quinta-feira, 30 de junho de 2016

OS POLÍTICOS PODELA

OS POLÍTICOS PODELA
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2016
Crônica 1.541

FEIRA DE ARAPIRACA (Divulgação).

O coletivo até que estava em silêncio, rodava que era uma beleza! Um senhor grisalho e barbudo colocou a sua bolsa na rede de bagagem. A propaganda sobre a Capital do Agreste estava estampada na bolsa. Nesse momento um rapaz troncudo e feio indagou ao dono da bagagem se ele era de Arapiraca. A resposta  do cidadão foi que não residia ali, apenas dava feira na cidade. O rapaz, então, insistiu perguntando se a feira era boa mesmo. O homem assegurou que era excelente: “tudo que se bota naquela feira para vender o povo compra”. O rapaz não se conformou e disse: “Tudo mesmo?”. “Tudo, tudo, meu rapaz, até merda seca se o senhor quiser vender vende”. O rapaz voltou a indagar: “mas o senhor já vendeu?” Foi nesse momento que o homem contou a história.
“Eu estava quebrado, moço. Um dia peguei um bocado de fezes, pilei tudo, botei num saco plástico e levei para a feira de Arapiraca. Anunciei no grito que aquele pó milagroso curava um bocado de doença. Como todo mundo hoje em dia é doente de algumas coisa fui narrando o que a mezinha curava. Até como chama dinheiro eu anunciei!”
O povo escutava em silêncio a palestra do cidadão. “Comecei a vender um pacotinho atrás do outro. De repente uma senhora indagou se aquilo... E cochichou no meu ouvido. Eu disse que para o que ela queria era o melhor remédio do mundo. Podia fazer chá para o marido três vezes ao dia. Ela se animou, meteu a mão no saco, pegou um bocado bom, cheirou e disse: ‘tem fedor de m...’. É só o fedor, dona, remédio cheiroso não cura doente. Isso aí é Podela, ensinado pela minha avó. O resultado é que vendi tudo, mas só não podia voltar para a feira, não é isso?”
Naquele momento levantou-se um sujeito do fundo do coletivo e, com uma peixeira que parecia uma espada, anunciou: “Então foi você, não foi seu peste, o cabra que me vendeu m... na feira dizendo que era bom para os rins!? Vai morrer sangrado, seu fio de uma égua!”.
O vendedor conseguiu escapar numa rapidez tão grande que ninguém sabia existir tanta velocidade num ser humano.
Quase ninguém mais relaxou na viagem.
O motorista ligou o rádio e saíram às notícias podres de Brasília. Aí uma velhinha levantou-se para descer do veículo e disse: “Todos esses políticos de Brasília e do Brasil são feitos de PODELA”.

O cabra da faca ainda estava fungando,

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domingo, 26 de junho de 2016

CAMPANHA EM TERRA ALHEIA

CAMPANHA EM TERRA ALHEIA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2016
Crônica N0 1.540

COMÉRCIO DE MACEIÓ.  Foto: (Clerisvaldo).
Não é ser estrangeiro. É morar em outra cidade no mesmo estado do país ou em outra unidade da federação.
Qualquer habitante, analfabeto ou letrado, possuindo verdadeiro amor a terra em que nasceu, desenvolve grande sensibilidade para o seu progresso ou para a anemia do marasmo. No último caso, o filho consciente sofre décadas a fio vendo o fracasso municipal agigantando-se. As lutas individuais ou coletivas pelo torrão abençoado, muitas vezes são perdidas completamente em mãos erradas e gananciosas que marcam sucessivas gestões públicas. Cansado de luta, aquele homem de ouro vai perdendo o entusiasmo e até mesmo o amor ao território do seu berço. E lá fora, em fatia alheia, chega mesmo a se referir ao seu núcleo geográfico como um triste e perdido buraco fundo. Assim, com a luta pelo bem comum perdida, o cidadão a tudo isso relembra em nova caminhada, agora para si.

