quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

PALEONTOLOGIA




PALEONTOLOGIA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de dezembro
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.812
Imagem: (Divulgação).
Com o meu neto Davi, de seis anos, querendo a todo custo ser paleontólogo, fomos ver a dificuldade no Brasil de se chegar ao objetivo. Um sonho de criança pode ser permanente até tornar-se realidade ou sofrer desvio de percurso por algo mais interessante na medida do crescimento. Mas assim como eu, que queria ser geólogo, pela dificuldade de encontrar o curso por perto, fui desviado para a Geografia licenciada, penso no meu neto. Enfrentei cursos de Geografia que não saiam de sala de aula e fui me formando em aulas solitárias de campo, por minha própria conta. Posso dizer sem vaidade alguma, mas com orgulho, que me tornei um campeão. Mas é preciso que se tenha pelo menos um curso prático e seguro de Geologia para maior segurança.
Meu neto Davi, conhece todos os tipos de dinossauros e suas características e ao perguntarmos o que ele quer ser quando crescer, ele responde sem pestanejar: “Quero ser paleontólogo”. Paleontologia (do grego palaiós = antigo + óntos = ser + logos = estudo) é a especialidade da Biologia que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis. Ao optar por esse ramo da Biologia, no Brasil você é chamado de paleontólogo. Sua solidificação nos estudos dos animais e plantas de tempos remotos e os fósseis de dinossauros precisa muito não só da Biologia e seus outros ramos, mas também da Geologia e da Geografia.
O primeiro neto, Guilherme, 13 anos, não sabe ainda qual profissão abraçar, mas é bom em Geografia e Matemática. E por falta de testes vocacionais nas escolas e de tantas profissões novas que estão surgindo em todas as áreas de estudos, somente o próprio estudante tentará desvendar o que vem reservado para exercer o seu papel no mundo. Mas o Brasil sendo tão grande em extensão territorial deveria ser muito mais abrangente na distribuição de cursos pelas Cinco Grandes Regiões Geográficas, mais eficiente no Ensino e mais seguro nas formações profissionais dos seus filhos.

 Deus abençoe os nossos... E os dos outros.

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

MARGINAL SÃO FRANCISCO

MARGINAL SÃO FRANCISCO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.811

PIRANHAS. F\OTO: (AGÊNCIA ALAGOAS).
Não podemos avaliar se hoje ainda existe a necessidade crucial da rodovia anunciada desde os tempos do governador Suruagy. Também não lembramos se ele tinha alguma outra intenção na rodovia marginal sanfranciscana ou se seria apenas ligar as cidades do Velho Chico. O tempo passou, o dirigente morreu, o rio São Francisco vive de esmolas de águas das suas represas, em agonia progressiva. Todas as cidades alagoanas às suas margens possuem asfalto ou antigas rodagens que eram as estradas de terra. Como não sabemos sobre a conversa do início, gostaríamos da informação se mesmo assim o sonho da Marginal São Francisco permanece em algum surrão do atual governador.
Não se pode negar que muito já foi feito em Alagoas em termos de rodovias novas, há muito aguardadas e sem esperanças. Quem sabe, talvez, em importância maior do que a que estamos falando. Afinal, sempre que se constroem estradas e se assegura a manutenção, todas as áreas cortadas por elas se beneficiam e encontram oportunidades de progresso. Aqui é o escoamento da produção leiteira; ali é o transporte da cana-de-açúcar, álcool, biodiesel; acolá o trânsito do arroz, frutas, algodão, madeira, couros, fumo, mandioca... E a produção ganha o Nordeste, o Brasil e o mundo. E como dizia o nosso saudoso mestre, Alberto Nepomuceno Agra, sobre o comércio: “É a troca de mercadorias por mercadorias tendo como intermediário o dinheiro”.
Então, voltamos a bater na mesma porta sobre a Marginal São Francisco. Uma rodovia desde o município de Delmiro Gouveia sempre descendo pela margem esquerda do rio, colada a ele, passando por Olho d’Água do Casado, Piranhas, Pão de Açúcar, Belo Monte, Traipu, São Brás, terras de Igreja Nova Porto Real de Colégio, Penedo e Piaçabuçu, para o atual Boom de turistas atraídos tanto pelos cânions, quanto pelas cidades e suas histórias imperiais, cangaceiras, desbravadoras, além da culinária, folclore e paisagens inigualáveis... Quem não gostaria de virar novo bandeirante!

Mas como indagar não ofende, fica no ar a pergunta atualizada sobre o valor de um sonho que vale à pena: Sai ou não sai à rodovia? 

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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A FORÇA DO GRAVATÁ

