NEGROS EM SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329   Uma panela d...

 

NEGROS EM SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3329

 




Uma panela de alumínio, vertical e comprida, pelas ruas de Santana do Ipanema, vai remando no alto de dois metros do negro Fubica. A meninada já sabe. O brilho do metal anuncia um produto não inflacionado que resiste ao tempo. As crianças, os velhos, os adultos esticam as bochechas com apenas cinquenta centavos de fubá. O jovem, preto, fino e atlético é calado e paciente. Serve a sua eterna clientela o “pão” de cada dia. É a fubá trabalhado com capricho que sai limpo, cheiroso para alegria dos citadinos. Pode ser comido puro, com açúcar ou com leite. Este é um quadro da última década do século XX. O negro Fubica vem de longe. Lá do povoado Jorge, ou melhor, da antiga Tapera do Jorge. Nada existe de especial no quadro urbano apresentado.

Não existe nada de especial para os olhos populares porque a cena é rotina nas ruas ensolaradas de Santana., cidade ladeirosa construída em patamares e colinas. Mas, para os pesquisadores de Negros em Santana, Fubica é protagonista de movimento histórico. Uma cena do Brasil antigo na tela de um pintor francês. É Santana do Ipanema, terminando o milênio com a presença negra e simpática dos seus alforjes históricos.

CHAGAS, Clerisvaldo B. Negros em Santana. Grafpel, Maceió, 2003. Pag.34.

Este livro foi produzido em parceria pelos escritores Clerisvaldo, Marcello Fausto e Pedro Pacífico V. Neto, adaptado do TCC do autores, em curso de especialização de Geo-História do CESMAC, em Santana do Ipanema, AL.

NEGROS EM SANTANA, no texto acima, refere-se ao povoado Tapera do Jorge, comunidade quilombola situada à margem direita do rio Ipanema, no município de Poço das Trincheiras. O negro Fubica apresentado acima, é personagem real com nome trocado propositadamente. E o fubá, iguaria do milho, era muito comum na alimentação, principalmente rural, tanto o fubá quanto o xerém. A formação da comunidade Tapera do Jorge, perdeu-se no tempo e nem a pessoa mais velha do núcleo, soube precisar.  Provavelmente foi formada por negros fugidos do cativeiro.

 

 

 

 

 

  GOLEIRO NATO Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.327 Homenagem a Torquato...

 

GOLEIRO NATO

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.327

Homenagem a Torquato Reis

 



 

Alcancei o auge do Ipanema Atlético Clube. O primeiro goleiro do time da minha lembrança, foi Josa Pinto. Depois ou antes foi Zuza do Senhor Zé V8, o mais famoso e o melhor de todos, quiçá de Alagoas, o Tina. Mas, para substituir o Tina, com a torcida já viciada com aquela barreira, veio o jovem Torquato Reis. E como todos os jogadores trabalhavam em alguma cosa, Torquato era funcionário do DER – Departamento Estadual de Rodagem. Goleiro tranquilo dentro e fora do campo, franzino e modesto. Logo, logo fez a torcida esquecer o Tina. Um grande goleiro. Há mais ou menos uns dez anos, pela primeira vez na vida, falei com Torquato, em sua própria casa, na Travessa Santa Sofia, Bairro Lajeiro Grande, em Santana do Ipanema.

Fui colher seus depoimentos sobre graças alcançadas através do padre Cícero. Muitos anos se passaram e no lançamento do livro, Torquato não compareceu. Soube da sua passagem e fiquei triste, pois eu era um dos seus fãs como goleiraço do Ipanema. Bem que em nossa entrevista senti certo desânimo na saúde do homem, porém, nada indaguei sobre o tema respeitando sua individualidade. Torquato era encarregado de levar água em trator para diversas regiões, nos tempos de estiagens. O trator não oferecia condições ao funcionário e por duas vezes seu condutor teve de recorrer ao padre do Juazeiro diante de aflições com a máquina. Seus milagres estão registrados com os nomes de Trator Bandido e Trator Bandido II, páginas 25 e 26. Na época eu não pensava em tirar foto de depoentes.

Bem, agora só me resta entregar à família do grande goleiro esquecido, o livro que pelo que sei, é a única homenagem ao jogador que eu conheço. Mas, o que dizer aos seus familiares na hora da entrega? Mesmo assim, tenho a subida honra em seguir para o alto bairro do estádio Arnon de Melo, Lajeiro Grande para cumprir o meu dever assumido há anos. Lajeiro Grande é o mesmo bairro onde também fui buscar com o ex-jogador mais querido do Ipanema, atacante, Joãozinho de Zé V8, a foto do elenco do Ipanema que saiu nas páginas do livro O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA. Também já o encontrei  meio desanimado com o peso da vida. Espero em Deus que Joãozinho, assim como Torquato Reis, esteja no céu nos clube dos heróis.

     SAUDADE...

                                                                      A CUECA DA ALMA Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2025 Esc...

 

 

                                                                  A CUECA DA ALMA

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do sertão Alagoano

Crônica: 3327



 

Dona Hermínia da família Rocha, família do coronel Manoel Rodrigues, era quase seu vizinho, no Comércio de Santana do Ipanema. Não tivera sorte com filhos e filhas, pois todos nasceram sem juízo. Diziam que tinha sido uma praga rogada por cigano, mas isso aí já fica em outras conjurações. Conheci os seus filho que estavam em Santana e viviam com ela, Poni, Agissé e Labibe. Havia uma outra filha, mas diziam que essa estava no Rio de Janeiro, não sabemos informar se era sadia ou não. Poni, passava quase o dia todo na Farmácia, vizinha à sua casa, Farmácia de senhor Moreninho. Agissé às vezes fazia algum mandado e Labibe não saía de casa assim como a própria Dona Hermínia que era florista. Mas, de vez em quando, saiam da parte dos filhos alguma coisa engraçada e algumas foram até registradas por outros escritores da terra e outras continuaram sendo repassadas oralmente.

