quinta-feira, 24 de abril de 2025

 

O QUE VI

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.232




 

Sim, fiz uma incursão pelas imediações da Rua Delmiro Gouveia, “Rua dos Restaurantes”, que no momento tem novidades no Comércio, mas ainda é pouca. Porém, chegando a trifurcação urbana da via, a modernização recente salta aos olhos. Ali está situada a Pracinha Frei Damião centro das três ruas que para ali convergem e divergem: Rua Delmiro Gouveia, Rua Maria Gaia, Rua Manoel Medeiros. Houve no entorno da pracinha uma completa reforma, surgindo prédios novos ou reformados, que vieram embelezar o local, o subcomércio e a arquitetura em si. Todos, prédios modernos dando nova dimensão ao ponto mais movimentado dia e noite. Mercadão, funerária, floricultura, farmácia, igrejas evangélicas, casa de rações, tornando bem elegante o entorno da trifurcação.

Lamentável é a pracinha, com a imagem de Frei Damião, já completamente surrada, precisando de uma reforma urgente, com uma imagem muito maior, pedestal de respeito e bem conservada. Por outro lado, a pracinha do povo, lotada de motos ocupando espaços de canteiros, bancos e tudo o mais, numa falta de respeito, na tomada do espaço sagrado do usuário. Está faltando uma ordem severa da prefeitura e uma fiscalização rigorosa da SMTT. Estão destruindo a praça do povo, deixando constrangido qualquer observador consciente, progressista e torcedor de melhoras para sua cidade. Tudo evoluiu, mas a praça pede socorro.

Já no outro largo, o Largo do Maracanã, conversor e dispersor de sete ruas, inclusive trecho da BR-316, moderniza-se mais rapidamente na parte de cima, onde se inicia a Rua Santa Sofia. Farmácia, Clínica médica, padarias, lotérica, fruticultura, casas de lanches, “lan house”, artesanato, mercadinhos e vários outros tipos de comércio e serviços. Muitos saíram na frente na elegância de prédios mais vistosos, iluminados e limpos. Entretanto a parte inferior do casario, em sua maioria, ainda continua com prédios antigos e de aspectos humildes. Entretanto, vê-se que é apenas questão de tempo para acompanhar o que estão à frente. O comércio e os serviços do Largo do Maracanã, já estão ligados pela Rua Santa Sofia ao comércio pequeno e intenso por trás da Cohab Nova.

RAÇA FREI DAMIÃO (FOTO B. CHAGAS).

 

 

 

 

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/o-que-vi-clerisvaldo-b.html

quarta-feira, 23 de abril de 2025

 

HEROÍNAS DO RIO

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.231

 



Às pressas, tive que passar ferro em algumas camisas e logo veio o pensamento para dona Antônia Lavadeira e Zefinha Engomadeira, personagens reais da minha adolescência. As lavadeiras levavam as trouxas de roupas para o rio Ipanema e lavavam à beira de cacimbas escavadas na areia. O sofrimento era está ali debaixo do girau de madeira e pano a uma temperatura altíssima, no verão. E mais sofrimento ainda, uma criatura ficar de cócoras o tempo todo, até manhã inteira lavando, lavando, lavando para quem podia pagar pelos serviços. Durante as cheias, não havia cacimbas, quando a água barrenta limpava um pouco – após uns três do início da enchente – as lavadeiras usavam essa mesma água pela margem do Panema.

Já as engomadeiras – as que passavam ferro nas roupas – eram assim denominadas porque vários tipos de tecidos levavam goma. Tinham também o sofrimento continuado da quentura do ferro em brasa e ainda a curvatura do corpo nesse mister, por horas e horas seguidas. Como adolescentes não tínhamos ainda essa conscientização, mas o tempo aponta. Sabemos também que essas atividades como são descritas acima, aconteciam em todas as regiões do nosso País, mas estamos no referindo apenas a labuta das mulheres do Ipanema. Hoje, sumiram as cacimbas e surgiram lavanderias coletivas em alguns bairros. A goma não existe mais para aquela função. O ferro em brasa evoluiu para o ferro elétrico e, atualmente para um aparelho a vapor.

O romance inédito AREIA GROSSA, resgata a labuta dessas mulheres do rio. E vamos caminhando para um tempo em que, já chegou, muitos tecidos não precisam mais de passar, de engomar e de coisa parecida. Estamos aguardando agora, aquele tecido de vestir pessoas que não seja mais preciso lavar. Nesse caso, se está dispensada lavadeira e engomadeira, iremos dispensar também a valente máquina de lavar. Economia, mulher! E assim prossegue a humanidade. Os mais velhos viveram todas essas fases até agora, os mais novos, só sabem do passado mediante pesquisas.