Pelo menos o alívio em tempo de campanha política não lhe mexe o peito como acontecia. Na terra dos outros pouco importa as discussões políticas, a maldade ou não dos que se agitam. Ganhe quem ganhar, perca quem perder. Quando muito, um olhar de revés para as obras do atual gestor e pronto. O caminhar é sereno e a arritmia política não o atinge, nem mesmo aquele panfleto desaforado de certa facção pregado no banheiro público. Vez em quando o inevitável encontro com um conterrâneo louco para lhe passar a última novidade dos engravatados. “Foi mesmo!” E o filme nativo passa completo em um segundo. Falar mal do “buraco” nascido não pode, trava a língua, fecha-se o ouvido. Mais um expulso do seu meio pela eterna decepção. Perde a terra pelos maníacos e ainda recebe do seu filho uma banana comprida daquelas de cozinhar. Tudo depende do ponto de vista.

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CAMPANHA EM TERRA ALHEIA

CAMPANHA EM TERRA ALHEIA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2016
Crônica N0 1.540

COMÉRCIO DE MACEIÓ.  Foto: (Clerisvaldo).
Não é ser estrangeiro. É morar em outra cidade no mesmo estado do país ou em outra unidade da federação.
Qualquer habitante, analfabeto ou letrado, possuindo verdadeiro amor a terra em que nasceu, desenvolve grande sensibilidade para o seu progresso ou para a anemia do marasmo. No último caso, o filho consciente sofre décadas a fio vendo o fracasso municipal agigantando-se. As lutas individuais ou coletivas pelo torrão abençoado, muitas vezes são perdidas completamente em mãos erradas e gananciosas que marcam sucessivas gestões públicas. Cansado de luta, aquele homem de ouro vai perdendo o entusiasmo e até mesmo o amor ao território do seu berço. E lá fora, em fatia alheia, chega mesmo a se referir ao seu núcleo geográfico como um triste e perdido buraco fundo. Assim, com a luta pelo bem comum perdida, o cidadão a tudo isso relembra em nova caminhada, agora para si.

Pelo menos o alívio em tempo de campanha política não lhe mexe o peito como acontecia. Na terra dos outros pouco importa as discussões políticas, a maldade ou não dos que se agitam. Ganhe quem ganhar, perca quem perder. Quando muito, um olhar de revés para as obras do atual gestor e pronto. O caminhar é sereno e a arritmia política não o atinge, nem mesmo aquele panfleto desaforado de certa facção pregado no banheiro público. Vez em quando o inevitável encontro com um conterrâneo louco para lhe passar a última novidade dos engravatados. “Foi mesmo!” E o filme nativo passa completo em um segundo. Falar mal do “buraco” nascido não pode, trava a língua, fecha-se o ouvido. Mais um expulso do seu meio pela eterna decepção. Perde a terra pelos maníacos e ainda recebe do seu filho uma banana comprida daquelas de cozinhar. Tudo depende do ponto de vista.

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CAMPANHA EM TERRA ALHEIA

CAMPANHA EM TERRA ALHEIA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2016
Crônica N0 1.540

COMÉRCIO DE MACEIÓ.  Foto: (Clerisvaldo).
Não é ser estrangeiro. É morar em outra cidade no mesmo estado do país ou em outra unidade da federação.
Qualquer habitante, analfabeto ou letrado, possuindo verdadeiro amor a terra em que nasceu, desenvolve grande sensibilidade para o seu progresso ou para a anemia do marasmo. No último caso, o filho consciente sofre décadas a fio vendo o fracasso municipal agigantando-se. As lutas individuais ou coletivas pelo torrão abençoado, muitas vezes são perdidas completamente em mãos erradas e gananciosas que marcam sucessivas gestões públicas. Cansado de luta, aquele homem de ouro vai perdendo o entusiasmo e até mesmo o amor ao território do seu berço. E lá fora, em fatia alheia, chega mesmo a se referir ao seu núcleo geográfico como um triste e perdido buraco fundo. Assim, com a luta pelo bem comum perdida, o cidadão a tudo isso relembra em nova caminhada, agora para si.

