quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ESCOLA HELENA BRAGA


ESCOLA HELENA BRAGA
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de fevereiro de 2013.
Crônica nº 972

Escola Estadual Professora Helena Braga  das Chagas.
Após trinta anos sem receber grandes benefícios, a Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, na qual ainda trabalho, foi contemplada com ampla reforma, recentemente. Reinaugurada com a reforma, a Unidade de Ensino recebeu rasgados elogios do Secretário Estadual de Educação e sua equipe. Com o melhor Ideb de Santana do Ipanema, a citada escola está situada no Bairro São José, desmembrado do grande Bairro Camoxinga. Sua fundação contribuiu para a habitação da área e surgimento do Bairro São José. Funcionando nos três turnos, levando o curso fundamental e o EJA, a escola Helena já se acha equipada com laboratório de informática e esperançosa na aquisição de condicionadores de ar para as suas quatro classes, pois laboratório e secretaria contam atualmente com esses equipamentos. Todos os móveis são novos, inclusive do amplo refeitório. Excelentes banheiros, cozinha padrão “A”, forro de PVC nas classes, boa iluminação e gradeado de segurança em todas as dependências, deixaram a Escola Helena Braga em ponto de atração da comunidade.
Comanda “O Helena” (citação hábito das pessoas) o professor Marcello Fausto que ultimamente estreou no mundo literário com o livro “Negros em Santana” em parceria com o professor Pedro Pacífico e o “Escritor Símbolo de Santana do Ipanema”, Clerisvaldo B. Chagas e mais “Lampião em Alagoas”, com o professor Clerisvaldo.
A recepção ao Secretário de Educação teve a participação geral dos seus funcionários e a cooperação de todos na boa apresentação da Escola e das boas vindas aos governantes. O que impressionou as autoridades, entre outras coisas, foi a conservação da escola desde a reforma até o presente.
Relevantes e impagáveis são os serviços prestados às suas bases e a Santana do Ipanema em geral, pela Escola professora Helena Braga das Chagas. Todos os que fazem “O Helena” estão empenhados na educação e cultura do povo santanense. Palmas e parabéns, de fato, merecidos, pela ESCOLA HELENA BRAGA.

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DR. ARSÊNIO MOREIRA


DR. ARSÊNIO MOREIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 971

Passa dos quarenta anos a inauguração do Hospital Dr. Arsênio Moreira. Numa época de luta pelos grandes empreendimentos da cidade, o primeiro hospital de Santana do Ipanema, Alagoas, foi uma verdadeira vitória dos combates populares. Era o dia 16 de janeiro de 1971, quando na chã central do Bairro Camoxinga, gestão municipal Henaldo Bulhões, foi inaugurado o hospital que daria um novo alento a “Rainha do Sertão”. A partir daí teve início uma era de prosperidade com uma série de outras repartições públicas estaduais e federais que fizeram Santana crescer. Antes, os doentes que exigiam cuidados especiais eram enviados a Pão de Açúcar, Palmeira dos Índios e Maceió. Com o hospital na cidade, o Sertão inteiro passou a utilizá-lo e sua atuação foi motivo de orgulho para o povo santanense.
Como justa homenagem, a unidade recebeu o título de Hospital Dr. Arsênio Moreira. O Dr. Arsênio, originário da Bahia, foi o primeiro médico de fora a residir na cidade. Trabalhava o doutor em Mata Grande, quando foi convidado pelo major José Lucena de Albuquerque Maranhão, para fazer parte das tropas que combatiam os cangaceiros com sede em Santana. Engajado no 2º Batalhão, o Dr. Arsênio Moreira, esteve em Angicos, quando da morte de Lampião e examinou um frasco de veneno conduzido pelo bandido. Encerrada a campanha das forças policiais volantes, Arsênio, então, passou a atender a população civil e, durante muitos anos serviu à cidade carente de médicos. Todas as referências a seu respeito foram sempre as melhores possíveis saídas de todas as camadas sociais.
Recentemente, com o novo hospital regional construído no Bairro Floresta e que leva o nome de Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, ficou a antiga unidade ao abandono desde a gestão municipal passada. Não se sabe ainda o que as autoridades irão fazer com o prédio gigante do centro do Bairro Camoxinga que está se transformando em presepada. Qual será o destino do “DR. ARSÊNIO MOREIRA”?.

