domingo, 6 de outubro de 2024

 

PARÓQUIA DE SÃO CRISTÓVÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.121

 



O mês de outubro, um dos mais seco do ano, tem o prazer de apresentar anualmente a tão aguardada Festa de São Cristóvão. A Paróquia de São Cristóvão, foi criada no Bairro Camoxinga, o maior de Santana do Ipanema. A construção da Igreja de São Cristóvão e a fundação da paróquia, estão registradas no livro consulta: “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema, às páginas: 315-316, anotações profundas do padre José Neto França.  A igreja foi ideia de fiéis, bem como sua construção, detalhada pelo padre acima. A Paróquia de São Cristóvão foi inaugurada em 12 de fevereiro de 1964 e instalada dia primeiro de março. Seu primeiro pároco foi o, então, sacerdote Alberto Pereira Santos.  Na Matriz de Senhora Santa Ana, da qual se desmembrou, estava sob o comando do padre Luís Cirilo Silva.

Infelizmente ainda não chegou ao meu conhecimento por aqui, a programação da grande festa do bairro. É costume abrir os festejos com procissão de veículos diversos, automóveis, caminhões, carroças, e cavaleiros aboiadores compostos de vaqueiros agricultores e criadores em louvor ao Santo Padroeiro. Muito prazeroso é participar da procissão do santo, seja em automóvel, caminhão, carroça, moto, bicicleta ou cavalo. Existe um bem-estar profundo que toma todo o corpo do devoto em trânsito. Os cânticos de louvor são um dos pontos altos da festividade religiosa, que inspiram o devoto a abrilhantam o coletivo. O santanense sente muita emoção na abertura da festa.

A movimentação profana toma conta do pátio da Igreja e se estende pelo Largo da Praça da Secretaria de Saúde (antigo Hospital Arsênio Moreira) e mais três ruas onde proliferam barracas de todos os tipos de comidas e bebidas, muita música, passeios e namoros.  E ainda quermesses e animadíssimos leilões A Rua Pedro Brandão, principal do bairro, incensa o ar com o cheiro forte do churrasquinho e tufos localizados da fumaça. Nas imediações da Escola Estadual Ormindo Barros, têm pizzaria na área e cervejas geladas nas barracas mais distantes da Igreja. Essa folia toda acontece após a novena do santo, cuja celebração tem um padre diferente a cada noite e os atrativos de apresentações dos noiteiros.

Viva São Cristóvão, padroeiro dos motoristas!


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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

 

MOENDO TRONCHO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.120

 



Ainda alcancei um tempo em que a polícia, quando pegava um ladrão, pelava sua cabeça, colocava um cartaz no peito do infeliz “Eu sou ladrão”. Amarrava-o com uma corda na cintura e saía de rua em rua desfilando com ele que era obrigado a gritar os mesmos dizeres do cartaz. Era década de 60 e ainda não havia esse negócio de direitos humanos, somente a lei da brutalidade e dos mais fortes. Ora, o que acontecia na Cadeia Velha da Rua Antônio Tavares, só Nosso Senhor Jesus Cristo sabia. E quando a Cadeia Velha foi demolida e a delegacia passou a ser no lugar Aterro, trecho urbano da BR-316, os absurdos persistiam. As torturas eram ouvidas pela vizinhança que não deixava de repassar para as demais pessoas. Quanto ao loca de trabalho para a polícia, significava uma evolução enorme, diante da insalubre e finada Cadeia Velha.

O auge da fama da nova Delegacia de Polícia foi a prisão por uns tempos dos famosos homens do gatilho, Valderedo e Floro Novais, visitados por uma multidão dos seus apreciadores.   Foi destaque quando certa feita prendeu enorme quantidade de maconha e, o povo santanense foi convidado a ver dentro e no pátio externos da delegacia, montes de maconha verde e inúmeros sacos abertos de maconha em ponto de uso.  Além da estúpida quantidade da erva, estavam presas algumas pessoas que faziam parte de plantio e de negócio proibido. Pessoas essas, muito conhecidas e queridas da região. Algumas delas foram levadas à capital e se falava, em tortura braba. Inclusive, alguns desistiram do ramo, desmoralizados após a soltura.

A Cadeia Velha, fundada em 1860, após a sua demolição, o terreno foi transformado em casas comerciais e nenhum marco foi deixado da sua existência. Foi Joalheria de luxo, Banco do Brasil e, atualmente continua sendo casa comercial. Só os mais velhos sabem. Era delegacia, cadeia, necrotério e ponto de venda de escravos. Quanto a delegacia do Aterro, foi recebendo vários títulos e, nós que não entendemos dessas coisas de burocracia de polícia e justiça, vamos apenas registrando os fatos principais e históricos da cidade. Seu prédio imponente, passou a ser um dos principais do trecho urbano da BR 316, e atraiu muitos outros empreendimentos na Pancrácio Rocha e suas imediações.

DLEGACIA DE POLÍCIA COM MAIS DE 50 ANOS DE FUNDAÇÃO. (FOTO; B. CHAGAS/ LIVRO 230).


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