Pelo menos o alívio em tempo de campanha política não lhe mexe o peito como acontecia. Na terra dos outros pouco importa as discussões políticas, a maldade ou não dos que se agitam. Ganhe quem ganhar, perca quem perder. Quando muito, um olhar de revés para as obras do atual gestor e pronto. O caminhar é sereno e a arritmia política não o atinge, nem mesmo aquele panfleto desaforado de certa facção pregado no banheiro público. Vez em quando o inevitável encontro com um conterrâneo louco para lhe passar a última novidade dos engravatados. “Foi mesmo!” E o filme nativo passa completo em um segundo. Falar mal do “buraco” nascido não pode, trava a língua, fecha-se o ouvido. Mais um expulso do seu meio pela eterna decepção. Perde a terra pelos maníacos e ainda recebe do seu filho uma banana comprida daquelas de cozinhar. Tudo depende do ponto de vista.

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CAMPANHA EM TERRA ALHEIA

CAMPANHA EM TERRA ALHEIA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2016
Crônica N0 1.540

COMÉRCIO DE MACEIÓ.  Foto: (Clerisvaldo).
Não é ser estrangeiro. É morar em outra cidade no mesmo estado do país ou em outra unidade da federação.
Qualquer habitante, analfabeto ou letrado, possuindo verdadeiro amor a terra em que nasceu, desenvolve grande sensibilidade para o seu progresso ou para a anemia do marasmo. No último caso, o filho consciente sofre décadas a fio vendo o fracasso municipal agigantando-se. As lutas individuais ou coletivas pelo torrão abençoado, muitas vezes são perdidas completamente em mãos erradas e gananciosas que marcam sucessivas gestões públicas. Cansado de luta, aquele homem de ouro vai perdendo o entusiasmo e até mesmo o amor ao território do seu berço. E lá fora, em fatia alheia, chega mesmo a se referir ao seu núcleo geográfico como um triste e perdido buraco fundo. Assim, com a luta pelo bem comum perdida, o cidadão a tudo isso relembra em nova caminhada, agora para si.

Pelo menos o alívio em tempo de campanha política não lhe mexe o peito como acontecia. Na terra dos outros pouco importa as discussões políticas, a maldade ou não dos que se agitam. Ganhe quem ganhar, perca quem perder. Quando muito, um olhar de revés para as obras do atual gestor e pronto. O caminhar é sereno e a arritmia política não o atinge, nem mesmo aquele panfleto desaforado de certa facção pregado no banheiro público. Vez em quando o inevitável encontro com um conterrâneo louco para lhe passar a última novidade dos engravatados. “Foi mesmo!” E o filme nativo passa completo em um segundo. Falar mal do “buraco” nascido não pode, trava a língua, fecha-se o ouvido. Mais um expulso do seu meio pela eterna decepção. Perde a terra pelos maníacos e ainda recebe do seu filho uma banana comprida daquelas de cozinhar. Tudo depende do ponto de vista.

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CAMPANHA EM TERRA ALHEIA

CAMPANHA EM TERRA ALHEIA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2016
Crônica N0 1.540