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

DORMIR... DORMIR


DORMIR...DORMIR
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 970

Zeppelin  sobre Santana do Ipanema, 1930.  "As novas são as velhas".
A Imprensa precisa de alimento e nada melhor de que as grandes notícias ou os grandes escândalos para oferecer ao mundo. Sem furacão por perto, o tema obrigatório passou a ser a doença do venezuelano presidente. Puxa para lá, puxa para cá, a ilha de Fidel vai saindo noticiários afora. Como o assunto envelheceu, a renúncia do Papa tornou-se prato gordo para os que querem saber das coisas. Batido e pilado o tema religioso, surge o osso boliviano da morte de um menor pela torcida corintiana. Isso aí, também, camarada, pode partir para longas e insistentes reportagens porque, além de ser assunto de esporte, é questão com país vizinho. E vai ficando a lenga-lenga que se prolonga indefinidamente. Enquanto isso, ocupada com os picos do momento, fatos menores vão surgindo em pequenos espaços da mídia até os primeiros sinais de cansaço dos maiores. O caso da médica que matava seus pacientes no hospital evangélico de Curitiba, surgiu como escândalo supimpa, depois diminuiu a intensidade bombástica e parece que tenta retornar com seus desdobramentos.
E a lavagem da bandeira nacional no caso do novo presidente do Senado, como é que fica.  E o milhão de assinaturas pedindo a renúncia do “imaculado” Renan vai bater forte na imprensa ou vai ficar em segundo ou terceiro plano, como osso pequeno e desprezível?! Como os corruptos torcem por outras gigantes notícias, dia santo, feriado e final de semana, quando encurtam os crivos da mídia contra eles!
Em Alagoas, a transferência do governo estadual para o Sertão, durante uma semana, não têm, aparentemente, grandes impactos. Medidas de sempre, decisões de sempre e algumas propagandas oficiais que não entusiasmam em nada a população. É apenas o início do cata voto para as próximas eleições. E como dizia um velho e pessimista sertanejo, professor de História, “as novas são as velhas, neste sertão pelado de meu Deus”. Humm... Tem hora também do tempo enjoativo. Início de quaresma é início de mosqueiro, quem sabe, atraído pelas virtudes. Será que após os escândalos não chega à vez do sonho e da fantasia? Ah! Parece que ainda estamos vivenciando a inolvidável ressaca de Carnaval. O que é que os jornais estão dizendo mesmo? Dormir... Dormir.

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domingo, 24 de fevereiro de 2013

PÉ DE OURO


PROBLEMAS NO COMPUTADOR IMPEDIRAM NOSSAS CRÔNICAS DE QUARTA, QUINTA E SEXTA.

PÉ DE OURO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 969

Sem nunca mais ter ido à Igreja, recebo dois convites de casamento, na região de Arapiraca. Ao primeiro não pude comparecer, mas ao segundo, voltei a pisar em solo sagrado com o enlace do jovem Dr. Elton Correia Alves e a senhorita, terapeuta, Juçara Ferreira da Silva. Motivo forte para rever a região agrestina, registrei ali o calor do Sertão e as reclamações dos moradores. Com a Igreja repleta constatamos a tradição católica e o requinte de uma cerimônia inesquecível. Após assinaturas e sessão de fotos, fomos ao “Alevinus Club” onde o anexo do casório cortou a noite até o amanhecer. Ao som de duas bandas, entre elas, “A Marca do Tempo”, os convidados se extasiaram com o esmero que encantava à noite. Minha atenção foi atraída para um casal, ele de meia idade e ela uma trintona que deu um espetáculo à parte, de vigor, classe e habilidade no jogo das canelas. Que mulher do pé ligeiro! Eu que nunca tentei aprender a dançar, compadre, vi o quanto perdi na vida. Depois outros casais mais jovens e mocinhas se contorceram na pista, mas não tinha mais graça. A trintona continuou no comando.
Dia seguinte, fomos ali a certa mansão da família da noiva, almoçar, comer buchada e churrasco de carneiro. Não um carneiro qualquer. Mas um ovino criado com ração especial, inclusive leite condensado. Leite condensado mesmo não, diria a piada do Joãozinho, mas que o senhor Adaízo, dono do quadrúpede, caprichou na dieta do bicho caprichou! E para quem estava longe desses burilados nordestinos, voltar à ativa é quase sempre uma tentação.
Tirei a ferrugem religiosa, festeira e “buchadeira”, porém, bem que gostaria de novamente apreciar aquele gingado brejeiro da mulher do PÉ DE OURO.


