MARGINAL
SÃO FRANCISCO
Clerisvaldo B. Chagas,
28 de dezembro de 2017
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.811
PIRANHAS. F\OTO: (AGÊNCIA ALAGOAS). |
Não podemos avaliar
se hoje ainda existe a necessidade crucial da rodovia anunciada desde os tempos
do governador Suruagy. Também não lembramos se ele tinha alguma outra intenção
na rodovia marginal sanfranciscana ou se seria apenas ligar as cidades do Velho
Chico. O tempo passou, o dirigente morreu, o rio São Francisco vive de esmolas
de águas das suas represas, em agonia progressiva. Todas as cidades alagoanas
às suas margens possuem asfalto ou antigas rodagens que eram as estradas de
terra. Como não sabemos sobre a conversa do início, gostaríamos da informação
se mesmo assim o sonho da Marginal São Francisco permanece em algum surrão do
atual governador.
Não se pode negar que
muito já foi feito em Alagoas em termos de rodovias novas, há muito aguardadas
e sem esperanças. Quem sabe, talvez, em importância maior do que a que estamos
falando. Afinal, sempre que se constroem estradas e se assegura a manutenção,
todas as áreas cortadas por elas se beneficiam e encontram oportunidades de
progresso. Aqui é o escoamento da produção leiteira; ali é o transporte da
cana-de-açúcar, álcool, biodiesel; acolá o trânsito do arroz, frutas, algodão,
madeira, couros, fumo, mandioca... E a produção ganha o Nordeste, o Brasil e o
mundo. E como dizia o nosso saudoso mestre, Alberto Nepomuceno Agra, sobre o
comércio: “É a troca de mercadorias por mercadorias tendo como intermediário o
dinheiro”.
Então, voltamos a
bater na mesma porta sobre a Marginal São Francisco. Uma rodovia desde o
município de Delmiro Gouveia sempre descendo pela margem esquerda do rio,
colada a ele, passando por Olho d’Água do Casado, Piranhas, Pão de Açúcar, Belo
Monte, Traipu, São Brás, terras de Igreja Nova Porto Real de Colégio, Penedo e
Piaçabuçu, para o atual Boom de turistas atraídos tanto pelos cânions, quanto
pelas cidades e suas histórias imperiais, cangaceiras, desbravadoras, além da
culinária, folclore e paisagens inigualáveis... Quem não gostaria de virar novo
bandeirante!
Mas como indagar não
ofende, fica no ar a pergunta atualizada sobre o valor de um sonho que vale à
pena: Sai ou não sai à rodovia?
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