Sertão fala.

Sertão conta.

Sertão contribui com a cultura brasileira.

 

LAVADEIRAS DO SÃO FRANCISCO. (AUTOR NÃO IDENTIFICADO).

 

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/heroinas-do-rio-clerisvaldo-b.html

terça-feira, 22 de abril de 2025

 

O COMPRADOR DE CINZAS

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de abril de 2025

Publicação extra: Poesia

 

 




O COMPRADOR DE CINZAS

                                                   (Autor) 

 

O comprador de cinza é empregado

Do dono usurário dos curtumes

Sai à noite com céu iluminado

Pelo dia vagueia pelos cumes

 

Vão as cinzas nos sacos encardidos

Que seus burros transportam com firmeza

Paga a compra dos preços discutidos

Pela rua do rico ou da pobreza

 

Um idílio na mente viageira

Do seu rancho à trilha é transladado

Para o casco do burro e da poeira

 

E se amor de caminhos não embasa

Como a cinza mais frágil do comprado

Mas no rancho, não cinzas... Só a brasa.

 

 

DO LIVRO

“SANTANA: REINO DO COURO E DA SOLA”

(publicação recente)

 

 

 

 

 

 

 

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/o-comprador-de-cinzas-clerisvaldo-b.html

 

FILMAGEM NA IGREJINHA

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.230




 

Como anunciado, fomos no Sábado de Aleluia para a Igrejinha das Tocaias. Era com a equipe do Projeto Thalya, Erick e Marcelo e lá chegamos sem nenhum empecilho naquela tardezinha quente querendo enquadrar o pôr-do-Sol no futuro trabalho onde a ermida seria totalmente descortinada. Tarde calma, estrada deserta e os últimos raios coruscando por trás das árvores maiores da Fazenda Coqueiro. A vizinha Reserva Tocaia já se mostrava com um verde mais pálido devido as condições do tempo, mas sem abrir mão da beleza do relevo e da vegetação com árvores de porte. Realmente um belíssimo lugar para ser entrevistado. A saudosa estrada de terra oferecia boas condições de rodagem até a porteira da capela. Só nós quatro e a Natureza vespertina.

Várias tomadas da filmagem foram realizadas até que chegou a nossa vez de contar para holofotes e câmeras, a história da Igrejinha das Tocaias, desde o início até a colocação de cruzes de beira de estrada e erguimento da primeira capela e suas reformas até o presente momento. Durante o trabalho dos cineastas, apenas um movimento fora os dos preás que insistiam aqui, acolá em atravessarem o caminho entre pedras e aramados. O de um trator arrastando estrada afora um boi morto, vítima de serpente da própria Reserva. Uma cena lamentável, em que um carcará já tentava abri-lo para os urubus. Interrompidas filmagem e entrevista, passou o trator penetrando mais adiante em outro lugar da Reserva para o descarte final. Voltamos a gravar.

E como o previsto, o Sol foi logo embora e a noite chegou suave e bastante escura. Continuamos o trabalho até, aproximadamente às 19 horas, encerramos essa primeira etapa e fomos entregar as chaves a zeladora, dona Maria José Lírio, na Rua Joel Marques, onde impera a famosa Pracinha do Amor. Com a consciência do dever cumprido em mais um capítulo de conhecimento, esperamos que a divulgação do trabalho que ali estar sendo realizado, seja mais uma alavanca para a Cultura Santanense, abraçada agora por uma juventude sequiosa das coisas da terra. E a Igrejinha das Tocaias, ficou lá, dentro de uma paz que impressiona a alma de qualquer visitante ainda desavisado.

EQUIPE DE FILMAGEM E ESCRITOR – BOI MORTO ARRASTADO (FOTOS: EQUIPE DE FILMAGEM).


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/filmagem-na-igrejinha-clerisvaldo-b.html

domingo, 20 de abril de 2025

 

O VELHO CRUZEIRO

Clerisvaldo B Chagas,.21 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.229 

 



Quando pensávamos que o serrote do Cruzeiro, alto de tradição religiosa, estava completamente abandonado, eis a surpresa. Aconteceu o que sempre ocorria nos primórdios, principalmente em épocas de Semana Santa. Muita gente subindo o serrote, rezando diante do Cruzeiro ali fincado ou dentro da ermida de Santa Terezinha, contemplando a cidade lá de cima, tirando foto e passeando no lajeiro em seu entorno. Além disso, os diálogos das lendas contadas pelos mais velhos que se perpetuaram a respeito do monte. Desde o amanhecer do dia que subia gente para a visita ao antigo Morro da Goiabeira, algumas pessoas com duas coisas que não podem faltar na subida, atualmente já com rudes degraus de cimento em determinado trecho: água para beber e máquina fotográfica.