PARCIAL DO COMÉRCIO EM MACEIÓ. Foto: (Clerisvaldo).
Não é ser estrangeiro. É morar em outra cidade no mesmo estado do país ou em outra unidade da federação.
Qualquer habitante, analfabeto ou letrado, possuindo verdadeiro amor a terra em que nasceu, desenvolve grande sensibilidade para o seu progresso ou para a anemia do marasmo. No último caso, o filho consciente sofre décadas a fio vendo o fracasso municipal agigantando-se. As lutas individuais ou coletivas pelo torrão abençoado, muitas vezes são perdidas completamente em mãos erradas e gananciosas que marcam sucessivas gestões públicas. Cansado de luta, aquele homem de ouro vai perdendo o entusiasmo e até mesmo o amor ao território do seu berço. E lá fora, em fatia alheia, chega mesmo a se referir ao seu núcleo geográfico como um triste e perdido buraco fundo. Assim, com a luta pelo bem comum perdida, o cidadão a tudo isso relembra em nova caminhada, agora para si.
Pelo menos o alívio em tempo de campanha política não lhe mexe o peito como acontecia. Na terra dos outros pouco importa as discussões políticas, a maldade ou não dos que se agitam. Ganhe quem ganhar, perca quem perder. Quando muito, um olhar de revés para as obras do atual gestor e pronto. O caminhar é sereno e a arritmia política não o atinge, nem mesmo aquele panfleto desaforado de certa facção pregado no banheiro público. Vez em quando o inevitável encontro com um conterrâneo louco para lhe passar a última novidade dos engravatados. “Foi mesmo!” E o filme nativo passa completo em um segundo. Falar mal do “buraco” nascido não pode, trava a língua, fecha-se o ouvido. Mais um expulso do seu meio pela eterna decepção. Perde a terra pelos maníacos e ainda recebe do seu filho uma banana comprida daquelas de cozinhar. Tudo depende do ponto de vista.




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sábado, 25 de junho de 2016

OS CORONÉIS BUFA

OS CORONÉIS BUFA
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de junho de 2016.
Crônica N0 1.539

Foto (Rede Globo).
Em um país difícil, quanto mais interior, mas difícil ainda. Tão cedo não nos livraremos da corrupção, do desmatamento e da ignorância brutal do coronelismo.
Lemos na web um relatório que certo cidadão escreveu que poderia ser transformado em romance. Querendo entrevistar um acampamento de assentados no Alto Sertão de Alagoas, o homem procurou a rodoviária de Maceió, mas não tinha linha de ônibus para aquela cidade. A justificativa era que não havia movimento de passageiros que compensasse. O entrevistador, então, teve que viajar em transporte alternativo chamado “Van” que em Alagoas é também chamado “Besta”.
Após várias horas de sobe e desce, chega o homem à cidade onde, segundo ele, está repleta de olheiros do prefeito. Todos que chegam são olhados, seguidos e anotados. Driblando aqui e ali em busca de informações sobre o tal assentamento, teve de andar por lugares e mais lugares esquisitos da zona rural. Raramente se Não lembramos quem era o procurador e nem sobre as finalidades da sua procura. Ligamo-nos apenas na beleza do relato, simples mas cheios de detalhes. Acho que merece parabéns pelo texto e pela revelação nefasta de resquício do coronelismo.
Este é um dos motivos pelos quais as cidades do interior não conseguem progredir em nada. Os cabrestos do passado continuam balançando como fantasmas diante dos seus habitantes assombrados com surras e sumiços.
Quem quiser que pense que os “Saruê” estão apenas na ficção da rede Globo.
encontrava uma casa no vazio da vegetação. Quando havia, as informações não batiam com o nome do acampamento procurado.
Após as peripécias, o camarada descobriu um assentamento longínquo, completamente descaracterizado do inexistente.
Somente aí se começa um relacionamento compensativo.



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quinta-feira, 23 de junho de 2016

INGLATERRA, PONTO

INGLATERRA, PONTO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2016
Crônica N0 1.538

