quinta-feira, 10 de abril de 2025

 

 

AS LAGOAS

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.224

 



Estamos trabalhando no Projeto O FANTÁSTICO MUNDO SANTANENSE RURAL, em livro e em filmagem. Uma parceria com o cineasta Samuel Fernando e que poderá resultar em ganhos culturais extraordinários para Santana do Ipanema, Alagoas e Brasil. Um feito inédito em nosso país, em termos de municípios. Devido a isso os espaços para crônicas diárias estão sendo reduzidos. Mas, baseado nos deveres de casa, resolvemos dar uma palhinha falando sobre as lagoas do nosso território sertanejo. As lagoas sertanejas, porém, sempre funcionaram como pontos fundamentais de referências no semiárido. Suas denominações vêm dos primórdios e hoje, extintas ou não extintas, continuam sendo pontos de referências com nome de sítios rurais (menores porções político/territorial).

Assim temos em nosso município os seguintes sítios com nomes de lagoas: Lagoa Bonita, Do Pedro, De Dentro, Do Garrote, Do João Gomes, Dos Morais, Da Pedra, Redonda, Torta e Da Volta. A Lagoa Bonita, por exemplo, é Ponto Extremo Oeste de Santana; a Lagoa da Pedra abrigou os primórdios da família CHAGAS. Mas falta a Lagoa do Mijo, citada no documento mais antigo que se conhece sobre Santana do Ipanema. As lagoas, acumulam águas pluviais, muitas se tornam minações permanentes, permitem o plantio do arroz, o pasto verde para os rebanhos, abastecimentos domésticos de água, bebedouro para o gado e cooperação para melhor temperatura nos arredores, além matar a sede de animais selvagens. Não é à toa que “o capim da lagoa o veado comeu”.

Ao se comprar uma propriedade rural no semiárido, existe sempre uma satisfação a mais, quando pelas sua terras passa um riacho ou tem uma várzea, uma lagoa. Todos almejam um lugar ou um trecho de umidade que funciona como refrigério para os animais do criatório. Interessante na zona rural: O sítio Lagoa do João Gomes, em Santana, é assim conhecido e famoso, mas na verdade, são três lagoas perto uma das outras, mas continua sendo chamada pelos seus habitantes, no singular. Já contemplamos numa certa lagoa, algumas cacimbas de minação, ao lado de terreno mais duro dentro da própria lagoa utilizado em corridas de cavalos.

ZABUMBA NAS RUAS DE SANTANA (FOTO: JEANE CHAGAS)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/as-lagoas-clerisvaldo-b.html

segunda-feira, 7 de abril de 2025

 

RUA DA PRAIA

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.223



 

Mais ou menos na década de 60, havia um enorme areal à margem esquerda do rio, em Santana do Ipanema, mais ou menos do tamanho de um estádio. Ficava exatamente entre o leito propriamente dito e um caminho ladeado com aveloz que ia do prédio da Perfuratriz – final da Rua São Paulo – ao beco de Seu Ermírio à jusante. O terreno repleto de areia grossa, trazida outrora pelas enchentes do rio, pertencia ao considerado “Torcedor Número Um” do time Ipanema, Otávio Marchante. Como há décadas o rio não botava cheia que invadisse o areal da margem, um cidadão chamado Seu Euclides, comprou o terreno a Otávio Marchante saiu construindo casitas pelo caminho citado ao longo do terreno. A fileira de casitas de um lado e do outro para alugar à pobreza, recebeu o nome do próprio dono de RUA DA PRAIA.

Com o tempo ali foi fundada uma associação de moradores, erguida uma igreja e, no lugar da Perfuratriz demolida, uma sede da associação com primeiro andar. No final da Rua da Praia, o filho do Senhor Euclides, Luiz, construiu um pequeno estádio dotando-o do que era possível para o lazer da comunidade. E assim, cerca de sete décadas depois, o rio Ipanema, abusado com tantas construções em seu Leito e no seu afluente, riacho Camoxinga, resolveu tomar o que era seu e saiu fazendo arrasos pelas suas margens urbanas, pintando o sete, mas sem matar ninguém. Agora as ruínas das casas da cheia estão sendo demolidas. Isso evita acidente com desmoronamento, cobras, ratos, baratas, escorpiões e outras mazelas.

E o que nós vimos, através da Internet, é de cortar coração. Uma comunidade inteira teve que se mudar para casas novas em região mais alta. Desde início eu já sabia que o terreno arenoso era do rio. Assim também houve vários desse erro em diversas partes da cidade. A propósito, essa região da margem do Ipanema, faz parte do quase epicentro do meu novo romance AREIA GROSSA, dramas sociais dos anos 60-70, drama social do século XXI. Por esses dias estarei convidando alguns escritores e autoridade para conhecermos o cenário completo inspirador de AREIA GROSSA.