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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CRÔNICA, AMANHÃ

CRÔNICA, AMANHÃ, QUARTA.


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NEGROS EM SANTANA: INTRODUÇÃO



NEGROS EM SANTANA : INTRODUÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 968

INTRODUÇÃO

Situado a 210 quilômetros de Maceió e a 300 da serra da Barriga, palco de luta do Quilombo dos Palmares, o município foi colonizado pelos arrendatários de terras e sesmeiros descendentes de portugueses. Pelo primeiro documento encontrado sobre Santana do Ipanema, datado de 1771, vê-se claramente que a região sertaneja já estava semeada de proprietários rurais instalados em léguas de terras selvagens que caracterizam o início do povoamento branco. A área era ocupada pelos índios Fulni-ô ou Carnijós que habitavam o território da vizinha Águas Belas, Pernambuco. Os Fulni-ô foram acessíveis àqueles diferentes que chegavam ao Sertão. As raças foram se cruzando, formando o mestiço curiboca, mameluco ou caboclo, sendo esta última, a expressão mais usada até hoje. O caldeamento branco mais índio formou assim um novo tipo humano resistente de pele branca, queimada: o caboclo nordestino.
O gado já havia invadido o Rio dos Currais e as pequenas ribeiras do semiárido alagoano, surgindo à figura destemida do vaqueiro, caboclo tratador do gado por excelência e que ao boi dedicou a sua vida. Foram assim formadas a origem e a descendência do povo santanense com a aristocracia rural branca de sangue português e a coragem bravia dos índios da caatinga.
O objetivo deste trabalho é resgatar na história municipal, comunidades negras como tipos e vestígios afros que por aqui existem ou passaram por essa sociedade tipicamente mameluca. Os Negros em Santana, todavia, possuem um elo que tentamos descobrir com os Quilombos da serra da Barriga. É bem possível que Martinho Rodrigues Gaia, fazendeiro vindo da Bahia, tenha trazido escravos que ajudaram no abrir de picadas até Santana, em 1787, data da fundação da cidade.
Entre 1640 e 1695 (morte de Zumbi) ocorreu o auge e as guerras dos negros refugiados na Barriga. Levando-se em conta a data de 1687 e a chegada de Martinho em Santana, em 1787, apenas 100 anos separariam o espaço entre os acontecimentos.  É de se supor, contudo, que, tanto pela extensão do Quilombo de Zumbi que ia até a foz do rio São Francisco, quantos pelos desertores das várias batalhas com os brancos, tivessem chegado por aqui os primeiros e esporádicos elementos ou representantes da raça negra.  Mas, nem todos os negros fugidos de fazendas iam para Palmares. Alguns, desorientados, procuravam apenas ficar o mais distante possível do patrão. Na realidade, negros por essas bandas já havia muito antes do primeiro documento, 1771. De qualquer modo a influência negra pode ter sido maior do que os vestígios deixados no Município nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Negros em Santana eram tão raros que logo quando surgiram eram apontados com a palavra “negros” à frente do nome: “negro fulano”, “negra beltrana”.
Portanto, não visamos esgotar o assunto “Negros em Santana”, mesmo porque pesquisar é como garimpar e não é raro encontrar o procurado fora do garimpo.


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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ILUMINURAS


ILUMINURAS
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 967
Iluminura. (Biblioteca Nacional da França). 

