AGUAPÉS
Clerisvaldo
B. Chagas, 29 de março de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.854
Vimos
bem o espetáculo de usinas hidrelétricas abrindo suas comportas tentando se
livrar das plantas aquáticas que prejudicam as máquinas e também impedem a
navegação nos rios superlotados pelos diversos tipos desse vegetal. Os nomes
dessas plantas aquáticas mudam de acordo com as regiões brasileiras, mas os
princípios de invasão em rios, lagos e semelhantes é o mesmo. Suas raízes se
alimentam da poluição de esgotos, lixo doméstico e resíduos de fertilizantes
lavados e levados para os cursos d’água ajudando na alimentação e no
desenvolvimento rápido do mato. Forma-se um tapeta verde bonito no visual, mas
feio nas consequências, fazendo daqueles lugares, verdadeiros pântanos. Os
exemplos estão por todos os lugares do país, à semelhança da alta poluição da
laguna Mundaú, em Maceió, várias vezes denunciadas por especialistas na
Imprensa local.
Em
Santana, essas plantas costumam aparecer quando baixam as águas das cheias do
rio Ipanema. Os principais poços que restam após a corrente, começam aos poucos
e em muito breve espaço de tempo formam esse tapete verde na superfície dos
poços. Ninguém mais vê as águas por debaixo, somente o campo verde predomina.
Tudo isso fruto do que já dissemos acima, lixo doméstico, principalmente. Esse
fenômeno natural é notado, com nitidez no Poço do Juá – por trás das casas do
Comércio – e no poço do Escondidinho no
final do perímetro urbano Maniçoba/Bebedouro. O caso é muito comum nos
barreiros da zona rural com a planta denominada por aqui de “orelha-de-burro”. O vegetal se alimenta de sujeira, filtra a
água e a deixa bem fria e limpa para o gosto do homem do campo.
E
nos sítios não tem como evitar as orelhas-de-burro porque se alimentam da
sujeira das enxurradas. Nas cidades é um forte sinal de alerta, principalmente
dos lixos jogados e dos esgotos de todos os tipos. Mas, como dizia certo
político santanense “para que gastar com coisas debaixo do chão, se ninguém
vê?” Essa mentalidade ainda está em voga em todos os quadrantes do Brasil. Meio
ambiente, meio ambiente/há quanto tempo alertando à gente!
Fui!
AGUAPÉ
EM RIO.
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