 

 

 

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/rua-da-praia-clerisvaldo-b.html

domingo, 6 de abril de 2025

 

ESTADUAL

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.222

 




Poderíamos ter dito no início: “O Colégio Estadual Deraldo Campos, estar localizado além do Aterro. E para quem não sabe, ainda hoje o trecho da antiga rodagem Maceió – Delmiro Gouveia, que passava pela periferia de Santana, foi aterrado, passando a ser sua via-expressa. Do centro para o Colégio era preciso um rodeio grande. Sem rodeio, somente a pé enfrentando uma pinguela sobre o riacho Camoxinga, vizinho ao Estadual. Os tempos mudaram, a região além do Aterro, encheu-se de ruas e mais ruas e, após uma laje colocada no riacho substituindo a pinguela de coqueiro, na gestão Genival Tenório, eis que o saudoso prefeito Isnaldo Bulhões, construiu uma ponte de verdade. Com o complemento do viaduto no Aterro, construído pelo gestor Paulo Ferreira, o Comércio foi ligado dignamente ao Colégio Estadual já com o nome de Prof. Mileno Ferreira da Silva.

O Colégio Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva e o seu entorno, estão situados sobre a foz entulhada do riacho Camoxinga que depois do entulhamento, procurou um desvio para chegar ao seu coletor, o rio Ipanema. A rua do Estadual e a rua, imediatamente por trás do Estadual, limitam o aterramento da antiga foz do riacho Camoxinga. (Tese geográfica, nossa). Os primeiros conhecimentos que tivemos da região foi como antiga estrada para a serra do Poço por ande trafegavam com animais de cargas, os primeiros habitantes da serra. Havia no centro do entulhamento que formou uma pequena planície de aluvião, a casa de fazenda do senhor Frederico Rocha que foi interventor municipal em Santana no ano de 1930 e que construiu a segunda praça de Santana, defronte a Matriz de Senhora Santa Ana e que levou o título de Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha.

Na frente da casa branca de fazenda do senhor Frederico, chamava atenção um belíssimo “pé de príncipe” e que enfeitava a entrada da casa. O Exército comprou a fazenda, demoliu tudo e construiu o quartel que logo ficou ocioso e foi ocupado pela escola do estado. Nos bastidores se dizia que o lugar da construção, estava estrategicamente errado. Mas graças a Deus no lugar errado, o Colégio Estadual foi a primeira escola pública de Santana a funcionar com os falados primeiro e segundo graus. (Quinta série em diante).

PONTE DO ETADUAL GESTÃO ISNALDO BULHÕES. LIVRO 230. ANTES, LAJE À GUISA DE PONTE, GESTÃO GENIVAL TENÓRIO. LIVRO 230. ALUNOS VÃO VISITAR O ABRIGO SÃO VICENTE. GESTÃO ESTADUAL B. CHAGAS.

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/estadual-clerisvaldo-b.html

quinta-feira, 3 de abril de 2025

 

SERTÃO CLUBE DE LEITURA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.221

 



 

Finalmente as coisas caminharam e já estamos avistando o Monte Santo. Quero dizer, estamos bem perto do sábado dia 12, quando faremos a estreia do SERTÃO GRUPO DE LEITURA, iniciando com espontâneos dez nomes da nossa sociedade, comandados pelo jovem jornalista Lucas Malta. É uma tentativa de um aprendizado literário compartilhado que poderá alcançar excelentes proporções. Até o momento registramos no SERTÃO CLUBE DA LEITURA, dez pessoas que estarão descerrando a cortina do grande lazer do mundo, a leitura impressa. Temos 1 jornalista, 3 escritores/professores, 2 professoras, 1 professor vereador, 1 empresário, 1 acadêmico e 1 dona de casa.

Ainda não decidimos onde acontecerão as nossas reuniões. As que mais atraem são as possibilidades de acontecer na Câmara de Vereadores ou na Casa da Cultura. A frequência, ainda não está cem por cento definida, mas toma corpo duas reuniões mensais, dois sábados, um na primeira quinzena outro na segunda. A princípio queremos ampliar o grupo, mas com pessoas que tenham condições de frequência, mesmo residindo em outra cidade.  Estamos com cabeças cheias de ideias, para a ABERTURA do dia 12 e também para a continuação dos nossos trabalhos. Não posso adiantar muito porque ainda iremos discutir alguns vieses em benefício da solidez do grupo inicial, seus Fundadores. Estamos aguardando a voz de comando do jornalista Lucas Malta.