Entre todos os mirantes de Santana do Ipanema, o serrote do Cruzeiro é o melhor deles para apreciar o frontal do Centro, o mais completo, mesmo sabendo que nenhum mirante mostra a cidade como um todo. É o Sol forte do Sertão que obriga a visita logo cedo e, quando chega as sete horas, já tem gente descendo. Coisa boa deste ano foi porque a região estava completamente verde com destaque para inúmeras árvores de porte. E por falar nisso, no romance AREIA GROSSA, tem um passeio encantador de seis moças ao serrote do Cruzeiro, mais este só deve vir a lume, após a publicação do livro sobre o padre Cícero que será distribuído gratuitamente na Pedra, em Dois Riachos.

Tudo começou quando foi erguido um cruzeiro de madeira no Alto da Goiabeira, para marcar o final do Século XIX e início do Século XX. Logo o lugar teve o nome transferido para Serrote do Cruzeiro. Em 1915, foi construída por trás do cruzeiro uma capelinha como motivo de promessa, dedicada a Santa Terezinha. Ruiu na década de 60, foi substituída por outra semelhante que também ruiu com as intempéries, sendo erguida a terceira capela nos anos 90, com estilo de castelo romano. Mirantes para turistas não faltam em Santana: Alto da Fé, Serrote do Cristo, Serrote do Cruzeiro, Serra Aguda, Alto da Lagoa do Junco, Alto do Hospital e tudo o mais.

Louvemos à Natureza.

SERROTE DO CRUZEIRO


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/o-velho-cruzeiro-clerisvaldo-b-chagas.html

quinta-feira, 17 de abril de 2025

 

RIBEIRA DO PANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.228



 

Governava Santana do Ipanema, o bacharel Henaldo Bulhões. Era o ano de 1971, quando lancei o meu primeiro livro, o romance Ribeira do Panema, cujo prefácio confiei ao escritor palmeirense Luiz B. Torres. Estava eu com 31 anos, quando tive essa imensa alegria. A capa ficou ao cargo do radialista e desenhista, o saudoso Adeilson Dantas. As dificuldades em termos de gráfica eram muitas e, o livro ficou sob a responsabilidade da Tipografia Nordeste, comandada pelo profissional tipógrafo, Cajueiro. Foi um impacto muito grande em Santana do Ipanema e em todo o Sertão do Estado. Houve lançamento em Santana e em Pão de Açúcar, com a apresentação do escritor Aldemar Mendonça da Terra de Jaciobá. E como costumo ser grato a quem me ajuda e valoriza, meu nome que é Clerisvaldo Braga das Chagas, recebeu mudança ficando o nome artístico, Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao consagrado escritor que primeiro reconheceu o meu trabalho, com o “ B.”.

Nunca deixei de usar o B. Chagas, em todos os trabalhos literários, bem como a mesma foto na capa de trás, porque mudanças constantes de fotografias, não fixam 100% na cabeça dos seguidores literários. Assim, mesmo com 78 anos de idade, a fotografia da capa de trás é sempre a da marca registrada. Falo isso pelas esmiunçadas pesquisas de autores de Projetos em entrevistas e vídeos a meu respeito que chegam a quatro, no momento. Ribeira do Panema foi esgotado logo cedo e acho que não existe para comprar nem sequer nos sebos, pois quem o possui até agora não quer se desfazer da obra. Recentemente, um vereador santanense, falou em público que irá republicar o nosso segundo romance, Defunto Perfumado, também esgotado há muito e com sucesso em todo o Nordeste e Brasil, servindo até para TCC.

E por falar nisso, continuamos com os nossos romances lançados recentemente, em evidência e sempre servindo a Cultura. Foram impressos poucos exemplares, porém o leitor poderá solicitar qualquer deles ou o Kit, em casa se estiver em Santana que eu o enviarei. E pela Internet, através dos Correios com frete do cliente. Simples assim. Envio o recibo dos Correios e a chave PIX. O leitor desenrola o restante, enviando a contribuição. Muitos melhores do que as melhores novelas. Uma companhia nota dez e que você repassará para toda a família. Escolha ou leve todos: DEUSES DE MMANDACARU (o mais complexo), FAZENDA LAJEADO (Dramas raízes), PAPO-AMARELO (aventura itinerante, diálogos profundos, humanismo), OURO DAS ABELHAS (misticismo, amor, sentimento).

Feliz Sexta Sagrada!!!


