios em alguns casos. Detalhe importante confirma que os moradores dizem que essas árvores foram plantadas por funcionários de origem alemã, que trabalhavam em uma cervejaria no bairro. A reportagem ainda traz um exemplo de conscientização popular e fiscalização pública quando em 2005, quiseram construir ali um shopping que poderia alterar a beleza paisagística local. Houve mobilização do povo e o lugar foi ficando famoso e ninguém mais ousou mexer com aquele jardim urbano da capital gaúcha. Com o sucesso alcançado no seu blog, indicando a Gonçalo de Carvalho como a rua mais bonita do mundo, o lugar logo ganhou o respeito e admiração geral, virando símbolo e sucesso na Internet.
          Ingleses e tailandeses já sabem que ali no Rio Grande do Sul, existe aquele cenário inusitado. Se uma rua daquela, toda forrada ainda do rudimentar paralelepípedo, nos encanta exageradamente, ficamos entristecidos pelas nossas ruas e avenidas sertanejas nordestinas, desprezadas pelos poder público. Vias esburacadas, repletas de buracos, cacimbas, entulhos, calçadas destruídas, fachadas sem tinta, árvores sem poda e excrementos de animais na constância dos seus leitos. Nem precisava tanto luxo natural como a mais bela do mundo. Já estaria de bom tamanho o zelo público normal, dentro dos padrões mínimos de vida condizente. Lá em Porto Alegre, com o grito de alerta pela Ecologia, o calçamento de paralelepípedos foi mantido, o que evitou a impermeabilização do solo e preservou as tipuanas. Nenhuma árvore foi derrubada. Melhor ainda: a rua foi declarada “patrimônio ambiental”, e foi incluída na rota dos pontos turísticos de Porto Alegre. E por falar nisso, como está a sua rua? A minha também! Como sonhar com a feia se podemos fazê-la A MAIS BONITA!













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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O COTIDIANO DA VILA

O COTIDIANO DA VILA
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de setembro de 2011

          O progresso ia surgindo e a vila consolidava-se como ponto estratégico na boca do Sertão das Alagoas. Residências importantes apareciam cada vez mais pontilhadas de estabelecimentos de comércio. As fachadas recebiam figuras em alto relevo como estrelas, círculos, linhas horizontais e verticais. Não era raro encontrar escultura de frutas ou jarros de argamassa no topo das paredes, a exemplo do frontispício da cadeia velha (ver adiante) com dois abacaxis.
          O centro comercial aumentava sua força como importador e distribuidor de mercadorias para o Sertão e alto Sertão. A Agricultura e a Pecuária garantiam a sobrevivência do campo. Carros de boi, burros e cavalos asseguravam o transporte de mercadorias e pessoas. As trilhas iam alargando-se para os carros de boi, mas já se falava no tal caminhão. Os tropeiros viajavam por trilhas, quebradas e travessias em direção à Zona da Mata, abarrotados de farinha, feijão, carne-de-sol, couros e queijos. Voltavam tangendo os burros com cargas de rapadura, aguardente, tecido e mel de engenho.
          A iluminação das ruas funcionava nos lampiões dos postes com óleo de baleia. Sobradões tomavam conta do centro de calçamento bruto. Os homens andavam elegantes com roupas brancas, colete e chapéu panamá. As mulheres caracterizavam-se pelos ares de burguesia com seus vestidos longos e joias à moda francesa. Surgiu à banda de música, o teatro, os encontros dançantes, o futebol... Apareceram os primeiros automóveis, os caminhões, as novidades industriais, as fabriquetas de aguardente, refrigerantes, e calçados. Nascem os primeiros escritores. O casario do quadro alongava-se ladeira abaixo em direção à foz do Camoxinga e à direita da Matriz rumo as presente Aterro, formando um segundo quadro; Largo da Feira, hoje defronte o Mercado de Carne. Novas residências iam sendo construídas subindo para o Monumento, formando a avenida principal, uma vez que a 1ª Rua, a do Sebo, já estava a muito concretizada.
          As compras eram feitas nos armazéns, nas feiras, nas mercearias e nas bodegas. Crianças brincavam da mesma maneira do início da vila e, os divertimentos dos adultos também se mostravam os mesmos na sociedade machista da época, onde o crime pela honra ainda era permitido. Continuava Sant’Ana  a ser abastecida com Água do Panema, sobre lombo de jumento com dois pares de ancoretas. O rio não deixava de fornecer todo o material para construção e expansões da vila; areia, barro, pedra e água.
          De vez em quando passava pela vila, bando de ciganos, fatos constrangedores. Outras vezes o colorido de um circo motivava grandes alegrias de crianças, jovens e adultos. (Chagas, Clerisvaldo B. O Boi a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema).