Pois bem, o coronel Lucena, chefe do Batalhão em Santana do Ipanema, para combater os cangaceiros, comprou ou ganhou um balaio de pinhas maduras. Chamou o maluco Agissé, para levar o balaio de pinhas para sua residência. Quando o coronel chegou em casa, sonhando em comer pinhas doces, nada havia encontrado. Encontrando-se outra vez com Agissé, indagou pelas pinha que o mandara levar para casa. Agissé respondeu, batendo no quengo: “Eita, cabecinha! Não é que comi as pinhas do coroné!” Este relato se encontra no livro FRUTA DE PALMA, do escritor santanense, Oscar Silva.  (Oscar era sargento e correspondente do Batalhão).

Pois bem, narrava o contador José Fontes, cuja farmácia do pai era vizinha à casa de dona Hermínia que, alguém se escondera e tentava por medo em Poni. Dizia com voz cavernosa “Poni, você está sem cueca”. Poni olhava e não via ninguém. E depois de repetir a frase várias vezes e não ser achado pelo maluco, Poni perdeu a paciência - se é que tinha alguma - e respondeu a esmo: “Sem cueca está você, alma sem-vergonha!”.

 

 

  DETALHES DA HISTÓRIA PARA OS VERDADEIROS Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3...

 

DETALHES DA HISTÓRIA PARA OS VERDADEIROS

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3326



 

Na elaboração do nosso livro, O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA, falamos na fundação da capela de Senhora Santa Ana, em 1787 e que hoje é a Matriz de Senhora Santana. Mas acontece que muitas coisas da nossa história não ficaram registradas e a tradição foi acabando. Essas coisas não comprometem o geral, mas pesquisadores, historiadores, arquitetos, gostam de detalhes para que as suas obras sejam as mais completas possíveis. Portanto, acho que baseados nas fontes orais dos “mais velhos”, os irmãos Araújo (Floro e Darci) que escreveram “Santana do Ipanema conta a sua História, edição de 1976, falam da primeira reforma da capela que teria sido em 1900. Aí vem o detalhe: O mestre-de-obras da reforma teria sido FRANCISCO JOSÉ BIAS.

Ora, o livro O BOI, A BOTA E A BATINA, respeitou em suas páginas a afirmação dos irmãos escritores, até porque não existe outra fonte sobre o assunto. Pois bem, eis que muito tempo depois do lançamento do nosso livro, em cujas páginas também falamos da grande reforma da década de quarenta que deu a feição externa do que é hoje a Matriz com 135 metros de torre, não fala sobre o seu mestre-de-obras, unicamente por falta de fontes escritas e orais. Porém, o escritor João Neto Félix, surgiu com uma notícia, talvez colhida entre suas amizades de juventude: O mestre-de-obras daquela importante reforma, a da década de 1940, teria sido o cidadão, Antônio Torres Galindo, segundo o seu neto Luís Carlos Galindo, o Lula de Jandira, afirma o escritor João Neto Félix.

Portanto, para a felicidade de abnegados e exigentes pesquisadores, achamos verdadeira a explicação e a registraremos, caso haja uma terceira edição do livro O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA. A reforma da igreja de Senhora Santana foi   uma verdadeira revolução em toda a região sertaneja. Ainda hoje, a Matriz de Senhora Santana é o principal cartão postal do Sertão Alagoano. Porém, temos belas arquiteturas na região, principalmente nas igrejas que compõem as cidades ribeirinhas do São Francisco. Muitas delas construídas em períodos remotos pelos primeiros padres estrangeiros que habitaram o baixo São Francisco. Mas entendemos perfeitamente que algumas pessoas querem viver como “Deus criou batata”

 

 

  VEM OU NÃO VEM Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3325   Hoje, sexta, dia...

 

VEM OU NÃO VEM

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3325



 

Hoje, sexta, dia 5, o aspecto celeste sertanejo mudou, muitas nuvens brancas vieram fazer companhia ao azul limpo do céu e o tempo resolveu elevar a temperatura para 38 graus. “Os fumantes estão acendendo cigarros no Sol”. Brincadeira à parte é tomar muita água, ficar sem camisa e alugar o chuveiro. Mas não é somente a temperatura alta, é o abafado que desmantela até ventilador. E a gente olha para cima, olha de lado, espia o horizonte e nada. Nada de uma nuvenzinha cinza para trazer esperança. E para quem não gosta de beber nada gelado, tudo indica vontade de mudar os hábitos. Quando o tempo aperta de verdade, nem um só passarinho se avista na rua, se esconde o gato, o cachorro e os donos. Nos terreiros rurais, galos, galinhas e pintinhos, acomodam-se sob às sombras ralas das pinheiras, abrem os bicos e esperam. Esperam como nós: vem ou não vem, a trovoada de “torar braúna?”.