A FORÇA DO GRAVATÁ
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.810

CURVA DO RIACHO GRAVATÁ. Foto: (Divulgação).
“Um grave acidente resultou na morte de duas pessoas e deixou outras duas feridas na manhã deste domingo (24), na rodovia BR-316, em Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas”. Notícia do site alagoasnanet.
O acidente aconteceu em longa curva aberta – que vai fechando no sentido Maceió Santana – até encontrar a ponte do riacho Gravatá. A pista é boa e larga e a curva longa não oferece risco algum se o condutor do veículo seguir as diretrizes do trânsito. Talvez, por ser boa demais, existem os abusos de velocidade, a embriaguez ao volante, o uso do celular, a ultrapassagem imprudente ou mesmo um fator inesperado que provoque o sinistro. Conhecida como a “curva da morte”, o citado trecho tem ceifado muitas vidas nas últimas décadas. Mas ninguém de sã consciência pode colocar a culpa naquele pedaço de pista, a não ser como defesa de quem não quer assumir a culpa que lhe pertence.
O riacho Gravatá é um dos mais belos afluentes do rio Ipanema. Belo porque nasce numa região serrana, imediações da pujante serra do Gugi, outrora celeiro de frutas da região. Também se localiza próximo ao povoado São Félix, escorre entre montanhas, formando poços sombreados por árvores de porte como a craibeira. Mesmo com o desmatamento que acontece ao longo do leito, continua o riacho gravatá sendo romântico e valente oferecendo banhos inesquecíveis nos poços do seu curso periódico. Corta a BR-316 no sítio Gravatá passa sobre a ponte da “curva da morte” e segue entre os montes do sítio Poço da Pedra e outros sítios famosos até desembocar no rio Ipanema.
Devido ao seu percurso aprazível, demos a ideia de formarmos ali um acampamento para retiro semelhante ao do riacho Tigre, no município de Maravilha e que atrai gente durante o Carnaval, até do estado de Pernambuco. Infelizmente não levamos a ideia adiante e nem temos mais interesse no assunto. Mas a ideia pode continuar e ser realizada por pessoas religiosas interessadas em fugir das loucuras dos carnavais.
Enquanto isso, o riacho gravatá, ora seca, ora enche, oferecendo o seu cenário a quem interessar possa, indiferente às imprudências ou fatalidades que acontecem perto da sua ponte na “curva da morte”.






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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

MIRANDO CHÁCARAS E CASAS DE PRAIA

MIRANDO CHÁCARAS E CASAS DE PRAIA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1809

Quando se pensa que a bandidagem vai diminuir com o tempo, diante de jovens sem conta, assassinados de várias maneiras, estatística alguma mostra redução. Assaltos, roubos e assassinatos já fazem parte do cotidiano e ninguém sabe mais para quem apelar. Polícia, Justiça, Educação e prisões parecem fazer apenas efeito contrário no combate aos erros mundanos. Ninguém tem mais garantias de nada. Andar sozinho pela periferia, sítios e fazendas, não é mais aconselhável onde centenas e centenas de pessoas partiram para o banditismo. Tantos no interior quanto na capital os constantes assaltos por condutores de motos, são constantes terrorismos modernos. Deve ser muito cara e inacessível a fórmula para acabar a violência geral que assola o país.
No interior os marginais costumam aguardar suas vítimas nas estradas vicinais montados em motos escondendo as caras nos capacetes. As chácaras são assaltadas, deixando a insegurança aos proprietários quando muitos preferem vender o lugar de descanso a enfrentar coisas piores. Vai o celular, o dinheiro, a joia e até mesmo as poucas cabeças de ovelhas que ornam a paisagem do terreno. Pontos de venda de drogas estão espalhados pelos sítios em diferentes lugares, notadamente, bares e bodegas. Os pais estão apreensivos com a praga da droga no campo e muitos enviam seus filhos para à cidade, tentando preservar seus bens mais preciosos. E se os ladrões de gravatas infestam Brasília e as casas do povo por todo o país, o que se pode mais esperar dessa juventude atraída pela maneira fácil de obter?
No litoral, as casas de praia, com vigias ou sem vigias, sofrem também as ações dos inimigos do alheio. Além da maresia, da despesa paga com vigilância, manutenção e limpeza, os proprietários chegam à conclusão que possuir casa de veraneio não compensa. Assim tentam vender o imóvel que o avisado não quer adquirir. O resultado dos aluguéis por temporada que antes pareciam bons negócios, agora parecem não ser tão bons assim. A surpresa do dono do imóvel em vê sua casa arrombada, deve fazer um efeito desastroso e traumático, cuja solução é se livrar do patrimônio e acampar de outra maneira. E se o castelo do mal estiver reinando somente forças ocultas podem nos livrar dessas loucuras que ocupam em cheio o início do século XXI.



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domingo, 24 de dezembro de 2017

NATAL

NATAL     
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1808

Para quem mergulha nos recônditos da História sobre o Natal, amplia um vasto conhecimento sobre o mundo pagão e o cristianismo. E se tiver a intenção em se demorar, deve levar o escafandro, porque o tema há de percorrer tantas páginas que formará um livro. E entre tantas teorias e teses dos letrados, vamos misturando as frases corriqueiras da época, entre compras, abraços, festas, tristezas e solidão. Apesar das estripulias, horrores e maluquices do mundo, a presença forte e invisível do filho de Deus, parece tocar forte no coração do bom e do bandido. Um aglomerado de sentimentos do leque interminável de religiões, antes fragmentado, compõe por algumas horas o que deveria ter sido melodia o ano todo e não foi.
Não tem como – mesmo na felicidade máxima ou na melancolia extrema – não se render a reflexão sobre o Cristo e à própria vida trazida ou arrastada até o fórum natalino. É assim que cumpro a minha parte de aliança com o Mestre, todo dia 25 de dezembro. Em qualquer lugar onde eu me encontre e possa, procuro realizar meu ritual sagrado, aliança forte entre eu e ELE em que qualquer pessoal pode participar conosco. Porém, o motivo da aliança, repousa somente entre eu, Jesus e uns poucos familiares mais de perto. Feliz quem tem suas devoções e se sente assistido em todos os momentos da vida. Parece que o aniversário do Homem é sempre uma oportunidade de recomeçar por outra vereda, a partir do início da vereda escolhida, trilhada e errada.
O dia sagrado de hoje é indicado para reunir a família diante da mesa farta, mediana ou pobre, com a importância maior para o aconchego familiar. Nada impede o ajuntamento de pessoas amigas e até desconhecidas na ceia fraternal em louvor ao Senhor dos Mundos. E se mandamentos de fraternidade não têm sido observados no decorrer do ano, o Natal serve bem para nos abrir os olhos para a frase resumo do cristão: “Quem não vive para servir, não serve para viver”, tantas vezes repetidas pelo meu genitor como forma de aprendizado. Mas se a bondade que arrebatamos no evento não se perpetuar, vamos a indagação: E para que serve o Natal? FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO.





