OS POLÍTICOS PODELA
Clerisvaldo B.
Chagas, 30 de junho de 2016
Crônica 1.541
FEIRA DE ARAPIRACA (Divulgação). |
O coletivo até que estava em silêncio, rodava que era
uma beleza! Um senhor grisalho e barbudo colocou a sua bolsa na rede de
bagagem. A propaganda sobre a Capital do Agreste estava estampada na bolsa.
Nesse momento um rapaz troncudo e feio indagou ao dono da bagagem se ele era de
Arapiraca. A resposta do cidadão foi que
não residia ali, apenas dava feira na cidade. O rapaz, então, insistiu
perguntando se a feira era boa mesmo. O homem assegurou que era excelente:
“tudo que se bota naquela feira para vender o povo compra”. O rapaz não se
conformou e disse: “Tudo mesmo?”. “Tudo, tudo, meu rapaz, até merda seca se o
senhor quiser vender vende”. O rapaz voltou a indagar: “mas o senhor já
vendeu?” Foi nesse momento que o homem contou a história.
“Eu estava quebrado, moço. Um dia peguei um bocado de
fezes, pilei tudo, botei num saco plástico e levei para a feira de Arapiraca.
Anunciei no grito que aquele pó milagroso curava um bocado de doença. Como todo
mundo hoje em dia é doente de algumas coisa fui narrando o que a mezinha
curava. Até como chama dinheiro eu anunciei!”
O povo escutava em silêncio a palestra do cidadão.
“Comecei a vender um pacotinho atrás do outro. De repente uma senhora indagou
se aquilo... E cochichou no meu ouvido. Eu disse que para o que ela queria era
o melhor remédio do mundo. Podia fazer chá para o marido três vezes ao dia. Ela
se animou, meteu a mão no saco, pegou um bocado bom, cheirou e disse: ‘tem
fedor de m...’. É só o fedor, dona, remédio cheiroso não cura doente. Isso aí é
Podela, ensinado pela minha avó. O
resultado é que vendi tudo, mas só não podia voltar para a feira, não é isso?”
Naquele momento levantou-se um sujeito do fundo do
coletivo e, com uma peixeira que parecia uma espada, anunciou: “Então foi você,
não foi seu peste, o cabra que me vendeu m... na feira dizendo que era bom para
os rins!? Vai morrer sangrado, seu fio de uma égua!”.
O vendedor conseguiu escapar numa rapidez tão grande
que ninguém sabia existir tanta velocidade num ser humano.
Quase ninguém mais relaxou na viagem.
O motorista ligou o rádio e saíram às notícias podres
de Brasília. Aí uma velhinha levantou-se para descer do veículo e disse: “Todos
esses políticos de Brasília e do Brasil são feitos de PODELA”.
O cabra da faca ainda estava fungando,
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