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/ribeira-do-panema-clerisvaldo-b.html

quarta-feira, 16 de abril de 2025

 

NAS AREIAS BRANCAS

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.227



 

Foi um espetáculo o encerramento do projeto do cineasta Samuel Fernando no povoado Areias Brancas, ontem à noite. Como disse que iria fui prestigiar o evento junto a seus familiares. Era o final do Projeto Serras, a escola município/estado, completamente lotada e uma expectativa grande no espaço físico, na agitação da galera e na cabeça de cada um dos participantes que viraram cineastas mirins. Haveria uma apresentação na “telona”, o resultado do trabalho do Samuel e alunos selecionados no projeto que eram quinze. O trabalho que seria apresentado estava dividido em quatro histórias distintas da região de Areias. Divididos em quatro equipes, cada uma das equipes, produziu uma história: futebol, religiosidade, lenda local e fundação do povoado.

Aplausos, certificados, entrevistas, lanches, euforia, marcaram a noite do dia 15, ficando o marco cultural cravado no peito de cada um. O projeto novo apontado por nós, seria implantar um monumento no lugar onde Areias começou que foi na palhoça de Joaquim e Rosa onde havia uma festa religiosa anual. Um monumento em forma de obelisco ou não, conforme o imaginário do arquiteto, com placa de bronze: Aqui começo o povoado areias brancas, 1941. É muito prazeroso vermos a evolução de um lugar, seja nas grandes ou nas pequenas coisas, porém, muito mais prazeroso quando acontece no campo cultural. Os toques de conhecimentos e sugestões que demos no Projeto do Samuel, talvez tenham sido de grande valia para essa juventude vibrante que tenta mudar o futuro para melhor.

Retornei de Areias Brancas com a consciência do dever cumprido, porém, hoje logo cedo, já estava entrevistando o senhor Ailton Quelé, morador do sítio rural Olho d’Água do Amaro, visando o nosso projeto O FANTÁSTICO SANTANENSE MUNDO RURAL. Em seguida, invertemos os papéis e passei a ser entrevistado por Thalya Chagas para o seu Projeto sobre a IGREJINHA DAS TOCAIAS. Ainda dentro da agenda da semana temos um encontro com a equipe de Thalya na Igrejinha das Tocaias no próximo sábado à tardinha para filmagens com direito a pôr de sol.

Meu muito obrigado ao companheiro Remi Bastos ao me intitular “PRINCIPE DAS CRÔNICAS. Agradecimento ao pai e Rei galileu.

MOMENTO EM AREIAS BRANCAS COM A COORDENADORA DA ESCOLA.


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/nas-areias-brancas-clerisvaldo-b.html

segunda-feira, 14 de abril de 2025

 

DE MUNDO EM MUNDO

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.226

 



 

O cineasta Samuel Fernando, nos chama novamente para uma jornada até o povoado Areias Brancas. Desta feita, pelo resultado dos seus trabalhos com os alunos selecionados em seu Projeto. Como ficou o resultado dos esforços de ambos os lados? Ora gente! A juventude estudiosa de um povoado sertanejo e santanense de Alagoas, aprendendo os manejos do cinema é coisa que até há pouco era impensável. Jovens cineastas dando os primeiros passos no interior que poderão se tornar pessoas famosas pelo aprendizado primordial da arte e suas periferias. Poderei aproveitar o convite para colher mais dados para o nosso projeto já 80 % feito e aguardando o restante do FANTÁTICO SANTANENSE MUNDO RURAL. Quando digo nosso projeto, será meu e de Samuel, em livro e em vídeos.

Por outro lado, logo, logo, estaremos concedendo entrevista e agendando filmagem na Igrejinha das Tocaias, para sua história no cinema. Mas também, com uma quarta de agenda lotada, por outro lado, vamos entrevistar informante sobre a região rural de   Olho d’Água do Amaro que fará parte do nosso trabalho acima. Para isso dividi o município de Santana do Ipanema em onze grandes regiões rurais, as quais visitaremos todas elas e colheremos o melhor em livro e vídeo para exibir ao mundo. Mas também vamos dar outra dimensão a um dos romances publicados, que poderá se transformar em seriado: romance do tempo do cangaço. E eu que saí do mundo do teatro, entrei no mundo dos livros, agora parece que estou entrando para o mundo do cinema.

De qualquer maneira, sinto saudade da Igrejinha das Tocaias que, após a nossa história, voltou a evidência e já se tornou ponto de visitas de inúmeras escolas de Santana e que em breve se consolidará, como um ponto turístico religioso e histórico/cultural. Já recebeu alguns benefícios após a foto da crônica e deverá receber naquela ermida outras mais, além de ser vizinha à Reserva Tocaia, visitada na mesma proporção pelas escolas. Promessas continuam sendo pagas a todos os santos no pequeno templo sob a égide de São Manoel da Paciência. Seus oitocentos metros a partir da última casa da zona urbana até lá, ainda permanece de terra e, muitas, vezes o a invasão do mato, buracos e lama, dificultam à chegada até a sua porta., porém, a fé caminha por todos os tipos de terrenos.