Alguém da vizinhança está fazendo café, porque por aqui passou o cheiro forte e bom que até o computador quis sair do lugar. E no mesmo viés vou lembrando do povoado Pedrão da minha, infância. Mulheres torrando café, agregando os grãos em tabletes. Tabletes, depois, quebrados em pedaços e jogados no pilão com rapadura e pilado na hora. O aroma tomava conta do povoado e de quem tivesse a favor do vento. E o café encorpado, cheiroso e provocativo dominava na mesa com ovos frescos do quintal e pão dormido vindo de Olho d’Água das Flores. Você quer saber! Assim não dá para resistir. Pausa no Book e busca de um pequeno.

Mas, ei que chegou à tardinha. A temperatura continua emperrada nos 38 graus, vento parado e calor já descrito. Entretanto, duas bandas do céu começam a ficar cor de cinza, coisa que não acontecia há muito. Acontece que nenhum dos dois lados do nosso céu, indica chuvas em Santana do Ipanema, cidade. Pois, a formação das nossas chuvas, acontece no Leste, no horizonte das bandas do mar. Pode até dá uma chuvadinha, mas não em Santana urbana. As pessoas já começam a se animar nas ruas e até caixa de som é colocada para fazer zoada nas imediações, mas a gente continua olhando para cima e se perguntando VEM OU NÃO VEM?

 

  O BONDE E O TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.324   O bonde surg...

 

O BONDE E O TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.324



 

O bonde surgiu no Brasil, no final da década de 1850, no Rio de Janeiro. Era nesse início de atividade, puxado a burro. Passou a ser usado também em São Paulo e foi passando para outras capitais e evoluindo. Conheci e andei de bonde na década de 1950, em Maceió, com o bonde sem burros e movido pela eletricidade, uma notável evolução. O bonde trafegava em trilhos sobre as ruas da capital com paralelepípedos. O condutor do bonde, era chamado Motorneiro e que, por sinal, o marido da minha tia Carminha era motorneiro. Ainda lembro de quando o bonde foi extinto na capital e, tempos depois os trilhos foram também retirados das ruas. O bonde era barato, seguro e romântico, demonstrava uma espécie de glamour. Eu deveria, nessa época contar entre oito e dez anos de idade.

Já havia ônibus na capital. Apenas o transporte de pneus evoluía e o ciclo do bonde estava em seu final. Eis que agora fomos surpreendidos pela tecnologia de ponta, quando surgiu em Curitiba a novidade do bonde sem trilhos, com alguns vagões como o trem, visando novos momentos para a mobilidade urbana. E veja que em muitas capitais ainda estão sendo implantados o VLT. (Que bom seria um VLT entre Santana do Ipanema e Maceió!) Poderemos até dizer que a era do ônibus intermunicipal acabou. As chamadas VANS tomaram conta de tudo e ainda estamos aguardando coisas mais modernas porque a Ciência não para de descobrir, de inventar, com uma rapidez tremenda e que até assusta para o nosso futuro. Concorda conosco? Um bonde digital!

Para não pensar demais, mesmo com o calor sufocante do Sertão, vamos tomar um cafezinho, amigo, amiga, para aguentar o tranco das tecnologias e os catabios do cotidiano. E como uma coisa puxa outra, para quem nunca ouviu falar, catabios eram os solavancos que levávamos em todo tipo de carro na estrada de terra, antigamente. Mas também Catabio era o apelido de um doido que havia em Santana do Ipanema, na minha juventude. Ah! Era o tempo em que heroico DNER - Departamento Nacional de Estrada e Rodagem – constantemente estava a consertar a rodagem Santana – Palmeira, Santana – Delmiro. Hoje, DNER se chama DNIT e catabios se chama trepidação.

BONDE DIGITAL DE CURITIBA (SECRETARIA DE TRANSPORTES – DIVULGAÇÃO).

 

  VOU FURANDO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.223   A expressão acima ...

 

VOU FURANDO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.223

 



A expressão acima não representa nenhum tipo de violência. É apenas um jargão popular sertanejo de todos os dias. Significa dizer: “A palestra está boa, mas eu já vou embora”.  “Vou furando”, vou resolver outras coisas. “Vou furando”, vou para outro destino, principalmente a pé. E assim recebo um convite para a exibição de filmagem na Igrejinha das Tocaias, sobre a sua história narrada e resgatada por nós. Diz o convite que a exibição será entre a tardezinha e o anoitecer do próximo dia 13. Antes, porém, dia 13, estarei como escritor Marcello Fausto, entregando livros nas residências de algumas pessoas que não compareceram ao nosso Encontro de Lançamento. Estou me referindo aos depoentes de milagres recebidos pelo padre Cícero.

Mas nesse ínterim, estaremos subindo a um serrote onde será construído o PC PARQUE SANTO DO POVO. Em homenagem ao PADRE DO JUAZEIRO. Uma réplica com características próprias, feita pela população devota de Cícero. O terreno doado para essa finalidade, estar localizado no sítio rural Poço Salgado, região serrana de Santana do Ipanema. Foi no complexo dessa região de onde saiu a maioria das graças alcançadas em registro no livro PADRE CÍCERO, 100 MILAGRES NORDESTINOS (INÉDITOS). Aguardamos apenas o chamado da líder rural, professora e benzedeira, Maria Aparecida, devota que doou o terreno para essa formidável empreitada. Poço Salgado gira em torno de 3 a 4 quilômetros do Centro de Santana do Ipanema.

