quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O ADEUS DE AGOSTO


O ADEUS DE AGOSTO
Clerisvaldo B. Chagas, 31de agosto de 2012.
Crônica Nº 854

SERTÃO SECO. (fonte: Wikipédia).
Diz o povo do Sertão: “Mês miou, mês findou”. Como o mês não mia, sabemos que ele quer dizer: “mês meou” do verbo mear. De fato, parece mesmo que os primeiros quinze dias demoram mais. A partir do dia quinze, o povo, psicologicamente, tem razão, no instante o mês termina. Com a mesma quantidade dos trinta e um dias, agosto sempre traz a impressão de que é o mês mais espichado do ano. Em nossa região sertaneja alagoana, representa o final das chuvas de outono/inverno. A partir do dia dez – dizia o poeta-repentista Rafael Paraibano da Costa, vão caindo as “últimas tamboeiras”; chuvas fracas que vão escasseando até encerrar o tempo chuvoso. É nesse período de agosto que a frieza costuma doer nos ossos. Esse ano as tamboeiras dos quinze dias chegaram, aproximadamente, ao dia 25/26. Com o inverno atrasado de início e terminando no prazo, o Sertão exibe o seu verde camuflado tentando esconder à seca.  Deveremos agora enfrentar os meses enxutos de setembro e outubro e a incerteza das trovoadas a partir de novembro a janeiro.
O homem se debruça sobre os sinais da natureza no seu estudo mameluco. É o ciclo da lua, os movimentos dos formigueiros, a casa do joão-de-barro, o voo dos pássaros, a flor de mandacaru, a estrela matutina, as condições do rio Ipanema, a direção do vento, a barra do dia... E por trás do verde desbotado dos pereiros, dos alastrados, das imburanas, o fazendeiro contabiliza os prejuízos de uma seca danada. Faltou leite na fazenda e dinheiro nos alforjes. A seca bateu no sertanejo com cacete de mororó, endureceu o couro das novilhas, enfraqueceu o boi. Os urubus, fartos, voam serenos no pano azulado e se escondem nos píncaros dos serrotes.  Cobras se enroscam nos pedregulhos, dormitando das caçadas. No céu surge uma luazona refletindo o dia, convidando à ternura, aos sonhos mais belos das caatingas. Canta o galo nas madrugadas puras sob o piscar azulado das estrelas. Em breve a arte divina também refletirá nos tons angélicos da alvorada.
Na cidade os pardais levaram os seus novinhos. As garças migratórias ainda permanecem aguardando a ordem de retorno. E as periferias vão se cobrindo do branco pantaneiro. É dia 31 no Brasil grande. Dia de receber salário, tempo de mangar de superstições, época de pensar na primavera. Da varanda do tempo é bom agitar o lenço imaculado e corresponder ao cavalheiresco ADEUS DO MÊS DE AGOSTO.



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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

RAPADURA! RAPADURA!


RAPADURA! RAPADURA!
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de agosto de 2012.
Crônica Nº 853
TUFÃO. (Fonte: guia grátis blog).

Os fortes ventos que atingem os Estados Unidos trazem até nós às brincadeiras de crianças do Sertão. Quando se formam o que chamamos pés de vento, a meninada mais distante provoca-os como se fossem vivos, gritando: Rapadura! Rapadura! E até parece que os danados obedecem mesmo, partindo em direção dos provocadores. Lá vêm eles levantando, terra, poeira e lixo cobrindo os ares e uivando pelos roçados ou pelas ruas das cidades. Mas o que é mesmo o vento se não o ar movimentando-se devido ao aquecimento solar e a outros fenômenos interessantes. Olhando apenas o assunto sem profundidade identificamos vários tipos de ventos como os alísios e os polares que nunca param. Temos as brisas, ventos periódicos que sopram no litoral, nos vales e montanhas e vários outros de denominações regionais.
Quanto a sua velocidade podemos chamar de Brisa, o vento que não ultrapassa os 50 km. Ciclone é uma tempestade violenta em alta velocidade de rotação quando os ventos superam os 50 km/h. (Furacão, tufão): Furacão é o Ciclone mais forte, vento circular que surge no mar do Caribe ou nos Estados Unidos. Giram no sentido horário no hemisfério sul e anti-horário no hemisfério norte e pode chegar a 119 km/h. medem de 200 a 400 km de diâmetro. Quando são formados no sul da Ásia, no Índico e no Pacífico, são denominados Tufões. Já o Vendaval, é um vento forte com grande poder de destruição, que chega a atingir até 150 km/h. Geralmente ocorre durante a madrugada, com uma duração que pode atingir até cinco horas.
Para medir a velocidade dos ventos, usamos um aparelho chamado anemômetro, muito usado nas estações meteorológicas e em aeroportos. Parecem quatro cuias, viradas de lado, girando sobre um eixo vertical. O cata-vento indica a direção dos ventos: norte, sul, leste, oeste e outras. Surge às vezes com uma seta e mesmo com um galo metálico no topo. A biruta também indica a direção dos ventos nos aeroportos, para orientar os pousos e as decolagens. Tem aspecto de um saco redondo, estreito e colorido que se afunila, apoiado em uma haste vertical.
Há quem afirme que o vento é a maior de todas as forças da natureza. Temos belas canções de amor que fazem comparações entre paixões, vendaval, brisa e mais. Existe aí uma novela, cujo personagem se chama Tufão. E se quisermos saber como é denominado o vento forte que ora castiga os Estados Unidos, é se informar e comparar com o que foi dito acima. Não quero negócio com vento forte! O senhor aceita? A senhora adora? Então saiam correndo atrás e gritando como os meninos do Sertão: RAPADURA! RAPADURA!

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