REVIVENDO O GRUPO E A HISTÓRIA Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2017  Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.774 ...

REVIVENDO O GRUPO E A HISTÓRIA


REVIVENDO O GRUPO E A HISTÓRIA
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2017
 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.774

Grupo  Escolar Padre Francisco Correia, em torno de 1954. Foto: (Domínio Público.
Revendo uma peça do nosso patrimônio arquitetônico, vamos contemplando a foto antiga que às vezes emudece quem a contempla, por alguns segundos. A fotografia acima representa a arquitetura original do edifício Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Construído como a primeira escola grande do município, veio para Santana do Ipanema ministrar aulas do, então, Curso Primário que correspondia da primeira à quarta série. O Grupo foi edificado na gestão do prefeito interventor Joaquim Ferreira da Silva com ajuda do governo estadual. Joaquim foi o mesmo que construiu o prédio do atual Ginásio Santana. (Detalhes incríveis no livro “O Boi, a Bota e Batina; história completa de Santana do Ipanema”). O Grupo foi inaugurado em fevereiro de 1938 e juntamente com a Igrejinha/monumento de Senhora Assunção, Escola Cenecista e Tênis Clube Santanense, representam o grande quarteto histórico numa única quadra, na cidade de Santana.
Analisando a foto acima, temos um grupo já terrivelmente desgastado, em torno de 1954. A parede amarelada de tinta velha está pichada, provavelmente, por propaganda eleitoral. O altíssimo poste para luz elétrica motriz é de madeira de lei. À frente da escola, um pé de fícus e, o entorno do prédio cercado por balaústres também de alvenaria. Nesta época o recreio era feito no pátio de terra, o mesmo que está cercado com o balaústre. Era servido nesta hora, o chamado leite que era uma espécie de mingau nutritivo e enjoativo que o aluno às vezes bebia, às vezes jogava fora, na areia do pátio.
O balaústre da foto ainda representa o cercado original. Uma das diversões bem perigosas, doida, doida mesmo, era correr por cima do balaústre, pulando de um em um, numa velocidade de quem corria no chão limpo. Isso era coisa para poucos e não podemos afirmar com certeza se constavam nessa peripécia os nomes de Jorge de Leuzínger e do sapateiro Claudio Canelão. Fui testemunha de tudo que disse na década de 50 quando Maria de Lourdes Monteiro era a minha professora predileta e dona Prisciliana Farias, guardiã, tocava a sineta na entrada, no recreio e na saída. O balaústre foi acabando sem manutenção até que foi todo demolido. A escola passou longo tempo sem proteção, até chegar à murada decente atual.
 Preciso de uma palestra para ministrar naquela escola, pois tenho muitas e muitas coisas para dizer. Por hoje, tá bom.












GALOPANDO NA HISTÓRIA SANTANENSE Clerisvaldo B. Chagas, 3 de novembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.773 ...

GALOPANDO NA HISTÓRIA SANTANENSE


GALOPANDO NA HISTÓRIA SANTANENSE
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.773

PONTE DA BARRAGEM. Foto: (Alagoas Na Net).
Para dirimir dúvidas sobre os títulos diversos recebidos pelo município sertanejo de Santana do Ipanema, passo a responder aos que me indagaram. E de fato para quem não sabe é muito complicado se for apenas examinar documentos de grafias diferentes. Podemos afirmar, no entanto, que o município santanense recebeu quatro títulos com os mesmos significados, mudando apenas a grafia, de acordo com a própria forma de escrever da época. No princípio era toda a região banhada pelo rio formador que se chamava “Ribeira do Panema”.  Ribeira no sertão nordestino é arcaica, ainda em uso e que significa rio. Panema é palavra indígena Ipanema, mais fácil de ser pronunciada sem a letra “I”.
A partir de 1787 quando o padre Francisco José Correia de Albuquerque construiu a capela no, então, arraial em terras do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia e ali colocou a imagem da avó do Cristo, o lugar que era parte de Ribeira do Panema, passou a ser chamado: “Sant’Anna da Ribeira do Panema”. Essa denominação perdurou até o Arraial ser elevado a povoado/freguesia (território dominado pela Igreja) em 1836. Enquanto povoado/freguesia, escrevia-se o nome assim: Sant’Anna do Panema”. Quer dizer, saiu apenas os nomes: “da Ribeira”.
Somente quando o povoado/freguesia foi elevado à vila, em 1875, utilizamos o nome “Ipanema”, retiramos um dos “N” de Anna e passamos a escrever: “Sant’Ana do Ipanema”. 
Esta denominação arrastou-se de vila até a elevação à cidade, em 1921quando finalmente foi retirado o apóstrofo e confirmado o restante, ficando definitivamente: “Santana do Ipanema”.  
Podemos encontrar em alguns documentos como na revista O Cruzeiro, em reportagem sobre Santana, em 1940, escrito como no tempo de povoado/freguesia, erroneamente.

Esperamos ter correspondido ao que nos foi indagado e que nos parece ter faltado apenas o significado da palavra Ipanema ou Panema, coisa que o santanense aprende logo cedo: água ruim, salobra (quando extraída das cacimbas do leito do rio).

O PARQUE NACIONAL DOS VEADEIROS Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.772 J...

O PARQUE NACIONAL DOS VEADEIROS


O PARQUE NACIONAL DOS VEADEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.772
Jardim de Maytréia e Morro da Baleia.  Foto: (Divulgação).

Nesses tempos em que se fala tanto na Mídia sobre o incêndio acontecido na Chapada dos Veadeiros, vem à mente o velho mestre Alberto Nepomuceno Agra, meu saudoso e querido professor de Geografia. A chapada hoje é um parque chamado Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, com proteção integral à natureza. Está localizado na região centro-oeste do estado de Goiás. Abrange uma área de cerrado de altitude sendo que 60% ficam em Cavalcante e os demais 40% em Alto Paraíso de Goiás. Este parque foi criado pelo então presidente da república, Juscelino Kubitschek em 11 de janeiro de 1961. Já em 2001 foi incluído na lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO e, atualmente, está a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Sua denominação vem de uma fazenda chamada de Fazenda dos Veadeiros, estabelecida ali em torno de 1750, para atividades como a pecuária e o cultivo do trigo e do café. E para recordarmos o que em Geografia e Geologia chamamos “chapada”, é uma forma de relevo montanhoso em que ocorrem extensões de solos elevadas e planas, vales profundos, cachoeiras e rios caudalosos. Geralmente estão a mais de 500 metros de altura e suas extremidades são abruptas. Pela sua forma a chapada também é chamada de mesa ou meseta. A região atrai muitas pessoas dedicadas ao misticismo, pois além de tantas belezas naturais, a abundância de aflorações de quartzo é tida como centro de concentração de energia.
A organização no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros procura também proteger 17 espécies de flora e 32 espécies de fauna ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, a onça-pintada e o pato-mergulhão. Também visa proteger 466 nascentes na região, que é conhecida como “a caixa d’água” do Planalto Central, com influência em bacias hisdrográficas como a Amazônica e a do São Francisco.
Mas se todo esse esforço para preservar a natureza demorou anos e anos a fio, o fogo destrói em poucas horas toda a conquista do homem. E quando o fogo é feito de forma proposital e criminosa, talvez não existam palavras para descrever a covardia.