Para se produzir um livro na Idade Média, era missão bastante trabalhosa. A maioria dos livros era feita em pergaminho, isto é, com o uso de pele de cabra, carneiro e até mesmo de vaca. O papel foi invenção chinesa e introduzida na Europa, pelos árabes. Esse papel só foi usado, mais ou menos, no século XIV. Mas esses livros eram poucos e destinados a estudantes e clérigos.
As folhas eram produzidas artesanalmente, tanto em pergaminho quanto em papel, depois escrita uma a uma com caprichosa caligrafia. Em torno das páginas os artistas colocavam motivos florais e geométricos. Já os textos, costumavam ser com desenhos coloridos que podiam ser sobre anjos, animais, plantas e pessoas. Esses desenhos que ornamentavam os textos chamavam-se Iluminuras.
Havia outra etapa muito importante nessas confecções. Depois de encadernado, o livro recebia proteção em capa grosa de couro ou em material nobre. Entre esse material estava o marfim, pedras semipreciosas e mesmo o ouro.  Por esse trabalho todo, livro era coisa rara e caríssima.
Pouca gente sabia ler e escrever, portanto, essas informações escritas passavam a ser privilégio de uma elite que era a de clérigos letrados. Geralmente os assuntos eram de interesses religiosos.
Os livros, então, eram objetos de luxo na Idade Média. Quando os escritores presenteavam livros aos reis e rainhas, estavam ofertando, na verdade, grandes, valiosos e raros presentes.
Hoje o livro está fácil de ser produzido.  Muitos estados e municípios estão com 50% de analfabetos. Dos que leem e escrevem muitos não podem comprar outros não têm interesse. O que sobra para o escritor e o país? Lançar livro no Brasil, principalmente em lugares pequenos, é ser herói de fato e de direito. É a chegada espiritual de novas ILUMINURAS.




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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O POBRE MESMO SOU EU


O POBRE MESMO SOU EU
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 966

Nos tempos da escravidão, os fazendeiros nordestinos complementavam as comidas dos escravos com charque e bacalhau. O charque (carne seca) vindo das charqueadas do Rio Grande do Sul e o outro, vindo de Portugal, eram considerados alimentos de pobre. Até a década de cinquenta e início de sessenta, os proprietários rurais ainda utilizavam bastante os dois produtos para seus trabalhadores. Formavam-se nos sertões nordestinos, os chamados “batalhões”, com cerca de cem homens e mulheres para a colheita do algodão, plantio, limpa e colheita também de outros produtos como feijão e milho. Ao meio-dia, os pane laços à sombra do juazeiro, cajueiro, imbuzeiro... Atraiam os trabalhadores com o aroma gostoso do feijão com charque ou bacalhau. Nessa época, só quem comia charque e bacalhau eram os pobres... Ou os ricos na Semana Santa, por causa dos preceitos do catolicismo.  O preço era muito baixo. Depois o bacalhau e o charque passaram a peso de ouro, inclusive, aos poucos, foram extintos os “batalhões” de trabalhadores no campo.
 Na época em que charque e bacalhau passaram a custar uma fortuna, os papéis se inverteram. O consumo de ambos passou a ser somente pelo rico. O pobre ficou triste porque não podia realizar sua “mistura”: nem carne, nem peixe, nem nada. O naco diferente de feijão e farinha, no sertão, passou a ser coisa de luxo, comida premiada em dia de felicidade. Foi nessa época em que o coronel fazendeiro Antônio Bagano, com seu chapelão de abas largas e bigode cheio, passou pelo popular Zé Balão em dia de Quarta-Feira de Cinzas e indagou, por indagar, se ele já “havia comido o seu bacalhau de hoje”. O trabalhador braçal, sério, irônico e desconfiado, respondeu: “Coroné, o senhor já viu pobe comer bacaiau! O único bacaiau que eu comi hoje, foi o da minha nega, em casa”.
O coronel Bagano − Viúvo que não costumava ouvir resposta dos fracos − surpreendido eriçou o bigode, deu de ombros e saiu a resmungar: “Cabra fi' da peste de sorte! Pode não ter dinheiro, mas não pode se queixar do 'bacaiau' da nega!". Acho que O POBRE MESMO SOU EU.

