A
VIOLÊNCIA DO PILAR
Clerisvaldo B.
Chagas, 12 de dezembro de 2017
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.780
Pilar. Foto: (Valderi Melo). |
É de se ficar de boca aberta com as notícias
de violência ocorridas no município de Pilar, região metropolitana de Maceió.
Isso vem ocorrendo há cerca de dois anos quando a cidade lacustre começou a
chamar atenção dos órgãos noticiosos, sobre diversos assassinatos. Outrora
cidade pacata, bela e acolhedora, sempre mostrou ao visitante suas belezas
naturais baseadas na laguna Manguaba, cujo nome também já foi denominação do
núcleo.
Hoje o Pilar tem pouco mais de 30.000
habitantes e já foi ilustre na economia alagoana com seus engenhos de
cana-de-açúcar e um indispensável sistema
aquático de transporte para o porto de Maceió, além de sediar fábrica de
tecidos. O município é originário de o Engenho Pilar, um dos que povoaram as
suas terras. Vale dizer que na hidrografia, a laguna Manguaba foi formada e
continua sendo alimentada por um dos dois rios mais importantes de Alagoas: o
rio Paraíba do Meio. A cidade do Pilar também ficou famosa na gastronomia,
pelas suas peixadas de bagres, conhecidos como bagres do Pilar.
E se formos diretamente para a história
brasileira, iremos encontrar na terra da Padroeira, Nossa Senhora do Pilar, o
último ato oficial de enforcamento no Brasil.
Ainda temos a história da padroeira que
possui duas versões. Uma delas diz que a santa foi encontrada em um pilar, por
um pescador. Levada para uma capela, a santa desapareceu de lá e voltou para o
pilar. O fato teria acontecido por algumas vezes. Outra versão fala que a santa
teria vindo da Espanha.
Pois aí está um município repleto de
histórias desde que Alagoas pertencia a Pernambuco. Os estudiosos pesquisam nas
ruínas de engenhos em seu território. As rodovias modernas engoliram muita
tradição do Pilar que perdeu a importância antiga dos transportes aquáticos.
Sem engenho, sem fábrica de tecidos, a cidade tem muito que contar a quem
quiser se debruçar sobre seu passado.
Mas a violência que se tornou notícia
constante pode afugentar os que procuravam o lugar como opção de lazer.
A propósito, Pilar já foi tema de música de
alguns compositores alagoanos. Qualquer dia irei buscar na cidade uma foto da
foz do rio Paraíba do Meio que ficou faltando para o livro “Repensando a
Geografia de Alagoas”.
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