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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

LEMBRANDO RAUL, LEMBRANDO O RIO


LEMBRANDO RAUL, LEMBRANDO O RIO
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1807

RIO IPANEMA. FOTO: Clerisvaldo B. Chagas).
IPANEMA

“Qual uma criança, ciosa do seu melhor brinquedo, jamais afastei do pensamento a doce imagem da minha infância no leito pedregoso do rio Ipanema. Ora eu andava em rompimento à temporânea correnteza, ora saltava e mergulhava na quietude dos poços que a enchente deixava em volta das pedras mais altas, que marcavam o remanso impetuoso das águas velozes para o São Francisco.
Era assim na fase hibernal, quando o leito do rio se paramentava orgulhosamente vestindo um lençol líquido, às vezes alvacento, que, todavia, não durava muito; aos poucos, com o avanço inevitável do estio, a coberta aquífera se rompia com a aparição das pedras que iam despontando aqui e ali, e em breve, um lombo de areia também surgia dividindo a vazante e serenando o embalo da correnteza.
Esse valente tributário do famoso rio Chico, entra em Alagoas procedente do município pernambucano de Pesqueira, seu nascedouro. É um rio querido das crianças que habitam a sua longa e animada ribeira e aprendem a nadar e fazer pescarias, bem assim, transformam o seu dorso de areias branquinhas e faiscantes em palco de verão para as suas animadas e ingênuas brincadeiras.
É mesmo um gosto beirarmos as margens do rio Ipanema fechadas por arbustos sempre verdes e, também, fartos de passarinhos alegres e saudáveis, que ali se aninham para o amor e a procriação.
Como se vê, o cálido verão regional, não apaga de todo o encanto natural do rio Ipanema, mormente em virtude da aparição de poços que restam da cheia e refrescam o ambiente represando peixes e também crustáceos, como, por exemplo, aratanhas e pitus, que, em clima de festa, são fisgados pela população em seus limites.
Tive a graça de participar da delícia dos festejos que acabo de enumerar, bem como de, ainda hoje – muitos anos são decorridos! – me deleitar na memória afetiva de todos eles.
O Ipanema há de acompanhar meus passos pela vida em fora, até que eu mergulhe no silêncio perpétuo que é o manto indevassável que nos separa do misterioso Outro Lado da Vida”.

·         MONTEIRO, Raul Pereira. Lembranças. Ideia, João Pessoa, 2002, págs. 33-34. 

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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

NAPOLEÃO E A ILHA DE SANTA HELENA

NAPOLEÃO E A ILHA DE SANTA HELENA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.806

CASA DO EXÍLIO DE NAPOLEÃO. Foto: (Guia Geográfico).
Lembrando-me da minha mãe, Helena Braga, veio à vontade de chegar até a Ilha de Santa Helena. E essa vontade veio desde os tempos de estudante, quando vimos na História à prisão de Napoleão Bonaparte. Vencido e acusado de ser o perturbador do mundo, o imperador e general francês foi preso e conduzido à ilha de Santa Helena. A ilha acha-se localizada no Atlântico Sul a cerca de 2000 km da costa africana. Possui uma área de 17 km de comprimento por 10 km de largura e pertence aos britânicos. É formada de montanhas rochosas de origens vulcânicas, não existe praia e é muito difícil uma fuga. Faz parte a ilha de Ascensão e um arquipélago chamado Tristão da Cunha. Atualmente sua população gira em torno de quatro mil pessoas que falam o inglês possui governo autônomo, constituição própria e tem como capital Jamestown. 
Ali Napoleão foi confinado durante os últimos seis anos da sua vida, desde 15 de outubro de 1815. Ficou em uma casa de fazenda britânica, onde morreu em 1821. A história diz que o homem faleceu vítima de um câncer de estômago, porém, ainda existe suspeita de envenenamento lento causado por arsênio.
Vagando pelo mundo geográfico, vimos que a ilha que usa a moeda: “libra de Santa Helena”, a primeira vista parece feia com suas rochas escuras. Devido aos seus ventos perigosos, nenhuma companhia aérea teve condições de realizar voos para lá. Os movimentos são feitos através de transportes marítimos, mas em 2016, foi construído ali um aeroporto que custou uma fortuna. Ao ser concluído, recebeu imediata crítica de que era “o aeroporto mais inútil do mundo”. Somente um avião brasileiro da EMBRAER, o E190, consegue pousar com segurança naquele aeroporto. Devido à história de Napoleão, os britânicos querem desenvolver o turismo em Santa Helena.
Nem sempre nomes famosos despertam nossos desejos de visitantes, mas também a fotografia, o relato, o vídeo... No caso da ilha de Santa Helena, perdi inteiramente a vontade de conhecê-la em mar e rocha.
Deixemos Napoleão em paz.



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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

VOCÊ CONFIA NA INTERNET?

