OS CORONÉIS BUFA
Clerisvaldo B.
Chagas, 25 de junho de 2016.
Crônica N0 1.539
Foto (Rede Globo). |
Em um país difícil, quanto mais interior, mas difícil ainda.
Tão cedo não nos livraremos da corrupção, do desmatamento e da ignorância
brutal do coronelismo.
Lemos na web um relatório que certo cidadão escreveu
que poderia ser transformado em romance. Querendo entrevistar um acampamento de
assentados no Alto Sertão de Alagoas, o homem procurou a rodoviária de Maceió,
mas não tinha linha de ônibus para aquela cidade. A justificativa era que não
havia movimento de passageiros que compensasse. O entrevistador, então, teve
que viajar em transporte alternativo chamado “Van” que em Alagoas é também
chamado “Besta”.
Após várias horas de sobe e desce, chega o homem à
cidade onde, segundo ele, está repleta de olheiros do prefeito. Todos que
chegam são olhados, seguidos e anotados. Driblando aqui e ali em busca de
informações sobre o tal assentamento, teve de andar por lugares e mais lugares esquisitos
da zona rural. Raramente se Não lembramos quem era o procurador e nem sobre as
finalidades da sua procura. Ligamo-nos apenas na beleza do relato, simples mas
cheios de detalhes. Acho que merece parabéns pelo texto e pela revelação
nefasta de resquício do coronelismo.
Este é um dos motivos pelos quais as cidades do
interior não conseguem progredir em nada. Os cabrestos do passado continuam
balançando como fantasmas diante dos seus habitantes assombrados com surras e
sumiços.
Quem quiser que pense que os “Saruê” estão apenas na
ficção da rede Globo.
encontrava uma casa no vazio da vegetação. Quando
havia, as informações não batiam com o nome do acampamento procurado.
Após as peripécias, o camarada descobriu um
assentamento longínquo, completamente descaracterizado do inexistente.
Somente aí se começa um relacionamento compensativo.
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