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MARCHA ANTICORRUPÇÃO

MARCHA ANTICORRUPÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de setembro de 2011

           Manifestantes lavaram a rampa do Congresso em ato anticorrupção, num protesto danado em Brasília. Havia gente de todas as categorias e de todos os lugares de aposentados a estrangeiros. E o interessante é que a marcha anual ganhou a adesão de quem assistia ao desfile de 7 de setembro. Não foi só o Congresso Nacional que teve a sua rampa lavada pelos manifestantes, mas também a dos ministérios do Esporte e da Agricultura, ambos envolvidos em suspeitas de corrupção. A multidão, composta de donas de casa, estudantes, funcionários públicos e as mais diversas categorias, faziam o ato simbólico enquanto gritavam frases contundentes contra os desonestos. Vassouras as mais diferentes, eram esfregadas no chão por pessoas, trajando principalmente roupas pretas e brancas, portando faixas, bandeiras e cartazes, numa demonstração de intolerância pela onda avassaladora de corrupção que atinge o País. A marcha foi organizada pela Internet, tendo sido iniciada com cerca de duas mil pessoas e que foi ganhando a adesão do público que acompanhava o desfile, engrossando as fileiras e se tornando uma imensa massa humana contra os corruptos. Não foi somente em Brasília que houve protestos contra a ladroagem, mas também em capitais outras como São Paulo, Recife, Salvador, Cuiabá e Belo Horizonte. Belíssimas fotos representando quadros coloridos e irreverentes enchiam ruas e avenidas do Brasil.
          Segundo palavras de vários manifestantes, a marcha não teve intenção nenhuma de atrapalhar o desfile de 7 de setembro, mas sim de chamar a atenção para os escândalos envolvendo o dinheiro público, que é o dinheiro do povo brasileiro. Esse movimento intenso criado pela Internet tem os seus objetivos definidos como o voto aberto no Congresso Nacional e a votação do projeto de lei apresentado no Senado considerando crime hediondo a corrupção e, ainda a aplicação da Lei da Ficha Limpa. Quem participa do movimento ganha o apoio jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil, sem dúvida nenhuma, um estímulo a mais a quem empreende uma luta nesse porte. Até mesmo o próprio presidente da OAB Ophir Cavalcante participou da marcha. Está certo Cavalcante quando diz que “o que estar faltando nesse país é vergonha na cara”. Mas também vem faltando penas duras como nos países chamados sérios nos rigores das suas leis.
          Tomara que esse novo grito de independência envolva o Brasil permanentemente, fazendo pressão sobre as autoridades com tolerância zero. Os safados da cara de santo estão comendo nosso dinheiro e engordando cada vez mais com os vermes das cédulas alheias. Por enquanto os safados ficam por trás dos gabinetes só achando graça, vamos ver o futuro e formar em cada uma das cidades do País, essa MARCHA ANTICORRUPÇÃO.








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terça-feira, 6 de setembro de 2011