IGREJINHA DAS TOCAIS ANTES DA ÚLTIMA REFORMA. (FOTO DE ÂNGELO RODRIGUES).  

 

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/de-mundo-em-mundo-clerisvaldo-b.html

domingo, 13 de abril de 2025

 

SUCESSO

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.222



 

Pela primeira vez na vida literária, ouvi as impressões em dabate numa análise de uma das minhas obras. Estreamos O SERTÃO CLUBE DE LEITURA no sábado passado tendo como cenário uma das salas da Casa da Cultura. Estávamos em um grupo formados pelo Jornalista Lucas Malta, o romancista Clerisvaldo, o escritor Marcello Fausto, o professor/vereador Robson França e um seu aluno da Zona Rural.  A agradabilíssima reunião literária, teve início às 15 e se prolongou até as 18 horas, com o gosto especial de quero mais, semelhante ao bolo de macaxeira com café preto. O primeiro livro escolhido para o debate foi o romance PAPO-AMARELO, Ciclo do Cangaço, cujo título se refere ao tipo de rifle usado na época.

Definidos alguns critérios, os entusiastas companheiros iam se alternando em leitura de capítulos, analisando o texto, dando suas opiniões críticas e ouvindo os argumentos do Autor que respondia a todas as questões argumentadas e postas à mesa.  Muitas coisas profundas do romance foram debatidas, inclusive os bastidores pessoais dos escritos, que sem essa atividade, não poderiam ser captados. Muitas perguntas, muitas respostas, muitas gargalhadas. Quão divertido é um Clube de Leitura! E como havia previsto, todos interessados e fãs das coisas do Sertão, chegaram juntos com maior facilidade a compreensão dos termos usados, da paisagem, dos usos e costumes. Muito embora Sertão encanta no Sertão, no Agreste, no Litoral, no Nordeste, no Brasil inteiro e no mundo.

Esperamos que os que faltaram por motivos justos, estejam presentes no próximo encontro e se incorporem definitivamente ao grupo de pessoas pensantes. E se conhecimento não é tudo, mas é quase tudo, o nível é outro que você só não alcança se não quiser. Da minha parte, agradeço a todos pelo altíssimo privilégio em conversar por três horas seguidas com meus leitores de livro na mão. Dos quatro romances publicados de uma só vez (feito inédito no Brasil), PAPO-AMARELO não é o melhor nem o pior, pois todos os quatro estão no mesmo nível, no mesmo padrão, o que muda é apenas a história, única, total e independente que vai lhe encantar do início ao fim. Agradecimento pelo espaço ao Departamento de Cultura, na pessoa da professora Gilcélia Gomes e à prefeitura na pessoa do prefeito Eduardo Bulhões.

Venha, junte-se a nós!

O AUTOR HOUVE E COMMENTA.

 

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/sucesso-clerisvaldo-b.html

quinta-feira, 10 de abril de 2025

 

 

AS LAGOAS

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.224

 



Estamos trabalhando no Projeto O FANTÁSTICO MUNDO SANTANENSE RURAL, em livro e em filmagem. Uma parceria com o cineasta Samuel Fernando e que poderá resultar em ganhos culturais extraordinários para Santana do Ipanema, Alagoas e Brasil. Um feito inédito em nosso país, em termos de municípios. Devido a isso os espaços para crônicas diárias estão sendo reduzidos. Mas, baseado nos deveres de casa, resolvemos dar uma palhinha falando sobre as lagoas do nosso território sertanejo. As lagoas sertanejas, porém, sempre funcionaram como pontos fundamentais de referências no semiárido. Suas denominações vêm dos primórdios e hoje, extintas ou não extintas, continuam sendo pontos de referências com nome de sítios rurais (menores porções político/territorial).

Assim temos em nosso município os seguintes sítios com nomes de lagoas: Lagoa Bonita, Do Pedro, De Dentro, Do Garrote, Do João Gomes, Dos Morais, Da Pedra, Redonda, Torta e Da Volta. A Lagoa Bonita, por exemplo, é Ponto Extremo Oeste de Santana; a Lagoa da Pedra abrigou os primórdios da família CHAGAS. Mas falta a Lagoa do Mijo, citada no documento mais antigo que se conhece sobre Santana do Ipanema. As lagoas, acumulam águas pluviais, muitas se tornam minações permanentes, permitem o plantio do arroz, o pasto verde para os rebanhos, abastecimentos domésticos de água, bebedouro para o gado e cooperação para melhor temperatura nos arredores, além matar a sede de animais selvagens. Não é à toa que “o capim da lagoa o veado comeu”.