Isso tudo nos transporta aos idos dos anos 60 quando vivíamos o auge da Biblioteca Pública Municipal. Aqueles jovens leitores adolescentes em torno da mesa enorme da belíssima sala de primeiro andar, no Comércio. Mas, cada um na sua própria leitura; não se podia fazer trabalho coletivo ali dentro e nem se pensava nisso. Bastava a concentração individual sob o “psiu” educado de Nilza Marques. A propósito, o edifício que naquela época pertencia ao comerciante Benedito V. Nepomuceno, fora construído pelo Coronel Manoel Rodrigues da Rocha, e sua primeira grande morada em Santana do Ipanema.  Todo acessório relativo ao prédio era de cunho francês, frutos das aquisições do coronel e da moda que imperava no Brasil e em Santana, particularmente.
AUTOR EM VISITA DE CORTESIA À CASA DA CULTURA.


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/sertao-clube-de-leitura-clerisvaldo-b.html

quarta-feira, 2 de abril de 2025

 

BACURAU

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.220



 

Em certas ocasiões do passado, havia aulas em Santana do Ipanema, “à moda Socrateana”, segundo o escritor Major Darci. Durante a Revolução de 32, simpáticos à causa revolucionária, construíram um prédio de um vão só, rodeado de janelas brutas, na Rua e Bairro São Pedro, para funcionar depois como escola.  O prédio ficava à direita da Igrejinha do Bairro. A princípio, aquela escola funcionaria à noite, para adultos que trabalhavam pelo dia. A dita escola recebeu o nome de guerra de um governador alagoano, Batista Acióly, mas, o povo na sua criatividade, passou a denominar a escola de “Bacurau”, porque justamente funcionava no Curso Noturno. Daí em diante, o nome oficial do estabelecimento, só na parede ou em documentações.

Teve um período na década de 60 que o BACURAU ocioso, sob administração particular de Agilson Queiroz, funcionário do DNER, passou a preparar uma turma de adultos para a concorrência de Admissão ao Ginásio. Um pouco pernóstico, mas fazia bem a função de professor. Acho que tantos e tantos anos de BACURAU em Santana, as sucessivas gestões do município nunca souberam exatamente o que fazer com ele. A verdade é que chegou até aqui. Foi um edifício herói, pois, por menos de que isso, está nos últimos estertores um dos prédios-reis de Santana do Ipanema, o antigo Fomento Agrícola, bem pertinho do BACURAU. E como não podia fazer outra coisa, resgatei a ambos, como história e ilustrações no meu romance inédito AREA GROSSA. Lançamento previsto para o segundo semestre.

O prédio foi escola, ficou ocioso, foi escola de novo com nome da professora Adercina Limeira e, finalmente virou biblioteca de bairro, com 3 ou quatro livros de justificativa. Ainda hoje O BACURAU está de Pé. Uma grande página da Educação que foi construída na cidade. Entre carinhoso e pejorativo, o nome da ave noturna e feia, prosseguiu atravessando o breu das trevas, ora a própria luz, ora a própria treva.

Ah! Lembrei agora quando fui convidado para ministrar uma palestra na Escola Líder, fui para o BACURAU onde aconteceu. Historiei para os pequenos o Bairro São Pedro completo. E eu mesmo nem sabia que o bairro do Porteiro do Céu tinha tanta história!

Oxente! Respeite o BACURAU, seu coisa! (Luiz Gonzaga).

PRÉDIO DO BACURAU EM 2013.


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/bacurau-clerisvaldo-b.html

terça-feira, 1 de abril de 2025

 

COLORINDO A VIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 2  de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.219

 



Bem me enviou fotografias antigas de Santana do Ipanema, coloridas artificiamente, o santanense Marcelo Brito. É mais um marco das novas tecnologias, dentro já de uma história riquíssima desde o início da invenção da fotografia e suas trajetórias até o presente momento da inteligência artificial. Duas coisas posso muito bem ressaltar, relativas à minha terra. Temos fotografias de Santana do Ipanema desde o final do Século XIX e vamos caminhando naquelas relíquias mais raras e chegando mais para a frente. Essas fotografias denominadas antigas, elas têm como o grosso os anos quarenta até, aproximadamente, os anos setenta. São fotografias que vêm dos antigos lambe-lambes, principalmente, de grupo não grande, mas que havia em nossa cidade.

