quarta-feira, 2 de março de 2011

NÓS NA MÍDIA

NÓS NA MÍDIA
(Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2011).

       Senhores e senhoras, finalmente o nosso estado entra na mídia, honrando assim a bandidagem que, satisfeitíssima, levanta o troféu de guerra. Os últimos anos vêm mostrando o recrudescimento da violência que se expande no sentido capital, cidades, povoados, áreas rurais. Os crimes vão resistindo e até vencendo às investidas do bem. Quem foge da violência de Maceió, não encontra mais no interior a calma, o sossego, a mansidão de outrora. Caminha com os olhos dançantes vendo em cada pessoa na rua, no banco, na feira, um possível bandido que a qualquer momento poderá estragar tudo. As saídas de bancos e supermercados tornaram-se perigosas no interior sertanejo, bem como as escolas sem vigias. E se alguém sonhava em adquirir uma bela ou modesta chácara pertinho das pistas, é melhor esquecer ou enfrentar os constantes roubos que normalizam o perigo. Vender boiada no interior é receber visitas armadas em casa, nos sítios, sem qualquer oportunidade de defesa. A droga vai sendo repassada com venda também na área rural, principalmente em lugares de jogos e bebidas. Motos com mais de uma pessoa circulando pelas estradas poeirentas, despertam suspeita e cuidado, estimulando corridas que em nada se assemelham as de São Silvestre. Parece até que o mundo inteiro resolveu entrar na malandragem de tomar o alheio. Quando descobertos, quase sempre são conhecidos profissionais como pedreiros, marchantes, tangedores, motoristas, motoqueiros ente outros. Esses são citados porque mais aparecem por aqui.
       Quanto aos bairros, principalmente os carentes de tudo, passaram a ser criadouros da mesma maneira como são gerados os mosquitos da dengue. De vez em quando saem às notícias dos mais novos perigosos que surgem na periferia. Os que estão bem informados vão relatando para você quem são eles e os limites dos seus territórios. Quase sempre essas cobras tornam-se conhecidas por apelidos. A partir das primeiras horas da noite, portas de bairros estão sendo cerradas, tornando perigosa qualquer aventura dos desavisados que ousam circular por essas bandas. Coitados dos professores que lecionam no turno em escolas distantes do centro! Até mesmo alunos, pessoas de idade que fazem o EJA, saem do estabelecimento rumo ao lar conduzindo sua faquinha de doze polegadas. Outros, sem coragem de arriscar a vida, desistem cedo de um benefício promissor. Ainda tem a moda de assaltos a bancos, ônibus, escritórios e até consultórios médicos. É aquela conhecida frase irônica usada pela juventude: “Tá bom ou quer mais?”.
       Os Assassinatos em ruas e os constantes tiroteios na capital, vão coroando todas as mazelas que levam ao topo das pesquisas. O que estar faltando para acabar com esse desadoro que aflige a população alagoana? A “Terra de Escritores”, o “Filé do Nordeste”, o “Recanto da Cultura” e o “Paraíso das Águas”, são títulos trocados pelo primeiro lugar em violência no país. É por isso que os bandidos ganham troféus. E com a bandidagem em alta em nosso estado, olhemos NÓS NA MÍDIA.


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