VOCÊ CONFIA NA INTERNET?
Clerisvaldo B. Chagas, 20 dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.805


Leia o texto abaixo com o subtítulo: Escravos da Tecnologia. Identificação no final.
“Na Internet, há liberdade para a expressão de opiniões, mas o preço é caro. Os sujeitos são controlados, com seus dados armazenados pelas empresas que realizam o serviço, por meio de algoritmos que exercem a  no função de vigias da rotina diária do usuário, em computadores tradicionais, cartões de bancos e outras formas de registro de informações. Um problema que toma dimensões gigantescas, pois o controle faz do espaço proposto como democrático uma prisão, onde o usuário está confinado, com seus dados para possível utilização empresarial e mesmo política. Ele é atacado com a violação de e-mails, controle de navegação, oferta de produtos em espaços pessoais e outras imposições da tecnologia.
Com a simples presença de um chip no cartão, a pessoa é monitorada pelo banco, acerca de seus saques e pagamentos realizados, gerando o controle do cidadão. A vida passa vigiada a cada passo. Uma escravidão que aprisiona o internauta sem ele próprio saber que, desta forma, cai em uma verdadeira rede, estando sem ação frente às regras de jogo. Um jogo em que o usuário vai ao encontro do universal, numa sensação de liberdade total em frente a um computador, sem saber que os dados digitados e suas preferências estão sendo armazenados, seja pelo provedor de acesso, o navegador ou todo tipo de sítio de conteúdo.
A Internet, a ferramenta que revolucionou a comunicação e a forma de entrar em contato com as pessoas dos locais mais remotos do planeta, converteu-se em um instrumento cujas consequências ainda não são inteiramente conhecidas. O ser humano torna-se frágil e pequeno em meio a todo este aparato tecnológico que armazena sua vida, desde dados preferenciais de consumo a endereço, passando por números de todo tipo de cartão de compra e identificação. É um caminho de difícil volta: o ser humano virou escravo de toda esta tecnologia, tornando-se dependente de um sistema que manipula, controla e ainda é pago”.
·         Valério Cruz Brittos e Éderson Pinheiro da Silva. A realidade da internet. Extraído do
Livro Vontade de Saber Português, pag. 77.








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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

NELSON GONÇALVES E O VESÚVIO



NELSON GONÇALVES E O VESÚVIO
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.804

VESÚVIO. IMAGEM: (GUIA GEOGRÁFICO).
Ouvindo uma velha música de Adelino Moreira, lembramos os vulcões ameaçadores de hoje em várias partes do mundo.  Mas ficou na história da humanidade a mais famosa erupção de um vulcão chamado Vesúvio.
O fato ocorreu na manhã de 24 de agosto de 79 d.C., no sul da Itália. O vulcão Vesúvio entrou em atividade depois de uma violenta explosão, lançando poeira, cinzas e rochas que chegaram a alcançar 20 quilômetros de altura e se estenderam em terra por 15 quilômetros.
Os habitantes da cidade de Pompeia, 16 mil pessoas, refugiaram-se como maioria dentro das casas. Em pouco tempo o material do vulcão, em grande quantidade, cobriu em poucas horas a cidade pelas cinzas. O vulcão ainda não havia expelido lavas. Muitos morreram soterrados e intoxicados pelos gases. Tudo impedia a fuga dos moradores.
Na manhã do dia seguinte, o Vesúvio continuou em erupção derramando grande quantidade de lava cobrindo a cidade de Pompeia que era um dos núcleos habitacionais mais importantes daquela região.
Após a tragédia, a cidade de Pompeia ficou esquecida e soterrada por mais de 1.700 anos. Somente em 1748, com escavações na área por alguns operários, Pompeia foi redescoberta.
Daí para cá, inúmeras escavações foram realizadas, desenterrando mais da metade das ruínas da cidade. Foram encontrados vários corpos petrificados nas mais diversas posições em que foram surpreendidos.
A paisagem do lugar foi bruscamente transformada. Mas tudo que foi soterrado pelo Vesúvio, como móveis, pessoas, obras de arte, utensílios, serviu para os estudos que se desenvolveram mostrando como se vivia naqueles tempos, logo depois de Cristo.
Assim o grande compositor Adelino Moreira compôs para Nelson Gonçalves a canção: “Esta noite ou nunca”, em que acaba imortalizando também o raivoso vulcão. Na última estrofe da belíssima canção, diz o cantor com seu vozeirão, ligando o amor à Geografia:

“(...) Sou uma fogueira crepitando
Vesúvio de lavas colossais,
Esta noite ou nunca, meu amor,

Amanhã será tarde demais”.

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domingo, 17 de dezembro de 2017

ENTERRANDO OS SINOS


ENTERRANDO OS SINOS
            Clerisvaldo B. Chagas, 18 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.803