LONDRES. Foto (gazetadopovo.com).
A natureza humana é difícil de entender, as nações mais ainda, imagine o céu. Todos conhecem a história do pai que aconselhou aos filhos antes de morrer. As varinhas juntas, tão resistentes; varinha só, vulnerável e indefesa. Em quantos anos a Europa costurou sua união! Quando as coisas estão consolidadas, o inconformismo reinante no mundo bate à porta do Reino Unido. Ah, o planeta é repleto de ideias “brilhantes”. E se o homem associado não suporta a ideia alheia, não tem compreensão para a tolerância, como irá obtê-la sozinho?
Nenhuma nação isolada é coisa alguma, seja pequena ou grande. Mas a saída do Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) da União Europeia, não irá afetar somente os separatistas. As consequências, caso se consolide a separação, respingará por aí, provocando muitas dores de cabeça.
Estamos vivendo uma transformação completa na Terra com problemas gigantescos que fazem lembrar os preâmbulos da Primeira e Segundo Grandes Guerras. A crise econômica, o terrorismo moderno, a fobia a estrangeiros, os dramas dos refugiados e as dezenas de conflitos sérios e regionais, vão corroendo os pilares da civilização. Portanto, o momento não nos parece de discórdia. Não é deixando a União Europeia que o Reino Unido vai respirar em paz e nem “lavar as mãos como Pilatos”.
O momento é perigoso com o esfacelamento da cadeia. Será que a possível saída da Inglaterra provocará o “efeito cascata”? Quando se pensa que os problemas dos países sub são enormes, gigantes são os males dos desenvolvidos. Até porque a humanidade inteira sempre pagou pelos acertos e erros dos titãs. Desenhar quadro sombrio não é correto, entretanto, o tempo (se ainda houver tempo) dirá sobre as cabeçadas das nações. Não só das cabeçadas, mas da tapona, do rabo de arraia e dos murros cegos.
Diz o ditado que só o usuário “sabe onde o sapato aperta”. É verdade, mas os “bicudos” que saem do sapato não atingem o dono, mas sim quem está por perto.
Por via das dúvidas, “olho no peixe, olho no gato”.
       Você já sabe para quem sobra a conta.
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INGLATERRA, PONTO

INGLATERRA, PONTO
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de junho de 2016
Crônica N0 1.538

LONDRES. Foto (gazetadopovo.com).
A natureza humana é difícil de entender, as nações mais ainda, imagine o céu. Todos conhecem a história do pai que aconselhou aos filhos antes de morrer. As varinhas juntas, tão resistentes; varinha só, vulnerável e indefesa. Em quantos anos a Europa costurou sua união! Quando as coisas estão consolidadas, o inconformismo reinante no mundo bate à porta do Reino Unido. Ah, o planeta é repleto de ideias “brilhantes”. E se o homem associado não suporta a ideia alheia, não tem compreensão para a tolerância, como irá obtê-la sozinho?
Nenhuma nação isolada é coisa alguma, seja pequena ou grande. Mas a saída do Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) da União Europeia, não irá afetar somente os separatistas. As consequências, caso se consolide a separação, respingará por aí, provocando muitas dores de cabeça.
Estamos vivendo uma transformação completa na Terra com problemas gigantescos que fazem lembrar os preâmbulos da Primeira e Segundo Grandes Guerras. A crise econômica, o terrorismo moderno, a fobia a estrangeiros, os dramas dos refugiados e as dezenas de conflitos sérios e regionais, vão corroendo os pilares da civilização. Portanto, o momento não nos parece de discórdia. Não é deixando a União Europeia que o Reino Unido vai respirar em paz e nem “lavar as mãos como Pilatos”.
O momento é perigoso com o esfacelamento da cadeia. Será que a possível saída da Inglaterra provocará o “efeito cascata”? Quando se pensa que os problemas dos países sub são enormes, gigantes são os males dos desenvolvidos. Até porque a humanidade inteira sempre pagou pelos acertos e erros dos titãs. Desenhar quadro sombrio não é correto, entretanto, o tempo (se ainda houver tempo) dirá sobre as cabeçadas das nações. Não só das cabeçadas, mas da tapona, do rabo de arraia e dos murros cegos.
Diz o ditado que só o usuário “sabe onde o sapato aperta”. É verdade, mas os “bicudos” que saem do sapato não atingem o dono, mas sim quem está por perto.
Por via das dúvidas, “olho no peixe, olho no gato”.
       Você já sabe para quem sobra a conta.
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quarta-feira, 22 de junho de 2016