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

QUARTA DE CINZAS


QUARTA DE CINZAS
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 965

Foto: (Jangadeiroonline.com).
Para muitos, os que amam desesperadamente o Carnaval, a folia ainda não terminou. Blocos passam nas ruas e os beberrões resistem bravamente como se tivessem iniciado hoje mesmo à brincadeira. Outros são encontrados pelos becos, marquises,  bancos de praça, completamente apagados. Pessoas sóbrias passam para a Igreja dando até graças a Deus pelo início da Quaresma.
“A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte”.
Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ou quarenta e seis dias contando os domingos. Seu posicionamento no calendário varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até à segunda semana de março”.
“Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar da mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo padre que preside à cerimónia. O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia). No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência”.
“Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após do carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela”.
A partir de hoje tem início um longo período de reflexão, pelo menos para os que procuram pensar sobre a vida e a eternidade. Bem chegada, a QUARTA DE CINZAS.
* Texto entre aspas: Wikipédia.


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PIRANHAS


PIRANHAS
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 964

PIRANHAS (AL)  A "CIDADE PRESÉPIO".  Foto: (Wikipédia).
Antes, os foliões deixavam por um dia, o Carnaval santanense e partiam para a cidade ribeirinha de Pão de Açúcar. Mas apesar de tantos turistas naquele núcleo, jamais benefício nenhum foi feito para esse acolhimento. Considerada a terceira cidade mais quente do Brasil, seus dirigentes nunca proporcionaram nem sombra para os seus visitantes regionais. O resultado é que houve migração quase total desses brincantes para a cidade de Piranhas, onde o banho no rio é acompanhado por ótimas bandas musicais.
O arraial de Piranhas data do século XVIII quando os Feitosas e os Alves começaram a desenvolver a região. Era conhecido como Tapera.  Depois que um caboclo pescou uma piranha em um riacho ali de perto, o lugar passou a se chamar “Porto da Piranha”. Com o tempo, o grande movimento do porto emprestou definitivamente o nome  à cidade. Com a navegação a vapor, a partir de 1867, o povoado se expandiu com a estrada de ferro ligando Piranha a Jatobá, Pernambuco. A vila também já foi chamada Floriano Peixoto e depois voltou ao nome Piranhas. Sua freguesia foi criada em 20 de julho de 1885, sob a invocação de Nossa Senhora da Saúde.
 A cidade já foi visitada por D. Pedro II, quando o monarca visitou a cachoeira de Paulo Afonso. Atualmente Piranhas, uma das cidades mais bonitas do Brasil (cidade presépio) procura apontar o turismo, pois a construção da hidrelétrica de Xingó bateu forte na economia pesqueira. São atrações à parte, o Museu do Sertão, a hidrelétrica, a antiga estação ferroviária e ainda a rota das volantes em busca de Lampião.
Temos a impressão de que Piranhas programa seu calendário  festeiro para o ano todo. O interessante é que não falte turista para deixar o real em todos os lugares atrativos que a região oferece. Aliás, quem vai a Piranhas, não fica só na primeira vez. Se existe algum arrependimento para quem visita a cidade, está no esquecimento da máquina fotográfica ou da filmadora. É assim o lugar com nome de peixe voraz e perigoso: PIRANHAS.


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domingo, 10 de fevereiro de 2013

O CARNAVAL DAS VACAS


 O CARNAVAL DAS VACAS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 963
Foto: (nogueirense.com.br.)