DE D. PEDRO I A DILMA

DE D. PEDRO I A DILMA
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2011

          Estamos nos 189 anos de Independência do Brasil. Para muitos brasileiros apenas um bom feriado no meio de semana. Os ânimos dos tempos de chumbo pelos grandes desfiles militares e estudantis, vão perdendo a força também nas escolas. Pouco se houve o canto do Hino Nacional e muitos jovens se envergonham de se aproximar do pendão e cantar em louvor à Pátria. A ignorância é cada vez maior entre alunos a respeito dos grandes eventos históricos do Brasil. O Hino Nacional, por sua vez já devia ter sido encurtado e atualizado sem mexer com a sua essência. Lembro perfeitamente que em mais de trinta anos de Magistério jamais vi um professor interpretar o hino para seus alunos. Isso já fiz, sim, palavras e frases, preto no branco, mas nunca encontrei quem assim fizesse para mim e nem para outrem. O máximo é cantar o Hino.
          Muitas histórias, quase sem fim, preencheram livros e mais livros que lotaram bibliotecas inteiras sobre o nosso país. Episódios de revoltas, guerras, dores e prolongados sofrimentos. Mas também de alegria, heroísmo e esperança que moldaram o caráter do nosso povo, da nossa gente, das praias aos sertões imensos, intensos e misteriosos. Esse país de céu anil que um dia cismou de ser independente e forte, resolveu quebrar a pesada canga que Portugal lhe impunha. Quanto sangue derramado no litoral, nas matas virgens, num processo de afirmação de brasilidade! Vão se avultando heróis sobre cascos de navios, sob intensos fogos de canhões. Vão se abrindo as veredas nas florestas perigosas onde cobras, índios e onças também defendem seus territórios. E o Brasil cresce, se expande, se agiganta a cada passo dos intrépidos desbravadores. Surgem arraiais, povoados, vilas e cidades à força do suor e da saga sertaneja. Nos sertões, as lutas na boca do bacamarte, na política a luta feroz pela alforria de um território.
          A independência não produziu logo uma grande alteração na estrutura sociocultural e econômica do Brasil. Apesar do furor libertário, continuou a prevalecer uma organização social baseada na economia voltada para o mercado externo, na exploração do trabalho escravo e na grande distância entre elites e população geral. Mesmo assim, o grande passo havia sido dado. O dia 7 de setembro de 1822 revolucionou o País e o próprio continente. Foi muito duro chegar até aqui, mas chegamos. É debruçar sobre os livros e descobrir tudo, principalmente, de D. PEDRO I A DILMA.




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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CARRO DE BOI HISTORIANDO

CARRO DE BOI HISTORIANDO
Clerisvaldo B. Chagas, 06 de setembro de 2011

           Interessante à reportagem de Nelson Aprobato Filho, páginas 62/63 da Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 06, nº 71 de agosto de 2011. Nelson descreve com muita propriedade o processo de urbanização de São Paulo no final do século XIX e início do século XX. O centro do bem elaborado texto puxa mais para o meio de transporte focalizando preferencialmente o carro de boi. O velho conhecido nosso dos sertões nordestinos também aparece na colonização do país em praticamente todas as regiões. Vai mudando aqui acolá no formato, no número de parelhas, nas formações dos arreios dos bois, mas a essência é sempre a mesma. Transporte rígido puxado por bois bem treinados ajudou o Brasil a crescer transportando toda espécie de mercadoria, inclusive máquinas modernas para a época. Tudo que não podia ser conduzido em lombo de burro, encontrava no carro de boi um transporte lento, porém, seguro e firme. O Brasil deve muito aos tropeiros (almocreves) e carreiros anônimos que impulsionaram o nosso progresso. Diz o ilustre pesquisador que no fim do século XIX, circulavam cerca de 300 carros de boi nas feiras semanais de venda de madeira no centro de São Paulo. E que esse quadro só começaria a mudar em 1870, por conta da urbanização, sem dúvida alguma.
          Foi proibido, o carro de boi, de circular em grande área em 1894. E dois meses após essa lei, outra foi aprovada restringindo ainda mais área de circulação. A princípio, isso produziu caos no sistema de transporte. A partir do início do século XX, aos poucos começavam as substituições pelos primeiros bondes elétricos, automóveis e caminhões. No final do século XIX os animais faziam parte do cotidiano em São Paulo: carros de boi, tropas de mulas de carroças, montarias, boiadas, rebanhos de cabras, ovelhas, grandes bandos de pássaros, galinhas, cães, gatos, ratos, sapos, formigas, cobras e urubus.
          Em Santana do Ipanema, principal núcleo urbano do Médio e Alto Sertão, alagoanos, o carro de boi foi sobejamente utilizado, tanto que o município chegou a ser chamado “Terra dos Carros de Boi”. Sua utilidade persiste e lembra os tempos das grandes frotas que cruzavam o Sertão inteiro levando e trazendo mercadorias e famílias nos seus chiados propositais e dolentes. Desde o tempo de vila que Santana do Ipanema possuía calçamento de granito bruto no comércio e em algumas poucas ruas. Ao substituir o calçamento bruto pelo esquadrejado paralelepípedo, o prefeito Ulisses Silva, gestão 1961-65, proibiu a circulação de carros de boi pelas ruas do comércio. Foi assim que o novo carreiro criou o carro de boi com rodas de pneu, pois o aro de ferro, antigo, prejudicaria o novo tipo de calçamento.
          O arcaico meio de transporte, mesmo com todo o modernismo social, continua prestando inestimáveis serviços nas fazendas sertanejas. Durante a procissão anual da padroeira, surgem sempre não menos de 300 desses veículos. Podemos ouvir de longe os sons dos cocões acochados, gemendo saudosos. É o CARRO DE BOI HISTORIANDO.

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