O PEBA RICO Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.731 “Eu sou o pirata D...

O PEBA RICO

O PEBA RICO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.731

“Eu sou o pirata
Da perna de pau
Do olho de vidro
Da cara de mau”

Sempre foram assim mostrados piratas e corsários em aventuras de histórias em quadrinhos e livros infantis. Os piratas representavam bandos de marginais em embarcações dispostos a roubar e saquear tudo que encontravam pela frente. Navios transportando ouro de várias nações eram constantemente alvos de piratas. Mas os corsários praticavam os mesmo atos com a diferença de organização prévia e oficial, pois agiam em nome de um país e de uma bandeira. O que eles conseguiam nos assaltos e saques dividiam com o rei, ficando com a maior parte dos produtos.
Muitas embarcações de piratas, corsários e de governos sofriam ataques e naufragavam levando tesouros para o fundo mar. Não raras vezes os piratas enterravam as cargas roubadas em ilhas e mesmo nos continentes. Grande número de navios naufragou também por causa de bancos de areia e arrecifes sem sinalizações alguma.
O mar de Alagoas é rico em arrecifes de corais e de arenito. Quantos navios dos tempos antigos de piratas e corsários e embarcações oficiais naufragaram na região? É difícil saber. Mas pelo menos retorna a curiosidade de caçadores de tesouros ou historiadores com os achados de moedas e joias da praia do Peba – área protegida por lei no município de Piaçabuçu.
Quando esses fatos acontecem uma enxurrada de pesquisadores chegam ao local. É sabido, porém, que todo achado pertence ao governo. Independente, todavia, de moedas, joias, baús e outras botijas seculares, a praia do Peba é o nosso verdadeiro tesouro. Está localizada entre os municípios de Piaçabuçu e Feliz Deserto. Aliás, a denominação deste último território foi dada por um náufrago.
Arenosa, extensa, berçário de tartarugas marinhas e cabeça das praias mais belas do Brasil, o Peba é rico com ou sem pirata da perna de pau.


A BELA BELO MONTE Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.730 POVOADO BARRA D...

A BELA BELO MONTE

A BELA BELO MONTE
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.730

POVOADO BARRA DO IPANEMA.  Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Quem procura um lugar pequeno, pitoresco e tranquilo para espantar o estresse, indicamos Belo Monte no Sertão do São Francisco, em Alagoas. A sua pequenez física, talvez, seja o encanto bucólico onde o tempo passa devagar. Como permanente sentinela do Velho Chico, era antes fazenda de gado. Nas viagens de D. Pedro II pelo Brasil, também passou o monarca pelas terras desse lugar ao subir de Penedo até a cachoeira de Paulo Afonso. Elevou a povoação à vila com o nome de Lagoa Funda, mas no próprio decreto – encantado com a beleza da paisagem – D. Pedro II mudou o topônimo para a poesia curta de Belo Monte.  Por situar-se num alto rochoso, praia não é o forte da cidade e sim o panorama amplo que se espraia pelo vale do rio São Francisco.
Não chegando aos dez mil habitantes, a cidade oferece uma culinária típica e a calma das suas ruas, passeios de canoas, barcos e lanchas, tendo a Igreja principal da cidade como edifício destaque com a formosa e antiga arquitetura. Em tempos de maior movimento destaca-se nos Carnavais, nas procissões de Bom Jesus dos Navegantes – que acontece nos dias 29 de dezembro a 01 de janeiro – e nas festas da padroeira, Nossa Senhora do Bom Conselho, em 2 de fevereiro. Belo Monte limita-se com Sergipe e os municípios de Pão de Açúcar, Jacaré dos Homens, Batalha e Traipu. À jusante da cidade encontra-se o povoado Barra do Ipanema com uma encantadora praia e o morro/ilha dos Prazeres com a igreja no topo de Nossa Senhora dos Prazeres, recentemente tombada pelo IPHAN a qual demos pequena parcela de contribuição. O lugar deu origem aos nossos livros: “Ipanema um Rio Macho” e “Barra do Ipanema; Um Povoado Alagoano”.
Vários lugares são oferecidos como passeios, inclusive a famigerada serra das Porteiras com 494 metros de altura. É nesse loca onde se encontra a foz do rio Ipanema depois de escorrer por 12 quilômetros no município, formar o mais belo trecho do seu curso com um canhão e corredeiras no povoado Telha, chamadas pelos santanenses de “Cachoeiras”.
Quem quiser chegar a Belo Monte por terra, infelizmente terá de enfrentar uma cabulosa estrada de barro a partir de Batalha, sua cidade recorrível vizinha. Belo Monte também faz parte da Bacia Leiteira do Médio Sertão de Alagoas.




EDUCAÇÃO: VOCÊ SABIA? Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.729 Estamos de...

EDUCAÇÃO: VOCÊ SABIA?


EDUCAÇÃO: VOCÊ SABIA?
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.729

Estamos dentro dos 83 anos da primeira escola grande particular de Santana do Ipanema e, talvez, do Sertão alagoano. Aconteceu em 11 de julho de 1934, a fundação do “Colégio Santanense”, na chamada Rua Nova, número 281. O empreendimento foi executado pelo professor Flávio de Aquino Melo e funcionava nos três turnos. O nível era primário durante a manhã, secundário na parte da tarde e, à noite, Curso Comercial para os que trabalhavam no comércio. Depois, o mano do professor Flávio, Floro de Araújo Melo, continuou o trabalho numa época de escassa mão de obra para o Magistério. Governava a cidade, Francisco de Barros Rego. O nível secundário, que correspondia da quinta a oitava série, apresentava as seguintes matérias: Francês, Matemática, Geografia, História da Civilização, Ciências Físicas e Naturais, Português, Latim, História do Brasil e outras. Existe uma variante da data de fundação, com diferença de dias, mas em 1934.
Em 1938 foi inaugurado o primeiro grupo estadual do município, o “Padre Francisco Correia”, no Bairro do Monumento. E mesmo com essa escola pública, o “Colégio Santanense” continuou funcionando até fevereiro de 1940, quando o proprietário e diretor Floro de Araújo Melo foi embora para o Rio de Janeiro. Na época de Floro, o então, jovem Darras Noya de Pão de Açúcar e que hoje é nome de museu, muito ajudou na parte recreativa do Colégio. Floro tornou-se escritor com vários livros publicados.
O próprio dono do “Colégio Santanense” fala sobre as formas de castigos da época como: ajoelhar o aluno em grãos de milho ou prendê-lo em quarto escuro e aplicar “bolos” na palma da mão com a palmatória.
Antes de 1934, havia às escolinhas, particulares ou não que funcionavam nas residências das próprias professoras. Umas funcionavam somente com meninos, outras somente com meninas. Ainda algumas mistas.  Muito tempo após a fundação do grupo Padre Francisco Correia, outra escola semelhante foi instalada no Bairro Camoxinga, denominada Ormindo Barros.
Escola pública mesmo, da quinta série em diante, somente a partir da fundação da Escola Estadual Deraldo Campos, hoje Mileno Ferreira.
Esperamos que essa crônica tenha sido útil às suas pesquisas educacionais do município.
·         O professor Flávio Aquino Melo, pioneiro de escolas grandes no sertão, faleceu em Recife, vítima de trânsito (ônibus em marcha ré).
·         O professor e escritor Floro de Araújo Melo, faleceu no Rio de Janeiro.