quarta-feira, 18 de outubro de 2023

 

IMBUZEIRO DE BETÂNIA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.980



 

Se já era prazeroso sabermos sobre o imbuzeiro comum, imagine saber sobre o maior imbuzeiro do Brasil! Assim como o maior cajueiro do país, o de Pirangi, no Rio Grande do Norte, ouvimos e vimos pela Internet sobre o imbuzeiro de Betânia, Pernambuco. O relato também nos encantou com a narração de uma senhora de voz muito educada e bastante didática. O imbuzeiro é grande e, como o cajueiro de Pirangi, ao invés de crescer para cima, cresceu para os lados, espalhando-se por sua área. É menor do que o famoso cajueiro, mas se houver interesse das autoridades locais, poderá ter fama igual. Segundo o relato da senhora que faz parte da família longeva testemunha do cajueiro no tempo, a existência da árvore é calculada pela família em 300 anos e continua produzindo bons frutos.

As contas vêm desde pessoa da família que viveu mais de 100 anos e já falava do cajueiro que um antepassado também da mesma idade falava. Desde os tempos mais remotos a árvore servia de abrigo para viajantes, tais os ciganos. Vale salientar que não se conhece em outra região do mundo, o imbuzeiro sertanejo nordestino. Os metidos à besta, chamam imbuzeiro de umbuzeiro (Spondias tuberosa). Ele oferece sombra aos animais e gente. Dar seus imbus rico em Vitamina “C”, que pode ser consumido in natura, em forma de doce, de geleia, de sorvete. O imbuzeiro é de fato a árvore sagrada do Sertão. Nunca vimos falar sobre alguém que tenha plantado pelo menos um pé dessa árvore nativa. Quando fazem coivaras (fogo proposital para limpeza do terreno), chamuscam ou matam os imbuzeiros. Um crime!

Suas raízes não são tão profundas. Formam tubérculos que acumulam água, acodem o homem na estiagem e são muito utilizados para se fazer “doce de batata de imbu”. Os tubérculos são chamados popularmente de “cafofas”. É fácil subir num imbuzeiro para coletar seus frutos, sua própria formação facilita a tarefa. O imbu, no lugar onde não existe cooperativa, é vendido nas feiras locais em recipientes de latas com capacidade de um litro. Principalmente, nos tempos de Semana Santa, faz-se muito no Sertão a deliciosa “imbuzada”, tão famosa quanto a canjica. Da nossa parte, agradecemos muito a senhora que narrou sobre o imbuzeiro de Betânia. Uma também deliciosa narrativa.

Ê, Sertão!...

IMBUZEIRO (EMBRAPA).

 


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