São dois tipos de olhares somente relativo a arte. O preto e branco tradicional da época, geralmente sujo, ruído, com ferrugens e terra ao mesmo tempo e desbotado. Mas, é uma prova documental incontestável da existência do alvo fotografado. É um frenesi, um glamour, uma realização – Um orgulho. Quando a fotografia recebe o colorido perfeito, a evidência é o desenvolvido talento de quem assim, viu, pensou, tentou e fez. Não está fora de contexto, como foi dito, apenas duas maneiras de olhar, principalmente dos que nunca viram e os que só viram depois. Por outro lado, os profissionais que conseguem colorir fotos antigas a contento não deixam de ser artistas restauradores de imagens impressas. Sim, é uma dessas profissões do futuro que já chegaram.

Os fotógrafos mais antigos que conheci em Santana do Ipanema, foi o chamado Seu Zezinho que morou na Rua Coronel Lucena e Rua Nova e Seu Antônio, que morou na calçada alta da Ponte e na Rua Coronel Lucena. Provável é que ambos tenham sido lambe-lambes, pois o início era sempre assim, depois as máquinas foram evoluindo e já não se metia a cabeça debaixo daquele pano preto que havia. Perdemos muitos aspectos físicos de “santanenses” ilustres porque antes não havia fotografia e, em nossa região sertaneja, jamais tivemos notícias de que determinada pessoa pintava modelos humanos em telas a óleo.

Portanto, parabéns ao conterrâneo da beira do rio Ipanema, como eu, Marcelo Brito, engenheiro e interessado das coisas da terra.

CENTRO DE SANTANA, ANOS 40, COLORIDO ARTIFICIALMENTE POR MARCELO BRITO (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO).

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/04/colorindo-vida-clerisvaldo-b.html

segunda-feira, 31 de março de 2025

 

DESCREVENDO A FOTO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.218

 

Vemos imediatamente, uma foto da primeira metade da década de 1960, de Santana do Ipanema. Historiando a foto para você, mais jovem:

1.   Lado esquerdo, apenas pedaço lateral do “prédio do meio da rua”.

2.   Lado direito, Quase todo “sobrado do meio da rua”.

3.   Aos fundos, esquerda para direita: andar de baixo, Casa Esperança, loja de tecidos de Benedito V. Nepomuceno. Andar de cima: local onde funcionou no auge a biblioteca Pública; Casa Rainha, loja de tecidos de Tibúrcio Soares; Casa Imperial, de Seu Piduca.

4.   Espaço entre os prédios: lugar onde se realizavam parte das feiras dos sábados com farinha e fumo. Lugar dos frevos dos Carnavais às 4 da tarde para o público em geral.

5.    Note o cartaz anunciando jogos no Estádio Arnon de Melo ou filmes no cine-Alvorada, amarrado no poste da esquina do antigo Hotel Central de Maria Sabão.

6.   Veja ainda o solo revestido de pedras brutas.

 

OBS. Todos os estabelecimentos eram comerciais. No primeiro andar do Sobrado do Meio da rua, (um vão só) funcionou, teatro, cinema escola e fórum.

 

QUER SABER MIAS SOBRE A FOTO PERGUNTE.

(FOTO LIVRO 230/ DOMÍNIO PÚBLICO).


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/descrevendo-foto-clerisvaldo-b.html

 

FUTEBOL SANTANENSE

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.217

 



A trajetória do futebol santanense, talvez apareça em escritos esporádicos como uma crônica, um artigo, um comentário, porém estar faltando um abnegado, sobrevivente da catástrofe futebolística da cidade para contá-la em livro. O tempo de Ipanema, era um mundo à parte. O tempo de Ipanema e Ipiranga é outro discorrer de riquezas detalhista. A proliferação de outras agremiações ao mesmo tempo com grande potencial, como o São Pedro, o Independente e mais uns três, representam um complemento indispensável à história consistente do esporte em Santana do Ipanema. Épocas em que muitos dos atletas da cidade se tornaram monstros sagrados na região como a série de goleiros do Ipanema: Josa, Zuza, Tina, Torquato, Petrúcio (Lata d’água).

Outros monstros adorados pelo povo: Joãozinho, Lau, Luís de Praça. Ainda podem ser entrevistados, três que restaram: Severiano (hoje Paraná) mecânico, Torquato, aposentado, ambos vivendo no Bairro Camoxinga. Mais Josa. Será que não vai aparecer ninguém, absolutamente, ninguém que viveu dentro desse mundo da bola que registre em livro esses momentos gloriosos do nosso passado? Estamos perdendo definitivamente pedaços da história por falta de registros completos em livros específicos sobre o Padre Bulhões, O DENER e DNOCS e o futebol. Já resgatei OS CANOEIROS DO IPANEMA, A IGREJINHA DAS TOCAIAS, SANTANA, REINO DO COURO E DA SOLA, mas essas acima não são comigo. Será mesmo que ninguém vai se habilitar? Quanto mais o tempo passa mas, desaparece gente, protagonistas da época.