Ao se comprar uma propriedade rural no semiárido, existe sempre uma satisfação a mais, quando pelas sua terras passa um riacho ou tem uma várzea, uma lagoa. Todos almejam um lugar ou um trecho de umidade que funciona como refrigério para os animais do criatório. Interessante na zona rural: O sítio Lagoa do João Gomes, em Santana, é assim conhecido e famoso, mas na verdade, são três lagoas perto uma das outras, mas continua sendo chamada pelos seus habitantes, no singular. Já contemplamos numa certa lagoa, algumas cacimbas de minação, ao lado de terreno mais duro dentro da própria lagoa utilizado em corridas de cavalos.

ZABUMBA NAS RUAS DE SANTANA (FOTO: JEANE CHAGAS)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/as-lagoas-clerisvaldo-b.html

segunda-feira, 7 de abril de 2025

 

RUA DA PRAIA

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.223



 

Mais ou menos na década de 60, havia um enorme areal à margem esquerda do rio, em Santana do Ipanema, mais ou menos do tamanho de um estádio. Ficava exatamente entre o leito propriamente dito e um caminho ladeado com aveloz que ia do prédio da Perfuratriz – final da Rua São Paulo – ao beco de Seu Ermírio à jusante. O terreno repleto de areia grossa, trazida outrora pelas enchentes do rio, pertencia ao considerado “Torcedor Número Um” do time Ipanema, Otávio Marchante. Como há décadas o rio não botava cheia que invadisse o areal da margem, um cidadão chamado Seu Euclides, comprou o terreno a Otávio Marchante saiu construindo casitas pelo caminho citado ao longo do terreno. A fileira de casitas de um lado e do outro para alugar à pobreza, recebeu o nome do próprio dono de RUA DA PRAIA.

Com o tempo ali foi fundada uma associação de moradores, erguida uma igreja e, no lugar da Perfuratriz demolida, uma sede da associação com primeiro andar. No final da Rua da Praia, o filho do Senhor Euclides, Luiz, construiu um pequeno estádio dotando-o do que era possível para o lazer da comunidade. E assim, cerca de sete décadas depois, o rio Ipanema, abusado com tantas construções em seu Leito e no seu afluente, riacho Camoxinga, resolveu tomar o que era seu e saiu fazendo arrasos pelas suas margens urbanas, pintando o sete, mas sem matar ninguém. Agora as ruínas das casas da cheia estão sendo demolidas. Isso evita acidente com desmoronamento, cobras, ratos, baratas, escorpiões e outras mazelas.

E o que nós vimos, através da Internet, é de cortar coração. Uma comunidade inteira teve que se mudar para casas novas em região mais alta. Desde início eu já sabia que o terreno arenoso era do rio. Assim também houve vários desse erro em diversas partes da cidade. A propósito, essa região da margem do Ipanema, faz parte do quase epicentro do meu novo romance AREIA GROSSA, dramas sociais dos anos 60-70, drama social do século XXI. Por esses dias estarei convidando alguns escritores e autoridade para conhecermos o cenário completo inspirador de AREIA GROSSA.

 

 

 

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/rua-da-praia-clerisvaldo-b.html

domingo, 6 de abril de 2025

 

ESTADUAL

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.222

 




Poderíamos ter dito no início: “O Colégio Estadual Deraldo Campos, estar localizado além do Aterro. E para quem não sabe, ainda hoje o trecho da antiga rodagem Maceió – Delmiro Gouveia, que passava pela periferia de Santana, foi aterrado, passando a ser sua via-expressa. Do centro para o Colégio era preciso um rodeio grande. Sem rodeio, somente a pé enfrentando uma pinguela sobre o riacho Camoxinga, vizinho ao Estadual. Os tempos mudaram, a região além do Aterro, encheu-se de ruas e mais ruas e, após uma laje colocada no riacho substituindo a pinguela de coqueiro, na gestão Genival Tenório, eis que o saudoso prefeito Isnaldo Bulhões, construiu uma ponte de verdade. Com o complemento do viaduto no Aterro, construído pelo gestor Paulo Ferreira, o Comércio foi ligado dignamente ao Colégio Estadual já com o nome de Prof. Mileno Ferreira da Silva.

