sexta-feira, 15 de abril de 2011

OS BRINCOS DOS BRICS

OS BRINCOS DOS BRICS
(Clerisvaldo B. Chagas, 15 de abril de 2011).

Dizem os mais velhos lá do meu Sertão que “quando se está cansado de um lado, vira-se para o outro”. Foi assim que surgiu o grupo de países que recebeu a sigla de BRICS. Devemos em parte a Fernando Henrique e em grande fatia ao Lula, a preferência de afastamento comercial com os Estados Unidos e uma maior aproximação com o bloco europeu. Essa estratégia fez com que a voracidade de domínio dos Estados Unidos, fosse interrompida. Por que deveríamos continuar ligados ao país mais poderoso do mundo se ele só queria nos explorar? Com a aproximação Brasil e MERCOSUL com a Europa, as cosas começaram a evoluir, muito embora saibamos que não é fácil dobrar a organização UE. Logo após o Brasil começou a trabalhar no sentido Sul-Sul, quer dizer, a melhor se relacionar com os países pobres ou em desenvolvimento abaixo da Linha do Equador. Depois partiu para uma ofensiva comercial diante dos países do Oriente Médio, até que trombou com o apoio às pretensões atômicas do Irã. Outro ditado diz que “não se deve guardar todos os ovos em uma cesta só”. O Brasil seguiu os provérbios. Cansados da exploração americana virou-se para o outro lado e diversificou o seu comércio em várias regiões. Funcionou.
Por outro lado, diante da dureza de organizações como o restrito Conselho Permanente da ONU, o clube rico e fechado da Europa e a intransigência imperialista americana, foi costurada com êxito uma frente ampla de países do Sul, pobres e em desenvolvimento, comandados pelo Brasil. Isso fez gerar como consequência uma liderança ampliada pelas maiores forças vindas do Norte como China e Rússia que também buscavam seus espaços. Assim foi formada uma nova e ampliada liderança dos chamados emergentes, com Brasil, Rússia, Índia, China e agora, África do Sul, já apelidados BRICS. O peso dessa união fez o mundo pender para um lado que nunca havia sentido isso antes. Estamos no miolo de uma nova ordem mundial, não existe nenhuma dúvida. O que era um lado só está mudando para o outro.
Nesta última reunião entre os novos cinco grandes, declarações bonitas ganharam o mundo em notas conjuntas dos BRICS. Afinal a China tem a maior população, a Índia a segunda, a Rússia é potência atômica, a África do Sul é o polo convergente de todo o território africano e, o Brasil uma potência da América do Sul crescente para o mundo. Mas ninguém se engane por que não existe uma união de fato, mas de interesses nesse momento da história. Por trás da cortina, todos são concorrentes comerciais entre si, como nos tempos do império romano. É não ficarmos olhando somente para a roupa bonita desse grupo, mas também para os dourados BRINCOS DO BRICS.

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

O EXTERMINADOR


O EXTERMINADOR
(Clerisvaldo B. Chagas, 14 de abril de 2011).

Já estamos no segundo decênio do século XXI, mas os sentimentos negativos continuam tentando o homem. Há uma necessidade medonha de psicólogos e psiquiatras no mundo, para explicar mil coisas que nós, os simples mortais, não conseguimos entender. Uma delas é a mudança de comportamento entre o indivíduo candidato a cargo público e o próprio, após assegurar a vitória. Dizem que o camaleão tem o poder da camuflagem ou do mimetismo de acordo com as intenções de caça ou de presa. Mas esse pequeno e sabido animal tem perdido feio quando comparado aos políticos do meu velho Nordeste ou da nossa pequenina Alagoas. Como é possível tanta transformação em um vivente após chegar ao poder! Existe, porém a tese de que não existe mudança nenhuma. O novo cargo serve apenas para extravasar o que o sujeito já é. Dizem também que a verdadeira personalidade do homem é mostrada sob o efeito da bebida. Quando sóbrio, seu modo de ser continua disfarçado.
Lembro-me de vez em quando que uma pessoa falava sobre a política em Palmeira dos Índios. Quando certo candidato ganhou a eleição a prefeito, subiu a serra das Pias para consultar um raposa da política, pois todos que se elegiam em Palmeira faziam a mesma coisa. Ao indagar sobre como deveria agir na sua administração, o velho cacique disse apenas que pagasse dignamente aos seus funcionários. Surpreso, o novo gestor abriu a boca de espanto e indagou se só era aquilo que tinha a fazer. O raposa ratificou. O prefeito, decepcionado, desceu a serra das Pias.
O caso do governador de Alagoas, Teotônio Vilela, está urgentemente precisando de um cacique do bem para orientá-lo, a não ser que tenha trazido no sangue, desde a última encarnação, um ódio mortal contra funcionário público. Pode ter sido também trauma de infância ou ainda a arrogância polida de usineiro. Só um especialista em comportamento humano poderia dizer com precisão. Para nós, os funcionários públicos, tendo votado ou não em Teotônio Vilela, o desejo de arrancá-lo à força do poder, talvez seja muito maior de que a realidade de um reajuste de respeito. Muitos já fazem comparações as mais diversas sobre um homem fora da realidade. Será um Nabucodonosor? Um Chávez? Um Fidel? Como é que um homem que concorreu com Lessa, Collor, consegue uma expressiva vitória e depois frustra deliberadamente os que o levaram ao poder? Como é que um homem perde para as madeiras nobres do Sertão como o cedro, a aroeira, o angico, a baraúna? Que fraqueza é essa pior de que um cabo de vassoura? Vem de onde esse humor negro contra o funcionalismo do seu estado?
Alagoas continuará assim até que o próprio Deus possa mudar esse destino que leva o nosso estado ao primeiro lugar em tudo que não presta.Quem quer respeito faz por onde possa ser respeitado. Por enquanto, se não mudar, o nosso dirigente maior deverá ficar muito feliz com o título de O EXTERMINADOR.

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