BÊNÇÃO DE NOVOS SINOS EM APARECIDA. FOTO: (G1).
Conversando com amigos a respeito da potência dos sinos de Igreja Nova e da Matriz de Senhora Santa Ana, de Santana do Ipanema (Alagoas) entramos em parte da história do sino no mundo.
Dizem que foi na China que teve início a história do sino, no ano de 3000 a.C. A Igreja tinha o sino como coisa pagã e só foi reconhecê-lo no decorrer do século II d.C., para anunciar os Evangelhos e chamar os  fiéis para as reuniões. No século VI os monges missionários introduziram os sinos na Europa Central.
Fabricar sinos desde os enormes aos simples sininhos de bois de carro, sempre foi uma arte. Foi a partir do ano de 1600 que surgiu a técnica de produzir determinados timbres, notas e até melodias. Falam que a partir daí, foi possível fazer soar vários sinos ao mesmo tempo sem dissonância.
Quanto ao fabrico, é fantástico o ritual. O sino é composto de 20% de estanho e 80% de cobre, levando-se em conta a espessura, o timbre que se quer, o preparo da matéria e o escorrimento do material fundido para dentro da forma. Além disso, vem o misticismo: tem que se fazer silêncio e uma prece a Deus. Para que a forma não seja destruída ao atingir a temperatura de 1.150 graus, ela é enterrada no chão da oficina e o líquido incandescente escorre em sua direção por canais de tijolos. O sino só é desenterrado, quatro dias depois, com a temperatura normal. O molde é retirado e o timbre testado.
Um sino excelente soa a quilômetros de distância. Nas guerras antigas os inimigos invasores procuravam em primeiro lugar, calarem as vozes dos sinos que davam o alarme para os defensores. Muitos sinos, com o advento do canhão, foram transformados em canhões, pelos inimigos. Sinos foram derretidos para obtenção do estanho, durante as duas Grandes Guerras, no século XX.
Em Santana do Ipanema (AL), o quilombola apelidado “Major”, podia até não entender de fabrico de sinos; mas foi o Mestre dos mestres dos sineiros do município e da região.
Major é major, pois não.







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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

ARBORIZAÇÕES SERTANEJAS


ARBORIZAÇÕES SERTANEJAS
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.802

CRAIBEIRA. (Divulgação).
O Sertão voltou a pegar fogo e a cor cinza estar predominando no semiárido, nas serras e nas baixadas, como se as árvores fossem simples garranchos. A temperatura dos últimos dias aperreou muita gente no Médio e Alto Sertão e no Sertão do São Francisco. O Sol abrasador no asfalto e no calçamento das ruas faz subir uma temperatura que pode até comprometer a saúde de pessoas, principalmente, as mais vulneráveis. Daí a necessidade de uma melhor qualidade de vida através da arborização. Com a realidade vivida no semiárido, toda a vegetação arbórea no entorno das cidades sertanejas, deveria ser preservada e transformada em parque protegido (pulmão verde) para amenizar a temperatura desses núcleos urbanos, coisa que se atinge até em média de 2 graus.
A arborização de ruas e avenidas é uma necessidade e coisa fácil de fazer, inclusive implantar os parques verdes dentro também das próprias cidades, tantos quanto for o tamanho da cidade.  Alguns núcleos possuem bastantes árvores, mas é tão importante arborizar quanto realizar a poda obedecendo a calendário com orientação de agrônomo. Os galhos da poda poderiam ser levados para local apropriado e ser transformado em humos, gerando riqueza para o homem e para a terra. Além das sugestões acima, para diminuir as temperaturas das cidades, ainda se podem estimular os plantios de árvores frutíferas nos quintais disponíveis, com distribuição de mudas e campanhas educativas.
 Segundo Larissa Costa e Samuel Roiphe Barreto: Água para vida, água para todos: livro das águas:
(...) Quando a chuva cai em uma região arborizada, escoa lateralmente pelos troncos e folhas das árvores e alcança o solo de forma suavizada, diminuindo o impacto da gota ao cair no chão. Uma parte desta água é evaporada ou absorvida antes de chegar ao solo (...). Quando retiramos a cobertura vegetal de um lugar, deixamos o solo desprotegido. A capacidade do terreno de reter a água da chuva é diminuída e esta passa a escorrer muito rápido, arrastando a camada superficial do solo. Além de se iniciar um processo de erosão e de perda de fertilidade do solo, os materiais arrastados com a água, vão se acumular no fundo dos rios, lagos e fontes, deixando o leito do rio cada vez mais raso, ocasionando o seu assoreamento.



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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

RIQUEZA NO BOACICA

RIQUEZA NO BOACICA
         Clerisvaldo B. Chagas, 14 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.801
 
IGREJA NOVA. FOTO: (FLÁVIO DE QUEIROZ).
Bons fluidos no Baixo São Francisco, no referente ao cultivo do arroz, antiga vocação das várzeas do município de Igreja Nova. É que o vale do rio Boacica costumava ser invadido pelas águas que se espalhavam pelas baixadas, muitas vezes prejudicando a safra de grãos. Para controlar os ímpetos do rio Boacica, afluente do São Francisco, foi construída uma barragem que mediará às cheias com o distrito irrigado. Em pleno funcionamento, a barragem está cheia e controlando a quantidade de água para o cultivo do arroz. Os rizicultores afirmam que a safra deste ano será de boa qualidade e terá um aumento na produção de cerca de 28%. O arroz sempre esteve presente nas lagoas formadas pelo rio São Francisco, a partir de Pão de Açúcar até as terras de Penedo e Piaçabuçu.
Antes da hidrelétrica do Xingó, o rio solto invadia as terras baixas marginais formando as lagoas que, além da produção do arroz, possibilitava pesca abundante e complemento seguro da nutrição ribeirinha. Quando as águas baixavam, as várzeas de lagoas proporcionavam outros cultivares e alimentação para o gado.  Agora mesmo, em Igreja Nova – que também tem as suas lagoas naturais – aproveita a barragem de controle para a criação de peixes. A piscicultura em gaiolas assume um compromisso no complemento alimentar e na venda do produto, melhorando a renda familiar daqueles trabalhadores.
A propósito, Igreja Nova é um dos mais antigos municípios de Alagoas e tem uma população um pouco maior do que 20.000 habitantes. Basicamente vive do setor agropecuário, sendo um dos maiores produtores de arroz do estado. Sua igreja formidável deu nome ao município e domina a vastidão das várzeas no dobrar dos sinos tão famosos como a própria igreja. Atualmente desenvolve projetos de piscicultura em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e do Parnaíba – CODESVASF, que encontra no município um laboratório natural. Ali estão instaladas a Usina Marituba (setor sucroalcooleiro), do Grupo Carlos Lyra e, a Usina de Beneficiamento de Arroz do Grupo Santana.




