quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

ADOÇANDO O SALGADINHO



ADOÇANDO O SALGADINHO
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de fevereiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.628

RIACHO SALGADINHO. foto: (GazetaWeb).
Está ali em nossa Geografia, quase tudo sobre o riacho Salgadinho, principal de Maceió. Usando a expressão sertaneja: “desde que me entendi de gente” que o Salgadinho é um transtorno na capital. Sua trajetória pelas grotas de Maceió vai permitindo coletar grande quantidade de lixo que nem mesmo os filtros colocados deram conta. E pior de que o lixo é a coleta de fezes das inúmeras casas sem banheiro que escoam diretamente para o córrego. O Bairro do Poço é o que mais sofre, pois, localizado no plano da baixada, deixa escorrer o riacho e seus afluentes pelas ruas até desaguarem em plena praia da Avenida da Paz. Ninguém dá jeito no negócio e as autoridades vão empurrando com a barriga o problema que se arrasta desde as ocupações de grotas dos anos 60. Pense na fedentina! E diante de tantas costas viradas, veja:
“O Ministério Público Estadual (MPE) resolveu criar uma força-tarefa para atuar em busca da recuperação do Riacho Salgadinho, cobrando providências aos órgãos responsáveis. O ato está publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (1º)”. De acordo com a publicação, a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) considera que é direito de todos um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, cabendo ao MP ‘a missão de defender os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos’. Além disso, o órgão ministerial leva em conta, na decisão, o alto grau de degradação ambiental verificado em toda a região do Salgadinho. O ato é assinado pelo procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto”.
Finalmente após mais de cinquenta anos, a Justiça consegue enxergar e partir em defesa do povo. Mas será que ela  persistirá mesmo até o final ou cansará na caminhada deitando na rede do enfado? O tempo dirá. Se pensasse, o próprio riacho Salgadinho nunca desejaria virar esgoto. Esperamos que um dia as autoridades retirem suas roupas de mendigo e lhes devolvam o traje imperial de antes, a simpatia e fama do mais importante que sempre foi.














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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

PÃO DE AÇÚCAR CONHECE?



PÃO DE AÇÚCAR CONHECE?
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de janeiro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Foto: (Culturaeviagem).
 Crônica 1.627

IGREJA MATRIZ DE PÃO DE AÇÚCAR

Quedo-me diante da foto da igreja e deixo desfilar imagens sacras sanfranciscanas. Os olhos dançam diante do casario de Pão de Açúcar e vou buscar o gesto do meu saudoso professor de Geografia Alberto Nepomuceno Agra. Coloco as mãos para trás e apenas balanço a cabeça para cima e para baixo em sinal de aprovação. Pão de Açúcar tem história, muitas histórias, inúmeras histórias.
Desde quando os índios Urumaris receberam terras de D. João VI e chamaram o lugar de Jaciobá (Espelho da Lua), rolam as narrativas encantadoras. E com a invasão dos Chocós; morro do Cavalete imitando forma de fazer açúcar; visita de D. Pedro II com narrativa registrada; lorotas sobre Lampião; sítios arqueológicos artesanato e lazer chega uma vontade danada de passar uma semana pesquisando e descansando nas águas do Velho Chico.
Cidade plana, casario tradicional, bares na orla, bancos de areia e violão à noite. Terra de músicos e intelectuais. Lembra-me o escritor Aldemar Mendonça (Efémerides de Pão de Açúcar) Seu Dema e, com ele lançando o meu primeiro livro, o romance “Ribeira do Panema”. Presentes o prefeito, o escritor Etevaldo, o professor Guimarães.
Muito me impressionou a Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus pela sua beleza arquitetônica, característica imponente dos templos católicos do Baixo São Francisco.
Uma visita ao Cristo de braços abertos olhando o rio à jusante deixou-me cansado, mas feliz. E as conversas sobre as piranhas que frequentam as águas locais, vão excitando a imaginação.
Quando solteiro, diante do calor intenso na cidade ─ dizem que é a terceira mais quente do Brasil ─ meu pai jurou nunca mais colocar os pés ali. Por outro lado, fez o mesmo com Garanhuns após pegar um frio de arrancar a pele.  
Fiquei apaixonado pelo lugar a partir da minha primeira visita. Pão de Açúcar nunca me negou fogo. Conhece?






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