E como não poderíamos deixar de falar sobre o tempo, pois muita gente de Santana que está em plagas distantes quer saber. Este dia 4 de dezembro, não muda nada no céu e no tempo, Tudo azul profundo e limpo.  Uma quentura forte e gradativa. Já passou o leiteiro pontual com sua moto; já passou o carro do ovo com o som horrível e esse escritor é empurrado para o Book em terminar a crônica iniciada ontem. Mas volto a imaginar no título acima e me vejo perambulando pelos sítios rurais, parando aqui, acolá para uma palestra amigável. E no desenrolar da conversa, uma olhada no relógio do tempo, um cálculo aproximado da hora e um “pois até logo. VOU FURANDO.

SERA FEITO.

  SECURA MISTERIOSA Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.322                 ...

 

SECURA MISTERIOSA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.322

                                                            



Nunca recebi resposta sobre exposição de fenômenos geográficos publicados. Portanto volto ao tema provocativo de muitos tempos atrás. Sempre que passava pela região de Dois Riachos, entre a ponte da cidade e a pedra do padre Cícero, notava uma   secura diferenciada do restante da região sertaneja. São aproximadamente, dois quilômetros de faixa que no tempo mais quente vê-se um intenso movimento de carroças de burro para cima e para baixo, no próprio asfalto transportando água em tonéis de plástico rígidos e azuis. Por que isso acontece? Qual é o fenômeno climático que provoca essa secura extra naquela faixa sentida sensivelmente na BR-316? Acontece que nas minhas andanças para Arapiraca, encontrei o mesmo fenômeno em faixa de tamanho semelhante, na região de Jaramataia: faixa extra, seca, da região seca, inclusive ventos muito mais quentes. Sente-se perfeitamente na AL-220.

Como especialista algum respondeu à questão, pelo menos arriscamos em dizer que esse vento quente especial que corta a BR316, é o mesmo que corta a AL-130 e pode ser massa quente vinda do deserto saariano que atua nessa faixa durante o verão brasileiro, como se fosse a frequência de uma rádio. É preciso saber, entretanto a direção dessa massa seca e seu roteiro em Alagoas para se saber sobre as condições de outros lugares por onde ela passa, na mesma época. Os estudos avançados de hoje, podem muito bem descobrir o fio da meada.

Não estou afirmando nada sobre o tema exposto. Apenas desafio a curiosidade e provoco os que entendem. A propósito já foram publicadas impressões sobre desertificação no Alto Sertão de Mata Grande, ou clima de deserto. E assim como sempre encontramos curiosidades no Sertão em todas as áreas do Saber, anotamos esse fenômeno climático pouco percebido pelas pessoas comuns. As mudanças climáticas no mundo e as sucessiva mudanças estanhas do tempo, reforçam a pergunta, a curiosidade, a questão que demora mais poderá ser decifrada.

Vamos pensar para não enferrujar.

Aprender para ensinar.

Vamos compreender nós e o mundo?

 

 

  ZANBETA Clerisvaldo B.   Chagas, 2 de dezembro de 2025 Es critor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.321           Interessant...

 

ZANBETA

Clerisvaldo B.  Chagas, 2 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.321



 

        Interessante, a língua portuguesa, as expressões nordestinas, as sutilezas detalhistas dos romances regionais. Graciliano Ramos descreve um personagem CAMBAIO; Adalberon Cavalcante Lins, apresenta personagem PERNAS TORTAS, “como se tivesse passado a vida inteira montado a cavalo”. A maioria dos sertanejos nordestinos chama ZAMBETA, ao homem das pernas arqueadas. E o próprio escritor José Carvalho, zombava de um ferreiro que havia em Santana do Ipanema, vulgo, PÉ-ESPAIADO, quando ele próprio era cambota. E, conforme o modo de caminhar, possuir pernas curtas ou longas, cor dos olhos ou até uso de penduricalhos nos trajes, Lampião, conforme o humor, rejeitava o sujeito no seu bando ou o aceitava de imediato.

Parece que a maioria dos leitores, ao ler um romance, fica ansiosa pela trama e pelo final. O segredo, porém, de um bom aproveitamento cultural na leitura de um romance, está em duas coisas principais, além da trama e do final: são as frases de efeito do autor e que são fraseados especiais que ele não as usaria em escrita comum. O segundo, muitas vezes é um personagem secundário que, pelas suas características e ações, conquista mais do que o personagem principal.  No caso do nosso romance FAZENDA LAJEADO, por exemplo, Apolônio que é apenas o homem de confiança do patrão fazendeiro, é impregnado dessa magia. É preciso compreender mais a literatura romanesca para entender melhor o fantástico do romance.

E como o time do ZAMBETA mais famoso do mundo não ganhou a Libertadores, deixou, o nome “Garrincha”, pelo menos nos anais do futebol mundial. Enquanto isso, vamos repetindo o tempo do mês anterior. Mas, diante do que estamos vendo nos céus, vamos tentar fugir da promessa do espaço e acalmar os ânimos escolhendo o romance bem nordestino de B. Chagas. E escolho FAZENDA LAJEADO, para matar o tempo, sonhar e me deleitar com história do fazendeiro Seu Calixto. Acompanha-me?

Contato: 999. 25.45.34.

 

  QUENTURA Clerisvaldo B. Chagas, 1 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.020   Dezembro vem do latim...

