SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
A IMPONÊNCIA NA RUA Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.304 Não é uma ...
A
IMPONÊNCIA NA RUA
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.304
Não é uma novidade, mas sempre é novidade. Que
bom, matar a saudade do comércio de Santana do Ipanema, neste final de mês. Assim estacionamos defronte a Matriz de
Senhora Santa Ana em plena tardezinha, quando o Sol alongava as sombras dos
edifícios e nossas. E não é defeito algum da foto abaixo, mas sim a condição do
tempo esmorecido que o poente oferece. O fim de uma tarde esvanecida e a
imponência do Museu da cidade como um gigante que estar adormecendo. Na verdade,
também é saudoso o langor que nos leva a destacar o Museu Darras Noya ao lado
da torre mais bela do interior e escrevendo garboso o amor à terra. Foi ali,
defronte do guardador de lembranças onde negociamos 20 anos com tecidos. E das janelas azuis do pomposo edifício,
contemplamos a rua ladeirosa que ali se inicia e vai lamber as areias grossas
ou as águas barrentas do rio Ipanema, com outro majestoso título: Barão do rio
Branco. É o “Quinteto Arquitetônico do Comércio” que é beijado pelo astro
misterioso que procura o horizonte. Museu, Matriz, casarão de esquina, casarão
da estátua, casarão do coronel, mostrando o passado faustoso que continua a
honrar o nosso passado histórico, altivo e progressista. Parecem debruçados em seus janelões
iluminados, antigos habitantes do prédio caprichado: Seu Queiroz, Dr. Arsênio,
Seu Moreninho, Dona Antéa... Sob o
cheiro das flores vermelhas e das flores brancas do jasmim, espiando por cima
do muro picotado.
O Comércio, ativo, quer fechar. Motos transitam aproveitando a quietude
comercial, Os transeuntes aproveitam os últimos minutos da tarde para suas
compras. E a hora mais sagrada, das do crepúsculo sertanejo vai chegando
mansinha querendo se despedir de mais um dia de outubro. E voltamos novamente
para a atenção sobre a imponência do edifício histórico que abrigou o maestro Seu
Queirós, desde os tempos de Santana Vila. Imaginamos ali guardados, os instrumentos
musicais da primeira banda de música do município. A tardezinha não quer
esperar meditações, mas acompanhar meditações com sua companheira noite que se
aproxima.
Saudações à tarde, saudações, ao cenário.
MUSEU E IGREJA MATRIZ (FOTO: B, CHAGAS).
PRACINHA DO AMOR Clerisvaldo B. Chagas, 29 de outubro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.303 Existe uma t...
PRACINHA DO
AMOR
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de outubro de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.303
Existe
uma técnica urbana para fazer marcações antecipadas do que será feito depois.
Como exemplo temos um terreno que será uma praça, mas primeiro os técnicos
deixam que as pessoas transitem bastante no terreno e de um sof´acordo com a
tendência das veredas que deixam, a praça é construída com estas passagens já
consolidadas pelo povo. Nem sempre isso
é feito, porém, já se usa esta técnica, sim. Semana passada estivemos
transitando pela rua Joel Marques, no Bairro Paulo Ferreira. O ponto de
referência para onde fui era a Praça do amor, que oficialmente não existe, mas
eu já sabia da sua existência a muito mais de um ano.
Na
época, sem área de lazer na via comprida, os moradores aproveitaram um pequeno
barranco à margem da rua, colocaram ali um sofá velho, um ou dois bancos de
madeira e fizeram como um acampamento de sem Terras e Sem tetos. Sempre se reúnem
ali para deixarem a conversa em dia, para um joguinho de dominó ou de outra
coisa e aguardarem. Aguardarem o que não vem. Ainda não houve sensibilidade das
autoridades em darem um retoque verdadeiro na iniciativa popular. Necessitando de título de identificação, o
logradouro improvisado recebeu uma placa de papelão ou outro material, escrito “Pracinha
do Amor”.
Sempre
que transito por ali, nunca vi nenhuma mulher na pracinha, só marmanjos. Isso
quer dizer que o amor escrito no título rude, não é sobre homem e mulher, mas
sim, de amor ao local, de amor à rua, de amor à comunidade. É de fato
emocionante a iniciativa, o apoio e a dedicação de pessoas humildes em busca de
seus próprios espaços. Recentemente a rua, calçada com paralelepípedos, foi
asfaltado como corredor primordial de acesso a pontos turísticos. Entretanto,
não temos conhecimentos se algum vereador teve alguma sensibilidade pela obra
improvisada e se abraçou a causa dos humildes, junto a seus pares e a
prefeitura local.
PRACINHA
DO AMOR (FOTO: B. CHAGAS).
ÓTIMA VISITA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.302 Sim, como estava ...
ÓTIMA
VISITA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.302
Sim,
como estava previsto, fomos visitar novamente a Igrejinha das Tocaias, no sítio
Tocaias. Tempo ainda frio, céu azul com nuvens esparsas, belo dia para um
passeio rural. A vegetação ainda continua verde e o aspecto geral dos campos é
bastante agradável, ante estressante e pulmão verde. Encontramos a novidade da
Rua Joel Marques, completamente asfaltada, pois é ela, no Bairro Paulo Ferreira
que no final se bifurca. O ramal esquerdo leva à Igrejinha das Tocaias à cerca
de 800 metros da zona urbana, enquanto o ramal direito leva à Represa Isnaldo
Bulhões, no riacho João Gomes e, setores do sítio Olho d’Água do Amaro. Este
encontra-se asfaltado, até a represa, mas o ramal de Igrejinha ainda não. Era
estrada antiga, principal tricentenária que ligava a zona urbana a zona rural
de sítios como Batatal, Três Lagoas e muitos outros sítios até os pertencentes
ao atual município de Carneiros e Senador Rui Palmeira.
Como
era dia de domingo, não sei se as obras do Anel Viário, estavam paradas ou não,
mas pude contemplar o trecho que vem do conjunto habitacional que foi feito
para os atingidos na cheia do Ipanema. A continuação da AL-120, que passa por
aquele conjunto, passa também pela lateral do serrote Pintado, da Reserva
Tocaia e por trás do serrote do Cruzeiro e depois desce e, na parte baixa dos
terrenos, corta a antiga estrada que leva até a Igrejinha das Tocaias.
Inclusive, avistei aterro sobre o riacho Salgadinho, afluente do rio Ipanema,
que nasce na Reserva Tocaia. Já havia sido construída uma passagem para as
águas, sob o aterro. Essa nova estrada vai se encontrar com a BR-316, após a
barragem antiga no rio Ipanema. Desvia o trânsito pelo centro de Santana do
Ipanema.
Quanto
a Igrejinha das Tocaias, continua naquela paz de sempre. Fizemos nossas
obrigações religiosas, tiramos algumas fotos de dentro e de fora do templo, mas
infelizmente não estou conseguindo
enviar fotos e mensagens do celular para o computador. Vai então uma imagem de
arquivo. O movimento da Rua Joel Marques, aqui já a descrevemos, está agora muito
agitado com automóveis e, principalmente motos, após o asfaltamento. Só a
Pracinha do Amor, não foi contemplada com um único benefício. É um lugar de
encontro feitor por populares na margem direita da rua.
ESTRADA
DAS TOCAIAS (FOTO B. CHAGAS/ARQUIVO DO AUTOR).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.