FAZ QUE EU TE AJUDAREI Clerisvaldo B. Chagas, 26 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3337   Quem é ...

 

FAZ QUE EU TE AJUDAREI

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3337



 

Quem é da minha idade que já ouviu falar em Seu Fulgêncio? (Nunca ouvi nome igual). Entre oito e dez anos de idade, pude desfrutar da leitura, no Grupo Escolar Padre Francisco Correia, que falava em Seu Fulgêncio. Nem lembro do autor do livro de leitura, mas havia uma página descrevendo o caboclo da Ilha de Marajó que toma conta do gado.  Ele era representado por Seu Fulgêncio de corda de laçar na mão, montado a cavalo e chapéu enorme de abas arredondadas. Nunca me saiu da cabeça. Mas, também havia uma página que narrava uma cena de ação e diálogo entre um carreiro e um papagaio. Essa nunca saiu da mente até hoje e de vez em quando me serve de lição. A ilustração era um carreiro e um carro de boi, porém, o papagaio estava oculto, como falava a história.

O carro de boi havia entrado em um atoleiro. O carreiro fazia de tudo para desatolar o carro. Não estava conseguindo. Então, uma voz, dentro do mato, começou a instruir o condutor: “cave ali, cave acolá, puxe para lá, puxe para cá”, etc. Até que o carro saiu do atoleiro. O carreiro agradeceu à voz. E o resumo de tudo foi a lição: “Faz que eu te ajudarei”. Diferente do farmacêutico da minha terra que dizia para algumas pessoas: “Ande direito e conte comigo”. “Ora Seu Moreninho, se eu andar direito não precisarei do senhor”, Veja como mudam as filosofias. E voltando a leitura do primeiro parágrafo, não é só ficar pedindo a Deus e aos santos... Faça a sua parte antes de fazer suas orações, pois é aí que que chega outro ditado: “Nada cai do céu”. Interprete corretamente.

Existem vários tipos de moradores de Deus. O homem tranquilo, sereno e sempre agradecido ao Senhor. Existe o descontrolado, inquieto, inseguro e ausente da realidade: está sempre culpandos os outros pela suas frustrações. Existe o “reclamão” que está sempre a ofender os céus sobre sua má sorte. E finalmente existe o ateu que, bem esparramado no seu livre arbítrio, vai ter que “suar” muito para rever conceitos ao retornar de onde veio. O primeiro tipo aceita com naturalidade a voz do papagaio no mato. Sua conduta na Terra é um refrigério de felicidades em que o Soberano presenteia aos que com ele têm o privilégio da convivência. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, faria um bem impagável  ao que se vê nu diante do espelho.



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