 


QUENTURA

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.020

 

Dezembro vem do latim “decem”, do calendário romano que tinha apenas dez meses. Estou escrevendo hoje, último dia (30) de novembro de 2025, para o hoje de 1 de dezembro. Dia quentinho, quentinho e finalizando sem a trovoada que sempre promete. Abro o portão da rua e contemplo mais uma vez o “palácio de Herodes”, os fundos de uma gigante construção no alto, lá do outro lado do rio e que ganhou de mim esse apelido. O céu com seu azul limpo e profundo, recorta os serrotes que circundam a cidade e vamos contemplando o crestado da vegetação das colinas da margem direita do rio. Estar “horrive!, diz a comadre que passa; “é de papocar o cocão”, fala o carreiro; “tá quentinho que faz gosto”, diz o mototaxista, rindo.

A cantiga da perua é em Santana do Ipanema, é no Poço das Trincheiras, é na Maravilha, é em Ouro Branco, Carneiros, Senador e tudo mais quando o assunto é o tempo. Até as Craibeiras ornamentadas, despacharam quase a totalidade das flores amarelas que aguardavam o Natal. A água do Ipanema foi embora, do Capiá, do Traipu, dos Dois Riachos e deixam a nu as pedras lisas e os garranchos insistentes dos leitos. Os pássaros fogem e vêm se  abrigar nas arvoretas urbanas, nos quintais esverdeados e fazem seus ninhos à vista dos habitantes maravilhados. Bem diz o povo, “a desgraça de uns é a felicidade de outros”. Então, ela, a felicidade, deve estar com o vendedor de sorvete, de água de coco, de ar-condicionado e de água mineral.

E deixando ontem o mês de novembro, vamos ver o que nos espera neste dezembro, cujo dia 2, vai nos levar para os 79 anos de amor ao próximo, à Natureza e a Literatura. E por falar em dia 2, temos reunião agendada na CASA DA CULTURA, para formação de grupo numa avalição real para Fundação do PC PARQUE SANTO DO POVO, em um serrote do sítio Poço Salgado. Uma réplica com características próprias do Horto do Juazeiro, em homenagem ao Padre Cícero, feito pelos seus devotos e para todos os devotos e o mundo. Terreno já doado por uma devota e articulação dos próximos passos. A história do PARQUE SANTO, já começou a ser escrita passo a passo. Você gostaria de se agregar a nós?

ENTREVISTA NA RÁDIO CORREIO DO SERTÃO. (FOTO: MARCELLO FAUSTO).

  

  PÃO, AÇÚCAR E FORNALHA Clerisvaldo B. Chagas, 28 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.319   Muita ...

 

PÃO, AÇÚCAR E FORNALHA

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.319



 

Muita razão tinha meu pai quando nos contava que jamais iria a Pão de Açúcar e nem a Garanhuns. Justificara que quase morrera de tanto calor na cidade ribeirinha e de frio na cidade Pernambucana. Naquela época eu já descobrira que Pão de Açúcar era a terceira cidade mais quente do Brasil, perdendo apenas para Picos, no Piauí, e Patos, na Paraíba. Eis que agora divulgam que a temperatura mais alta do Brasil, acaba de ser registada em Pão de Açúcar, cidade alagoana da margem do São Francisco. Já foi o balneário preferido da população santanense, mas de alguns anos para cá, parece que o fluxo domingueiro de banhistas da nossa cidade para Pão de Açúcar, acabou. O município ribeirinho, porém, possui inúmeras outras atrações fora o rio São Francisco.

Situada em um terraço de montanha, Pão de Açúcar já foi chamada “Jaciobá” (Espelho da Lua). O seu nome deriva de montanhas parecidas com formas de fazer açúcar. Já foi grande porto desenvolvimentista do Sertão alagoano na sua conexão fluvial com a cidade de Penedo. Foi Pão de Açúcar o grande centro dispersor de mercadorias para todo o sertão e, ao mesmo tempo, porto exportador de tudo que o Sertão produzia.  Muitos sertanistas partiram para as terras desconhecidas usando Pão de Açúcar como porta de entrada par expedições exploradoras. Os transportes desses movimentos comerciais eram frotas de carros de boi, tropas de burros e navios. Hoje, a calma das suas avenidas e sua arquitetura oferecem turismo de descanso e lazer que se complementam com paisagens, culinária, artesanato, história do cangaço e história do Brasil, além da sua própria trajetória.

Quando Santana usava canoeiros nas grandes cheias do rio Ipanema, essas canoas eram compradas na cidade de Pão de Açúcar, atividade que cessou em Santana, após a construção da Ponte General Tubino, em 1969. A estátua em homenagem ao jegue e ao botador d’água em praça publica de Santana, foi esculpida por família de escultor daquele núcleo ribeirinho. Pão de Açúcar fica distante de Santana em cerca de 50 quilômetros com  50 minutos de viagem, pela AL- 130 totalmente asfaltada e que passa pela cidade de Olho d’Água das Flores. O seu padroeiro é o Sagrado coração de Jesus.

PÃO DE AÇÚCAR (FOTO: EDVAN FERREIRA/ALAGOAS NANET).

 

  ABANDONO DA HISTÓRIA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.318   Contempl...

 

ABANDONO DA HISTÓRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.318

 



Contemple a foto deste trabalho. Ela representa uma casa comercial fechada no comércio de Santana do Ipanema. Na minha infância o estabelecimento era a loja de artigos mistos, “Rainha do Sertão”.  do empresário Tibúrcio Soares. O último proprietário antes do fechamento foi do senhor Lourival, conhecido como Lourival Madeira. Como o nome estar dizendo, ali se vendia madeira. Mas, com morte prematura do seu dono, o estabelecimento entrou em lamentável disputa de herança e a casa se encontra fechada e abandonada. O melhor ponto do comércio de Santana. E, para quem não sabe, foi ali o início de Santana do Ipanema com a casa-grande de Martinho Rodrigues Gaia e sua esposa, Ana Teresa, primeira devota de Senhora Santa Ana do futuro município.