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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A VIOLÊNCIA NO PILAR

A VIOLÊNCIA DO PILAR
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.780

Pilar. Foto: (Valderi Melo).
É de se ficar de boca aberta com as notícias de violência ocorridas no município de Pilar, região metropolitana de Maceió. Isso vem ocorrendo há cerca de dois anos quando a cidade lacustre começou a chamar atenção dos órgãos noticiosos, sobre diversos assassinatos. Outrora cidade pacata, bela e acolhedora, sempre mostrou ao visitante suas belezas naturais baseadas na laguna Manguaba, cujo nome também já foi denominação do núcleo.
Hoje o Pilar tem pouco mais de 30.000 habitantes e já foi ilustre na economia alagoana com seus engenhos de cana-de-açúcar e um indispensável  sistema aquático de transporte para o porto de Maceió, além de sediar fábrica de tecidos. O município é originário de o Engenho Pilar, um dos que povoaram as suas terras. Vale dizer que na hidrografia, a laguna Manguaba foi formada e continua sendo alimentada por um dos dois rios mais importantes de Alagoas: o rio Paraíba do Meio. A cidade do Pilar também ficou famosa na gastronomia, pelas suas peixadas de bagres, conhecidos como bagres do Pilar.
E se formos diretamente para a história brasileira, iremos encontrar na terra da Padroeira, Nossa Senhora do Pilar, o último ato oficial de enforcamento no Brasil.
Ainda temos a história da padroeira que possui duas versões. Uma delas diz que a santa foi encontrada em um pilar, por um pescador. Levada para uma capela, a santa desapareceu de lá e voltou para o pilar. O fato teria acontecido por algumas vezes. Outra versão fala que a santa teria vindo da Espanha.
Pois aí está um município repleto de histórias desde que Alagoas pertencia a Pernambuco. Os estudiosos pesquisam nas ruínas de engenhos em seu território. As rodovias modernas engoliram muita tradição do Pilar que perdeu a importância antiga dos transportes aquáticos. Sem engenho, sem fábrica de tecidos, a cidade tem muito que contar a quem quiser se debruçar sobre seu passado.
Mas a violência que se tornou notícia constante pode afugentar os que procuravam o lugar como opção de lazer.
A propósito, Pilar já foi tema de música de alguns compositores alagoanos. Qualquer dia irei buscar na cidade uma foto da foz do rio Paraíba do Meio que ficou faltando para o livro “Repensando a Geografia de Alagoas”.







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domingo, 10 de dezembro de 2017

SERTÃO CERCADO

SERTÃO CERCADO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.799

Aveloz. Foto(Sr. Cariri - Blog).
Esperamos que as informações abaixo sejam bastante úteis aos que pesquisam sobre Agricultura, Pecuária e o semiárido em geral. Não sabemos sobre os sertões de todos os estados nordestinos, mas em solo alagoano, tivemos cinco fases de proteção das terras da caatinga. 
A primeira fase, não mostrava nenhum tipo de cercas nas propriedades rurais, grandes ou pequenas. No tempo do cangaço a caatinga ainda se encontrava completamente aberta. Mas vale salientar que ainda hoje em grande parte dos estados nordestinos, encontramos imensas extensões de terras abertas.
A segunda fase teve início em Alagoas com as cercas de arame farpado e estacas de madeira da própria caatinga, em um só tamanho. Foi grande a novidade para o sertanejo, trazida pelo agrônomo Otávio Cabral de Vasconcelos, em 1924. Com a cerca veio o arado de aiveca, o fomento do algodão e outras novidades que fizeram a revolução no campo. De Alagoas, Santana do Ipanema, a novidade alastrou-se para Pernambuco, através de Águas Belas, ganhando outros estados nordestinos. O doutor Otávio Cabral, com ampla passagem pelos Estados Unidos, chegou até ser prefeito/interventor de Santana do Ipanema em 1932, por alguns dias ou meses. Foi assassinado no Sítio Sementeira, estação agrícola experimental do governo (O Boi, a Bota e a Batina, história completa de Santana do Ipanema).
A terceira fase, década de 1960, foi a de grande desmatamento da caatinga, inclusive, financiada pelo governo. O sertão pelado, então, preencheu os limites das propriedades já cercadas com estacas e arame ou não, com uma planta chamada aveloz ou labirinto, trazida não se sabe de onde. O aveloz virou moda e o sertão alagoano fechou-se com ela, fazendo com que nas longas estradas não fossem vistas mais as fazendas, somente os longos túneis de labirinto que se formavam pelo plantio em ambos os lados das estradas e se tocavam no alto.  Nativo da África, o aveloz é um arbusto que produz uma seiva tóxica e cáustica, capaz de cegar. Seu nome científico é Euphorbia tirucalli (hoje pesquisada contra o câncer e para fabrico de cola). Os seus aparadores usavam máscaras, nos sertões.
A quarta fase, foi a retirada gradativa dos aveloz das cercas, limpando o horizonte das paisagens rurais. Voltamos apenas para as estacas de madeira e arame farpado.
Finalmente a quinta fase do Sertão Cercado, estar utilizando cercas de arame com farpas, mas com estacas de cimento. Isso devido à falta de estacas de madeira de boa qualidade e das leis ambientais.
Mesmo assim, encontramos ainda o uso de estaca de madeira e áreas de terras que nunca viram uma cerca de espécie algumas.
Esse é o meu Sertão Guerreiro.