Santana do Ipanema entristeceu muito, com o desaparecimento gradual de todos seus grandes times. E não dar para entender, uma cidade polo do Sertão alagoano sem futebol. A cara dos esportistas é de um sentido velório. Todo mundo sabe do poder infinito de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a única força deste mundo e dos mundos capaz de fazer o futebol voltar à Santana do Ipanema e, com a mesma pujança de antigamente. E assim vamos vivendo de lembranças que no final traz amarguras e revoltas dos que contribuíram para a extinção do melhor lazer que havia.

FOTO RARA DO IPANEMA, 1959 (O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA).

DE PÉ: TIDE, TINA, LULA, LULA PASSARINHO, LAU E GERALDO BELO.

AGACHADOS: SANTOS, GORDINHO, CELEDINO, RENATO E JOÃOZINHO V8.

 

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/futebol-santanense-clerisvaldo-b.html

sexta-feira, 28 de março de 2025

 

DEUSES DE MANDACARU

Samuel Fernando – Cineasta

 



Acabei de terminar DEUSES DE MANDACARU.

É um romance completo.

Em alguns momentos encontrei a verdadeira identidade do sertão bravo, sem o estereótipo cansado do sertanejo. Cada personagem bem construído. Apesar do grande número de personagens que pode, às vezes causar confusão para o leitor desatento.

É uma leitura que pega pela emoção e prende a atenção a cada nova página.

Tentei separar durante a leitura arcos para ver como poderia caber uma adaptação. Uma minissérie de 5 capítulos foi o que ficou mais próximo da ideia.

Mas, enfim, no final realmente o tesouro era amaldiçoado, mas Levino e Maria Pilar conseguiram uma riqueza maior. Ticinho arranjou um ganha-pão para deixar o cabo da enxada e ganhou dignidade. João Paulista, o negócio dele era jogo mesmo. E o professor ganhou um cunhado, mas não sei se ainda perdera no fundo a curiosidade (Eita que isso daria continuação).

Gostei muito de como traz o contexto histórico no começo – É muito lindo. E de cara vem a emoção daqueles filmes de faroeste, Invasores X Índios, mas sem a riqueza da história da nossa região. Depois desemboca no elemento cangaço e sua brutalidade que vou contar, é comparativo a Game Off Trones. Não sei se conhece, mas foi uma série de livros que fez muito sucesso de um escritor inglês e virou série na década passada. Destacava-se por ser uma fantasia repleta de violência e sexualidade, mas não me pegou muito por achar tudo gratuito. Melhor comparação mesmo com esse livro é SENHOR DOS ANÉIS, que gosto. Mas aqui em DEUSES DE MANDACARU, acho mais rico e pegou mais por sabe que era da “realidade” mesmo ficcional. É tudo muito real. Nada gratuito. Inclusive a busca pela arca no frenesi final, é algo épico que grandes filmes em que exércitos se encontram. Inclusive os desfechos e plots da história antes de chegar lá e no final.

E lembrou os filmes de Tarantino. Que sou muito fã. É uma crescente de expectativas muito bem construídas que pegou do início ao fim. Ainda no meio do enredo me diverti com a história e personagens com o mesmo sentimento de ler Suassuna.

É um romance completo! Parabéns pelo livro e muito obrigado por ter escrito algo assim. Jamais imaginaria encontrar algo que me identificasse tanto na escrita e na inspiração

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/deuses-de-mandacaru-samuel-fernando.html

quarta-feira, 26 de março de 2025

 

AS ENCOSTAS DO RIO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.216

 



Há quarenta anos, o engenheiro apelidado Cutia e o contador Hamilton Melo, resolveram construir um conjunto residencial numa baixada às margens do rio Ipanema. O empreendimento financiado pela Caixa, constava de 18 casas divididas em duas ruas perpendiculares ao rio. O conjunto residencial recebeu o título oficial de Conjunto São João, mas logo um dos moradores colocou o apelido de Baixada Fluminense e que assim ficou mais conhecido. Escolhi a segunda rua e a casa de número 18, com frente para o Nascente. Lutas e lutas à parte, o lugar que era Bairro Camoxinga, foi desmembrado e hoje faz parte do Bairro São José. Como o terreno é baixo, não temos muito como estirar a vista e apreciar belíssimas paisagens de Santana do Ipanema. A única opção é olharmos para o lugar altos de encostas do outro lado do rio e que flui para o Hospital Regional ou para a serra da Remetedeira.

