quinta-feira, 1 de junho de 2017

A BARRIGA, A SERRA E A NOTÍCIA



A BARRIGA, A SERRA E A NOTÍCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.678

SERRA DA BARRIGA. Foto (divulgação).
 É pena que muitas notícias boas cheguem quando predominam a negatividade e ofusca as alvíssaras. Os episódios da História de Alagoas com a bravura do Quilombo dos Palmares correram mundo. O grito e o sangue derramado pela liberdade negra tornaram-se orgulho do povo alagoano. A história dos Palmares deveria ser mais estudada, pesquisada e entendida nas escolas do estado com maior frequência e profundidade. Afinal, no dia da Consciência Negra chega gente para subir a serra, de todas as partes do planeta. Em nosso livro ainda inédito, “Repensando a Geografia de Alagoas”, fornecemos uma lista completa das Comunidades Quilombolas e cada população; até mesmo a comunidade de Tabacaria que foi devastada pelas chuvas em Palmeira dos Índios. Ainda em nosso outro livro já publicado, “Negros em Santana”, defendemos teses importantes baseadas nos movimentos negros da grande serra.
“Símbolo de resistência a escravidão imposta ao povo negro do Brasil, a Serra da Barriga localizada no município de União dos Palmares, Alagoas, foi aprovada como Patrimônio Cultural do Mercosul. A escolha ocorreu na tarde desta terça-feira, 30, na XIV  Reunión de la Comisión de Patrimonio Cultural / CPC / Mercosul Cultural, na Argentina”.
Como foi dito, é pena a notícia ter chegado em momento de tanta dor na região litorânea e na zona da Mata com as enchentes devastadoras. Mas não deixa de trazer imensa alegria para os defensores da causa negra no estado e para os vários segmentos e intelectuais alagoanos. Para o Brasil, um marco importantíssimo que irá repercutir por todos os recantos do Globo.
Mesmo assim, apesar dessa retumbante vitória, continua uma luta difícil de todas as comunidades quilombolas registradas no estado. A pobreza é fator primordial nessas áreas onde as opções continuam mínimas e, o básico como Educação, Saúde e Trabalho remontam ao tempo da escravidão.
Quantas e quantas vezes planejei levar alunos até o alto da serra e nunca deu certo! Fazer o quê! Muitas coisas na vida que parecem tão perto se tornam tão longe!...
O importante, porém, é o dever cumprido, a contribuição diária para uma humanidade mais feliz, mesmo que ela seja apenas um tiquinho.






Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2017/06/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html

quinta-feira, 25 de maio de 2017

RUGENDAS



RUGENDAS
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de maio de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.677
 
Rugendas.
Quem se lembra dos nossos livros colegiais de História do Brasil? Mesmo surgindo de várias editoras diferentes, nunca deixavam de apresentar ilustrações de artistas estrangeiros e consagrados. Famosas pinturas feitas a óleo ou em aquarelas ajudavam de fato a fixar as lições dos textos. No geral os autores chamavam-nas de gravuras. Entre as gravuras que se apresentavam em nossos livros, ficaram mais conhecidas as que se referiam a Rugendas.
Mas quem teria sido Rugendas?
Johann Moritz Rugendas era alemão tendo nascido em Augsburgo, na Baviera em 29 de março de 1802. Pertencia a uma família de artistas e quando criança trabalhava de palhaço em um circo.
Moritz tornou-se pintor. Cursou a Academia de Belas-Artes de Munique, especialidando-se na arte do desenho.
Motivado pelo naturalista Alexander Humbolt (1769-1859) Rugendas viajou para o México em 1831com o propósito de andar pelas Américas com objetivo de reunir material para publicações. O sábio Alexander Humbolt é personagem bastante conhecido na Biologia, Geografia, Naturalismo e na Exploração.
No México Moritz começou a pintar a óleo, com técnicas italianas. A partir de 1834, excursionou pela América do Sul passando pelo Chile, Argentina, Peru e Bolívia.
Chegou ao Rio de Janeiro em 1845 onde retratou membros da família imperial. Adotando o nome artístico de Rugendas ia pintando o Novo Mundo em tudo que via pela frente. Cenas do Rio de Janeiro, o cotidiano da escravidão, trajes e costumes, tudo ia entrando para a coleção do pintor que prestou relevantes serviços ao Brasil.
Em 1846 partiu definitivamente para a Europa. Cedeu sua coleção de desenhos e aquarelas ao rei Maximiliano II, da Baviera, em troca de uma pensão anual e vitalícia.
Seus desenhos são amplamente conhecidos nas escolas do Brasil. Até eu precisei do seu engenho de cana-de-açúcar para ilustrar um texto de “Repensando a Geografia de Alagoas”.






Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2017/05/rugendas_25.html