GUINÉ
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de dezembro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.156
A ave tem diversas denominações como Guiné,
Galinha d’Angola e Capote. Pode ser criada solta no meio de outros
galináceos. Aqui no Sertão alagoano costumamos
chamá-la de Guiné. Tem carne saborosa e exótica. Bota ovos em ninhos escondidos
na capoeira. Pessoas que com ela convivem conseguem achar os ninhos com muitos
ovos. Às vezes algumas galinhas também criadas soltas, deixam seus ovos em
ninhos de guinés. O ovo é menor do que o da galinha comum e também de sabor
exótico muito apreciado. O Guiné anda sempre acompanhado, é nervoso,
estressado, espanta-se com qualquer coisa e alarma contra algo diferente.
Juntos fazem a limpeza dos arredores contra pragas e cobras.
É muito bonita a criação de guinés nos
terreiros das fazendas. Elas se misturam tranquilamente com as outras aves,
comendo da mesma comida e bebendo na mesma fonte. Convivi com elas, as aves,
nunca vi nenhuma briga com outras espécies. São diferentes de perus e pavões
que estão sempre arengando. Caso alguém cisme de pegar um Guiné no terreiro,
por mais perto que esteja, vira motivo
de riso, O Guiné se desvia imediatamente e dá um voo longo tipo nambu-pé. Vez
em quando se vê um casal a ser vendido na feira. Mas a ave é capturada à noite,
durante a dormida ou vítima de armadilha. Afora isso, somente à base da
espingarda, ocasião em que a pessoa mais consciente evita eliminar as fêmeas.
Geralmente cruzam entre si, mas tem casos de cruzamentos com galos normais.
O Guiné foi trazido da África pelos
portugueses. E pela denominação sugere ter vindo da Guiné e de Angola. Sua
carne tem como se fosse uma película pegajosa por cima, como se fosse um tipo
finíssimo de cola transparente. É esfomeado pelo milho jogado para eles, mas
ajuda catando toda qualidade de inseto, de modo que criado em quintais,
deixa-os completamente limpo de besouros, baratas e qualquer inseto que ouse
entrar na área. Agora, por mais comida que você disponha, ele está sempre cantando
a interpretação onomatopaica: “Tou-fraco”, “Tou-fraco”, “Tou-fraco”.
Tem chácara, tem fazenda? Vale à pena criar.
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