Mas o que chama atenção na Cultura Local, é a ausência completa de qualquer marco no edifício que lembre à fundação de Santana. Nem um monumento, nem uma placa, nada, absolutamente nada. O estabelecimento fechado vai de uma rua a outra com varanda traseira para o rio Ipanema, Poço dos Homens, serrotes famosos que circundam a cidade e paisagens atualizadas de bairros formados após a construção de ponte General Batista Tubino. Os transeuntes comuns que por ali trafegam, cotidianamente, não suspeitam de que aquele prédio fechado, aparentemente ao abandono, também fecha a história mais bonita do município santanense. E com aperto no coração pela negligência dos não comprometidos com o que é nosso, arrisco uma foto da feiura do lugar

O estabelecimento a que estamos no referindo é o que tem duas janelas fechadas, no meio da foto. Janelas de primeiro andar construído pelo senhor “Lourival Madeira”.  O outro espaço histórico é a própria Matriz de Senhora Santana, que foi construída no curral de gado do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia, pelo padre Francisco Correia que depois passou o ser o primeiro padre da Igreja de Senhora Santana. Após várias reformas o edifício com torre apresenta-se como belo, eficiente e imorredouro. A reforma mais significativa foi a da década de 40, quando ganhou a torre de 35 metros que perdura até hoje, comandada pelo, então, padre Bulhões. Como ficará o edifício sobre a fundação da cidade?

(FOTO:  B. CHAGAS).

 

 

  JÁ ESTAMOS AVISTANDO Clerisvaldo B. Chagas, 26 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.317   Já estam...

 

JÁ ESTAMOS AVISTANDO

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.317

 



Já estamos avistando a chegada do Natal, por entre as diversas e diferenciadas flores sertanejas que ornamentam a nossa vegetação.  As Craibeiras, mãe e filha, da antiga escola professora Helena Braga das Chagas, desde o início da primavera que se vestiram de amarelo e deram toque natalino especial para o Bairro São José. Vamos chegando aos últimos dias do mês dos ventos, das trovoadas e do início das louvações ao nosso Mestre Jesus. A quentura abafada que se confunde com o verão puxado, em nada desanima os festejos que se aproximam seja em casa, seja na rua, seja na igreja, seja na praia. E as novidades de móveis novos de novos utensílios, casa bem com maneiras renovadas e cristãs de pensar, de viver, de conviver.

Fomos surpreendidos com a decoração natalina em trecho urbano da BR-316, também chamada Avenida Pancrácio Rocha. As alegorias na posteação central da rodovia, além de acalmar a alma de quem por ali trafega, faz lembrar ao coração que é preciso muito mais amor individual e coletivo para superar os intrincados que a vida nos oferece. As casas comerciais vão fazendo propagandas chatas, bonitas, honestas e mentirosas e os usuários das oportunidades explorados pela ganância, beneficiados pela honestidade, no novo, na oferta, no atrativo  se recolhe no prazer intenso representado pela mágica aproximação da atmosfera natalícia do Homem.

 Foi assim que fomos à incursão pelo comércio de calor extraordinário; Correios, GERE, Hipermercado, Hospital, mirantes, rodoanel, lotéricas e fotos históricas para os anais de escribas.  Mas encerramos o dia com a vitória de oferta/doação de terreno em serrote para o “Horto Santanense do Padre Cícero”, EXPONTANEAMENTE.  Porém, não deu tempo de falar com pessoa abalizada sobre uma estátua do Santo do Nordeste de 20 metros de altura, isso ficou para amanhã, onde esperamos a continuação dos bons ventos em favor da fé e da boa-vontade.  Recebo ligação do sítio rural Camoxinga dos Teodósio (sítio que mais deu depoentes de graças alcançadas) que ainda continua a apoteose e a disputa pelo livro PADRE CÍCERO, 100 MILAGRES NORDESTINOS. Soma tudo e sai um convite para entrevista em canal noticioso e cultural.

AUTOR NO LAJEIRO GRANDE.

  O 24 DO GINÁSIO Clerisvado B. Chagas, 25 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica; 3.316   Eu já tinha vi...

 

O 24 DO GINÁSIO

Clerisvado B. Chagas, 25 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica; 3.316

 



Eu já tinha vivido algumas experiências no Ginásio Santana, mas ainda não tinha vista um desafio à rigidez da direção. Éramos uma turma de 52 alunos, na maior sala da Escola, a primeira à direita de quem entra no Estabelecimento, com janelas de vidros para à rua. Foi, então, que chegou um aluno novato vindo da zona rural. Rapazinho mais velho e mais comprido do que eu. Tudo bem, tudo normal, mas quando foi na hora da chamada que o professor citou o nome do novato com o número 24, o cabra “deu uma popa” que ecoou em toda a sala silenciosa. Levantou-se e protestou: “O quê? 24? Não aceito não senhor.  Ou muda meu número agora ou vou-me embora desta Escola”.  Não adiantou nenhum tipo de panos quentes, pois o rapaz, criado na moral da roça estava irredutível. O caso foi parar na Diretoria, a escola baixou a cabeça e o número do novato foi mudado.