Cada um se vira como pode, diz o povo sertanejo. Falamos dos vendedores de rua com seus modos habituais e peculiares de passarem adiante as suas mercadorias. Lembramos que há muito tempo em Maceió, as rádios da época falavam bastante dos produtos que os desonestos colocavam no leite à venda. Havia até um locutor que defendia a própria água no leite integral oferecido nas portas, em relação a outros produtos nocivos à saúde. Com as narrações humorísticas de casos verídicos, até piaba já encontraram no leite vendido com garantia.  Mesmo pessoas na casa dos setenta, oferecem o produto “batizado” e, são poucos, raros mesmo, os que vendem leite puro nesse país, pois a desonestidade em relação a ele é generalizada. Uns gritam seus artigos, outros tocam sinos, outros ainda usam apito e, os mais modernos apelam para carro de som.
Recentemente, em Santana do Ipanema − lugar onde ainda se vende coisa pelas residências − um sujeito esperto inventou um negócio diferente que tem dado certo. Adaptou uma buzina poderosa de som grosso, tanque de plástico com torneira larga e passou a anunciar o leite pelas ruas da cidade, em cima de moto.  Várias pessoas vendem leite, mas tudo nas santas leis do batismo, o homem não. O leite é bom mesmo, sem mistura. Das sete para às oito e meia da manhã, a poderosa anuncia que o cabra está por perto. Segure a vasilha e corra para a porta. Poooom! Pooom! Da primeira vez você pensa que é um boi berrando. Preocupada em ficar sem leite para o período momesco, uma dona de casa indagou ao vendedor que também é pequeno proprietário rural, se ele fornecia leite durante a folia. Sim, respondeu o homem. Ele alegou que ainda não disse às vacas que era Carnaval. E mesmo sem chuvas na sua região as reses continuam firmes ajudando na sua economia, auxiliadas pela buzina grossa. O que não pode é ninguém vestido de verde passar por ali, senão às vacas atacam.
Naquela conversa mole, a mulher perguntou se as coitadinhas não mereciam também um descanso, nesses dias de farras. O vendedor respondeu: “As minhas vaquinhas gostam de trabalhar minha senhora, mas quando estão estressadas eu boto umas marchinhas de Carnaval e me “abrofelo” com elas”. 
Bem, nesses tempos de volta da Zoofilia é bom não levar a coisa ao pé da letra.  É apenas O CARNAVAL DAS VACAS.



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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CRÔNICA SOMENTE NA SEGUNDA


CRÔNICA SOMENTE NA SEGUNDA

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

IPANEMA, UM RIO MACHO


IPANEMA, UM RIO MACHO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 962

POÇO DOS HOMENS, NO RIO IPANEMA. 
As últimas chuvas acontecidas no Sertão alagoano, na verdade não acabaram com a seca. Os serrotes que circundam a cidade de Santana do Ipanema foram ficando esverdeados, como acontece sempre ao chegar o período natalino. Os pontos pálidos de verdes vão aumentando a intensidade da cor e se espalhando pelos arbustos que estavam pretos e esfoliados. Chega para a cidade um aspecto alegre quando seus principais mirantes enfeitam-se como mulheres bonitas. Assim saltam aos olhos de santanenses, pesquisadores e curiosos a variedade colorida do Cruzeiro, serra Aguda, Gonçalinho, Pelado e serra dos Macacos. Começa, então, certo atrativo para as pernas preguiçosas dos que desejam passear pela Natureza. Munido de maquina fotográfica, caderninho de notas ou de objeto avançado das tecnologias, o homem que gosta de pesquisas poderá encontrar prazer examinando flora e fauna daqueles pontos.
O rio Ipanema recebe as últimas chuvas das trovoadas, mas, diferentemente dos serrotes circundantes, acumula água suja, poluída, nos seus poços mais evidentes desse trecho urbano, como Barragem, Juá, Homens e Escondidinho. Quem palmilha suas areias grossas e encardidas registra a paisagem semelhante aos séculos passados, porém, sem os bandos de pássaros que ali faziam pousada rumo das bebidas. Difícil, difícil mesmo encontrar um animal que não seja domestico e, até mesmo temidas serpentes é coisa rara. O povo não faz mais as cacimbas que abasteciam a urbe. O lixo, principalmente plástico, toma conta das suas margens que continuam sendo depósitos das inutilidades dos quintais. Aguardam-se novas cheias para outras lavagens do que foi jogado no seu leito arenoso.
Não sei, não prestei atenção se o mandacaru florou ou não para tirar dúvidas sobre o inverno desse ano. Mas o rio periódico, cheio d’água ou de areia, faz parte da identidade dessa gente, IPANEMA, UM RIO MACHO.


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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

FEIJÃO COM ARROZ


FEIJÃO COM ARROZ
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 961
ANTIGO DNER, MAIS UM CHORO SANTANENSE.

