terça-feira, 1 de abril de 2025

 

COLORINDO A VIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 2  de abril de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.219

 



Bem me enviou fotografias antigas de Santana do Ipanema, coloridas artificiamente, o santanense Marcelo Brito. É mais um marco das novas tecnologias, dentro já de uma história riquíssima desde o início da invenção da fotografia e suas trajetórias até o presente momento da inteligência artificial. Duas coisas posso muito bem ressaltar, relativas à minha terra. Temos fotografias de Santana do Ipanema desde o final do Século XIX e vamos caminhando naquelas relíquias mais raras e chegando mais para a frente. Essas fotografias denominadas antigas, elas têm como o grosso os anos quarenta até, aproximadamente, os anos setenta. São fotografias que vêm dos antigos lambe-lambes, principalmente, de grupo não grande, mas que havia em nossa cidade.

São dois tipos de olhares somente relativo a arte. O preto e branco tradicional da época, geralmente sujo, ruído, com ferrugens e terra ao mesmo tempo e desbotado. Mas, é uma prova documental incontestável da existência do alvo fotografado. É um frenesi, um glamour, uma realização – Um orgulho. Quando a fotografia recebe o colorido perfeito, a evidência é o desenvolvido talento de quem assim, viu, pensou, tentou e fez. Não está fora de contexto, como foi dito, apenas duas maneiras de olhar, principalmente dos que nunca viram e os que só viram depois. Por outro lado, os profissionais que conseguem colorir fotos antigas a contento não deixam de ser artistas restauradores de imagens impressas. Sim, é uma dessas profissões do futuro que já chegaram.

Os fotógrafos mais antigos que conheci em Santana do Ipanema, foi o chamado Seu Zezinho que morou na Rua Coronel Lucena e Rua Nova e Seu Antônio, que morou na calçada alta da Ponte e na Rua Coronel Lucena. Provável é que ambos tenham sido lambe-lambes, pois o início era sempre assim, depois as máquinas foram evoluindo e já não se metia a cabeça debaixo daquele pano preto que havia. Perdemos muitos aspectos físicos de “santanenses” ilustres porque antes não havia fotografia e, em nossa região sertaneja, jamais tivemos notícias de que determinada pessoa pintava modelos humanos em telas a óleo.

Portanto, parabéns ao conterrâneo da beira do rio Ipanema, como eu, Marcelo Brito, engenheiro e interessado das coisas da terra.

CENTRO DE SANTANA, ANOS 40, COLORIDO ARTIFICIALMENTE POR MARCELO BRITO (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO).

 


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