terça-feira, 3 de outubro de 2023

 

                SURPESA NA TRILHA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.972



 

É interessante o sentimento de religiosidade, notadamente nas pessoas mais simples, nos resultados das suas ideias. Inúmeras cidades do Brasil tiveram nomes atribuídos a fatos inéditos, assim como Pilar e São Braz, em Alagoas e, Aparecida, em São Paulo. Achados de santos e firmeza de forças invisíveis das narrativas históricas, impressionam fortemente e contribuem para o aumento da fé.  Nós, que costumávamos andar pelas trilhas sertanejas, de vez em quando víamos essas manifestações religiosas individualistas que nos preenchiam o dia a conjeturar. Certo que já contei há muito, os   casos abaixo, mas o Google sempre mostra suas lembranças de muitos anos atrás, umas gratas e outras amargas, mas nos incentiva à reflexão.

Certa feita eu descia uma estrada de terra carroçável em direção ao rio Ipanema, no sítio Água Fria. Não dá mais para lembrar o objetivo daquela caminhada, mas por certo, pesquisas. No meio da estrada havia uma bifurcação curta e que ambas saíam na mesma estrada alguns metros à frente. Entrei pelo caminho mais estreito. Havia muito mato ainda verde entre os dois caminhos, quando me deparei com uma pedra com cerca de metro e meio de altura no centro do capão de mato. Então, avistei ali, a imagem de uma santa colada ao meio da pedra solitária. Surpresa e arrepios. O impacto foi tão grande que não me aproximei e segui minha jornada bastante pensativo. E quando retornei (tudo a pé) não escolhi mais o caminho estreita do capão de mato.

Em outra ocasião, às margens do mesmo rio, porém, muito abaixo da Água Fria, eu me dirigia por uma trilha rumo ao poço do Boi. Mato verde, muita rama e olho no solo temendo cobra que a localidade favorecia. De repente o impacto. Uma casinha de alvenaria sobre uma pedra arredondada, mostrava no seu interior sob grade protetora a imagem em gesso do padre Cícero do Juazeiro. E como não se zomba da fé de ninguém nem se mexe com as coisas sagradas, levei o impacto comigo de ida ao poço do Boi. Na volta, até que tentei uma entrevista com o dono da chácara, mas a casa estava fechada.

Fazer o quê?

O Google rememorou a fotografia

(FOTO: B. CHAGAS).


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