IBATEGUARA E O AMOR

 IBATEGUARA E O AMOR
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de junho de 2016
Crônica N0 1.537

IBATEGUARA. Foto (mapio,net).
Até que se deslocar de Busão é divertido. Quando o bicho parou no sinal, a Van encostou ao lado com a faixa: Ibateguara. Como li em voz alta o nome da cidade alagoana, o motorista indagou: “O senhor é de lá?”. “Não, não...”. Aí o homem parece que estava inspirado e começou a falar do lugar. Não falava mal, apenas mostrava os seus conhecimentos. “E o senhor vai pesquisar em Ibateguara? Lá faz um frio da peste, pense! Olhe senhor, faz mais frio de que em Garanhuns. Ah, se fica perto de Pernambuco? Fica assim a uns vinte quilômetros, sabe?! Eita que frio eu passei ali”. Aguardei novas frases do homem.
“O Senhor viu o tanto de milho que a gente vai encontrando? A mão do milho vai baixar para vinte reais. O ano passado chegou a cinquenta. Esse milho que o senhor estar vendo é tudo daqui da região e que o ano passado não era”
Nisso, uma senhora, gritou: “Motorista, não vai entrar, não?!” O condutor bateu na testa que quase quebra os dedos. “Eita boba serena! É mesmo, dona! Desculpe aí”. E fez uma manobra feia em trânsito infernal e seguiu calado. A mulher não suportou o silêncio do homem e adivinhou meu pensamento brincante com uma ironia: “Parece que o motorista estar amando...”. O cabra de cinquenta anos desatou uma gargalhada de rapaz. “Ave Maria, como a senhora acertou?”
Era tudo que a mulher queria. Um diálogo divertido se estabeleceu, ilustrando a viagem curta daquela tardinha. Da minha parte, além de me divertir, aprendi um pouco sobre o milho, a safra, Ibateguara e o amor.
Vamos de busão, Maria?

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domingo, 19 de junho de 2016

BUNDA DE FORA

Desenho propaganda.


BUNDA DE FORA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de junho de 2016
Cônica Nº 1.536

O cantador de repentes cantava com o olhar atento aos detalhes da plateia. Eis que entra no salão um matuto e fica em pé no canto da parede. O cantador esperou que seu parceiro terminasse os versos para pegar na deixa, como fazem todos os violeiros:

(...) a inteligência foge
Do doido e do incapaz.

Então, ele cantou:

Aqui chegou um rapaz
De roupa desconhecida
É calça tipo coronha
Que eu mais detesto na vida
É comprida pra ser curta
É curta pra ser comprida.

Mas o caso não é bem esse. Certa vez, meu pai teve a calça rasgada por um prego. Minha mãe apontou e ele respondeu: “E por isso que eu uso cuecas”. Estava justificado, vamos trocar as calças.
Com certeza todos já ouviram a história do rei que estava nu. No Brasil o negócio foi diferente. O povo já sabia de tudo. Mas, talvez cansado de pegar em armas, vai deixando para que outros tomem conta da tarefa que é sua. Os hospitais estão fechando, muita gente morrendo sem atendimento; nas escolas os escândalos não param. E todo o dinheiro do Brasil vai sendo desviado para os bolsos do Senado, da Câmara dos Deputados, dos Prefeitos, dos Vereadores e de funcionários privilegiados com salários incríveis que chegam perto das nuvens. Até quando o povo brasileiro vai clamar a Deus sem mover uma palha?!
Para não se prolongar, a tal lava jato funcionou como um prego bem grande que rasgou os fundilhos dos senhores elegantes da cara de... Todos ou quase todos estão querendo tapar o rasgão com os dedos diante dos apupos. Podem até vestir calças novas, mas o povo já viu que eles não usam cueca na bunda que defeca o dinheiro público.
 



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sábado, 18 de junho de 2016

OS MOCHILEIROS



OS MOCHILEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2016
Crônica Nº 1.534
MOCHILEIROS. Foto (penutrilhainca).

