GOLEIRO NATO Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.327 Homenagem a Torquato...

 

GOLEIRO NATO

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.327

Homenagem a Torquato Reis

 



 

Alcancei o auge do Ipanema Atlético Clube. O primeiro goleiro do time da minha lembrança, foi Josa Pinto. Depois ou antes foi Zuza do Senhor Zé V8, o mais famoso e o melhor de todos, quiçá de Alagoas, o Tina. Mas, para substituir o Tina, com a torcida já viciada com aquela barreira, veio o jovem Torquato Reis. E como todos os jogadores trabalhavam em alguma cosa, Torquato era funcionário do DER – Departamento Estadual de Rodagem. Goleiro tranquilo dentro e fora do campo, franzino e modesto. Logo, logo fez a torcida esquecer o Tina. Um grande goleiro. Há mais ou menos uns dez anos, pela primeira vez na vida, falei com Torquato, em sua própria casa, na Travessa Santa Sofia, Bairro Lajeiro Grande, em Santana do Ipanema.

Fui colher seus depoimentos sobre graças alcançadas através do padre Cícero. Muitos anos se passaram e no lançamento do livro, Torquato não compareceu. Soube da sua passagem e fiquei triste, pois eu era um dos seus fãs como goleiraço do Ipanema. Bem que em nossa entrevista senti certo desânimo na saúde do homem, porém, nada indaguei sobre o tema respeitando sua individualidade. Torquato era encarregado de levar água em trator para diversas regiões, nos tempos de estiagens. O trator não oferecia condições ao funcionário e por duas vezes seu condutor teve de recorrer ao padre do Juazeiro diante de aflições com a máquina. Seus milagres estão registrados com os nomes de Trator Bandido e Trator Bandido II, páginas 25 e 26. Na época eu não pensava em tirar foto de depoentes.

Bem, agora só me resta entregar à família do grande goleiro esquecido, o livro que pelo que sei, é a única homenagem ao jogador que eu conheço. Mas, o que dizer aos seus familiares na hora da entrega? Mesmo assim, tenho a subida honra em seguir para o alto bairro do estádio Arnon de Melo, Lajeiro Grande para cumprir o meu dever assumido há anos. Lajeiro Grande é o mesmo bairro onde também fui buscar com o ex-jogador mais querido do Ipanema, atacante, Joãozinho de Zé V8, a foto do elenco do Ipanema que saiu nas páginas do livro O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA. Também já o encontrei  meio desanimado com o peso da vida. Espero em Deus que Joãozinho, assim como Torquato Reis, esteja no céu nos clube dos heróis.

     SAUDADE...



Nenhum comentário: