RIBEIRA DO PANEMA - Primeiro livro de Clerisvaldo B. Chagas, publicado em 1977. “Ribeira do Panema” é um romance cuja trama acontece no tempo do coronelismo, mostrando a realidade viva da época. O cenário é o Sertão alagoano onde o autor joga com as faces urbanas e rurais do município de Santana do Ipanema. Esta é a sua obra mais conhecida e tem a apresentação do escritor palmeirense Luís B. Torres. Aliás, em homenagem ao seu apresentador, Chagas inicia a adoção do nome artístico acima, substituindo o sobrenome “Braga”, pela inicial “B”, característica que acompanhará toda a sua produção literária.
GEOGRAFIA GERAL DE SANTANA DO IPANEMA - Livro didático entregue principalmente a estudantes em 1978. Confeccionado com impressão colegial, o livro reúne as primeiras informações geográficas do município. Mesmo assim continua servindo de base da parte física de Santana. É a primeira obra a descrever a bandeira municipal e também a pioneira e única a mitigar a sede paisagística e documental da terra, pelo menos até o ano de 2008.
CARNAVAL DO LOBISOMEM - Conto sertanejo de cenário simples e popular, nascido em 1979. “Carnaval do Lobisomem” conta a história de um mulherengo vendedor de quebra-queixo que tem como esposa uma suposta mulher fiel. A paisagem é descrita quando os personagens perambulam pelos pontos reais marcantes dos conterrâneos do autor. O desenrolar acontece durante os dias de carnaval, porém, a culminância do conto é transferida para a quarta-feira de cinzas no despertar de um sono etílico de Zé Conceição. Apresentação do prof. de História Adelson Isaac de Miranda.
DEFUNTO PERFUMADO - Segundo romance de Clerisvaldo, vindo a lume em 1982. “Defunto Perfumado” conta a história de um devoto que pretende a todo custo construir uma igrejinha no cimo de um serrote nas terras de um coronel latifundiário. Morto em tiroteio e sepultado no serrote, “mestre Bilu” começa a exalar o campo, atraindo as mais diferentes personagens do estado. A trama prossegue em meio a fanáticos, cangaceiros, jagunços, religiosos e policiais. No cenário dos anos 30 das caatingas do Nordeste, o romance vem mesclado de aventuras, violência, sexo, paixão e curiosidade. O livro tem a apresentação do escritor penedense e membro da Academia Alagoana de Letras, Ernani Otacílio Méro.
O COICE DO BODE - Trata-se de um livro maçônico de piadas, elaborado a princípio para circulação naquela Ordem fraternal. A 2ª edição foi lançada para todo o Brasil através da Editora paranaense e maçônica, “A Trolha”. Atualmente “O Coice do Bode” faz parte do Círculo de Livros Maçônicos e encontra-se nas estantes do País inteiro. A apresentação do “O Coice do Bode”, ficou a cargo do, então, Presidente do Senado da República, Humberto Lucena, no decorrer dos anos 80. Sua primeira edição aconteceu em 1983.
FLORO NOVAIS, HERÓI OU BANDIDO? - Obra verídica romanceada, lançada em 1985. Floro Novais, morador do Capim (atual Olivença), inicia uma série de vinganças da morte do pai. A trajetória da saga vingativa estende-se por vinte anos com reflexo na mídia diária em inúmeras manchetes e longos artigos entre 1960-1980. A revista nacional mais famosa da época, “O Cruzeiro”, também registra episódios de Floro quando vivo. O autor, Clerisvaldo B. Chagas, é o único a conseguir consentimento da família de Floro para escrever a sua vida; direitos autorais negados a outros escritores e às emissoras de televisão. O livro acima foi realizado em parceria com o radialista França Filho. Apresentação do escritor Antonio Machado.
A IGREJINHA DAS TOCAIAS - Trabalho elaborado em estrofes de seis versos, “A Igrejinha das Tocaias” é um episódio resgatado da história de Santana do Ipanema. Colhido de forma oral, foi transformado em versos para melhor ser lido, apreciado e entrar na memória santanense. Publicado de forma inédita e até hoje único documento sobre o assunto, “A Igrejinha das Tocaias” saiu em 1992. A história tem início em Águas Belas, Pernambuco, e traz como tema uma vingança de morte que é registrada em sua segunda parte, no Sertão das Alagoas. A primeira parte, em Pernambuco, não foi colhida. O episódio narra Manoel Vicente como vingador do pai. Após várias peripécias desse homem valente que se torna capanga de um dos netos do fundador de Santana, o auge acontece no lugar que passou a ser denominado Tocaias. Ainda hoje existe a igrejinha na periferia de Santana do Ipanema, erguida como conseqüência de mais uma tragédia rotineira do passado sertanejo. O fato aconteceu um pouco antes da libertação dos escravos no Brasil.
SERTÃO BRABO - São dez poemas engraçados do tipo “poesia matuta”. Bastante aceito na região nordestina, esse tipo de “subliteratura”, entretanto, é do gosto popular, notadamente das pessoas simples. “Sertão Brabo” foi lançado em CD tendo o próprio Chagas como declamador dos seus trabalhos. O autor procura mostrar o lado espirituoso do Sertão, pois esse processo declamatório musicado representa mais de 90% de anedotário do riso fácil. Lançamento em torno de 2004.
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