As encostas se iniciam na parte baixa do Bairro Paulo Ferreira e vai subindo numa ladeira longa, onde quase no topo se encontra o Hospital Regional e continua subindo em direção à serra da Remetedeira. Vista de cima das barreiras, surgem cenários belíssimos. Mas quem está no Conjunto São João, na parte mais baixa, não avista o grande movimento de veículos por cima das barreiras até o hospital e mais. Porém, avistamos uma bela floresta natural nas encostas, em tempo de chuvas. O mato se fecha e o verde toma conta de todo o espaço que vai do rio às primeiras casas lá de cima. Agradecemos à Natureza esse pulmão verde e aos homens que ainda não resolveram desmatar tudo.

Na estiagem, o verde vai embora, essa vegetação fica rala, transparente, mostrando detalhes dos terrenos. Às vezes fica seca, crestada e, serve para medir a intensidade dos estragos pelas zonas rurais. É ali em trecho das encostas que chegam anualmente as garças pantaneiras fazendo seus ninhais e base de caçadas pelos arredores. É dali que incursionam em nossa rua aves como rolinhas, bem-te-vis e anuns, principalmente. Pois assim, se não temos um privilégio, temos outro diferente, mas temos.  No restante, o Conjunto São João parece urbano, parece rural. Na proximidade, escritor, cantor e artista plástico.

Ô beira de Panema!!!

SEGUNDA RUA DO CONJUNTO SÃO JOÃO (FOTO B. CHAGAS).

 

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/as-encostas-do-rio-ipanema-clerisvaldo-b.html

 

COMÉRCIO

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.215

 



Continuando sua vocação para comércio desde os remotos tempos de vila, essa atividade se expande, engolindo rua e ruas tradicionalmente residenciais. Qualquer cidadã, qualquer cidadão pode notar transformações na terra em que nasceu e vive, porém, vejo isso com um olhar da vocação geográfica. Foi assim que aproveitando a procura por um objeto de construção, terminei numa inspeção pela Rua Tertuliano Nepomuceno, a primeira rua dos antigos cabarés de Santana. Rua que se inicia no Beco do Mercado de Carnes e se estende até a Ponte do Colégio Estadual Prof. Mileno Ferreira, passando pelo viaduto do Aterro na BR-316. Aos sábados, esta rua faz parte extensiva da feira livre. A princípio foi afastando os cabarés para os lados do Bairro que se iniciava, Artur Moraes sempre tangendo as casas de prostituição definitivamente para o Aterro.

E essa rua de cabarés, de bares, de boêmios, foi aos poucos cedendo lugar ao pequeno comércio, engolindo as residências e as transformando em barbearia, casas de construção, artigos de couro, mercadinhos, casas de móveis, artesanato, lanches, quitandas e muito mais. Era também no início desta rua onde se compravam chapéus de palha, abanos, esteiras, panelas de barro, porcos e galináceos e que até já foi chamada Rua dos Porcos. Já no Aterro, os cabarés após décadas de apogeu, entraram em decadência, dizem que pelo sistema de namoro avançado da modernidade. Tem também residências normais, casas de comércio e feira complementar como a chamada Feira do Rolo.

Mas, conversando com antigo morador da Rua Benedito Melo, Rua Nova, também tenho a mesma notícia: a antiga rua de residências da classe média e impensável para negócios mais profundos, vai no mesmo processo da Rua Tertuliano Nepomuceno. Casas antigas sendo vendidas e comércio pequeno e médio e até grande, vão apagando a Rua Nova em que você viveu e conheceu. Esses fenômenos sociais urbanos me fizeram classificar -  há cerca de dois anos – três áreas comerciais em Santana do Ipanema   e que

estão se interligando com o Centro através de corredores. Quem vai saindo dessas ruas, vai agora procurar conjuntos, loteamentos, condomínios nas periferias onde estão sendo formados novos bairros.

Só não entendi ainda porque a cidade não passa de 49.000 habitantes nas contagens oficiais?

RUA TERTULIANO (FOTO B. CHAGAS).


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/comercio-clerisvaldo-b.html

segunda-feira, 24 de março de 2025

 

CIGARRO ASTÓRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.214

 



Conheci muitos fumantes. Conheci muitos pedintes de cigarros. Os pedintes não compravam cigarros. Ou para não gastar dinheiro ou não disparar no vício, pediam cigarro esporádico a fumantes. Nunca vi nenhum fumante negar um cigarro a quem pedia, fosse quem fosse. Era como uma compreensão tácita do vício. Sim, os pedintes constantes se não irritavam o fumante, pelo menos deixava-o a se prevenir fazendo manobras. Nos anos sessenta, setenta, o cigarro mais cobiçado era o de marca Continental. Havia a marca hollywood, mais cara e, a marca Astória, mais barata. As cores, pela ordem acima eram azul-mortiço, vermelha e amarela. Mas também surgiram outras marcas que não tiveram tanto êxito com a concorrência: Urca, Iolanda, Fio de Ouro, Minister... E o próprio fumo de rolo que se sofisticava e passava a ser vendido em pequenas embalagens plásticas, já picotado.