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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A BORRACHA E OS PNEUS

A BARRACHA E OS PNEUS
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo de Santana do Ipanema
Crônica 1.798

ESTÁTUA AO SERINGUEIRO. BELTERRA (PA). Foto: (Rodrigo Bertolloto).
O recolhimento de pneus velhos nas cidades, por parte do governo estadual, é digno de louvor. Além de o pneu ser pesadão, serve bem para o mosquito da dengue, entulho e lixo e, praticamente, para nada mais. Entretanto, ainda não entendemos se o recolhimento acontece em todas as cidades alagoanas e se existe um calendário para isso. O pneu velho tornou-se matéria-prima importante para pavimentação.
E por falar em pneu, lembremos os primórdios da borracha no Brasil. Foi a partir dos meados do século XIX que teve início na região Amazônica a extração do látex, matéria-prima para a produção de borracha. A seringueira, árvore da qual se extrai o látex, passou a ser alvo dos exploradores.
O ciclo da borracha no Brasil estava ligado à necessidade de produção para os mercados internacionais. Na época estava sendo iniciada a indústria de pneus e de automóveis norte-americana e europeia.
A extração do látex trouxe grandes mudanças econômicas e sociais. Inúmeros nordestinos migraram para a Amazônia para o trabalho da borracha. As secas prolongadas no Nordeste e as promessas sobre o látex atraíram famílias inteiras para a região da Floresta Equatorial.
O chamado ciclo da borracha teve seu declínio com a exploração de florestas do sudeste da Ásia que tomaram o lugar do Brasil na produção. Muitas famílias retornaram às origens, outras permaneceram no lugar. Modernamente várias comunidades, empresas e órgãos governamentais atuam na Amazônia de acordo com os princípios de desenvolvimento sustentável.
 O apresentado refresca um pouco a memória da história brasileira da borracha, o valor dos pneus, o descarte correto por um órgão credenciado de recolhimento e destino das carcaças.
Estamos ainda atrasados e sem opções no recolhimento não só de pneus, mas também de pilhas e lâmpadas queimadas. O nosso município sempre anda a reboque das medidas ambientais de proteção à Natureza.
Pelo menos, abrem-se os olhos.










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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O BOOM DA LAGOA DO JUNCO

O BOOM DA LAGOA DO JUNCO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.797

LAGOA DO JUNCO/MORRO DO QUEBRA-PEDRAS. Foto: (Eduardo Gomes).
Nas irregularidades do relevo, surgiram na parte mais elevada, algumas casas que se foram emendando e formado uma rua. No fundo esquisito do terreno, a lagoa temporária repleta de juncos. Foi assim que surgiu o bairro ainda não reconhecido como tal, Lagoa do Junco. Os juncais que havia em Santana, surgiam também, naturalmente, no rio Ipanema. Na época o junco servia de matéria-prima para o fabrico de colchões, muito antes da chegada dos colchões de mola e de espuma. Havia na cidade três ou quatro fabriquetas de colchões de juncos, inclusive, a do Júlio Pezunho, à Rua Antônio Tavares.  Mas o interessante é que os humildes habitantes do início da Lagoa do Junco, não fabricavam colchões. Parte dos homens trabalhava fora em profissões subalternas. Das mulheres saíram muitas empregadas domésticas para as casas do pessoal do centro. O homem que não trabalhava fora virava quebrador de pedras para calçamento de ruas.  
Assim, o lugar ficou conhecido pelos quebradores de pedra. A expansão do pequeno núcleo se deu para o lado esquerdo em direção ao açude do Bode e, outra parte, subiu o morro (único de Santana, habitado) à custa deles mesmo até chegar ao topo e prosseguir em linha reta pela lombada em direção leste.  Pouquíssimas pessoas do centro de Santana conhece a subida e as ruas que se formaram no cimo do morro do Quebra-Pedra. É um cenário muito bonito, mas como já falamos antes, nenhum mirante santanense é explorado ou divulgado. Em nosso livro, “O Boi, a Bota e a Batina, história completa de Santana do Ipanema”, falamos do riacho sem nome que sai da Lagoa do Junco, atravessa a BR-316, durante o inverno, e vai despejar no rio Ipanema, no lugar Maniçoba.
Atualmente, o lugar inteiro estar ganhando calçamento, coisa que assanha danadamente os caçadores de votos. Toda a região abaixo do Bairro São Vicente, chamamos Lagoa do Junco, muito embora a parte da UNEAL e Batalhão de Polícia seja chamada ainda por alguns antigos moradores de Bairro Bebedouro, que antes era completamente longe, ligado à BR-316, apenas por um corredor de aveloz. A parte antiga da Lagoa do Junco ganha calçamento e, a parte nova, loteada, vai se sofisticando com UNEAL, Escola Piloto, Batalhão de Polícia, Complexo da Justiça, fábricas e casas comerciais em estilos modernos, que ajudam no embelezamento do bairro e da saída da cidade com direção a Maceió. Esperamos que o nome Lagoa do Junco seja conservado com a tradição e não mudado em nome de qualquer um.
Enquanto isso o povoado AREIAS BRANCAS, recebe tremenda injustiça de ser chamado AREIA BRANCA, coisa fictícia de quem não teve o que fazer, pois. “O Boi, a Bota e a Batina,...” traz a história profunda e bem pesquisada de AREIAS BRANCAS e de Dois Riachos.  NADA DE AREIA BRANCA, NADA, NÃO EXISTE. Apelamos para o Departamento de Cultura para corrigir a ABERRAÇÃO. Você sabe como surgiu o nome do povoado Óleo? Temos o seu histórico.



