FREI DAMIÃO É FORTE
Clerisvaldo B. chagas, 15 de fevereiro de
2023
Escritor Símbolo do Sertão
Alagoano
Crônica:
2.839
Não sabemos bem o que aconteceu na Praça
Frei Damião, em Santana do Ipanema. Apesar de modesta e de bairro, havia sido abraçada
pela juventude e se tornado o novo “point” da cidade. Às sextas, a bebedeira
era grande, a enxurrada de motos e “cocotas” a beber, namorar e comer
churrasquinho. Isso até incomodava a Central de Velórios defronte, do outro
lado da rua. Mas, como se vê em situações assim, existem muitas polêmicas,
discussões e ojeriza à boca miúda. A praça Frei Damião está localizada em um
largo onde quatro ruas convergem e divergem da praça. Ultimamente, á noite, num
“tour” pela cidade, paramos e fotografamos a sua quietude que surpreendeu. Parecia até nunca ter havido nada
ali, devido à normalidade noturna, inclusive com o movimento em mercadinho
famoso recostado ao logradouro.
Enquanto isso, o Largo Maracanã
continua com um tráfego intenso, principalmente à boquinha da noite. Centro
principal do Bairro Camoxinga, além de seis ruas que ali despejam, ainda é
cortado pela BR-316. O comércio e a prestação de serviços, mesmo sendo
modestos, tem uma intensidade incrível. O movimento pedestre gira em torno de restaurante
popular, farmácia, padaria, casas de lanches, artesanato, bancas de feira, serviços
de Internet, ponto de transportes, clínica médica, salão de sinuca, bares e
lava-jato. E quando o centro comercial de Santana, fecha, tudo ali vira
deserto. Quem não acha o que procura até à meia noite, em outras regiões, vai
encontrar vidas em atividade no iluminado Largo do Maracanã.
Quanto
ao Carnaval que se aproxima, já acabou na cidade desde o final do século
passado. Já naquela época os foliões se viraram para outras frentes e foram em
direção à Piranhas e Pão de Açúcar, deixando o Carnaval santanense às moscas.
Atualmente, as duas cidades do São Francisco também perderam o interesse na
cabeça dos brincantes da “Rainha do Sertão”. Claro que ainda existe um ou dois
carros de som fazendo zoada em alguns lugares da cidade e talvez meia dúzia de
beberrões aqui ou acolá querendo ressuscitar Lázaro, mas o Carnaval santanense
morreu e as diversas tentativas de oxigenar o morto nunca deram certo.
E se
no Recife tem o galo da madrugada, em Maceió o pinto da madrugada, em Penedo o
ovo da madrugada... Em Santana do Ipanema tem a galinha morta da madrugada.
Ê...
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