Meu bom amigo, saudoso Francisco de Assis, vendia quadros feitos na vidraçaria do também saudoso Gileno Carvalho. (A memória de Francisco, dediquei meu primeiro romance, Ribeira do Panema). Chico era fumante e usava o cigarro Continental.  Mas como não se pode negar um cigarro, ele me disse que meu maço de cigarros Continental, carrego escondido no bolso da bunda; o maço de cigarros Astória, vai à mostra no bolso da camisa; para o pidão, digo: só tenho Astória, quer? O pidão não recusava o cigarro mais forte e mais barato.  De graça, fala o povo: até injeção na testa. Estar entendendo, não é?

A vida é muito engraçada. Tem aqueles que nós os consideramos amigos bons, verdadeiros. A estes se tivéssemos condições, com seus pedidos só o serviríamos com cigarros Continental, um cigarro, uma carteira, um maço e até a fábrica toda porque em nossa análise íntima ele nos merece. Ah! E aquele “troncho”, “serrão”, invejoso e aproveitador? O que faríamos com ele? Uma lição de moral não resolveria nada. Seguindo a filosofia de Francisco de Assim, em ocasiões de outros carnavais, os falsos, os traidores, os invejosos, os inimigos disfarçados...Talvez não valessem nem mesmo um simples gesto de cortesia com o cigarro Astória.

CIGARRO ASTÓRIA

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/cigarro-astoria-clerisvaldo-b.html

domingo, 23 de março de 2025

 

CLUBE DA LEiTURA

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.213

 



Pelas redes sociais, Lucas Malta, proprietário do conceituado site, Alagoas Na Net, nos desafia para criarmos o Clube de Leitura, em nossa cidade. Ainda estamos ouvindo pessoas interessadas como o vereador Robson França, por exemplo, para, posteriormente estabelecermos as normas para melhor compreensão dos possíveis participantes. Tudo ainda será discutido e já se pensa em oportunidades para todos. Pode ser que dê certo, pode ser que não, mas tem muita gente com sede de cultura sem oportunidade de discutir com ninguém. Seria no espaço da Câmara de Vereadores? Seria na Casa da Cultura? Seria nos estúdios do Alagoas Na Net? Nos clubes que estão fechando? Em espaços de hotéis, restaurantes ou em auditório da prefeitura?

Da minha parte sempre sonhei com isso, mas sempre apreciei dificuldade nesses projetos. Desde muito cedo tenho notado em minha cidade, certo desinteresse por reuniões para se criar alguma coisa cultural como se a ausência de remuneração para a presença não estimulasse. E da parte que eu observo vem de décadas e décadas com um ou dois idealistas, mas o não posso, o não tenho tempo, o vou viajar e o estou doente, sempre foram obstáculos no êxito das empreitadas. Professores de história, de literatura, não discutem com seus colegas, não promovem rodas literárias, históricas, culturais. As escolas não têm encontros umas com as outras. Escritores, não debatem suas obras com o público, com os colegas e cada qual vai caminhando solitário sem convidar e sem ser condado, carregando o egoísmo ou a frustração.

Assim, em minha terra vivem cercados por arame farpado, o escritor, o artesão, o ator, o músico, o cantor, o compositor, o artista plástico...  Não tem encontros, não tem festas, não tem debates, não tem associações, estímulos e alegrias permanentes. Poderia citar aqui inúmeros exemplos, mas nem vale chover no molhado. Portanto o convite do jornalista Lucas Malta, bate em mim como se tivesse dizendo: Vamos formar em nossa cidade um novo modo de pensar, passar a borracha em tudo que nunca deu certo, em se tratando de Cultura. Sim, com eu disse anteriormente, poderá dar certo ou não. Se der certo, será uma REVOLUÇÂO, cultural que poderia tomar grandes proporções. Se não, tudo como antes no quartel de Abrantes.

SAUDOSA ALBERTINA AGRA, UMA LUTADORA PELA CULTURA.  (ACERVO FAMILIAR).