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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O MUSEU THÉO BRANDÃO

O MUSEU THÉO BRANDÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.796
MUSEU THÉO BRANDÃO. FOTO: (AGÊNCIA ALAGOAS).
Hoje vamos abrir espaço sobre o Museu Théo Brandão, situado na Avenida da Paz, em Maceió. O seu nome é uma homenagem ao grande folclorista do município de Viçosa, Zona da Mata de Alagoas.
“O prédio do Museu Théo Brandão não foi construído para ser uma instituição museológica, mas para servir de residência, em época em que a Avenida da Paz era preferida pelas tradicionais famílias alagoanas. Entre o Centro e Jaraguá, sua localização facilitava o acesso ao comércio atacadista e varejista, sendo ponto preferido pelos comerciantes para fixarem residência, até o início do século passado.
O primeiro proprietário, Eduardo Ferreira Santos, construiu o imóvel na década de 1930 e, em seguida, o vendeu a Artur Machado, que logo cuidou de reformá-lo. Sua arquitetura eclética teve a decoração acrescida de novos elementos por dois esmerados artesãos portugueses. Provavelmente, foi dessa época o acréscimo das varandas encimadas por cúpula de inspiração mourisca que deram uma nova e sofisticada feição ao prédio. Logo a residência passou a ser conhecida por Palacete dos Machado.
Depois de outras ocupações, o imóvel foi adquirido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para servir de residência universitária feminina e, em seguida, sede do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, reunindo expressivo acervo da cultura popular nordestina.
A mais recente restauração, concluída em 2001, recuperou parte da decoração da fachada, da pintura original da entrada e as grades que contornavam o pátio, perdidas em reformas anteriores, foram recompostas, fazendo alusão à tipologia do museu, com desenho de motivos folclóricos concebidos pelo artista plástico Getúlio Mota.
Como a edificação, em suas diversas ocupações, perdera algumas divisórias e características ornamentais no interior, a montagem do circuito privilegiou principalmente as peças em exposição, com uma instalação atraente, rica em cores, fotografias e informações”.
·         Alagoas Memorável – Patrimônio Arquitetônico.





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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

GRANIZO, PREJUÍZO E FESTA

GRANIZO, PREJUÍZO E FESTA
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.795

GRANIZO. Foto: (G1).
Como o granizo voltou à moda no Brasil, ultimamente, vamos ver um pouco sobre ele. Sua definição tem algumas variedades, mas tudo dentro do mesmo fenômeno atmosférico. Vejamos uma das dezenas de definições. Granizo é a forma de precipitação que consiste na queda de pedaços de gelo. Conforme o lugar se diz: chuva de pedra, granizo, chuva de gelo. Esses glóbulos de água congelada podem medir entre 5 e 200 milímetros. Existe certa diferença oficial sobre tamanho e denominação, mas não vamos cansar o leitor com as inúmeras minúcias dos institutos meteorológicos. Normalmente o granizo se origina de nuvens denominadas convectivas (que se formam verticalmente) como cumulo/nimbus.
Granizo pode causar danos, principalmente para automóveis, aeronaves, telhados e até mesmo em quengo de gente. Nos sertões do Nordeste esse fenômeno chamado chuva de pedras, não é tão raro assim. De vez em quando nos deparamos com ele, principalmente, em tempos de trovoadas, novembro, dezembro e janeiro. Então, podemos dizer que já estamos no período dessas ocorrências. Durante as famigeradas trovoadas sertanejas, o tempo se fecha com nuvens muito escuras, causa alegria às pessoas, mas também muita apreensão. As chuvas são rápidas, mas ligeiras e encorpadas seguidas de relâmpagos pavorosos e trovões terrificantes. Aqui acolá o também chamado “toró”, pode trazer as não descartáveis pedras de gelo. Mesmo assim nunca tivemos notícias de estragos feitos pelo granizo, em nossa região e que sempre foram à diversão da meninada após a sua queda.
As comparações dos tamanhos dos glóbulos de gelo, feitas pelo povo, são as mesmas em todos os lugares do país: “do tamanho de um ovo de galinha; de uma ervilha; de um caroço de feijão...”. Porém, quando as pedras de granizo excedem 13 mm de diâmetro, pode danificar seriamente os aviões. E se esse granizo se acumula no chão, também pode ser perigoso para o pouso das aeronaves. Numa região onde uma chuva de granizo é muito forte, pode danificar seriamente plantações como trigo, milho e fumo que são mais sensíveis a esse tipo de fenômeno.
É interessante o estudo do granizo que daria páginas e páginas de detalhes. Aqui no nosso Sertão alagoano, após o festival de pancadas diferentes nas biqueiras, nós, os meninos, íamos apanhar as pedras, comparar os diâmetros e chupá-las gostosamente “que nem” picolés.





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