E a gente passa pela antiga Praça da Bandeira (atualmente Adelson Isaac de Miranda) e ainda pode contemplar a imponência do antigo casarão, completamente conservado. Nome antigo  substituído, mas continuando como escola. O casarão faz parte do trio arquitetônico do Monumento (Bairro do Monumento), com o Tênis Clube Santanense e o antigo Grupo Padre Francisco Correia.  E do trio, somente o Tênis Clube encerrou sua missão social e, segundo comentários, cerrou suas portas, assim como a Associação Atlética Banco do Brasil. A pergunta agora é como serão aproveitados ambos os casarões?

Já existe livro que conta a história de Ginásio Santana, mas nada existe sobre a trajetória da Associação Banco do Brasil e nem do Tênis Clube. Cabe aos intelectuais do Banco a missão de narrar em livro, nascimento, vida e morte do clube que fez parte de uma época de ouro de Santana do Ipanema. E sobre o Tênis clube, de onde sairá os registros das suas peripécias? Seus diretores, seus secretários, poderiam contar do começo ao fim a vida do clube. E se assim não acontecer ficará capenga uma página da história santanense. E o DNER? E o DNOCS? E o padre Bulhões? Páginas preciosas que se tornaram apenas retalhos de narrativas nas bocas de fontes envelhecidas.

TRISTE DE QUEM MORRE E NÃO VAI PARA O CÉU.

 

  VEM JÁ Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.315   No Longo decorrer do final de ...

 

VEM JÁ

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.315

 



No Longo decorrer do final de semana, ainda espero “cair a ficha”, do êxito total da quinta-feira. E assim vou procurara a calma da rua, a secura do rio Ipanema e o céu que chega dói na vista de tanto azul.  Mas a brincadeira aqui no sertão diz que com tantos olhares desmerecidos para o céu, a trovoada anunciada deu às costas e foi embora. Voltou a quentura abafada que desmantela ventilador. E os mosquitos que estavam desaparecidos com a frieza, agora estão achando bom e não deixam em paz as pernas das criaturas, mesmo durante o dia. Se os pestes são ou não da dengue, não sabemos, mas é uma casta muito menor do que o mosquito normal, dificultando assim as mãozadas costumeiras. Eita sertão velho de guerra que quando “não é oito, é oitenta”.

E vamos apreciar de longe, trecho da expansão da cidade que temos a certeza de que você ainda não conhece. É assim que deixo meus olhares tomarem a direção para longe do Lajeiro Grande o subirem a rampa do Bairro Barragem e Clima Bom, pela carreira de nova rua que desce da Bairro Novo, além do hospital, até a BR-316. Uma expansão que comparo somente aquelas periferias de Caruaru e que segundo me contam, já estão funcionando a Faculdades de Direito e de Enfermagem. É o milagre do hospital que atrai inúmeros outros empreendimentos, como a UFAL, o Direito, a Enfermagem, o turismo com a Santa da serra Aguda, com a represa Isnaldo Bulhões, com Igrejinha das Tocaias, com a Reserva Tocaia e agora com o rodoanel ligando AL a BR.

E fico daqui do bairro São José contemplando o pico da serra da Remetedeira que deve ter uma visão deslumbrante para o Oeste da cidade. Nunca fui ali, mas já imagino o lugar como horto dedicado ao padre Cícero com uma bela estátua de 20 de metros altura. Lugar de retiro, descanso e orações. Enquanto isso vamos ocupar os Correios enviando livros para os estados do Ceará, da Paraíba, Do Rio Grande do Norte. Mas, precisamos antes de um abrigo mais agradável contra esse calor abafado de 36 e 38 graus. Não tem como não olhar para o alto e, mesmo sem sinal aparente, vamos desprezar todos os serviços meteorológicos e, sobre a trovoada, afirmar para os botões: vem já!

  MISSÃO CUMPRIDA Clerisvaldo B. Chagas, 22 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.314   Toda a corrid...

 

MISSÃO CUMPRIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.314



 

Toda a corrida, todo o estresse provocado pela expectativa da estreia do livro PADRE CÍCERO, 100 MILAGRES NORDESTINOS (inéditos), lançado quinta-feira passada no Bairro Lajeiro Grande, em Santana do Ipanema, furou todas as bolhas do preconceito numa simples solenidade, porém apoteótica e céus de felicidade. O Evento teve foguetório, abertura, relatos histórico/religiosos, discursos, testemunhos, entrega de certificado: Ministra de Romaria, Distribuição de livros gratuitos entre os devotos depoentes do livro, missa solene como o padre Marcos, da Paróquia de São Cristóvão e encerramento com benditos do Juazeiro, cantados pela multidão. Até a formação rochosa de lajeiro grande sentiu as emoções profundas de todos nós os devotos do padre Cícero Romão Batista.

A empreitada religiosa de reconhecimento ao padre do Juazeiro, teve início com as coletas espontâneas de graças alcançadas narradas diretamente pelo devoto ou indiretamente através de terceiros, de estudos, de cartas, de email, de mensagens. A coletânea vem desde 2012, enfrentando adversidades até chegar ao pico em 20 de novembro de 2025, com o lançamento dos testemunhos ao mundo. Estamos agradecendo ajudas substanciais, como as da comerciante Cida do padre Cícero, de Cajazeiras Paraíba; de Cida do Poço Salgado; do vereador Robson França; da vereadora Josefa Eliana; da prefeitura através de Cleudson e Jorge Santana; da Diretora de Cultura, Professora Gilcélia Gomes; do editor e jornalista José Malta Neto; radialista Gilmar Dionísio; padre Marcos, da Paróquia de São Cristóvão; sobretudo, do companheiro de jornada, escritor Marcello Fausto;

Agradecemos ainda a todos aqueles que contribuíram direta ou a partir do início do evento indiretamente com o belíssimo espetáculo de lançamento: zeladores da igreja, músicos, trabalhadores braçais, Associação da Comunidade Lajeiro Grande.