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/clube-da-leitura-clerisvaldo-b.html

quinta-feira, 20 de março de 2025

 

NOVO BAIRRO

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.212

 



Hoje, dia 20, com o início do outono deve mudar um bocado de coisas por aqui. Nesta quinta de jogo do Brasil, o nosso Sertão velho de meu Deus exibiu um dia quente e abafado. Ao contrário dos dias anteriores com muitos ventos, o negócio começou a moer troncho, mesmo sendo o primeiro dia que deveria ser mais ameno por ser início de estação chuvosa no semiárido. Porém comentávamos a formação de novos bairros por todos os quadrantes de Santana, especialmente na região do antigo sítio rural Cipó. Estamos falando do início da estrada para a atual Reserva Sementeira no sítio Curral do Meio I. região paralela à saída da cidade para Olho d’Água das Flores, Pão de Açúcar e mais. Falei algumas outras vezes do lugar.

Acontece que houve nossa observação. As casas iniciais que iniciaram pelo caminho do antigo Cipó, expandiram as condições comerciais e foram surgindo além da antiga cruz de beira-de-estrada que afirmava o sítio e surgiram inúmeras residências modernas, com formação de algumas ruas que mostram um começo de um complexo residencial na área. Ora, quatrocentos ou quinhentos metros adiante, no miolo do próprio Curral do Meio I, sítio urbano, já foi formado um aglomerado de residências comuns e belas chácaras, iniciando uma espécie de povoado. Logo, logo, com prevíamos a um ou dois anos atrás, haverá o encontro entre as habitações do Curral do Meio I com as do antigo sítio Cipó, formando um NOVO BAIRRO paralelo a AL-120, saída de Santana do Ipanema, zona Leste.

Ficariam em Santana do Ipanema três bairros novos, juntos e todos tomados de área rural de periferia: O Isnaldo Bulhões (antigo Colorado) do antigo sítio Lagoa do Mato, o Santo Antônio, no sopé do serrote do Gonçalinho/Micro-ondas), o novo bairro Curral do Meio I e mais o Largo que se formou no final do Bairro Domingos Acácio. Ao todo é uma mistura de classes baixa, média e alta, todas com o objetivo de melhor qualidade de vida. No momento, os pontos altos de referências nesse conjunto da região, correspondem ao Hipermercado Nobre, O IFAL a Churrascaria Moreira, o Posto de Combustíveis Lemos e a casa de construção Almir Ferragens.

Olhar analista geográfico.

Olhar santanense de AMOR.

Obs. Temos o Curral do Meio II, que fica mais distante da cidade.

SAÍDA DE SANTANA PELA PARTE LESTE. NOITE CHUVOSA DE

 2013. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/novo-bairro-clerisvaldo-b.html

quarta-feira, 19 de março de 2025

 

FOI ONTEM

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.211

 



Não fosse as previsões da ciência, dos profetas das chuvas – agricultores nordestinos que observam a natureza e seus sinais – poderíamos ficar ainda numa dúvida feroz que costuma angustiar o homem do campo. E dizem os experimentados homens da roça que se não chegar a chuva no Sertão até o dia de São José, o ano será seco e difícil. Pelo que sempre observamos, não seria apenas a chuva no dia exato de São José que seria um ano bom de inverno, mas sim até o dia do santo Pai de Jesus. Neste caso, as previsões foram ótimas para o Sertão de Alagoas em 2025. É que choveu várias vezes no mês de fevereiro, além das previsões otimistas dos Profetas das Chuvas, reunidos em Santana do Ipanema. Todos afirmaram sobre o inverno com otimismo.

O dia exto de São José, foi seco, tempo abafado com muito calor. Céu azul com algumas nuvens não comprometidas com chuvas imediatas. Apesar do encontro dos profetas das chuvas ter sido no Bairro Monumento, defronte a Secretaria de Agricultura, como já está ficando tradicional, os moradores do nosso Bairro São José, também participam do evento. Entretanto, se as profecias fossem transferidas para a frente da sua Igreja, seria muito mais justo. Chegando gente de todos os lugares para o encontro dos homens sabidos, marca-se uma atração a mais para o Turismo do interior, para estudiosos e pesquisadores do tema. Além dos profetas, outras apresentações fazem parte como aboios e repentistas.

A tendência do encontro dos Profetas das Chuvas, será sua ampliação com novos atrativos incorporados. Sim, tem gente que não gosta, mas numa região dominada pela lavoura e pelo gado, o sangue rural fala muito mais alto nessas aglomerações programadas. E assim, com encontro ou sem encontros, o prestígio do Pai de Jesus, continua em alta, principalmente em solos nordestinos e sertanejos. Homem, honesto, humilde, pacato e carpinteiro, o esposo de Maria semeia constantemente seu nome nos filhos que virão ao mundo pelo Nordeste brasileiro. E tantas solenidades realizadas em nome de quem viveu santamente, muito mais abrilhantam os festejos e fortalecem a confiança dos que se chamam José e dos que não têm este privilégio.


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/03/foi-ontem-clerisvaldo-b.html