FOGO
NO SERROTE
Clerisvaldo
B. Chagas, 31 de dezembro de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.442
No
primeiro quarto do século XX, um dos montes que circundam Santana do Ipanema,
chamava-se serrote do Gonçalinho. O motivo, nenhum escritor antigo falou sobre
isso. É de se pensar em um morador por ali chamado Gonçalinho. No segundo quarto do século XX, foi colocado
quase no topo do monte, uma estátua grosseira do Cristo com braços abertos.
Quem teria colocado aquele Cristo? Também não se tem registro. Falam que teria
sido ação do interventor municipal do início dos anos 30, Frederico Rocha.
Aliás, no túmulo da família Rocha no Cemitério Santa Sofia, tem um cristo
semelhante que chama atenção de quem o visita. Parece de metal, mas a
semelhança com o Cristo do serrote, parece ter sido construído pelo mesmo
artesão.
Alguns
dizem que o interventor não era católico e rejeitam a autoria da implantação
por ele. Entretanto, sua família era muita religiosa e talvez seus pedidos,
tenham feito com que o interventor tivesse colocado a estátua no monte. A
partir daí, o povo esqueceu Gonçalinho e passou a denominar o acidente
geográfico de serrote do Cristo. No último quarto do século XX, foi instalada
uma torre para ajudar nas comunicações. A população deixou de lado o Cristo e
passou a identificar o acidente como serra da micro-ondas, denominação essa que
perdura até os presentes dias. Novas gerações vão chegando e, se houver ali
outra novidade, naturalmente nova denominação será dada.
Recentemente
uma das várias torres ali instaladas, após a primeira, citada acima, pegou
fogo. Pegou fogo e assustou os moradores do novo bairro formado no sopé do
serrote, o Santo Antônio. O fogo foi dominado
e
restabelecida em algumas partes da Santana, a comunicação com celulares.
Suspeita-se de vandalismo e o caso estar sendo investigado. Mas, pelo menos
serviu para chamar atenção dos santanenses que andavam esquecidos dos seus
patrimônios naturais.
SERROTE
DO CRISTO (FOTO: ÂNGELO RODRIGUES).
FELIZ ANO NOVO!!!