O Colégio Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva e o seu entorno, estão situados sobre a foz entulhada do riacho Camoxinga que depois do entulhamento, procurou um desvio para chegar ao seu coletor, o rio Ipanema. A rua do Estadual e a rua, imediatamente por trás do Estadual, limitam o aterramento da antiga foz do riacho Camoxinga. (Tese geográfica, nossa). Os primeiros conhecimentos que tivemos da região foi como antiga estrada para a serra do Poço por ande trafegavam com animais de cargas, os primeiros habitantes da serra. Havia no centro do entulhamento que formou uma pequena planície de aluvião, a casa de fazenda do senhor Frederico Rocha que foi interventor municipal em Santana no ano de 1930 e que construiu a segunda praça de Santana, defronte a Matriz de Senhora Santa Ana e que levou o título de Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha.

Na frente da casa branca de fazenda do senhor Frederico, chamava atenção um belíssimo “pé de príncipe” e que enfeitava a entrada da casa. O Exército comprou a fazenda, demoliu tudo e construiu o quartel que logo ficou ocioso e foi ocupado pela escola do estado. Nos bastidores se dizia que o lugar da construção, estava estrategicamente errado. Mas graças a Deus no lugar errado, o Colégio Estadual foi a primeira escola pública de Santana a funcionar com os falados primeiro e segundo graus. (Quinta série em diante).

PONTE DO ETADUAL GESTÃO ISNALDO BULHÕES. LIVRO 230. ANTES, LAJE À GUISA DE PONTE, GESTÃO GENIVAL TENÓRIO. LIVRO 230. ALUNOS VÃO VISITAR O ABRIGO SÃO VICENTE. GESTÃO ESTADUAL B. CHAGAS.

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/estadual-clerisvaldo-b.html

quinta-feira, 3 de abril de 2025

 

SERTÃO CLUBE DE LEITURA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.221

 



 

Finalmente as coisas caminharam e já estamos avistando o Monte Santo. Quero dizer, estamos bem perto do sábado dia 12, quando faremos a estreia do SERTÃO GRUPO DE LEITURA, iniciando com espontâneos dez nomes da nossa sociedade, comandados pelo jovem jornalista Lucas Malta. É uma tentativa de um aprendizado literário compartilhado que poderá alcançar excelentes proporções. Até o momento registramos no SERTÃO CLUBE DA LEITURA, dez pessoas que estarão descerrando a cortina do grande lazer do mundo, a leitura impressa. Temos 1 jornalista, 3 escritores/professores, 2 professoras, 1 professor vereador, 1 empresário, 1 acadêmico e 1 dona de casa.

Ainda não decidimos onde acontecerão as nossas reuniões. As que mais atraem são as possibilidades de acontecer na Câmara de Vereadores ou na Casa da Cultura. A frequência, ainda não está cem por cento definida, mas toma corpo duas reuniões mensais, dois sábados, um na primeira quinzena outro na segunda. A princípio queremos ampliar o grupo, mas com pessoas que tenham condições de frequência, mesmo residindo em outra cidade.  Estamos com cabeças cheias de ideias, para a ABERTURA do dia 12 e também para a continuação dos nossos trabalhos. Não posso adiantar muito porque ainda iremos discutir alguns vieses em benefício da solidez do grupo inicial, seus Fundadores. Estamos aguardando a voz de comando do jornalista Lucas Malta.

Isso tudo nos transporta aos idos dos anos 60 quando vivíamos o auge da Biblioteca Pública Municipal. Aqueles jovens leitores adolescentes em torno da mesa enorme da belíssima sala de primeiro andar, no Comércio. Mas, cada um na sua própria leitura; não se podia fazer trabalho coletivo ali dentro e nem se pensava nisso. Bastava a concentração individual sob o “psiu” educado de Nilza Marques. A propósito, o edifício que naquela época pertencia ao comerciante Benedito V. Nepomuceno, fora construído pelo Coronel Manoel Rodrigues da Rocha, e sua primeira grande morada em Santana do Ipanema.  Todo acessório relativo ao prédio era de cunho francês, frutos das aquisições do coronel e da moda que imperava no Brasil e em Santana, particularmente.
AUTOR EM VISITA DE CORTESIA À CASA DA CULTURA.


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/sertao-clube-de-leitura-clerisvaldo-b.html

quarta-feira, 2 de abril de 2025

 

BACURAU

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.220



 

Em certas ocasiões do passado, havia aulas em Santana do Ipanema, “à moda Socrateana”, segundo o escritor Major Darci. Durante a Revolução de 32, simpáticos à causa revolucionária, construíram um prédio de um vão só, rodeado de janelas brutas, na Rua e Bairro São Pedro, para funcionar depois como escola.  O prédio ficava à direita da Igrejinha do Bairro. A princípio, aquela escola funcionaria à noite, para adultos que trabalhavam pelo dia. A dita escola recebeu o nome de guerra de um governador alagoano, Batista Acióly, mas, o povo na sua criatividade, passou a denominar a escola de “Bacurau”, porque justamente funcionava no Curso Noturno. Daí em diante, o nome oficial do estabelecimento, só na parede ou em documentações.