É com certa tristeza que vamos observando o abandono ou a destruição de prédios públicos importantes. O patrimônio público físico da nossa cidade, Santana do Ipanema, foi quase todo destruído. Atualmente o prédio onde funcionou o DNER (página rica e particular da história do município) estar reduzido à garagem de consertos de carros da prefeitura. Terreno importante às margens da BR-316, zona urbana do Bairro Camoxinga não merece esse destino. Ali pode ser uma faculdade de Direito ou de Medicina, pois Santana do Ipanema, como capital do sertão alagoano, necessita de uma faculdade de Medicina até com certa urgência, seja do governo, seja particular. O grande terreno central onde era a casa do cônego José Bulhões daria outra faculdade, bem como o prédio do antigo Hospital e Maternidade Dr. Arsênio Moreira, que estar sendo demolido aos poucos. Todos deram muito trabalho para serem adquiridos e parecem liquidados sumariamente.
Os gestores dos últimos anos em nossa terra ficaram na base administrativa, apelidada pelo povo, de feijão com arroz. Teve um que até exorcizava as grandes empresas particulares e do governo que procuravam se instalar em Santana. O absurdo dos absurdos! Povo analfabeto é povo no cabresto, assim pensava o reizinho. Fábricas de renomes nacionais e até internacionais foram futucadas para passarem ao largo da terra de Santa Ana. Até enormes empreendimentos federais de ensino foram soprados pelos ventos do egoísmo, da falta de ética, do descompromisso com o desenvolvimento do sertão. Santo Deus! Quem foi já foi tarde!
Esperamos que o prefeito atual, professor Mário Silva não seja apenas um prefeito calçamento como a ruma dos últimos tempos. Santana precisa de um bom administrador para trazer indústrias, escolas superiores como as que já foram citadas, desenvolvimento do turismo, planejamento de alto nível. Se a esperança de oito mil eleitores não se concretizar, fechem as portas das rodovias e o último a sair, apague a luz cansada. Quanta falta de vocação! Onde se encontra o caviar? Chega de FEIJÃO COM ARROZ!



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OS VELHOS CARNAVAIS


OS VELHOS CARNAVAIS
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 960

Dizem que o Carnaval foi criado na Grécia, cerca de 600 anos antes do Cristo. Em Santana do Ipanema, Alagoas, os primeiros registros sobre Carnaval na terra surgem com o escritor  santanense Oscar Silva. Oscar descreve a festa de Momo acontecida entre 1915 até mais ou menos, 1930. Aliás, quase que somente esse escritor desvenda o passado de Santana da era 20. E pelo que Silva vai contando em seus escritos, a festa já era tradicional em Santana, quando inúmeros blocos saíam às ruas, tanto masculinos quanto femininos. Antigamente e até cerca de 1960, os blocos carnavalescos percorriam as ruas da cidade, parando e brincando em casas de pessoas influentes do lugar. Ali dançavam, bebiam, comiam, faziam suas necessidades e partiam novamente para as ruas, com a próxima casa na ideia. O escritor descreve os principais blocos da época, bem como as duas residências mais procuradas pelos foliões.
A casa do influente coronel Manoel Rodrigues da Rocha, era parada obrigatória, não só das brincadeiras de Carnaval, mas também de outras apresentações ao longo do ano. Outro lugar atrativo era a casa do padre José Bulhões que oferecia pão de ló aos seus inúmeros visitantes.
Apesar dos esforços dos últimos gestores municipais, nunca o Carnaval sequer chegou às animações dos anos 60. Esta semana, um dos pagodeiros famosos do Rio de Janeiro, dizia que o Carnaval do Rio acabou. Naturalmente o fenômeno não é mais o mesmo em grande parte do Brasil e parece que fica resumido às capitais como Salvador e Recife. Em Santana, capital do sertão alagoano, não tem mais jeito. Brincadeiras insípidas ali, folias mornas acolá, e uma fila de blocos subsidiados em direção a Piranhas, cidade ribeirinha do rio São Francisco, a cerca de 70 quilômetros de distância. Penso que a culpa não é dos dirigentes atuais, mas sim da própria época que vai encostando certas tradições em busca de outras. E se você quer uma festa profana para valer, somente recordando OS VELHOS CARNAVAIS.




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