Com mochila às costas, a rapaziada descobriu que vale à pena correr trecho por esse mundão de Deus. Caso olhemos para o Brasil, iremos encontrar paisagens e mais paisagens rurais que reúnem grande parte dos cenários do mundo. O mochileiro parte cedo com seus equipamentos e, na base de informações, curte lugares deslumbrantes entre montanhas, chapadas, desertos, pântanos e vales incríveis.
Alguns mochileiros participam somente de caminhadas, outros praticam alguns tipos de esportes chamados radicais. Além de respirar o ar puro dos campos, encher-se de conhecimentos, conhecer de perto o seu país, o mochileiro presta um serviço sem igual à sociedade, particularmente, aos pesquisadores. Se nós não tivéssemos colocado a mochila às costas, Santana do Ipanema não teria ganhado seu grande documento: “Ipanema, um Rio Macho”.
Em nossas caminhadas estudando e fotografando para o livro “Repensando a Geografia de Alagoas”, vimos o belo e fantástico em todas as regiões do estado. Contudo, estamos sempre a precisar de detalhes que escapam. É aí onde entra o mochileiro que fotografa, publica e informa inclusive a altura de montes com seus aparelhos GPS. Talvez o mochileiro mesmo nem saiba da grande contribuição com o Brasil ao divulgar recantos naturais. Além disso, alguns anotam todo o trajeto de suas andanças, o que permite ao pesquisador alinhavar a sua incessante procura e conferir seus dados.
A facilidade da comunicação instantânea, hoje em dia, permite o acompanhamento das trilhas junto aos aventureiros. O cordão útil e relevante vai aumentando e tomando gosto em todas as regiões. Afinal só se ama o que se conhece.
Da nossa parte, obrigado aos mochileiros pela simbiose. Até o pico do próximo azul de montanha.


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quinta-feira, 16 de junho de 2016

O CIGARRO E O CONGRESSO



O CIGARRO E O CONGRESSO
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2016.
Crônica Nº 1.533


Nem todos os fumantes amassavam a carteira para jogá-la fora. A forma do descarte dependia das manias do viciado. Muitas carteiras eram arremessadas ao chão, praticamente intactas. Mesmo assim, de uma maneira ou de outra, aproveitávamos aquilo que chamávamos de nota. Nota referente a dinheiro, claro. Só não gostávamos quando o papel de cigarro era encontrado rasgado, coisa que o desvalorizava. Nós, os meninos, saíamos apanhando as carteiras descartadas na rua. Tirávamos o papel celofane e o jogávamos no lixo. O papel interno, de alumínio, e o papel normal da propaganda eram desamassados com muito esmero. Após o debrum, acrescentávamos a nota ao nosso maço de outras notas que carregávamos nos bolsos.
Essa nova moda de brinquedo, não nos afastava da ximbra, da bola ou do pinhão. Cada nota de cigarro anexada ao montante tinha o seu valor. Tudo iria depender da beleza e da raridade para se determinar a sua valia. Caso fosse hoje, cada uma delas seria apontada como um real, cinco, dez, cinquenta ou cem. Então, nós saíamos fazendo o jogo da troca. Logicamente, quem possuía nota de maior valor em grande quantidade, era rico. Da mesma maneira que fazíamos com as figurinhas de jogadores que vieram depois, fazíamos com as cédulas de cigarros.
Estamo-nos lembrando das marcas mais comuns em nosso meio sertanejo: Continental e Astória. Depois, os mais raros: Urca, Iolanda e Fio de Ouro. O papel interno, de alumínio, era o menos valorizado e servia quase somente de troco.
Essa foi mais uma forma de brinquedo da nossa época. Lembrando esse passado a um amigo contemporâneo, indaguei, displicentemente: “E hoje, com tanto assalto por aí, será que esse joguinho faria sucesso com a meninada?”.
Ele me respondeu na hora: “Talvez sim, porém, muito distante do Congresso Nacional”.

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