O dia estava muito abafado e sujeito à trovoada, mas a partir do início do Evento, o tempo amenizou a temperatura, chegando alguns pingos de chuvas no final da missa, já durante à noite. Portanto, o encerramento foi com benditos e chegada de chuva;

Missão comprida, cumprida.

Viva o padre Cícero e nós!!!

 

 

  ROJÃO Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.312   Eita, meu amigo, minha ...

 

ROJÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.312




 

Eita, meu amigo, minha amiga, tem sido rojão a correria para o lançamento do livro PADRE CÍCERO, 100 MILAGRES NORDESTINOS (INÉDITOS) O movimento não está me deixando mais fazer as crônicas diárias. Inúmeras mensagens ida e volta sobre o Evento, além da intensidade de vendas de livros romances e documentários, acelerados. Após caminhada, lá vou eu, logo cedo, avisar a pessoas depoentes no livro dos milagres, a hora correta do nosso Evento no Lajeiro Grande, em Santana do Ipanema. Corre atrás de foguete, corre atrás de zabumba, corre atrás de som, de cadeiras e muito mais coisas para que o nosso encontro de devotos seja decente. Além disso meus amigos, o Sertão está pegando fogo, se bem que Sertão só presta quente.

Recebo visitas inesperadas de vendedores de livros de Piranhas e vamos abastecendo o comércio livreiro da “cidade presépio”. Mais outra visita para abastecer a cidade de Arapiraca com romances marca B. Chagas. E graça a Deus, também vendendo o último livro do BOI, A BOTA E A BATINA, segunda edição. Salutar é saber do interesse social pelas obras documentários, mas também a busca pelo romance, pelo lazer, pela fantasia bem elaborada que faz um bem danado a alma da gente. Por outro lado, ficando feliz pelos elogios à marca registrada Clerisvaldo B. Chagas, em que os leitores procuram e confessam aos revendedores. A consolidação da marca ganhou espaço nacional e principalmente do Ceará a Sergipe. É só agradecimentos ao Grande Arquiteto do Universo.

Hoje, quarta-feira, estaremos na Rádio Correio do Sertão, com o parceiro literário Marcello Fausto, às dez horas da manhã, concedendo entrevista sobre o Evento do Lajeiro Grande. Queremos convocar os depoentes do livro que será lançado naquele bairro. Além disso, iremos confirmar que outros devotos do padre Cícero poderão se fazer presentes, se quiserem.  Mas desde já, estamos avisando que só haverá livros para os depoentes.  Poderemos, entretanto, realizarmos uma segunda edição para vendas, se houver interesse e nominata comprometida.

Viva o santo nordestino!

 

 

 

 

 

    AS GROTAS Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica; 3.311   Em Maceió, não te...

 

 AS GROTAS

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica; 3.311



 

Em Maceió, não temos o nome FAVELA, temos as GROTAS que são lugares de erosão profunda que formam enormes valas, onde a pobreza construiu as suas moradas. Se no Rio de Janeiro as favelas estão nos morros, em Maceió, a pobreza vive abaixo do solo normal. Geralmente as grotas foram feitas pelos riachos que cortam a cidade. Quem quiser pode dizer voçorocas, vales, cânion, rachaduras gigantes e o povo vivendo ali dentro onde correm as enxurradas, os riachos... Já fotografei ali, para o livro REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS (inédito) grota com 80 metros de profundidade, muito bem habitada pelo povo do subsolo. Ainda bem que sucessivos governos vão fazendo melhorias por ali, levando mais dignidade para seus moradores.

No Sertão, grota não é aquela rachadura enorme no solo como em Maceió. Grota no Sertão é lugar, geralmente em pé de montanha, baixo, irregular, normalmente formado por enxurradas de montanha. Grotas são lugares esquisitos que muitas vezes metem medo por serem sombrios, isolados, abrigos para cobras e raposas. Quando essa depressão é mais ampla, é chamada de grotão. Em Santana do Ipanema, por exemplo, encontramos muitos grotões no maciço da zona rural desde o sítio Camoxinga dos Teodósio até grande parte da área do povoado São Félix, em direção ao sítio Pedra Rica. Sendo que os sítios da região de Pedra Rica, sãos planos e arenosos, tudo indica resíduos das antigas montanhas desgastadas, contraforte do planalto de Garanhuns.

Existe, porém, outro termo popular geográfico no Sertão fora   grota e grotão.  Trata-se do nome “Saco”. Saco no litoral é uma enseada, uma baía, uma pequena baía. Saco no Sertão é um amplo terreno baixo com entrada estreita, semelhante à grota ou ao Grotão. Como exemplos temos: 1. Lampião invadiu o Agreste pelo sítio rural Saco do... 2. Mataram Lampião em Sergipe na Grota dos Angicos. 3. Em Santana do Ipanema temos os sítios rurais 2 com nomes de Grotão e 1 com nome Sacão; no Poço das Trincheira: o Saco do Ramalho.

Vamos de Geografia?

GROTA, EM MACEIÓ.

 

 

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