Teve um período na década de 60 que o BACURAU ocioso, sob administração particular de Agilson Queiroz, funcionário do DNER, passou a preparar uma turma de adultos para a concorrência de Admissão ao Ginásio. Um pouco pernóstico, mas fazia bem a função de professor. Acho que tantos e tantos anos de BACURAU em Santana, as sucessivas gestões do município nunca souberam exatamente o que fazer com ele. A verdade é que chegou até aqui. Foi um edifício herói, pois, por menos de que isso, está nos últimos estertores um dos prédios-reis de Santana do Ipanema, o antigo Fomento Agrícola, bem pertinho do BACURAU. E como não podia fazer outra coisa, resgatei a ambos, como história e ilustrações no meu romance inédito AREA GROSSA. Lançamento previsto para o segundo semestre.

O prédio foi escola, ficou ocioso, foi escola de novo com nome da professora Adercina Limeira e, finalmente virou biblioteca de bairro, com 3 ou quatro livros de justificativa. Ainda hoje O BACURAU está de Pé. Uma grande página da Educação que foi construída na cidade. Entre carinhoso e pejorativo, o nome da ave noturna e feia, prosseguiu atravessando o breu das trevas, ora a própria luz, ora a própria treva.

Ah! Lembrei agora quando fui convidado para ministrar uma palestra na Escola Líder, fui para o BACURAU onde aconteceu. Historiei para os pequenos o Bairro São Pedro completo. E eu mesmo nem sabia que o bairro do Porteiro do Céu tinha tanta história!

Oxente! Respeite o BACURAU, seu coisa! (Luiz Gonzaga).

PRÉDIO DO BACURAU EM 2013.


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/bacurau-clerisvaldo-b.html

terça-feira, 1 de abril de 2025

 

COLORINDO A VIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 2  de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.219

 



Bem me enviou fotografias antigas de Santana do Ipanema, coloridas artificiamente, o santanense Marcelo Brito. É mais um marco das novas tecnologias, dentro já de uma história riquíssima desde o início da invenção da fotografia e suas trajetórias até o presente momento da inteligência artificial. Duas coisas posso muito bem ressaltar, relativas à minha terra. Temos fotografias de Santana do Ipanema desde o final do Século XIX e vamos caminhando naquelas relíquias mais raras e chegando mais para a frente. Essas fotografias denominadas antigas, elas têm como o grosso os anos quarenta até, aproximadamente, os anos setenta. São fotografias que vêm dos antigos lambe-lambes, principalmente, de grupo não grande, mas que havia em nossa cidade.

São dois tipos de olhares somente relativo a arte. O preto e branco tradicional da época, geralmente sujo, ruído, com ferrugens e terra ao mesmo tempo e desbotado. Mas, é uma prova documental incontestável da existência do alvo fotografado. É um frenesi, um glamour, uma realização – Um orgulho. Quando a fotografia recebe o colorido perfeito, a evidência é o desenvolvido talento de quem assim, viu, pensou, tentou e fez. Não está fora de contexto, como foi dito, apenas duas maneiras de olhar, principalmente dos que nunca viram e os que só viram depois. Por outro lado, os profissionais que conseguem colorir fotos antigas a contento não deixam de ser artistas restauradores de imagens impressas. Sim, é uma dessas profissões do futuro que já chegaram.

Os fotógrafos mais antigos que conheci em Santana do Ipanema, foi o chamado Seu Zezinho que morou na Rua Coronel Lucena e Rua Nova e Seu Antônio, que morou na calçada alta da Ponte e na Rua Coronel Lucena. Provável é que ambos tenham sido lambe-lambes, pois o início era sempre assim, depois as máquinas foram evoluindo e já não se metia a cabeça debaixo daquele pano preto que havia. Perdemos muitos aspectos físicos de “santanenses” ilustres porque antes não havia fotografia e, em nossa região sertaneja, jamais tivemos notícias de que determinada pessoa pintava modelos humanos em telas a óleo.

Portanto, parabéns ao conterrâneo da beira do rio Ipanema, como eu, Marcelo Brito, engenheiro e interessado das coisas da terra.

CENTRO DE SANTANA, ANOS 40, COLORIDO ARTIFICIALMENTE POR MARCELO BRITO (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO).

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/colorindo-vida-clerisvaldo-b.html