AH! NOVAMENTE ELES! Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2016 Crônica 1.550 ATRAÇÃO TURÍSTICA. Foto: (Clerisvaldo). A perc...

AH! NOVAMENTE ELES!



AH! NOVAMENTE ELES!
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2016
Crônica 1.550
ATRAÇÃO TURÍSTICA. Foto: (Clerisvaldo).

A percepção, a sensibilidade, não está nos corações de todos. É bem verdade que qualquer pessoa, qualquer ser do planeta, age como quer quando pode assim fazer. Mas um homem público tem enorme compromisso com o povo. Infelizmente a cultura da corrupção, o acomodamento particular enraizado, faz com que escapula o restinho de qualquer sentimento benéfico ao coletivo pelos imperadores que dirigem os nossos sertões.
Pois bem, em nossas andanças, estivemos no chamado curral do gado, em nossa cidade, que corresponde ao lugar da feira semanal de animais. Enquanto Dois Riachos, um lugar tão pequeno, conhecido como terra da jogadora Marta, exibe a maior feira de gado do estado e a mais famosa do Nordeste, Santana continua de cócoras. O lugar é insalubre, pequeno, sem piso, sem cobertura, sem água e sem rações para os quadrúpedes. Os gados ovino, caprino e bovino, misturam-se num espaço ridículo do tipo salve-se quem puder. O dinheiro que circula na cidade, proveniente dessa feira, não se transforma em benefício. Os animais chegam ao amanhecer e ficam sob uma temperatura altíssima, sem água fresca, sem cobertura, sem ração, sem o mínimo conforto para eles e seus tangedores. Feira de gado em Santana é feira do século XIX. E Dois Riachos vai melhorando seus currais com o auxílio do governo. Em Santana todos colocam desculpas: prefeitos, vereadores e mesmo o poder judiciário que aguarda alguma denúncia para agir. A lei de proteção aos animais não existe na terra de ninguém.
Voltamos com o nosso trabalho feito, mas decepcionadíssimos com os descompromissados.
 Encerramos a missão com uma visita à pedra do sapo, atração turística no sítio Barriguda. Aí é outra história, amigo.

NA CHÁCARA DO CIÇO Clerisvaldo B. Chagas, 23 de julho de 2016 Crônica 1.549 SANTANA. REGIÃO PERIFÉRICA. Foto: (Clerisvaldo). Co...

NA CHÁCARA DO CIÇO

NA CHÁCARA DO CIÇO
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de julho de 2016
Crônica 1.549

SANTANA. REGIÃO PERIFÉRICA. Foto: (Clerisvaldo).
Como diz o povo: enquanto descansa carrega pedra. Mergulhado no trabalho da Geografia, ficamos sem escrever crônicas todos os dias. Mas, ontem, sexta-feira, em plena festa da padroeira Senhora Santana, fomos pesquisar na periferia. Eis que nos encontramos com o Cícero Nobre, ex-comerciante e perito em jardinagem. Levado quase à força a sua “Chácara Padre Cícero”, descemos pelo Bairro Lajeiro Grande até às margens do rio Ipanema. O homem apaixonado pelas plantas foi nos mostrando os vários compartimentos da sua propriedade em área de lajeiro e matacões. Muitas plantas de ornamentos e medicinais, inclusive, árvores robustas para produção de madeira.
E o Cícero, amante das plantas e da Natura foi mostrando os seus feitos e contando histórias as mais diversas sobre sua vida, obras, plantio, comércio e tantas coisas mais que encerramos a visita sentados num lajeado contemplando a paisagem dos arredores, fotografando, anotando, num interminável diálogo.
Além do nosso trabalho, naquela sexta-feira, Deus nos permitiu manhã agradabilíssima com lazer e missão profícua. O bornal trouxe limões e mais limões para temperar a galinha de capoeira que o Cícero teimava em nos presentear.
Sempre fomos conhecedores da região, mas não da chácara nem do espaço preenchido caprichosamente. Foi quando pudemos apreciar as belas jaçanãs fazendo festa nas “orelhas de burro” de seus dois enormes barreiros.
Para quem se levantou ao amanhecer com o céu prometendo chuva, o trabalho do dia pareceu profícuo e abençoado pelo perfume do mato verde e das boas palestras do proprietário da chácara. Em casa, a contabilidade deu altamente positiva e, como sempre, agradecemos ao Mestre dos mestres, pelo árduo se transformar em benesses.
Continua ainda, compadre, a festa da padroeira.


VAMOS!... Clerisvaldo B. Chagas, 15 de julho de 2016 Crônica 1.548 PESQUISADORA GIRLENE M ONTEIRO E PROCÓPIO. Foto (Clerisvaldo). ...

VAMOS!...

VAMOS!...
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de julho de 2016
Crônica 1.548

PESQUISADORA GIRLENE M ONTEIRO E PROCÓPIO. Foto (Clerisvaldo).
Acertando o número embaralhado das crônicas, vamos deixando a capital rumo ao Sertão. O dia em Maceió amanheceu frio e chuvoso lembrando aquele cheirinho de terra molhada das fazendas sertanejas. O bem-te-vi urbano saudou a manhã e a nossa partida a Santana do Ipanema.
Infelizmente, a mania concentradora do homem virou cultura. Tudo tem que ser em Maceió. Documentação, saúde, comunicações, encaminhamentos gerais. Cumpridas algumas etapas, conversamos também com o senhor Procópio, inúmeras vezes presidente da AVTA – Associação de Violeiros e Trovadores de Alagoas – no Museu Palácio Floriano Peixoto. Vamos arrebanhando e tangendo os ventos culturais pelos caminhos que se descortinam. Mesmo assim estamos conduzindo ideias para mais uma fundação idealista e prática no Sertão.
A festa da Padroeira Senhora Santana, vai iniciar, comadre! Bafejada pelo inverno vacilante e os ventos mais frios do mês de julho, a cidade externa a alegria do encontro divino. Aí sim, vamos ver e escutar outros bem-te-vis que representam as caatingas, os serrotes, os rios intermitentes, os balanços de quipás, facheiros e mandacarus. É tempo de ouvir zumbidos de abelhas, concentração de nuvens e beber o orvalho nas folhas novas da laranjeira.
Agora vamos para outra etapa. Para as planuras de Canapi, os vales de Mata Grande, o São Francisco de Piranhas e as palmeiras ouricuri de Delmiro Gouveia. Vamos para o lajeado de Ouro Branco, ao bicho preguiça de Maravilha e ao sol escaldante de Pão de Açúcar. O sertão inteiro nos aguarda para a última inspeção da “Repensando a Geografia de Alagoas”. À disposição: automóveis, motocicletas, vans, cavalos e pernas. Longas pernas compridas para as trilhas escondidas da caatinga. Vamos!...