OS TRÊS CASARÕES
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de abril de 2017
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica 1.667
Casarão da esquina. Foto: do livro "230" (Clerisvaldo B. Chagas). |
É complicado
para a Cultura manter os velhos casarões históricos. Geralmente quando
pertencem a particulares estes procuram modernizá-los ou partir radicalmente
para a demolição. No local levanta-se um prédio de características novas,
geralmente para o aluguel. Pronto. Desapareceu o vestígio do passado.
Quando o poder
público é mais ativo, procura fazer o tombamento, ato que nem sempre agrada ao
dono do imóvel. Uma vez tombado, o proprietário nada pode fazer e,
praticamente, perdeu tudo sem poder mexer no prédio e nem vendê-lo. Muitas
vezes acontece no Brasil, não existir verbas para a conservação do imóvel
tombado. Assim o edifício vai sendo submetido às ações do tempo igual a uma
pessoa envelhecendo sem amparo. Os casarões passam a enfear a paisagem,
ameaçando ruir a qualquer momento pondo em risco à vida dos transeuntes.
Na minha terra,
demolidos com ignorância e tudo, sem a devida atenção das inúmeras gestões
municipais, fica ao prazer da vontade de cada um. Atualmente, três
edifícios antigos chamam atenção em pleno Comércio de Santana do Ipanema. Todos
os três construídos no tempo de Vila pelo, então, coronel Manoel Rodrigues da
Rocha, comerciante, fazendeiro e industrial, falecido em 1920.
O conhecido
“casarão da esquina”, com várias modificações no térreo, continua resistindo.
Foi construído com várias divisórias para fins comerciais e ali já funcionou
tudo, inclusive hotel e biblioteca no primeiro andar.
Outro casarão
fica logo perto e tem a estátua do deus mercúrio no topo da fachada. Também já
foi biblioteca, grande parceira da minha adolescência. Ali o coronel passou uma
porção de tempo, morando.
O terceiro
casarão está próximo dos outros dois. Foi morada definitiva do coronel Manoel Rodrigues
da Rocha.
Seria uma
grande satisfação guiar um grupo de pessoas interessadas pelo comércio e
bairros de Santana mostrando a história viva. Fico às ordens para quem quiser
organizar grupo de até quinze pessoas.
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